Fanfic: Um Porto Seguro | Tema: rbd RBD ponny AyA aya anahi alfonso
DEVIDO AO TEMPO EXCELENTE QUE FAZIA, a loja estava mais movimentada do que
o habitual naquele domingo. Quando Poncho destrancou a porta, às 7 da manhã, já
havia três barcos amarrados no ancoradouro esperando para que a bomba de
gasolina fosse ligada. Como já era típico, enquanto pagavam pela gasolina, os
donos dos barcos aproveitavam para comprar petiscos, bebidas e sacos de gelo
para levar nos barcos. Roger — que estava trabalhando na churrasqueira, como
sempre — não teve um minuto de folga desde que colocou seu avental, e as
mesas estavam cheias de gente comendo salsichas empanadas, cheesebúrgueres
e pedindo alguma dica sobre o mercado de ações.
Geralmente, Poncho ficava no comando da caixa registradora até o meio-dia,
quando passaria as rédeas a Joyce. Assim como Roger, Joyce era uma
funcionária que facilitava muito o trabalho de cuidar da loja. Joy ce, que havia
trabalhado no tribunal até o dia de sua aposentadoria, veio “de presente” com a
loja, por assim dizer. O sogro de Poncho a contratara havia dez anos e agora,
mesmo contando 70 anos de idade, ela não dava qualquer sinal de que quisesse
levar uma vida mais tranquila. Seu marido morrera alguns anos antes, seus filhos
haviam se mudado para outras cidades e ela tratava os clientes como se fossem
sua verdadeira família. Joyce era tão característica da loja como os produtos nas
prateleiras.
Além disso, ela entendia que Poncho precisava passar o tempo com seus
filhos, longe da loja, e não se incomodava de ter que trabalhar aos domingos.
Assim que chegava, ia direto para trás do balcão onde estava a caixa registradora
e dizia a Poncho que ele podia ir para casa, parecia ser realmente a chefe do lugar
em vez de uma das funcionárias. Joyce também era a babá, a única pessoa em
quem ele confiava para ficar com as crianças se ele tivesse que sair da cidade.
Aquilo não era comum — acontecera apenas duas vezes nos últimos dois ou três
anos, quando ele se encontrara com um velho amigo dos tempos do exército em
Raleigh — mas Poncho reconhecia que Joyce fora uma das melhores coisas que já
acontecera em sua vida. Quando ele precisava dela, Joyce sempre estava pronta
para ajudar.
Enquanto esperava pela chegada de Joyce, Poncho andou pela loja,
verificando as prateleiras. O sistema informatizado era ótimo para gerenciar o
inventário, mas ele sabia que fileiras de números nem sempre contavam toda a
história. Às vezes, achava que tinha uma noção melhor do que precisava ser
reposto se realmente olhasse as prateleiras para verificar o que havia sido
vendido no dia anterior. O sucesso de uma loja exigia que as mercadorias fossem
repostas o mais rapidamente possível, e aquilo significava que, vez por outra,
tinha que oferecer produtos que nenhuma outra loja oferecia. Ele tinha compotas
e geleias caseiras, temperos em pó feitos com base em “receitas secretas” e que
davam mais sabor às carnes e aos cortes de porco e uma boa variedade de frutas
e vegetais enlatados produzidos nas redondezas. Até mesmo pessoas que faziam
compras regularmente em supermercados como o Food Lion ou o Piggly
Wiggly vinham frequentemente dar uma olhada na loja de Alex para comprar
os produtos especiais que ele fazia questão de manter em estoque.
Ainda mais importante do que o volume de vendas de um produto, ele
gostava de saber sobre quando certos produtos eram vendidos, algo que não
aparecia necessariamente nas suas planilhas. Poncho havia percebido, por exemplo,
que o pão para cachorro-quente vendia muito bem aos fins de semana, mas
raramente saía das prateleiras durante a semana; com pães tradicionais, era o
oposto. Percebendo isso, aproveitou para manter mais unidades de cada um deles
em estoque quando a demanda aumentava, e as vendas cresceram. Não era
muito, mas o dinheiro extra o ajudava a manter sua pequena loja lucrando
enquanto as grandes cadeias de lojas e supermercados tiravam a maioria das
pequenas empresas locais do mercado.
Enquanto examinava as prateleiras, ele começou a imaginar o que iria fazer
com as crianças naquela tarde, e decidiu levá-las para um passeio de bicicleta.
Carly sempre gostou de colocar as crianças em um carrinho de bebê
especialmente feito para ser conectado à sua bicicleta e de pedalar em direção à
cidade. Mas um passeio daqueles não era o bastante para ocupar a tarde toda.
Talvez eles pudessem ir de bicicleta até o parque... talvez fosse algo que eles
quisessem fazer. Com uma rápida olhada em direção à porta da frente para ter
certeza de que ninguém estava prestes a entrar na loja, ele correu até o cômodo
que servia como depósito na parte de trás da loja e colocou a cabeça para fora
de uma janela. Josh estava pescando no ancoradouro, a coisa que ele mais
gostava de fazer na vida. Alex não gostava de deixá-lo sozinho ali fora — ele não
tinha dúvidas de que algumas pessoas o considerariam um péssimo pai por
permitir que aquilo acontecesse —, mas Josh sempre ficava no campo de visão
das câmeras de segurança e Poncho podia vê-lo no monitor que ficava ao lado da
caixa registradora. Era uma das regras da família e Josh sempre a respeitara.
Kristen, como de costume, estava sentada em sua mesinha atrás do balcão da
registradora. Ela havia separado as roupinhas da boneca em diferentes pilhas e
parecia alegre em trocar as roupas da boneca de um modelo para o outro. A
cada vez que finalizava, ela olhava para Poncho com uma expressão alegre e
inocente, e perguntava ao papai se ele achava que a boneca continuava bonita.
Como se fosse possível para Poncho dizer que não achava.
Menininhas. Elas conseguiam amaciar os corações mais embrutecidos.
Poncho estava organizando alguns dos frascos de condimentos quando ouviu
soar a campainha que tocava quando um cliente abria a porta da loja.
Levantando a cabeça por cima da gôndola, ele viu Annie entrar na loja.
— Oi, senhorita Annie — disse Kristen, aparecendo por trás da caixa
registradora. — Você gosta das roupas que eu coloquei na minha boneca?
Do lugar onde estava, ele mal conseguia ver a cabeça de Kristen por cima
do balcão, mas ela trazia nas mãos... Vanessa? Rebeca? Qualquer que fosse o
nome da boneca de cabelos castanhos. E a segurava para o alto para queAnnie
pudesse vê-la.
— Ela está linda, Kristen — respondeu Annie. — Esse vestido é novo?
— Não, eu o ganhei faz algum tempo. Mas ela não o usou nos últimos dias.
— Qual é o nome dela?
— Vanessa — disse ela.
“Vanessa”, pensou Alex. Quando ele elogiasse Vanessa mais tarde,
pareceria um pai bem mais atencioso.
— Foi você que deu esse nome a ela?
— Não, ela já veio com esse nome. Pode me ajudar a calçar as botas nela?
Eu não consigo puxá-las até os joelhos.
Poncho observava quando Kristen entregou a boneca para Anniee quando a
cliente começou a calçar a boneca com as botas de plástico flexível. Por
experiência própria, Poncho sabia que era mais difícil do que parecia. Uma
garotinha não teria condições de puxar as botas para que se encaixassem. Ele
teve dificuldades para fazer aquilo, mas, de algum modo,Annie fez com que tudo
parecesse bem fácil. Ela devolveu a boneca e perguntou: — O que acha?
— Está linda. Você acha que seria bom colocar um casaco nela?
— Não está tão frio lá fora.
— Eu sei, mas Vanessa é meio friorenta às vezes. Eu acho que ela vai
precisar de um.
A cabeça de Kristen sumiu por trás do balcão e logo voltou a aparecer. —
Qual ficaria melhor nela? Um azul ou um roxo?
Annie colocou um dedo na boca, analisando os casacos com uma expressão
séria. — Acho que o roxo vai ficar mais bonito.
Kristen assentiu. — É o que eu estava pensando também. Obrigada.
Annie sorriu antes de desviar o olhar, e Poncho concentrou sua atenção nas
mercadorias antes que ela percebesse que ele a observava. Com o canto dos
olhos, ele viu Annie pegar uma pequena cesta de compras antes de ir para um
outro corredor.
Poncho voltou para o balcão da caixa registradora. Quando ela o viu, ele
acenou amigavelmente. — Bom dia.
— Oi — ela tentou colocar uma mecha de cabelo por trás da orelha, mas
era curta demais para ficar no lugar. — Só preciso pegar algumas coisas.
— Me avise se não conseguir encontrar algo de que precisa. Às vezes os
produtos são remanejados.
Ela fez que sim com a cabeça antes de continuar a andar pelo corredor.
Quando Poncho assumiu seu posto atrás da caixa registradora, ele deu uma rápida
olhada na tela do monitor. Josh estava pescando no mesmo lugar enquanto um
barco se aproximava lentamente do ancoradouro.
— O que você acha, papai? — perguntou Kristen enquanto puxava a barra
das calças dele com uma mão e segurava a boneca com a outra.
— Oh, ela está linda — disse Poncho, agachando-se ao lado dela. — E gostei
bastante do casaco também. Vanessa é meio friorenta, não é?
— É, sim. Mas ela me disse que quer brincar no balanço, então
provavelmente vai ter que se trocar.
— É uma ótima ideia. Talvez possamos ir ao parque depois do almoço. Se
você quiser brincar no balanço também — propôs Poncho.
— Não quero brincar no balanço. É a Vanessa que quer. E é só no faz de
conta, papai.
— Ah, tudo bem — disse ele, levantando-se. “Lá se vai o passeio no
parque”, pensou ele.
Perdida em seu próprio mundo, Kristen começou a despir a boneca
novamente. Poncho deu uma olhada no monitor para ver onde Josh estava, bem no
momento em que um adolescente entrou na loja, trajando apenas uma bermuda.
Ele lhe entregou um maço de notas.
— Para a bomba de gasolina no ancoradouro — disse ele, antes de correr
para fora. Poncho registrou a compra da gasolina e acionou a bomba enquanto
Annie vinha até a caixa registradora. Quando ela olhou por cima do balcão para
ver onde Kristen estava, Poncho percebeu a mudança da cor dos olhos dela.
— Encontrou tudo o que precisava?
— Sim, obrigada.
Ele começou a guardar as compras que ela fez em uma sacola plástica. —
Meu livro favorito de Dickens é Grandes esperanças — disse ele, tentando
parecer amistoso enquanto colocava os produtos na sacola. — Qual é o seu?
Em vez de responder imediatamente, ela pareceu se assustar por ele ter
lembrado que ela havia dito que gostava de Dickens.
— Um conto de duas cidades — respondeu ela, com a voz suave.
— Gostei desse também. Mas é uma história triste.
— Sim. É por isso que eu gosto dela.
Como ele sabia que ela voltaria para casa a pé, ele colocou mais uma
sacola ao redor da primeira.
— Eu imagino que, como você já conhece a minha filha, é hora de eu me
apresentar. Meu nome é Alfonso.Alfonso Herrera. Mas pode me chamar de Poncho.
— O nome dela é senhorita Annie — disse Kristen por trás dele. — Mas eu
já lhe falei isso, não lembra?
Poncho olhou para Kristen por cima do seu ombro. Quando se voltou para
Annie, ela estava sorrindo enquanto lhe entregava o dinheiro.
— Apenas Annie — disse ela.
— Prazer em conhecê-la, Annie.
Ele tocou nas teclas e a gaveta da registradora se abriu com o som de uma
sineta. — Imagino que você more aqui perto.
Ela nunca conseguiu responder. Em vez disso, quando Poncho olhou para
cima, percebeu que os olhos dela haviam se arregalado pelo medo. Virando-se
para trás, ele percebeu o que ela havia visto no monitor que estava atrás dele:
Josh havia caído na água, ainda vestindo suas roupas, e se debatia, agitando os
braços em pânico. Poncho sentiu sua garganta se fechando repentinamente e
começou a se mover por instinto. Ele saiu correndo de trás do balcão, passando
em disparada pela loja e pelo depósito. Ao abrir a porta, esbaforido, esbarrou em
um caixote de toalhas de papel, derrubando-o no chão, mas não diminuiu o passo.
Poncho abriu a porta dos fundos com toda a força, sentindo a adrenalina lhe
correr pelo corpo enquanto saltava por sobre alguns arbustos, encurtando o
caminho até o ancoradouro. Chegou sobre a estrutura de madeira correndo a
toda velocidade. Quando tomou impulso e saltou, Poncho conseguiu ver Josh na
água, agitando os braços.
Com o coração batendo forte contra as costelas, Poncho voou pelo ar e atingiu
a água bem perto de onde Josh estava. A profundidade não era grande — menos
de dois metros, ele imaginava — e, ao sentir os pés encostarem no fundo
lamacento, afundou até os tornozelos. Ele lutou para voltar à superfície e sentiu a
pressão nos seus braços quando os estendeu para pegar Josh.
— Pronto, peguei você! — gritou ele. — Peguei você!
Mas Josh estava se debatendo e tossindo, sem conseguir recobrar o fôlego.
Poncho teve que se esforçar para contê-lo enquanto o trazia de volta para a parte
mais rasa da água. Depois, com um esforço imenso, levou Josh para a margem
coberta pela grama, com as alternativas lhe correndo pela mente: massagem
cardíaca, respiração boca a boca, ou tentar forçar Josh a expelir a água que
havia engolido. Ponho tentou fazer com que o filho deitasse de costas, mas o
menino resistia. Ele se debatia e tossia, e embora ambos ainda estivessem
dominados pelo pânico, aquela reação significava que Josh ficaria bem.
Poncho não sabia quanto tempo levara — talvez apenas alguns segundos, mas
parecia ter demorado bem mais —, até que Josh finalmente, ao tossir, cuspisse
um jato d’água e pela primeira vez conseguiu recobrar o fôlego. Ele respirou
fundo e voltou a tossir; inalou mais uma vez e tossiu novamente, embora, desta
vez parecesse mais como se ele estivesse limpando a garganta. Ele puxou o ar
mais algumas vezes, ainda afetado pelo pânico, e foi somente então que o garoto
pareceu perceber o que havia acontecido.
Ele se aproximou de seu pai e Poncho o abraçou com força. Josh começou a
chorar, com os ombros tremendo. Poncho sentiu seu estômago embrulhar ao pensar
no que poderia ter acontecido. E se ele não tivesse percebido que Annie estava
olhando para o monitor? E se mais um minuto tivesse se passado? As respostas
para aquelas perguntas faziam com que ele tremesse tanto quanto Josh.
Depois de alguns minutos, o choro de Josh começou a diminuir e ele disse
suas primeiras palavras desde que Poncho o tirou da água.
— Me desculpe, papai — disse ele, entre soluços.
— Me desculpe também — sussurrou Poncho. Ele continuou abraçando seu
filho, temendo que, se ele o soltasse, de algum modo o tempo começasse a
retroceder e que, se aquilo acontecesse de novo, o resultado pudesse ser
diferente.
Quando finalmente conseguiu afrouxar os braços ao redor de Josh, Pocho viu
que havia um grupo de pessoas olhando para eles atrás da loja. Roger estava lá,
assim como os clientes que estavam comendo perto da churrasqueira. Outros
dois clientes esticavam os pescoços, provavelmente recém-chegados. E, é claro,
Kristen estava lá também. Ele repentinamente voltou a se sentir um pai terrível,
porque ele viu que sua garotinha estava chorando, com medo, e precisando dele,
mesmo que estivesse aninhada nos braços de Annie.
Autor(a): dara_goulart
Esta é a unica Fanfic escrita por este autor(a).
Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 6
Para comentar, você deve estar logado no site.
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Juliana_ Postado em 11/05/2016 - 23:13:11
Nossa susto o Poncho levou Continua a fic está muito legalllllllllllllllllllllllllllllll
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Juliana_ Postado em 07/05/2016 - 00:08:20
Ser não foi muito em comodo diminui um pouco os capítulos CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a fic esta ficando legallllllllllll
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Postado em 06/05/2016 - 23:51:06
Ser não foi muito em comodo diminui um pouco os capítulos CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA a fic esta ficando legallllllllllllllllllllll
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Juliana_ Postado em 05/05/2016 - 23:42:30
Obrigado posta mais louca que Anahí e Poncho se conhecem CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
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dara_goulart Postado em 05/05/2016 - 21:03:10
AI Q EMOÇÃO KKKKKKK vou postar outro daqui a pouco só pq vc comentou bjzzzz
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Juliana_ Postado em 05/05/2016 - 17:33:17
Oieeee 1° a comentar CONTINUAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA