Fanfics Brasil - 4 Um Porto Seguro

Fanfic: Um Porto Seguro | Tema: rbd RBD ponny AyA aya anahi alfonso


Capítulo: 4

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O CABELO DELE havia ficado grisalho poucos anos depois do seu vigésimo


aniversário, o que provocou alguns comentários e piadinhas de seus amigos.


Além disso, a mudança não foi gradual, com alguns fios aqui e ali adquirindo tons


prateados. Em vez disso, em janeiro ele tinha a cabeça coberta por cabelos


negros, e, em janeiro do ano seguinte, apenas uns poucos fios negros ainda


resistiam. Seus dois irmãos mais velhos não tiveram o mesmo destino, embora


ambos houvessem ganhado alguns fios brancos nas costeletas nos últimos anos.


Nem sua mãe nem seu pai foram capazes de explicar aquilo; até onde eles


sabiam, Alfonso Herrera era uma anomalia para os dois lados da família.


Estranhamente, aquilo não o incomodava nem um pouco. No exército, ele


chegou a suspeitar de que os fios grisalhos o haviam ajudado na carreira. Ele


trabalhava na Divisão de Investigação Criminal, ou DIC, que tinha bases na


Alemanha e na Geórgia e passara dez anos investigando crimes militares, desde


soldados que simplesmente desapareciam dos quartéis até casos de invasão de


domicílios, maus-tratos domésticos, estupros e até mesmo assassinatos. Ele fora


promovido várias vezes, até se aposentar, aos 32 anos, com uma patente de


major.


Depois de completar seus afazeres e concluir sua carreira no exército, ele


se mudou para Southport, a cidade natal de sua esposa. Eles eram recém-casados


e o primeiro filho estava a caminho. Embora sua primeira ideia fosse a de


procurar um emprego na polícia ou em alguma outra organização que


promovesse o cumprimento das leis, seu sogro havia feito uma oferta para que


ele comprasse o negócio da família.


Era uma loja construída em estilo antigo que vendia artigos rurais, frutas,


verduras, geleias e outras conservas. O imóvel havia sido feito com tábuas


brancas, com venezianas azuis e alguns bancos do lado de fora; era o tipo de


estabelecimento que já tivera seus dias de glória há vários anos, mas que,


praticamente, não existia mais. Os quartos para a família ficavam no segundo


andar. Uma imensa árvore de magnólias trazia sombra para um dos lados da


casa, e um carvalho ficava logo em frente. Apenas metade do estacionamento


era feita de asfalto, enquanto a outra metade era coberta por cascalhos — e,


mesmo assim, o lugar quase nunca ficava vazio. Seu sogro havia inaugurado a


loja antes que Carly nascesse, quando não havia muita coisa além de fazendas e


pastos ao seu redor. Mesmo assim, o homem se orgulhava de entender as pessoas


e queria manter em estoque qualquer coisa de que eles precisassem — o que


resultava em um lugar que chegava a ficar desorganizado com o excesso de


produtos. Poncho tinha a mesma opinião e mantinha a loja quase do mesmo jeito.


Cinco ou seis corredores ofereciam frutas, verduras e produtos de higiene


pessoal; refrigeradores ao fundo da loja transbordavam com todo o tipo de


bebida, desde refrigerantes e água até cerveja e vinho, e, assim como em


qualquer outra loja de conveniência, tinha várias prateleiras de salgadinhos,


doces e muitos tipos de alimentos industrializados que as pessoas compram


quando estão perto da caixa registradora. Mas era ali que as similaridades


terminavam. Também havia inúmeros tipos de equipamentos para pesca nas


prateleiras, iscas vivas e um outro balcão com uma churrasqueira e uma chapa


quente operados por Roger Thompson, que já havia trabalhado em Wall Street e


que se mudara para Southport em busca de uma vida mais tranquila. Ao lado da


churrasqueira, onde se podia comprar hambúrgueres, sanduíches, cachorros quentes


e outras delícias, havia algumas mesas e outros lugares para sentar.


Havia também DVDs para alugar, vários tipos de munição, capas impermeáveis


e guarda-chuvas, além de uma pequena seleção de best-sellers e clássicos da


literatura. Além disso, a loja vendia velas automotivas, correias para motor e


latas de gasolina, e Poncho fazia cópias de chaves com uma máquina nos fundos.


Ele tinha três bombas de gasolina para os carros e outra no ancoradouro, caso


algum barco precisasse encher o tanque — o único lugar onde era possível fazer


aquilo fora da marina. Vários potes de picles, sacos de amendoim cozido e cestas


de legumes frescos cobriam o balcão.


Surpreendentemente, não era difícil controlar o estoque da loja. Algumas


mercadorias saíam regularmente, outras não. Como seu sogro, Poncho anotava


aquilo de que as pessoas precisavam assim que elas entravam em sua loja. Ele


sempre percebia e se lembrava de coisas que outras pessoas não conseguiam,


uma característica que o havia auxiliado imensamente nos anos em que tinha


trabalhado para o DIC. Hoje em dia, ele passava um bom tempo examinando ou


testando as mercadorias do seu estoque, tentando acompanhar as mudanças de


preferências dos seus clientes.


Poncho nunca imaginou que um dia faria algo assim, mas a decisão que


tomara não lhe desagradava. Pelo menos ele podia ficar de olho nas crianças.


Josh estava na escola, mas Kristen só começaria suas aulas quando o outono


chegasse. E, assim, ela passava os dias com ele na loja. Ele montou uma


pequena área para brincadeiras atrás da caixa registradora, em que sua filha,


inteligente e comunicativa, parecia estar mais feliz. Embora tivesse apenas 5


anos, ela sabia como usar a caixa e calcular o troco, subindo em um banquinho


para alcançar os botões. Poncho sempre se entretinha com as expressões no rosto


dos estranhos quando ela começava a calcular o valor das mercadorias para eles.


Mesmo assim, não era uma infância ideal para a menina, ainda que ela não


tivesse condições de perceber. Sendo honesto consigo mesmo, Poncho tinha que


admitir que cuidar das crianças e da loja demandava toda a energia que ele


tinha. Às vezes, sentia que mal conseguia dar conta de tudo — fazer o lanche de


Josh e deixá-lo na escola, preencher os formulários de pedidos para os


fornecedores, reunir-se com os representantes de vendas e atender aos clientes,


tudo enquanto se ocupava em manter Kristen entretida. E aquilo era apenas o


começo. Ele se esforçava bastante para fazer coisas de que seus filhos gostavam,


como andar de bicicleta, soltar pipas e pescar com Josh, mas Kristen gostava


mesmo era de brincar com bonecas, desenhar e fazer artesanato. E nem mesmo


quando ele finalmente conseguia colocar as crianças na cama era possível


relaxar, porque sempre havia algo mais a fazer. A verdade era que Poncho nem


sabia mais o significado da palavra “relaxar”.


Depois que as crianças estavam na cama, ele passava o resto de suas noites


sozinho. Embora parecesse conhecer quase todas as pessoas na cidade, ele não


tinha realmente muitos amigos. Os casais que ele e Carly às vezes visitavam para


jantar ou quando eram convidados para churrascos haviam se afastado de


maneira lenta e inexorável. Uma parte era por sua culpa — trabalhar na loja e


criar seus filhos ocupava a maior parte do seu tempo —, mas, às vezes, ele tinha


a sensação de que sua presença deixava os outros casais desconfortáveis, como


se os lembrasse de que a vida era imprevisível e assustadora e que as coisas


precisam de um único instante para dar errado.


Era uma vida cansativa e, às vezes, isolada, mas ele mantinha o foco em


Josh e Kristen. Embora com menos frequência do que antigamente, ambos


continuavam tendo pesadelos depois que Carly se fora. Quando eles acordavam


no meio da noite, chorando de maneira inconsolável, ele os segurava nos braços


e sussurrava em seus ouvidos que tudo ficaria bem. Até que os pequenos


conseguiam finalmente adormecer. No começo, todos haviam passado por uma


psicóloga. As crianças faziam desenhos e falavam sobre o que sentiam. Não


pareceu ajudar tanto quanto ele esperava. Os pesadelos continuaram por quase


um ano. De vez em quando, ao pintar figuras com Kristen ou ao pescar com


Josh, seus filhos ficavam quietos e ele sabia que eles sentiam saudades da mãe.


Kristen chegava a mencionar isso numa voz parecida com a de um bebê,


trêmula e incerta, enquanto as lágrimas lhe escorriam pelo rosto. Quando isso


acontecia, Poncho tinha certeza de que conseguia ouvir seu coração se estilhaçar,


porque ele sabia que não havia nada que pudesse fazer ou dizer para melhorar as


coisas. A psicóloga havia lhe garantido que as crianças eram fortes e que, desde


que soubessem que eram amadas, os pesadelos iriam se tornar cada vez menos


frequentes. O tempo provou que a psicóloga tinha razão, mas agora Poncho tinha


que enfrentar um outro tipo de perda — algo que feria seu coração da mesma


maneira. Ele sabia que as crianças estavam melhorando porque as lembranças


que tinham da mãe estavam lentamente desaparecendo. Eles eram muito novos


quando a perderam — tinham 4 e 3 anos, respectivamente — e significava que,


algum dia, sua mãe se tornaria mais um conceito do que uma pessoa para eles.


Era inevitável, claro, mas não parecia certo para Poncho o fato de que nunca se


lembrariam do riso de Carly, ou do carinho com o qual ela os segurava nos


braços quando eram bebês, ou que nunca soubessem o quanto ela os amara.


Ele nunca foi muito adepto da fotografia. Era sempre Carly que pegava a


câmera, e, consequentemente, havia dúzias de fotografias com Poncho e as


crianças. Apenas algumas incluíam Carly. Embora ele fizesse questão de folhear


o álbum com Josh e Kristen enquanto falava da mãe deles, Pocho começava a


suspeitar de que as histórias estavam se tornando exatamente isso: histórias. As


emoções que acompanhavam aquelas imagens eram como castelos de areia em


meio à maré, lentamente se dissolvendo na água do mar. A mesma coisa estava


acontecendo com o retrato de Carly que estava pendurado em seu quarto. Em


seu primeiro aniversário de casamento, ele contratou um profissional para


fotografá-la, apesar dos protestos. Ele ficou feliz por ter feito aquilo. Na foto, ela


parecia linda e independente, a mulher forte que havia conquistado seu coração.


À noite, depois que seus filhos estavam na cama, ele ocasionalmente passava


longos momentos olhando para a imagem de sua esposa, com suas emoções em


um turbilhão. Mas Josh e Kristen mal percebiam que aquele retrato existia.


Ele pensava nela com frequência e sentia saudade do companheirismo que


tinham entre si e da amizade que havia sido o alicerce sobre o qual o casamento


fora construído. E quando se atrevia a ser honesto consigo mesmo, ele sabia que


queria ter aquilo tudo novamente. Poncho se sentia muito sozinho, embora se


incomodasse em ter que admitir aquilo. Durante vários meses depois de tê-la


perdido, simplesmente não conseguia imaginar que viesse a se relacionar com


outra pessoa, nem mesmo via a possibilidade de voltar a amar alguém. Mesmo


depois de um ano, aquele era o tipo de pensamento que ele se forçava a afastar


da mente. A dor ainda era muito recente, e as lembranças dos dias vividos com


Carly eram fortes demais. Passados alguns meses, levou as crianças ao aquário


municipal e, quando estavam em frente ao tanque com os tubarões, ele começou


a conversar com uma mulher jovem e atraente que estava ao seu lado. Como


ele, a mulher também havia trazido seus filhos e, como ele, também não usava


aliança no dedo. Os filhos dela tinham a mesma idade de Josh e Kristen, e,


enquanto os quatro pequenos estavam distraídos apontando para os peixes, ela riu


de alguma coisa que ele disse, o que fez Poncho sentir uma fagulha de atração —


algo que o fez lembrar daquilo que um dia sentiu. Depois de algum tempo, a


conversa chegou ao fim e os dois se afastaram em direções opostas. Mesmo


assim, quando estavam saindo do aquário, ele a viu mais uma vez. Ela acenou


para ele e, durante um instante, ele considerou correr até ela para pedir o


número do seu telefone. Mas não chegou a fazer isso e, um momento depois, ela


entrou no carro e saiu do estacionamento. Poncho nunca mais voltou a vê-la.


Naquela noite ele esperou que uma onda de remorso e arrependimento


viesse tomar conta dos seus pensamentos, mas, estranhamente, isso não


aconteceu. E o que fez no aquário também não lhe pareceu errado. Em vez disso,


pareceu-lhe algo... normal. Uma coisa que não era excitante, ou alarmante, mas


normal e, de algum modo, ele percebeu que estava começando a superar o que


havia acontecido. É claro, aquilo não significava que ele estava pronto para


mergulhar de cabeça na vida de solteiro. Se acontecesse, tudo bem. E se não


acontecesse? Ele imaginava que só pensaria em atravessar aquela ponte quando


chegasse até ela. Estava disposto a esperar até encontrar a pessoa certa, alguém


que não somente trouxesse a alegria de volta à sua vida, mas que amasse seus


filhos tanto quanto ele os amava. Entretanto, ele sabia que, nesta cidade, as


chances de encontrar uma pessoa assim eram ínfimas. Southport era pequena


demais. Quase todas as pessoas que ele conhecia estavam casadas, aposentadas


ou frequentando alguma das escolas locais. Não havia muitas mulheres solteiras


na cidade, especialmente mulheres que aceitassem os filhos que ele já tinha. E,


com certeza, esse era o detalhe que dificultava tudo. Ele poderia se sentir sozinho,


poderia estar carente e querendo companhia, mas não estava disposto a


sacrificar o bem-estar de seus filhos para conseguir isso. Eles já haviam passado


por muitas dificuldades e sempre seriam a prioridade na vida de Poncho.


Mesmo assim... havia uma possibilidade, ele imaginava. Outra mulher


despertava seu interesse, embora ele não soubesse quase nada a seu respeito,


exceto que era solteira. Ela vinha à sua loja uma ou duas vezes por semana,


desde o começo de março. Na primeira vez que a viu, ela estava muito magra e


pálida, quase raquítica e digna de pena. Normalmente, ele não olharia duas vezes


para ela. As pessoas que passavam pela cidade frequentemente iam à loja para


comprar refrigerantes, gasolina ou salgadinhos; ele raramente voltava a ver


aquelas pessoas. Mas aquela mulher não queria nada disso. Em vez disso, ela


mantinha a cabeça baixa enquanto andava pelos corredores de verduras e


legumes, como se tentasse passar despercebida, como um fantasma em forma


humana. Infelizmente, para ela, aquilo não funcionava. Ela era atraente demais


para não ser notada. Ainda não devia ter feito 30 anos, ele imaginou, e seu cabelo


castanho tinha um corte irregular na altura dos ombros. Ela não usava


maquiagem, tinha as maçãs do rosto proeminentes e seus olhos grandes e


arredondados lhe davam uma aparência elegante, embora um pouco frágil.


Quando ela veio até a caixa registradora, ele percebeu que, de perto, ela era


ainda mais bonita do que ele havia notado enquanto andava entre os corredores.


Tinha olhos de um azul vibrante salpicado com tons dourados, e seu


sorriso breve e distraído desapareceu tão rapidamente quanto surgiu. Sobre o


balcão, ela não colocou nada além do estritamente necessário: café, arroz, aveia


em flocos, macarrão, pasta de amendoim e alguns artigos de higiene pessoal. Ele


pressentiu que, se iniciasse uma conversa, iria deixá-la desconfortável, e preferiu


somar o preço dos produtos em silêncio. Enquanto se ocupava com os preços, ele


ouviu-a falar pela primeira vez.


— Você tem feijões? Que não sejam daqueles enlatados?


— Lamento. Não costumo ter esse tipo em estoque — respondeu ele.


Enquanto guardava as compras dela em uma sacola, percebeu que ela


olhava pela janela, distraidamente, mordendo seu lábio inferior. Por algum


motivo, teve a estranha impressão de que ela estava a ponto de chorar.


Ele limpou a garganta. — Se é algo que você vai precisar regularmente, eu


posso falar com meus fornecedores e trazer alguns pacotes aqui para a loja.


Preciso apenas saber de que tipo você gosta.


— Não quero incomodar — disse ela.


Quando ela respondeu, sua voz não era mais alta do que um murmúrio.


Ela pagou a conta com notas de baixo valor e, depois de pegar a sacola


plástica, saiu da loja. Para sua surpresa, ela continuou andando depois de sair do


estacionamento, e foi naquele momento que ele percebeu que ela não havia


chegado ali de carro. Aquilo só fez aumentar sua curiosidade.


Na semana seguinte havia feijões na loja. Alex havia encomendado três


tipos: feijão carioca, feijão-cavalo e favas, embora apenas um pacote de cada.


Quando ela voltou, ele fez questão de mencionar que os feijões estavam na


prateleira inferior no canto, ao lado do arroz. Trazendo os três pacotes até a caixa


registradora, ela perguntou se ele teria uma cebola. Alex apontou para um


pequeno saco de cebolas que estava em uma cesta ao lado da porta, mas ela


balançou a cabeça.


— Só preciso de uma — murmurou ela, quase como se pedisse desculpas,


com um sorriso hesitante. Suas mãos tremiam enquanto ela contava as notas e,


novamente, foi embora a pé.


Desde então, sempre havia feijões em estoque, sempre havia a


possibilidade de comprar uma cebola que não estivesse dentro de um pacote com


outras e, nas semanas que se seguiram àquelas duas primeiras visitas, ela acabou


se tornando uma cliente regular. Embora ainda não falasse muito, ela parecia


menos frágil e menos nervosa conforme o tempo passava. As olheiras dela


estavam gradualmente desaparecendo e ela chegara a ganhar um pouco de cor


durante os meses recentes, em que houve vários dias de tempo bom. Até um


pouco de peso ganhara — não muito, mas o bastante para suavizar suas feições


delicadas. Sua voz também estava mais forte e, embora esse fato não


demonstrasse qualquer sinal de que estivesse interessada nele, aquela garota já


conseguia olhá-lo nos olhos por mais alguns momentos antes de finalmente virar


o rosto. Eles não haviam avançado muito além de frases como “Encontrou tudo o


que estava procurando?” e “Sim, obrigada”, mas, em vez de fugir da loja como


um cervo perseguido por caçadores, ela às vezes circulava mais tempo por entre


os corredores e havia até mesmo começado a conversar com Kristen quando as


duas estavam sozinhas. Foi a primeira vez que ele a viu baixar a guarda. Sua


atitude tranquila e expressão aberta demonstravam que ela tinha afeto por


crianças, o que o fez pensar que ele vira a mulher que outrora ela fora e que


poderia voltar a ser, dependendo das circunstâncias. Da mesma forma, Kristen


parecia ter visto algo diferente naquela mulher. Depois que ela saiu, sua filha


disse que havia feito uma nova amiga e que ela se chamava senhorita Annie.


Mesmo assim, isso não significava que ela se sentia confortável na presença


de Alex. Na semana passada, depois de ter conversado despreocupadamente


com Kristen, ele a vira lendo as contracapas dos livros em estoque na loja. Ela


não comprou nenhum e, quando lhe perguntou casualmente se estava procurando


por algum autor em particular, Poncho notou um lampejo do velho nervosismo.


Percebeu que não devia ter mencionado que a observara.


— Deixe para lá — disse ele, acrescentando rapidamente: — Não é


importante.


Quando ela saiu pela porta, entretanto, parou por um momento, com a


sacola de compras junto ao corpo. Virou-se levemente na direção dele e


murmurou: — Eu gosto de Dickens.


Ao dizer aquilo, ela abriu a porta e se foi, caminhando pela rua.


Ele vinha pensando nela cada vez mais frequentemente desde então, mas


eram pensamentos vagos, cercados por mistério e tingidos pelo desejo de


conhecê-la melhor. Não que ele soubesse como fazer aquilo. Além do ano em


que cortejou Carly, ele nunca fora muito bom no jogo do romance. Durante a


faculdade, entre o tempo que dedicava à prática da natação e as aulas, tinha


poucas oportunidades para sair com garotas. Enquanto esteve no exército, ele se


dedicou totalmente à sua carreira, trabalhando bastante e sendo transferido de


uma base para outra com cada promoção que recebia. Embora tivesse saído


com algumas mulheres, em sua maioria eram romances efêmeros, que


começavam e terminavam no quarto. Às vezes, fazendo um retrospecto de sua


vida, ele mal reconhecia o homem que costumava ser — e ele sabia que Carly


fora a responsável por aquelas mudanças. Sim, às vezes era difícil reconhecerse,


e, sim, ele se sentia sozinho. Poncho sentia saudades de sua esposa e, embora


nunca tivesse contado a ninguém, ainda havia momentos em que podia jurar que


sentia a presença dela por perto, cuidando dele e fazendo de tudo para que ele


ficasse bem.


 


 


 


 


Se tiver algum comentário eu posto outro cap. O que estão achando do livro.


Beijooos :)



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Autor(a): dara_goulart

Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).

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DEVIDO AO TEMPO EXCELENTE QUE FAZIA, a loja estava mais movimentada do que o habitual naquele domingo. Quando Poncho destrancou a porta, às 7 da manhã, já havia três barcos amarrados no ancoradouro esperando para que a bomba de gasolina fosse ligada. Como já era típico, enquanto pagavam pela gasolina, os donos dos barcos aproveita ...


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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 6



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  • Juliana_ Postado em 11/05/2016 - 23:13:11

    Nossa susto o Poncho levou Continua a fic está muito legalllllllllllllllllllllllllllllll

  • Juliana_ Postado em 07/05/2016 - 00:08:20

    Ser não foi muito em comodo diminui um pouco os capítulos CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a fic esta ficando legallllllllllll

  • Postado em 06/05/2016 - 23:51:06

    Ser não foi muito em comodo diminui um pouco os capítulos CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a fic esta ficando legallllllllllllllllllllll

  • Juliana_ Postado em 05/05/2016 - 23:42:30

    Obrigado posta mais louca que Anahí e Poncho se conhecem CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

  • dara_goulart Postado em 05/05/2016 - 21:03:10

    AI Q EMOÇÃO KKKKKKK vou postar outro daqui a pouco só pq vc comentou bjzzzz

  • Juliana_ Postado em 05/05/2016 - 17:33:17

    Oieeee 1° a comentar CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA


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