Fanfic: Hotel de 1 Milhão de Dólares | Tema: AyA

Mayte suspirou e encarou a detetive. 

- Muito bem detetive, confesso que estou impressionada. Vocês realmente fizeram o trabalho de casa. Mas não menti quando disse que não posso deixar a recepção neste momento e não creio que poderei contar a verdade que tanto procura sendo interrompida por hóspedes a cada dois minutos. - como se confirmassem suas previsões, um novo hóspede apareceu e pediu a chave de seu quarto, o qual Mayte prontamente entregou. - Se importa se nos falarmos assim que eu terminar meu turno? Podemos nos encontrar um café no centro e prometo que responderei a todas as suas perguntas. 

Dulce sorriu, tirou um cartão e anotou um endereço no verso.

- Me encontre neste endereço, as nove horas da manhã. E não falhe comigo Mayte, ou juro que buscarei um mandado para prender você por obstrução de justiça. 

Mayte pegou o cartão e olhou o endereço. 

- Não falharei, detetive. Nos vemos amanhã. 

*******

Quando Dulce chegou na cafeitira O Café as nove horas, Mayte já estava lá. Estava muito bem vestida, cabelos soltos, postura altiva. Parecia segura de si e muito tranquila. Dulce pensou que ela não lembrava nada a recepcionista delirante que pousava para fotos de jornal. 

- Detetive - ela cumprimentou. - Você chegou na hora. 

Dulce se sentou e abriu o cardápio. Mayte já tomava um café. 

- Recomendo que peça o capuccino. É ótimo. - Mayte falou, enquanto terminava seu café e acenava ao garçom. 

O garçom atendeu aos pedidos de ambas, que consistia em café, água e alguns bolinhos. Mayte apoiou as mãos no rosto e encarou Dulce. 

- Pois bem, detetive. Pergunte o que quer saber. 

- Você já sabe o que quero saber - Dulce respondeu. - Quem é você? Por que tinha um caso com Derrick?

- Bem, quem sou eu? Não menti com relação ao meu nome atual. Sou Mayte Perroni e sou uma detetive particular.Eu estava trabalhando naquele hotel disfarçada. como você pode imaginar. 

- Uma investigadora particular... - Dulce arregalhou os olhos. - Se importa de me emprestar sua autorização? 

Mayte sorriu.

- Não trabalho dentro da Lei, detetive. Eu atendo a casos... especiais. 

- Especial como vigiar um viciado, herdeiro de uma grande fortuna? 

- Exatamente. Eu era paga para ficar de olho em Derrick e evitar que ele revelasse coisas da família. Muito bem paga, haja vista onde eu me obrigo a passar boa parte do meu tempo. Mas vale a pena. Fiz uma pequena fortuna ao longo deste tempo e lamento que em breve meus serviços não serão mais necessários, Então como pode ver detetive, Derrick morrer significa eu perder um excelente trabalho. Não tenho motivo para vê-lo morto. 

Dulce anotou algumas coisas em um bloco. 

- Seus empregadores confirmarão isso? 

Mayte tomou um gole de seu café e sorriu. 

- Claro que sim. Os avisei de que eu era uma suspeita e eles estarão contentes em corroborar tudo o que eu estou contando. Ainda estou no hotel apenas para garantir que as investigações sejam feitas de forma digna, para descobrirem o assassino de Derrick. Vocês chegarem até a mim implica em eficiência. Eles gostarão disso.  

- E quanto ao fato de você dormir com Derrick?

Mayte sorriu novamente. 

- Apenas uma forma de passar o tempo. Veja bem detetive, Derrick era um homem bonito. Ainda o é. Eu era atraída por ele. As drogas que ele consomem o deixam com um apetite sexual alto e eu gostava muito de estar em seu caminho quando ele queria desafogar alguma coisa. 

Dulce parou de anotar algo e franziu o cenho. 

- Espera aí. Você está dizendo que quando Derrick se drogava ele... ele poderia violentar uma mulher? 

Mayte assentiu. 

- Sim, detetive. E isso aconteceu algumas vezes. A familia dele encobriu, com minha ajuda, é claro. Eles também ficaram satisfeitos que eu cuidasse desse problema, de forma consensual. Mas dependendo da quantidade de drogas, Derrick se tornava perigoso, assediando qualquer mulher que estivesse em seu caminho e poderia chegar ao estupro, se ela disesse não. Anahí, uma das moradoras, parece que sabia disso. Sempre que queria transitar pelo hotel, ela pedia para eu acompanhá-la. Parecia ter medo dele, mas bem, Anahí tem medo de homens no geral. 

- Ele chegou a fazer algo com Anahí? 

- Não sei dizer. Mas poderia. Anahí algumas vezes ficou sozinha com ele. Se foi intencionalmente ou não, não sei dizer. 

- Em seu depoimento, Anahí disse que havia se encontrado casualmente com ele. 

- Não é de todo mentira, mas nem de todo verdade. Anahí e Derrick conversaram algumas vezes. Imagino que saiba as origens de Anahí? - Dulce assentiu e Mayte prosseguiu. - Derrick a reconheceu. Acho que as famílias eram amigas, algo assim.

Dulce estremeceu. Anahí tinha mentido e parecia que Derrick a conhecia. Dado ao relato de Mayte, Anahí poderia ter sido agredida por ele. Motivos não faltavam a ela para matar Derrick. 

Do nada, Anahí havia se tornado uma das maiores suspeitas do caso.