Fanfic: Hotel de 1 Milhão de Dólares | Tema: AyA

Anahí retornou para o hotel as sete horas da noite, como sempre. 

Seu dia havia sido calmo. Claro, todos os clientes e funcionários do restaurante haviam mencionado a morte da manhã, tão trágica e incrivelmente visual. Ela havia dado de ombros e afirmado nada saber sobre o tema. "Mas você não mora por ali, Any?" perguntavam as colegas. "Sim, moro, mas o que eu poderia ter visto?", ela respondia e mudava de assunto. As circunstâncias da morte de Derrick, o estado de seu corpo e todos os detalhes encantavam a todos. Todo mundo queria mais detalhes, por mais insignificantes que fosse. 

Cansada de mais um dia do trabalho, Anahí havia retornado ao hotel. Sem falar, acenou para a recepcionista da noite, Mayte, e pediu a chave de seu quarto. Mayte, ao contrário de Carlos, parecia animada. Fotógrafos e jornalistas estiveram no local naquele dia e ela achou que finalmente teria a sua chance de ser "encontrada". Mayte acreditava ser uma estrela de cinema, que seria descoberta trabalhando no hotel, a qualquer hora do dia e da noite, não importasse as circunstâncias. Tudo que ela precisava era de uma foto, de um pouco de publicidade e o mundo seria dela. Pelo menos era no que ela acreditava. 

- Amy! Amy! - ela acenou. Mayte sempre errava seu nome. 

- É Any, ou Anahí, - Anahí respondeu, exasperada. 

- Que seja. Ficou sabendo do escândalo?, ela perguntou animada. - Tivemos polícia, jornais, curiosos... fotos, muitas fotos. E o detetive é um gato. 

- Não acho que um suicídio seja o melhor momento para descobrirem a sua estrela, Mayte - Anahí respondeu irritada. - Minhas chaves, por favor. 

- Não seja tão rabugenta - disse Mayte enquanto procurava as chaves na recepção - Qualquer momento é o momento para descobrir minha estrela. Fui até entrevistada hoje, acredita? Umas três vezes. 

Ela estendeu a chave para Anahí que a pegou. 

- Atraímos três jornais? Talvez você tenha razão, Maytê. Talvez seja mesmo seu momento. 

- Ria o quanto quiser, mas parece que o assunto é grande. Hoje o jornal La Ciudad esteve aqui. Fizeram um furo de cobertura. Depois vieram os jornais menores. Sei lá quem era Derrick, mas que Deus abençoe seu suicídio. Ele atraiu a atenção de bastante gente. 

- Acredito que afora você, ninguém daqui quer atenção. 

- Todo mundo quer atenção, minha doce Amy. Até mesmo você. Mas enfim, nem todos me entrevistaram, é claro, embora o La Ciudad tenha tirado fotos e feito algumas poucas perguntas. Posei o melhor que pude, mencionei que sou atriz e modelo e estou esperando por um agente. Quem realmente me entrevistou a fundo foi a polícia. 

Anahí a encarou, ainda com a chave na mão. 

- A polícia? Eles ainda estão aqui?

- Claro que sim, estão entrevistando todos os residentes do hotel e hóspedes temporários. Inclusive, perguntaram por você. Carlos avisou que você estava no trabalho e que voltaria por esse horário. Eles estão questionando a todos, e pediram para eu avisar quando você chegasse. Querem fazer algumas perguntas. 

- Por que a polícia iria perder um dia inteiro aqui por casa do suicídio de um drogado? 

- Porque ao que tudo indica, há mais em Derrick do que sabíamos. Parecia que ele é... importante. - Mayte disse a palavra com um brilho no olhar. - Por assim dizer. Eu inventei que o conhecia e que éramos melhores amigos. Vai que isso conta pontos a meu favor, né?

- Derrick importante? O que alguém importante faria num lugar como este? E como ele conseguiu omitir essa "importância"? - Anahí franziu a testa. 

- Amy, Amy, você sabe melhor que ninguém que qualquer um desaparece aqui. Até mesmo você. 

Anahí ficou em silêncio e deu um aceno de despedida. 

- Obrigada pelo update, Mayte. Estou indo para meu quarto. 

- Não por isso, meu bem. Eu direi aos detetives que você chegou assim que eles descerem aqui. 

- São dois homens? - Anahí perguntou, tentando soar casual.

- Um casal - Mayte respondeu. - Um detetive gato, chamado Alonso ou algo do estilo e uma moça com voz esquisita chamada Dolce ou Duce, sei lá. Pedirei para ambos irem ao seu quarto. 

Anahí assentiu e se dirigiu ao seu quarto. 

Ela estava cansada. Tudo que queria era ouvir uma boa música, mas teria que lidar com os detetivese não queria ser pega desprevinida ou com aparência vulnerável. Se perguntou que tipo de perguntas fariam. E como lidariam com ela. Anahí sabia que quanto menos dinheiro tinham, mais brutos e com menos consideração eram tratados. 

Aguaradndo os policiais, ela preferiu escovar os dentes, aprumar os cabelos e adotou uma postura ereta, nb cama. Deixaria para tomar um banho e jantar mais tarde. Tentando ficar descontraída, usando seu celular, ela jogou algumas partidas de cartas enquanto esperava uma batida em sua porta. 

Quase 20 minutos depois, um suave toc toc soou em sua porta. Anahí suspirou e se ergueu, pronta para o que fosse necessário. 

- Sim? - Ela perguntou, encostada a porta. 

- Senhorita Puente, aqui é o detetive Herrera, do departamento de homicídios. Por favor, abra a porta.