Fanfics Brasil - 1 Um Porto Seguro

Fanfic: Um Porto Seguro | Tema: rbd RBD ponny AyA aya anahi alfonso


Capítulo: 1

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ENQUANTO ANNIE CIRCULAVA por entre as mesas, uma brisa vinda do Atlântico lhe

acariciou os cabelos. Levando três pratos na mão esquerda e outro na direita, ela

usava uma calça jeans e uma camiseta com os dizeres: Ivan’s: Experimente

nosso peixe, peça o linguado. Ela levou os pratos para quatro homens que usavam

camisas polo; o que estava mais perto dela lhe chamou a atenção e sorriu.

Embora ele tentasse dar a impressão de que era apenas um rapaz amistoso, Annie

sabia que ele continuava a observá-la enquanto ela se afastava da mesa. Melody

havia mencionado que os homens eram de Wilmington e estavam procurando

locações para serem usadas em um filme.

Pegou uma jarra de chá gelado e voltou a encher os copos dos rapazes antes

de voltar para a copa. Ela deu uma olhada na paisagem. Era fim de abril, a

temperatura estava perto da marca ideal e o céu se estendia azul até o horizonte.

Além dela, a hidrovia intralitorânea estava calma apesar da brisa e parecia

espelhar a cor do céu. Um bando de gaivotas estava empoleirado no corrimão

que circundava o restaurante, esperando para disparar por entre as mesas se

alguém deixasse um pedaço de comida cair no chão.

Ivan Smith, o proprietário, as odiava. Ele dizia que eram ratos-com-asas e

já havia patrulhado a área do corrimão com um desentupidor em punho,

tentando espantá-las. Melody havia falado ao ouvido de Annie que estava mais

preocupada com o lugar onde o desentupidor estava do que com as gaivotas.

Annie não disse nada.

Ela começou a fazer outro bule de chá, limpando o balcão. Um momento

depois, sentiu que alguém lhe tocava o ombro. Virou-se e viu que era a filha de

Ivan, Eileen, uma garota bonita de 19 anos, com o cabelo amarrado em um rabo

de cavalo. Ela estava trabalhando meio período no restaurante como

recepcionista.

— Annie, você pode atender a uma outra mesa?

Annie olhou pelo restaurante e observou as mesas. — É claro — disse ela.

Eileen desceu as escadas. Annie conseguia ouvir fragmentos de conversas

vindos das mesas próximas. As pessoas falavam sobre amigos, família, o tempo

ou sobre pescaria. Em uma mesa, que ficava no canto do salão, ela viu duas

pessoas fechando os cardápios. Foi até eles e anotou o pedido, mas não ficou

perto da mesa tentando conversar sobre amenidades com os clientes, como

Melody fazia. Annie não era muito boa para puxar assunto, mas compensava isso

com sua eficiência e cortesia. E os clientes pareciam não se importar.

Ela trabalhava no restaurante desde o começo de março. Ivan a contratara

em uma tarde fria, em que o céu estava limpo e tinha um tom azul-turquesa.

Quando disse que poderia começar o trabalho na segunda-feira seguinte, Annie

teve que se esforçar para não chorar na frente dele. Ela esperou até estar longe

do restaurante, a caminho de casa, para se esvair em lágrimas. Naquela época,

ela não tinha dinheiro nenhum e não comia há dois dias.

Annie percorreu o salão, enchendo copos com água e chá gelado antes de

voltar para a cozinha. Ricky, um dos cozinheiros, piscou para ela como sempre

fazia. Há dois dias ele a tinha convidado para sair, mas Annie disse que não queria

se envolver com ninguém que trabalhasse no restaurante. Ela teve a impressão

de que ele logo tentaria de novo e esperava que seus instintos estivessem errados.

— Duvido que o movimento vá diminuir hoje — comentou Ricky. Ele era

loiro e esguio, talvez um ou dois anos mais novo do que ela e ainda morava na

casa dos pais. — Toda vez que eu acho que vamos ter um momento para respirar

o restaurante volta a encher.

— O dia está bonito hoje.

— Mas por que essas pessoas estão aqui? Em um dia como este, elas

deveriam estar na praia ou pescando. E é exatamente isso que eu vou fazer

quando terminar o expediente.

— É uma boa ideia.

— Quer que eu a leve para casa mais tarde? — Ele se oferecia para levá-la

para casa pelo menos duas vezes por semana.

— Obrigada, mas não é preciso. Eu não moro tão longe daqui.

— Não é problema nenhum. Eu ficaria feliz em levá-la — insistiu ele.

— Caminhar me faz bem.

Ela lhe entregou a folha de papel com os pedidos anotados e Ricky a pregou

no quadro com os outros. Annie pegou um dos pedidos que devia levar de volta ao

salão, foi até a parte do restaurante onde estava atendendo e serviu os clientes.

O Ivan’s era uma instituição local, um restaurante que funcionava há quase

trinta anos. Desde que começara a trabalhar ali, Annie identificara os clientes

habituais e, enquanto atravessava o salão, seus olhos iam em direção a pessoas

que ainda não tinha visto. Casais flertando, outros se ignorando mutuamente.

Famílias. Ninguém parecia estar deslocado naquele lugar, e ninguém pedira

informações a seu respeito. Mesmo assim, havia épocas em que suas mãos

começavam a tremer, por isso ela ainda deixava uma luz acesa quando dormia.

Seu cabelo, de um tom castanho-avermelhado, era tingido na pia da cozinha

da pequena casa que alugara. Como ela não usava maquiagem, sabia que seu

rosto acabaria se bronzeando um pouco, talvez um pouco demais, então lembrou

a si mesma de comprar protetor solar. No entanto, após pagar o aluguel e as

contas da casa, não sobrou muito dinheiro para itens supérfluos. Até mesmo o

protetor solar iria estrangular suas finanças. O emprego no Ivan’s era bom e ela

estava feliz por trabalhar ali, mas a comida que o restaurante servia não era cara

— e isso significava que as gorjetas que ela recebia não eram as melhores. Por

causa de sua dieta habitual, composta por feijão com arroz, macarrão e mingau

de aveia, ela perdera peso nos últimos quatro meses, e até conseguia sentir suas

costelas por baixo da camiseta. Algumas semanas atrás, ela tinha círculos

escuros ao redor dos olhos, os quais imaginava que nunca conseguiria tirar do

rosto.

— Acho que aqueles caras estão olhando para você — disse Melody, com

um meneio de cabeça em direção à mesa dos quatro homens do estúdio de

cinema. — Especialmente aquele de cabelo castanho. O mais bonito da mesa.

— Ah — disse Annie. E começou a preparar outro bule de café. Qualquer

coisa que ela dissesse à Melody certamente cairia nos ouvidos das outras pessoas.

Então, Annienormalmente não conversava muito com ela.

— O que foi? Você não o achou bonito?

— Eu não prestei muita atenção.

— Como você pode não prestar atenção quando um cara é bonito? perguntou Melody , descrente, olhando para ela.

— Não sei.

Assim como Ricky, Melody era dois anos mais nova do que Annie, talvez

com 25 anos, mais ou menos. Ruiva, de olhos verdes e sem papas na língua, ela

namorava um cara chamado Steve, que fazia entregas para uma loja de

materiais de construção e reforma do outro lado da cidade. Como todos os outros

funcionários do restaurante, ela havia nascido e crescido em Southport, a qual

descrevia como sendo um paraíso para crianças, famílias e idosos, mas o lugar

mais triste e modorrento do mundo para pessoas solteiras. Pelo menos uma vez

por semana ela dizia à Annie que desejava se mudar para Wilmington, que tinha

bares, danceterias e muito mais lojas. Melody parecia saber tudo sobre todo

mundo. Annie às vezes pensava que a verdadeira profissão da colega era a

fofoca.

— Ouvi dizer que Ricky convidou você para sair, mas você recusou — disse

ela, mudando de assunto.

— Não gosto de me envolver com pessoas do trabalho — respondeu Annie,

fingindo estar absorta com a organização das bandejas que continham os

talheres.

— Podíamos sair os quatro. Ricky e Steve saem para pescar juntos.

Annie imaginou se Ricky estava realmente interessado nela ou se tudo aquilo

era ideia de Melody. Talvez fossem as duas coisas. À noite, depois que o

restaurante fechava, quase todos os funcionários ficavam ali por mais algum

tempo, conversando e tomando uma cerveja. Com exceção de Annie, todos já

trabalhavam no Ivan’s há anos.

— Não acho que seja uma boa ideia — comentou Katie.

— Por que não?

— Tive uma experiência ruim certa vez — disse ela. — Namorar com um

homem que trabalhava no mesmo lugar que eu. E, desde então, assumi como

regra não voltar a fazer isso.

Melody revirou os olhos antes de sair em direção a uma de suas mesas.

Annie entregou duas contas e recolheu pratos vazios. Ela se manteve ocupada,

como sempre fazia, tentando ser eficiente e invisível. Mantendo a cabeça baixa,

se certificava de que a copa estava brilhando. Aquilo fazia seu dia passar mais

rápido. Não flertou com o homem do estúdio, que, quando saiu, não olhou para

trás.

Annie trabalhava durante o horário do almoço e do jantar. Enquanto o dia se

transformava em noite, ela gostava de observar o céu passar do azul para o cinza

e depois para o laranja e o amarelo na borda ocidental do mundo. Ao pôr do sol,

a água reluzia e os veleiros cruzavam as águas, empurrados pela brisa. As folhas

finas nos ramos dos pinheiros pareciam brilhar. Assim que o Sol se punha no

horizonte, Ivan ligava os aquecedores a gás e as espirais de metal começavam a

resplandecer como abóboras de Halloween, com suas faces engraçadas. O rosto

de Annie já estava ficando um pouco queimado pelo Sol, e as ondas de calor que

saíam dos aquecedores faziam sua pele arder.

Abby e Dave Grandão substituíam Melody e Ricky no turno da noite. Abby

estava no último ano do ensino médio e ria bastante e Dave Grandão preparava

os jantares no Ivan’s há quase vinte anos. Casado, com dois filhos e uma

tatuagem de escorpião no antebraço direito, ele pesava quase 140 quilos e, na

cozinha, seu rosto estava sempre brilhoso. Ele costumava colocar apelidos

carinhosos em todos, e a chamava de Annie Kat.

A movimentação do jantar durou até as nove da noite. Quando as coisas

começaram a ficar mais calmas, Annie limpava e fechava a copa. Ela ajudava

os lavadores de pratos a levar a louça para a lavadora enquanto suas últimas

mesas terminavam o jantar. Uma delas estava ocupada por um casal jovem, e

ela viu os anéis em seus dedos quando eles se deram as mãos por sobre a mesa.

Eles eram belos e pareciam felizes, o que fez Annie sentir um déjà-vu tomar

conta de si. Há muito tempo ela tinha sido como eles, pelo menos por um

momento. Ou pensou que havia sido, porque hoje sabia que aquele momento era

apenas uma ilusão. Annie desviou os olhos do casal feliz, desejando poder apagar

sua memória para sempre e nunca mais voltar a ter aquela sensação.


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Autor(a): dara_goulart

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

Prévia do próximo capítulo

NA MANHÃ SEGUINTE, Annie foi até a varanda da sua casa com uma xícara de café, sentindo as tábuas do piso rangerem sob seus pés, e se apoiou contra o parapeito. Lírios haviam brotado em meio à grama alta que cobria um canteiro de flores, e ela levantou a xícara, apreciando o aroma enquanto tomava um gole. Ela ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • Juliana_ Postado em 11/05/2016 - 23:13:11

    Nossa susto o Poncho levou Continua a fic está muito legalllllllllllllllllllllllllllllll

  • Juliana_ Postado em 07/05/2016 - 00:08:20

    Ser não foi muito em comodo diminui um pouco os capítulos CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a fic esta ficando legallllllllllll

  • Postado em 06/05/2016 - 23:51:06

    Ser não foi muito em comodo diminui um pouco os capítulos CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a fic esta ficando legallllllllllllllllllllll

  • Juliana_ Postado em 05/05/2016 - 23:42:30

    Obrigado posta mais louca que Anahí e Poncho se conhecem CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • dara_goulart Postado em 05/05/2016 - 21:03:10

    AI Q EMOÇÃO KKKKKKK vou postar outro daqui a pouco só pq vc comentou bjzzzz

  • Juliana_ Postado em 05/05/2016 - 17:33:17

    Oieeee 1° a comentar CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA


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