Fanfic: Hotel de 1 Milhão de Dólares | Tema: AyA

O bairro onde Alfonso Herrera estava era luxuoso e imponente. Mansões belas, carros luxuosos, pessoas bem vestidas. Até mesmo a criadagem, em seus uniformes brancos ou negros, pareciam imponentes, importantes, diferentes. Ele não se importou. Era um detetive. Não era a primeira vez que era confrontado com diferenças de classes. 

Ele saiu de seu carro, fechou a porta e conferiu o endereço. Estava no local certo. Se as suas investigações estavam corretas, ali era o local onde Anahí vivera até seus 21 anos. Ele esperava conseguir respostas que indicassem porque ela morava em um hotel barato na periferia e, acima de tudo, se ela poderia ser uma assassina. 

Respirando fundo, Alfonso tocou o interfone da mansão. Uma voz feminina, rápida e eficiente, respondeu ao segundo toque da campainha. 

- Sim?

- Bom dia. Meu nome é Herrera, detetive Herrera. Gostaria de falar com... - ele consultou um papel  - a sra. Marichelo Portillo. 

- O senhor tem hora marcada? 

Alfonso olhou para cima e viu a câmara. Com um aceno, mostrou seu distintivo. 

- Claro que não. É sobre um caso de assassinato. Acredito que a filha dela esteja envolvida. 

A voz sumiu por um momento. Quando ela voltou a soar, parecia preocupada. 

- Sua filha? Mia... mas isso não é possível. Aguarde um momento por favor, detetive. 

Alfonso não teve tempo de corrigi-la. O clique desapareceu e por um momento, apenas o vento e o barulho dos carros era audível. 

A voz retornou novamente, calma e eficiente novamente. 

- A Sra. Marichelo irá recebê-lo. Por favor, pode entrar com seu carro. É um longo caminho até a propriedade. 

O portão se abriu e Alfonso, rapidamente, se dirigiu novament a seu carro para ingressar na propriedade. 

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O caminho até a casa dos Portillo era de fato longo. Alfonso dirigiu por mais de dois quilômetros antes de finalmente atingir o cume onde vira a mansão. Agora, de perto, parecia ainda maior e mais imponente. 

Na frente da porta, uma senhora, vestida de branco, estava de pé. Deveria ser a voz calma e eficiente do interfone. Ao seu lado, uma mulher mais nova, com o rosto cheio de plásticas, enrolada em joias e roupas cara, o encarava. Seu cabelo era pintado de loiro platinado e parecia excessivamente maquiada. 

- O que minha filhinha fez? O que Mia pode ter feito? - ela perguntou, nervosa, a guisa de saudação. 

Alfonso ergueu um braço para acalmá-la. 

- Senhora, por favor se acalme. Perdão se não tive tempo de explicar nada, mas sua filha Mia não fez nada. 

- Não? Anette foi claro que você mencionou minha filha no interfone. - ela lançou um olhar feio para a senhora, que parecia aterrorizada. 

- A senhora não falou nada de errado. De fato mencionei sua filha. Mas não Mia, e sim a mais velha. Anahí. 

A menção do nome de Anahí fez Marichelo gelar. Ela olhou para ele com raiva, quase com ódio. 

- Não tenho nenhuma filha chamada Anahí, detetive. Apenas Mia. 

- Senhora...

- Por favor, saia daqui. Ou serei obrigada a dar parte da sua conduta inapropriada. 

- Senhora, esta é uma investigação de homicídio. As investigações de Anahí me trouxe até aqui. Ela é sua filha, inclusive leva seu sobrenome, Puente. Preciso que a senhora me responda algumas perguntas. 

- Essa desgraçada tem meu sobrenome apenas porque conseguiu este direito na justiça. Feliz é meu marido que conseguiu deixá-la sem o Portillo, ou a nossa família ainda estaria mais envergonhada.  Anahí Puente apenas compartilha meu sobrenome, mas não é nada minha, exceto meu maior arrependimento. Por favor, saia daqui. 

- Senhora...

- Saia daqui, já disse! Se tem perguntas, faça-as para nosso advogado. Anette lhe entregará um cartão. 

Alfonso ia retrucar, enquanto Anette lhe passava um cartão, mas uma voz, suave e doce irrompeu no recinto. 

- O que está acontecendo, mãe? Por que está berrando? 

Alfonso se voltou. Uma jovem de cerca de 19 anos, cabelos castanhos, lhe encarava. Parecia idêntica a Anahí. Exceto pelos cabelos e pelo rosto, ainda livres das marcas de desespero. No mais, ambas eram idênticas. Aquela deveria ser sua irmã. 

- Mia? - ele perguntou. Ela assentiu. - Sou o detetive Herrera. Eu vim aqui fazer algumas perguntas da sua irmã, Anahí. 

- Detetive - Marichelo o preveniu. - Lhe proíbo de falar com minha filha sobre este assunto. Saia daqui. 

Mia encarou a mãe e acenou a cabeça. 

- Mãe, por favor, poupe-nos do constrangimento. Detetive, eu sou maior de idade. Tenho 20 anos. Posso responder suas perguntas. Em que posso ajudá-lo?

- Mia! - Marichelo berrou. 

- Gostaria de fazer algumas perguntas. Sobre Anahí. Ela pode estar encrencada. 

Mia mordeu o lábio e assentiu. Ela olhou para a mãe. 

- Irei acompanhá-lo até a saída da propriedade. Já volto, mãe. 

- Mia! Eu lhe proíbo. - Marichelo avançou em direção a filha. 

- É mesmo? - Mia sorriu, sem se afetar. - E o que vai fazer comigo? Me por para fora de casa e tirar meu sobrenome? 

Marichelo ficou estática e escondeu o rosto nas mãos. Mia a encarou com desprezo e depois se voltou para Alfonso.

- Vamos detetive. Responderei a tudo que quiser saber.