Fanfic: Hotel de 1 Milhão de Dólares | Tema: AyA

- Qual foi o horário da morte de Derrick, Detetive? - Anahí perguntou docemente, sem cair na armadilha. 

Alfonso lhe lançou um olhar de má vontade e baixou os olhos para seu bloco novamente. 

- De acordo com a autópsia preliminar, entre as 22:00 horas e duas manhãs.

- Sim, eu estava no hotel. Como eu disse, trabalho em horário comercial. Devo ter chegado aqui entre seis e sete horas da noite. A recepcionista pode confirmar o horário. 

- Você viu Derrik no dia de sua morte, Srta. Puente? - Herrera perguntou, sem erguer seus olhos. 

- Não me recordo. Posso tê-lo visto de passagem. Mas, creio que queira saber se tivemos alguma interação social relevante. Não, não tivemos. Mal saí do meu quarto depois que cheguei. Devo ter saído apenas para buscar gelos e refrigerantes, se muito. 

- Alguém pode confirmar isso? 

Anahí riu. 

- Detetive, se é um alibi que procura, nem eu ou a grande maioria dos residentes neste hotel podemos fornecê-lo. Não somos pessoas exatamente sociáveis, como você pode notar. Acredito que você terá um trabalho e tanto para filtrar seus suspeitos, se este caso for adiante. Não tenho alibe, ninguém pode confirmar nada. Estava aqui no quarto, não saí dele e não tenho amigos, como o senhor já deve saber. 

Pela primeira vez Alfonso a encarou profundamente. Anahí estremeceu, mas manteve o olhar, impassível. 

- De fato já sei disso, Anahí. E aqui vem a pergunta: por que você leva uma vida tão solitária? 

Anahí se ergueu e se dirigiu a porta. As perguntas estavam tomando um tom pessoal e Herrera havia decidido fazer a linha do bom policial. Seja lá o que ele estivesse buscando com ela, ele não havia encontrado. A visita podia ser encerrada sem mais delongas. 

- Acredito que esta informação não seja relevante para sua investigação, Sr. Herrera. Se não se importar, detetive, eu tive um dia cansativo e amanhã terei outro pior ainda. Gostaria de dormir. 

Alfonso se levantou, seguido de perto por Dulce. 

- Entendo, Srta. E peço perdão pela indiscrição. Não foi minha intenção ofendê-la. 

- Não me senti ofendida, detetive. Boa noite a ambos. 

No meio das despedidas, a policial chamada Dulce havia se adiantado e se retirado do quarto, deixando Anahí e Alfonso desacompanhados no recinto. Anahí cruzou os braços e parecia inquieta. Alfonso franziu a testa enquanto a encarava. 

- Bem, Srta. Puente, poderemos voltar a procurá-la dependendo do andar deste caso. E claro, se lembrar de algo, peço que entre em contato conosco. Deixei cartões na recepção. 

- Está certo detetive. Mas acredito que tudo poderia dizer aos senhores, eu já disse. Adeus eboa sorte na sua investigação. 

Anahí tentou indicar o caminho da saída para Alfonso, mas ele a fitou e estendeu a mão. Quase com receio, Anahí estendeu a sua mão e a apertou. Ambos ficaram com as mãos apertadas por menos de três segundos, mas para ambos parecia uma eternidade. A mão dele era quente, calejada, o aperto duro e constante. A mão dela, também calejada e marcada, parecia ter um aperto mais frágil, quase hesitante. E estava fria, como se tivesse passado horas no frio. 

Ele sorriu, o que parecia ser o primeiro sorriso honesto que ele dera naquela noite. 

- Até logo, Srta. Puente. - Ele recolheu a mão e saiu, fechando a porta atrás de si. 

Anahí trancou a porta e fechou a mão que Alfonso a apertara. Ainda podia sentir o aperto e estremeceu. Ela respirou profundamente e tentou seguir sua rotina, tomando um banho e se preparando para uma janta leve antes de dormir. 

Foi somente algumas horas depois, enquanto tomava uma sopa que Anahí repassou a visita dos policiais em sua casa. E foi também nesta hora que ela se deu conta que Dulce, a outra policial não se manifestara.