Fanfic: O filho do meu pai | Tema: Vondy, AyA

Meu pai havia me contado que quando éramos crianças, ele e a Alexandra nos pegaram dormindo juntos algumas vezes, e isso despertou a desconfiança neles, apesar de na época não termos nada. E que o ciúmes que o Christopher sentia de mim também não ajudava em nada. Eu consegui sorrir em diversos momentos, lembrando-me perfeitamente daquela época.

Os dias corriam e eu estava passando uma temporada na casa do meu pai, minha mãe não entendia porque eu estava daquele jeito e o meu pai e meu irmão cuidavam bem de mim, além do mais, ali tinha o quarto de Christopher, e diversas vezes eu dormia em sua cama, que ainda tinha seu cheio impregnado, ou usava seus moletons.

Era o dia do meu aniversário, mas eu não faria absolutamente nada. Eu mal tinha animo para levantar da cama, quem dirá para comemorar. E o pior de tudo é que ele nem se quer havia me mandando uma mensagem, ou me ligado.

- Dulce, vamos sair. – Anahí falou entrando em meu quarto. – Não aguento mais sua depressão.

- Não quero, Annie. Vou ficar aqui. – Me afundei ainda mais nas coberta e puxei o moletom dele para perto de mim.

- Você vai enlouquecer se continuar vivendo desse jeito.

- Posso conviver com isso. – Respondi mal-humorada e ela rolou os olhos e colocou uma caixa em minha frente. – O que é isso?

- Chegou de Nova York para você.

- O que? – Pulei sentando na cama e pegando a caixa. – É do Christopher!

Eu abri a caixa rapidamente e dentro havia outra caixa. Era o meu presente de aniversário. Abri a caixa animada e dentro havia uma pulseira de prata com diversos pingentes, um urso panda, um avião, o símbolo da minha faculdade, um coração entre outros, e os mais lindos de todos eram as iniciais do nosso nome. Senti lágrimas querendo sair dos meus olhos e funguei. O que eu mais fazia nos últimos dias era chorar, já estava extremamente acostumada com aquilo tudo. Passei os dedos delicadamente pela pulseira e agarrei meu telefone, eu iria ligar para ele.

- O que vai fazer?

- Vou ligar para ele.

- Vou te deixar sozinha. – Ela beijou minha testa e saiu do quarto.

Christopher atendeu no segundo toque, eu não tinha ideia de horas seriam lá, mas ele tinha a voz sonolenta no telefone.

- Ei, parabéns! ­– Falou coma voz rouca e meu coração disparou. – Seu presente já chegou?

- Sim.

­- Você gostou?

- Claro que sim. Mas preferia você aqui.

- Fico feliz que tenha gostado.

Ficamos em silêncio por muito tempo e então eu suspirei me agarrando ainda mais ao telefone.

- Eu preciso te contar uma coisa sobre o nosso pai.

- Aconteceu algo?

- Ele sempre soube, Chris. – Sussurrei e o senti ficar em silêncio. – Sempre soube de tudo.

- Como?

- Parece que sua mãe já profetizava que isso fosse acontecer. – Nós rimos baixo. – Isso muda tudo, não é?