Fanfic: Hotel de 1 Milhão de Dólares | Tema: AyA

Mia estava jogada na cama de Anahí. As duas haviam bebido vinho, comido besteira e agora conversavam. Depois daquele dia de horror,era a primeira vez que Anahí sorria. Mia, entretanto, parecia chateada. 

- Any, mil desculpas - ela havia dito pela centésima vez. - Eu juro, juro, que achei aquele detetive de confiança. Parecia que ele queria ajudar você. 

Anahí suspirou e se deitou ao lado da irmã, abraçando-a. Fazia isso desde que eram crianças, quando sentiam medo e pensavam que se estivessem juntas, nada de mal lhes aconteceria. 

- Não se sinta mal, Mia. É o papel do detetive soar sedutor ou como um amigo. Você era jovem e não lidou diretamente com a polícia naquela época. É normal você se equivocar. E eu vivo na periferia. Eles nunca jogam de acordo com as normas com quem mora por aqui. 

- Mas existem bons policiais, não existe? Aquela Dulce... ela é confiável? 

- Ela é ética. Não sei se confiável, mas sei que ela jamais faria algo como Herrera fez. 

Mia suspirou. 

- Vocês acham que eles vão encontrar o assassino?

- Não sei. Eles estão ficando sem saída. Não conseguiram um bom suspeito até o momento. Acredito que vão acabar implicando alguém. Essa investigação não deve demorar muito mais tempo. Deve faltar apenas a autópsia e uma investigação detalhada do corpo. 

- Pensei que isso era a primeira coisa que eles investigavam: o corpo. 

- Não nesse caso. Por muito tempo, o caso foi dado como suicídio. Depois, existe a questão que o corpo estava em uma via pública. Foi tocado por gente demais, contato com gente demais. Separar a evidência do lixo é uma tarefa demorada. 

Mia se calou e olhou para o teto. Anahí voltou a abraçar a irmã. 

- Mas não falemos mais disso, irmãzinha. A vejo muito pouco para ficar conjeturando sobre assassinatos. Como estão as coisas na sua casa?

Mia deu um sorriso triste. 

- Disso você quer falar? Está a mesma merda de sempre, Any. Mas não me fizeram nada. Então não se preocupe. Vamos parar de falar de desgraças. Quero apenas jogar cartas, beber vinho e conversar sobre o nada, como fazíamos escondidas dos nossos pais qunado éramos crianças. Quero curtir o hoje. Não pensar no ontem e no amanhã. 

Anahí sorriu e tirou um baralho de cartas. As duas se serviram de mais uma taça de vinho. Mia ergueu a taça.

- Ao hoje, minha irmã. 

- Ao hoje.