Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria 

Uma semana depois...

Hoje era sexta-feira, era minha folga da semana e também não teria aula na faculdade, ou seja, era meu tempo livre, certo? Errado! Estava na cozinha preparando muitos bolos.

E falando no celular com Pablo.

Dulce: Tá. Mas ela ainda se recusa a falar com você? - sentei na cadeira da bancada mexendo na massa com uma mão e na outra segurava o celular.

Pablo: Ela me odeia. Toda vez que tento me aproximar, ela me chama de aberração e diz que não sou mais o filho dela. - falou triste.

Dulce: Nossa..não sei nem o que dizer. Já se passou um bom tempo, desde que ela descobriu tudo.

Pablo: Já estou me acostumando com o fato de que minha mãe irá me odiar pra sempre Dul. - suspirou - Os pais do Gael são de boa, o aceitaram sem briga ou confusão e nada mudou entre eles, sei que minha mãe foi criada diferente, mas por que ela não pode me aceitar?

Dulce: A única coisa que posso te dizer é que ela te ama, mesmo dizendo ao contrário, te xingando, te afastando dela, ela continua te amando. Você é o filho dela Pablo, não tem um laço maior que esse ou um amor maior. 

Falando desse jeito, nem parece que sou orfã. Que jamais soube o que era um abraço paterno ou um beijo materno. Nunca nunca tive isso.

Pablo: Se me ama, por que me rejeita?

Dulce: Talvez seja o jeito dela de lidar com isso, não sei, mas não estou muito diferente que você. Dona Clarice só fala comigo referente a trabalho.

Pablo: A padaria está um sucesso. E tudo por sua causa.

Dulce: Que isso..- ri deixando a massa de lado - Tudo na padaria é bom.

Pablo: Seus bolos são mais.

Dulce: Estou recebendo muita encomenda, daqui a pouco vou ter que limitar os pedidos por semana, não tenho muito tempo, trabalho, estudo e isso leva todo meu tempo.

Pablo: Faz isso. Vai melhorar pra você futura doutora Dulce Maria.

Suspirei.

Dulce: Um dia. Um dia vou ser doutora. - sorri.

Pablo: E Christopher?

Dulce: Ele foi ao banco, tinha que resolver umas coisas lá. 

Pablo: Certo. Vou desligar, não quero mais tomar seu tempo.

Quando desligamos, levei a massa ao forno e lavei minhas mãos. Encarei os quatros bolos prontos na bancada, ia esperar a massa assar e aí fazer as coberturas e decorar todos eles. Voltei para sala vendo Julie ao lado da piscina, na espreguiçadeira tomando um sol e lendo um livro, usava um biquíni e a barriguinha de dois meses e meio estava começando a aparecer.

Sorri.

Ela estava linda.

Me aproximei e sentei ao lado dela.

Dulce: Já tomou água hoje? - perguntei.

Julie: Sim. - fechou o livro - Uma garrafa inteira. - sorriu.

Dulce: Essa barriguinha linda. - toquei na barriga - Meu afilhado ou afilhada já está querendo que todos notem sua presença. - sorri.

Julie: Do nada já cresceu, né? - riu.

Dulce: Vai crescer mais daqui algumas semanas. - tirei minha mão e deitei igual julie na espreguiçadeira.

Julie: Já terminou na cozinha?

Dulce: Falta fazer a cobertura e decorar. 

Julie: Posso te ajudar? Brayan está trancando no escritório. E esse livro está chato. - falou com tédio.

Dulce: Claro. 

Ficamos olhando a imensidão do mar.

A vista era incrível. Podíamos ficar horas e horas olhando. Já passava das nove horas da manhã, minhas irmãs estavam no trabalho, Christopher no banco, hoje o dia e a noite estava livre, não tinha nada urgente.

Apenas um trabalho para entregar na próxima semana. Era melhor fazer logo assim que terminar os bolos, já adiantava o tempo. O professor que passou era muito chato.

Muito chato mesmo. 

Falando em professor, assim que chegamos em casa depois do leilão, contei à Christopher sobre o tapa que dei na mãe dele e sobre Igor. Em relação a mãe dele, ele me entendeu mas mesmo assim pedi desculpas à ele, afinal, era a mãe dele. Já em relação ao Igor, Christopher não gostou nada de saber que o professor vêm fletando comigo já tem um tempo e que eu não disse nada.

Mas veja bem, no começo não era nada demais, mas depois foi ficando mais sério, Christopher era ciumento e eu não queria confusão, por isso, naquela noite no leilão deixei claro para Igor que nunca íamos ter nada, mas Christopher me encontrou e percebeu na hora que ele estava a fim de mim.

Enfim, ele pediu para que eu não fizesse isso novamente e que se Igor não parasse, ele mesmo ia fazer meu professor parar. E era por isso, que eu não falei nada antes, não ia deixar uma confusão acontecer, já basta de confusões com a mãe e o pai dele.

Mas ele poderia ficar relaxado, porque desde da minha conversa com Igor, ele tinha mudado. Não me elogiava mais ou falava da minha vida pessoal e nem me dava atenção demais como antes, a única coisa que não mudava era os olhos azuis em cima de mim.

Mas isso eu já não podia fazer nada.

Os olhos eram dele, ele tinha o direito de olhar para quem quisesse.

Julie: Estou com fome. - comentou.

Dulce: Você comeu bem no café.

Julie: Mas continuo com fome.

Dulce: Espera o almoço. Vou fazer algo bem saudável pra vocês.

Julie: Te amo Dul. - sorriu.

Dulce: Também te amo Julie.

Julie: Você ama o meu irmão, né?

A encarei.

Dulce: Com todas as minhas forças, com todo meu coração. - sorri - Ele é o amor da minha vida.

O sorriso de Julie foi enorme.

Julie: Já falou isso pra ele?

Dulce: Não. E nem pretendo tão cedo.

Julie: Mas por quê?

Dulce: Julie, o seu irmão nunca tinha namorado antes de mim, tudo pra ele é novo e não quero confudi-lo, entende? Também não quero apressar nada.

Julie: Entendo. Mas deveria se declarar pra ele. Não deve guardar o que sente.

Dulce: Não quero assusta-lo, estamos tão bem. - suspirei. - Promete que não vai falar nada do que te disse hoje pra ele? - pedi juntando minhas mãos.

Julie: Nunca falaria sem a sua permissão cunhadinha. - sorriu.

Dulce: Obrigada.

Julie: Mas acho que deveria falar e do melhor jeito...na cama. - riu.

Dulce: Julie! - neguei.

Essa garota tinha um língua maior que a boca, sempre falava umas coisas que só por Deus. Acabei rindo.

Olhei para o corpo dela e me lembrei de algo.

Dulce: Julie? 

Julie: O quê? 

Dulce: Christopher me disse que todos os Uckermann de sangue tem um sinal pelo corpo, mas não vejo o seu.

Julie: Verdade. Richard, o tarado do meu pai, nasceu na coxa, Christopher nasceu na bunda, Lucy na nuca e eu bom, no meu seio direito. - dessamarrou o laço do biquíni.

Dulce: Não precisa mostrar.

Julie: Mas eu quero. - sorriu baixando apenas o lado direito do biquíni revelando seu seio e o pequeno sinal que lembrava demais uma folhinha de uma árvore. - O sutiã e o biquíni escondem muito bem.

Dulce: Eu acho fofo esse sinal. - sorri.

Julie: Esse sinal pode nascer em qualquer parte no corpo. - colocou de volta o biquíni e o amarrou - E só os Uckermann realmente de sangue têm, só a família sabe disso, a mídia não tem nenhuma noção disso.

Dulce: Todas as vezes que olho esse sinal, tenho a sensação que já vi um desse, mas não consigo me lembrar. 

Julie: Pode ter visto um parecido.

Neguei.

Dulce: Não. Tenho certeza que era esse mesmo. - neguei - Mas não lembro onde ou em quem.

Julie: Bom, se lembrar você me diz. - sorriu - Pode ser meu irmão perdido. - brincou.

Mordi os lábios.

Christopher Uckermann 

Entrar em bancos me dava calafrios, vinha tudo na minha mente, cada detalhe do assalto, foi o pior dia da minha vida, mas ao mesmo tempo o melhor, porque conheci Dulce. Não fui ao mesmo banco que do assalto, fui em outro da mesma agência, mas em local diferente.

Percebi paparazzi do outro lado da rua quando entrei no banco. Foi um milagre não terem descoberto que fui uma das vítimas daquele assalto, era por isso, que não queria falar que estava no Brasil, enquanto não contasse nada, poderia viver com privacidade, agora que contei minha privacidade acabou.

O gerente me atendeu com bajulação, tentei descobrir se eram eles que estavam tirando o dinheiro que estava vinculada à agência, mas ele me entregou todos os comprovantes de todos os saques que a própria agência tirava da conta, eram apenas taxas da conta, nada fora do normal.

Já estava procurando outro sistema operacional de segurança, tinha trocado todas as senhas e colocado algumas só para garantir a dificuldade de quem pudesse me roubar. Teria que arranjar outro meio de descobrir todos esses desfalques. De ałgum jeito.

Quando sai no banco, quase bati de frente na mulher que entrava. Ela me olhou e sorriu surpresa.

Bufei.

Christopher: Está me seguindo?

Anahí: Acha mesmo que vou ficar te seguindo? - riu - Sou ocupada Chris, na verdade, eu diria que o destino está juntando nós dois.

Christopher: Me chame de Christopher, porque não te dei intimidade para me chamar pelo apelido.

Anahí: Não me deu intimidade? - riu como se eu tivesse contado uma piada  pra ela - É sério que disse isso mesmo? - negou - Aquela noite em Los Angeles discorda, tivemos muita intimidade. Por horas aliás...

Christopher: Isso tem tanto tempo Anahí. Não consegue esquecer? Já nem lembro mais daquilo.

O pior erro da minha vida foi ter agido com a cabeça de baixo. Motivado pelo álcool também. Mas eu estava consciente e sabia do que fazia.

Anahí: Nunca. Você foi meu naquela noite, na verdade, sempre foi meu.

Christopher: Nunca fui de ninguém. 

Anahí: Por quê? Porque pegava todas as vagabundas que se jogavam em você? - negou - Não deixava de ser meu

Christopher: Nunca fui seu Anahí. E supera logo aquela noite. 

Anahí: A noite que você teve o melhor sexo da sua vida? 

Ri.

Christopher: Não consigo me lembrar muito daquela noite, porque como já disse antes, não foi importante, não significou nada, mas de uma coisa eu tenho certeza, não foi aquela noite que tive o melhor sexo da vida e muitos menos com você.

Anahí: Como sabe já que supostamente não se lembra?

Christopher: Porque o melhor sexo da minha vida foi com a minha namorada.

Desde da primeira vez.

Todas as vezes com ela.

Anahí me olhou com raiva.

Anahí: Vou te dá uma mostra da nossa noite. - falou brava.

Christopher: O qu..

Anahí avançou em cima de mim segurando meu rosto e grudando a boca na minha tentando me beijar de língua, a empurrei pelos ombros, pela cintura, tive que empurra-lá com força para que me soltasse.

Christopher: Nunca mais faça isso de novo Anahí. - avisei irritado.

Ela cruzou os braços.

Anahí: Pensa nesse beijo quando for dormir Chris. - sorriu e entrou no banco

Respirei fundo.

Maldita noite que dormi com ela.

Entrei no meu carro e quando me olhei no retrovisor, limpei minha boca que só estava batom borrado.

Maldita!

Dulce Maria 

20:45 da noite.

O dia foi cheio, terminei os bolos, aceitei mais encomendas, entreguei aos motoboys, Christopher chegou estranho em casa, fiz o almoço, ele se trancou no escritório, fiz meu trabalho, li metade de um livro da faculdade(por causa de uma prova), fiz o jantar, Julie vomitou todo ele e agora estava no quarto com o namorado.

Christopher e eu estávamos na sala, abraçados e assistindo TV.

Dulce: Mal me beijou hoje, está estranho também. O quê foi? - o encarei e ele olhava para TV.

Christopher: Estou normal Dul. - deu um meio sorriso.

Dulce: Não tá não. Desde que voltou do banco, está estranho.

Christopher: Estou bem amor. - começou a beijar meu pescoço.

Fechei os olhos.

Amor.

Me chamou de amor.

Sorri.

Christopher me beijou.

Retribui o beijo segurando em sua nuca, nossas línguas em sintonia, nossa boca num ritmo e encaixe perfeito, um beijo gostoso. Parando o beijo, puxei e mordi levemente seu lábio inferior, ele gemeu baixinho.

 Bomba para o povo que adora uma fofoca daquelas bem quente. Semanas depois de assumir que estava namorando e de aparecer com a namorada nos eventos, Christopher Uckermann foi fotografado beijando a top model americana Anahí Portilla e meu povo..que beijo foi aquele? Vejam as fotos a seguir.

Larguei a boca dele olhando para a TV e as imagens que vi fez meu coração quase sair do peito, Christopher e Anahí aos beijos em frente ao banco.

O encarei.

Christopher: Dul..calma. - falou baixo. - Não é n..

Dulce: É por isso que estava estranho.. - levantei do sofá - Você a beijou..- sussurrei querendo chorar.

Christopher: Não. Não. Não. - falou rápido se aproximando e tentando me tocar, me afastei mais dele.

Dulce: Não toca em mim.

Olhei para as imagens e neguei.

Christopher: Dul, não é nada disso que está pensando. Você preci...

Dulce: Você a beijou.

Christopher: Ela me beijou, mas eu a empurrei, precisa acreditar em mim. - falou desperado.

Dulce: O que faziam juntos? 

Christopher: Não estávamos juntos. Ela chegou quando estava saindo do banco e me agarrou, a empurrei e foi isso que aconteceu. 

Dulce: Por que não me contou? 

Christopher: Porque tentava encontrar uma maneira de falar disso, mas não encontrei. E esses malditos paparazzi fizeram questão de espalhar.

Olhei as imagens com mais atenção, Christopher segurava nos ombros dela e na cintura também. Ela estava com todo o corpo em cima dele.

Christopher: É verdade Dul. - tocou no meu ombro - Nunca mentiria pra você.

Eu sei disso.

Odiavamos mentiras.

O encarei.

Seus olhos suplicavam para que acreditasse nele.

Dulce: Quero arrancar a língua dela fora...- murmurei irritada.

Christopher: Acredita em mim?

Assenti.

Dulce: Sim. Cegamente.

Christopher me abraçou e em seguida beijou minha testa.

Dulce: Lavou bem sua boca quando chegou em casa? - sussurrei.

Christopher: Foi a primeira coisa que fiz

Dei um meio sorriso