Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria 

No dia seguinte, Christopher, Mary e Brayan saíram bem cedo, antes mesmo do café da manhã. Julie e eu ficaríamos sozinhas durante alguns dias e hoje, durante o nosso café da manhã ela pediu para que chamasse Zora e Mai para uma noite de meninas.

Hoje mais uma vez estava livre, sem trabalho e faculdade. E como Mai também estava, chamei ela mais cedo para ficar com a gente. Zora era a única que estava trabalhando.

Pensamos em chamar Vivian, mas ela não estava na cidade. Tinha viajado à trabalho para São Paulo. Quando minha irmã chegou trouxe uma bolsa e correu para a piscina, enquanto Julie fazia companhia pra ela, eu fazia dois bolos na cozinha, coisa que não levou muito tempo e logo estava junto com as duas na piscina.

Ficamos o resto da manhã aproveitando a piscina e tomando sol na espreguiçadeira. Já no almoço, preparei um strogonoff de carne que Julie estava desejando, quando peguei os ingredientes nos armários, percebi que teria que abastecer a dispensa.

Julie: Poderíamos ir depois que a Zora chegar, assim cada um compra uma besteira diferente..- sorriu enquanto enchia a boca de carne.

Dulce: Se controla. - sorri.

Julie: Hoja vou ficar sem sobremesa no almoço, ou seja, posso comer algumas besteiras. - se animou.

Maite: Vamos fazer quê a noite?

Julie: Assistir filmes, séries, fofocar, comer besteira...coisas de garotas.

Dulce: Vai ser legal. - sorri.

O resto da tarde passamos na piscina, apenas quando Zora chegou, que nos arrumamos e pedimos um táxi, quando entramos no veículo, notamos dois paparazzi do outro lado da rua

Julie: Embustes..- murmurou. 

Escolhemos um mercado próximo do prédio, onde eu trabalhava era muito longe, Mai pagou o táxi e entramos do mercado vendo os mesmos paparazzi tirando fotos de longe.

Julie deu o dedo do meio para as câmeras enquanto entrava. Zora riu abraçando ela de lado. Peguei um carrinho e Julie outro, segundo ela, um era apenas para besteira.

Maite: O que vamos comprar necessariamente?

Dulce: Tudo!

Zora: Ok. Então, vocês duas são responsáveis pelas as coisas saudáveis enquanto eu e Julie vamos para o melhor...- avisou já se afastando e empurrando Julie.

Maite: Sabe que essas duas são bem parecidas? - falou cruzando os braços com os olhos fixos nelas.

Dulce: Como assim? - ri - Elas não se parecem em nada. - falei olhando Julie e Zora iniciando uma brincadeira de empurra e empurra com o carrinho.

Maite: Não fisicamente, mas as duas tem o mesmo gênio, a mesma energia e até...sei lá, parecem que se conhecem a vida toda.

Dulce: Christopher e Julie falam a mesma coisa. Uma conexão forte, mas isso acontece, né? É só olhar pra nós três, temos uma conexão especial.

Maite: Não sei Dul, parece..- respirou fundo - Você sabe que sou ligada demais com esse negócio de energia e também esse negócio de coisa espiritual, não falei nada pra vocês, mas desde do jantar com Christopher em casa achei bem estranho ele e a nossa irmã ficarem se olhando, mas depois que descartei a primeira impressão de flerte, percebi que eles tinham algo especial demais e olhando agora as duas juntinhas, elas também têm. - falou pensativa.

Dulce: Quer dizer o quê? Que podem ser irmãos? - neguei - Impossível! Sabe disso. - encarei Mai - Zora teve pais de sangue, só foi para o orfanato aos oito anos quando eles morreram. Fora que todos os Uckermann de sangue tem um sinal. - revelei.

Maite: Sinal?

Dulce: É um sinal bem bonitinho, formato de uma folhinha de uma árvore. - fiz uma pausa - O pai deles é nojento e mulherengo, é possível que de fato possa ter filho ilegítimo por aí, mas não é a nossa irmã.

Maite: É. Mas mesmo assim Dul. Aí tem. Aí tem.. - sussurrou.

Dulce: Vêm, vamos comprar. - empurrei o carrinho.

Duas horas depois, entrávamos no apartamento cheias de sacolas. Guardamos tudo nos armários e coloquei para assar três pizzas, enquanto isso tomei uma ducha e quando voltei as meninas já estavam de pijama na sala, tinham colocado um filme de romance, a mesinha tinha duas pizzas, salgadinhos, brigadeiro, sorvete, refrigerantes e uma garrafa de vodka ainda lacrada.

Julie: Vêm. Come! - falou de boca cheia.

Dulce: Vai beber? - perguntei para Zora enquanto me metia no meio delas no enorme sofá.

Zoraida: Um pouquinho não faz nada mal gatinha. - falou devorando a pizza.

Julie: Vêm cá Dul, por que mesmo você não bebe? - me encarou.

Me servi de uma fatia da pizza.

Dulce: Porque não gosto de álcool.

Odeio!

Julie: Só por isso? Tem bebidas doces.. 

Dulce: Julie eu não suporto álcool, nem mesmo essas doces.

Julie: É uma pena. Porque quando o bebê nascer, marcamos uma noitada.

Dulce: Julie, sua única noitada vai ser com o bebê e mesmo quando não estiver com ele, a única noite que irá querer vai ser de sono. - sorri.

Julie riu.

Julie: Talvez. Mais eu amo um farra.

Dulce: Seu irmão me contou das suas travessuras. - abri uma lata de coca.

Julie: Aquelas prisões não foram nada...- negou divertida.

Maite: Prisões..?  

Zoraida: Já foi presa? - arregalou os olhos. - Meu Deus! Tudo com você é precoce, né? Gravidez, prisão...

Julie gargalhou.

Julie: Pra mim não existe esse negócio de idade só para deixar claro. Minha primeira prisão foi com doze anos, entrei numa joalheria e peguei um anel e sim, eu sabia que a joia ia ativar o alarme assim que eu saísse, mas queria sentir a sensação de ser presa.

Maite: Cara, você é louca. - riu.

Zoraida: Muito louca. Só foi lá e pegou porque queria saber a sensação de ser presa? - negou - Adorei! - riu.

Dulce: Zora! - a repreendi.

Zoraida: Quê..? - continuou.

Julie: Passei uma noite na delagacia, no outro dia Mary foi com o advogado me tirar puxando minha orelha, levei uma bronca enorme..- negou - Já minha segunda prisão foi ainda com doze, quase treze, Alexandra não ia ir para o meu aniversário, preferia fazer compras na Itália, então fui na loja de roupas de uma conhecida dela e furtei um vestido, só pra me vingar e também porque me deu vontade, roubar é legalzinho..

Dulce: Julie! - a repreendi - Roubar não tem nada de legal. Como vai criar o bebê pensando assim?

Julie: Dul, falei que era legal e não que era certo, sei que é errado. Mas naquela época me dava uma adrenalina louca, hoje não faço mas isso.

Dulce: Melhor assim.

Julie: Enfim, Alexandra acabou tendo que voltar à Chicago para se retratar com a conhecida dela, passei outra noite na delagarcia e Christopher foi me tirar no outro dia. Mary quase arrancou minha orelha de tanto que puxou com força.

Maite: Se o bebê puxar a você terá muita dor de cabeça. - riu.

Julie: Um pouquinho. - tocou na barriga e logo pegou mais pizza - Minha terceira prisão foi..

Zoraida: Quantas vezes foi presa? 

Julie: Cinco. - deu de ombros.

Zoraida: Só..? - riu.

Julie: Para Zora..- riu junto com ela - Enfim, minha terceira prisão foi com treze anos, eu junto com alguns amigos fomos pinchar o muro de uma delegacia, o tio de um deles era delegado e achou que não ia dar em nada, resultado? Todos nós passamos a noite atrás das grades para aprendermos nunca mais a vandalizar propriedade pública. - sorriu.

Maite: E a Mary quase arrancou sua orelha também?

Julie: Só não arrancou, porque Chris não deixou. - falou de boca cheia - Já a minha quarta prisão foi com catorze anos, na época eu namorava um menino do internato, aí chegou uma novata e deu em cima dele, a menina era muito metida e chata, os dois marcaram de se encontrar, fiquei sabendo disso, fui ao encontro dos dois, chutei o pênis do menino e em seguida dei um soco nele, terminando tudo o que tinhamos, estava com raiva dos dois e descontei tudo nela, ela ficou muito machucada, os pais deles apareceram com a polícia no intenarto e me levaram.

Zoraida: Uau. Adorei! - bateu palmas.

Maite: Também! - se animou.

Dulce: Meninas..

Zoraida: Nem vêm Dul. Você fez pior com o Otávio. - riu.

Maite fechou o sorriso e encarou o chão.

Zoraida: Droga! - levou as mãos até a boca - Desculpa, saiu sem querer 

Julie: Como assim? - me encarou - Já bateu em alguém além do tapa que deu na minha mãe? - arregalou os olhos.

Respirei fundo.

Dulce: Podemos não falar sobre isso?

Julie: Por quê não? É uma noite de garotas, podemos falar sobre qualquer coisa. - deu um meio sorriso - Quem é Otávio? Seu ex namorado?

Dulce: Ele não foi nada meu não. É complicado Julie. - olhei para Mai.

Zoraida: Por que não volta a falar sobre sua prisão? - mudou de assunto.

Julie: Ah não, agora estou curiosa.

Dulce: Juli..

Maite: Termina e eu falo. - falou baixo.

Zora e eu nos encaramos.

Dulce: Ma..

Maite: Eu falo. Como Julie disse, é uma noite de garotas. - respirou fundo.

Julie: Nossa...- encarou Mai - Pelo visto não gosta de falar sobre isso, se não quiser tudo bem.

Maite: Não. Eu falo. - deu um meio sorriso.

Julie: Ok. Minha última prisão foi em Ibiza, fugi do internato e fui para uma das festas de lá, identidade falsa e dinheiro você faz qualquer coisa. Como sei dirigir, aluguei um carro e fui para a festa, quando sai bêbada da festa, dirigi o carro e fui pega numa blitz, fui presa e passei três dias atrás das grades, foi complicado de me tirar porque estava em outro país e são outras leis, mas depois de uma fiança generosa e do meu irmão conversar com o juiz de plantão, consegui minha liberdade de novo.

Zoraida: É bem maluquinha. - sorriu - Adoro! - levantou uma mão que Julie bateu também sorrindo.

Julie: Agora pode falar. - pegou um pacote de salgadinho.

Maite: Eu não nasci magra, nasci bem gorda..

Dulce: Não exagera Mai.

Maite: Não exagera? Você sabe que eu era muito gorda. Era enorme. - respirou fundo - Sempre sofri com isso, de todos do orfanato eu era a mais gorda, sofria muito bullying - respirou fundo - A Dul sempre me defendia...- deu um meio sorriso - Depois que nos mudamos para o orfanato da Zora, as coisas mudaram um pouco, mas ainda sim sofria bullying de alguns lá, foi quando chegou um novato quando tínhamos quinze anos, Otávio, ele era bonito, inteligente e rapidamente viramos amigos..

Zoraida: Aquele desgraçado. - negou.

Maite: Com o tempo, me apaixonei por ele mas nunca ia falar sobre os meus sentimentos, ele era tão bonito jamais ia ficar com uma gorda feia como eu era..- fez uma pausa olhando o chão, parecia reviver - Então, mantive o que sentia guardado a sete chaves, mas foi numa festinha no orfanato quando do nada ele me beijou. 

Julie: Aí meu Deus..- susurrou.

Maite: Todos viram o beijo e imagina minha surpresa quando ele se declarou pra mim? Disse que desde quando me conheceu tinha se apaixonado, mas que só naquela festa tinha tomado coragem para se declarar. Estava tão surpresa, não podia acreditar que o menino que eu estava apaixonada, também estava apaixonado por mim..- deu um sorriso triste - Começamos a namorar, ele ouvia muitas piadinhas mas nunca ligou, me tratava super bem e eu à cada dia me apaixonava mais, um tempo depois, ele começou a insistir para transarmos. Eu morria de vergonha por causa do meu corpo, era muito gorda e...mesmo assim ele não parecia se importar, o que só me fez me apaixonar ainda mais, foi quando decidi transar com ele.

Fez uma pausa.

Maite: Nos encontramos no porão do orfanato, ele já me esperava e...perdi a virgindade com ele. Já no outro dia, ele começou a me tratar diferente, irritado, não queria me ver, não queria nem ouvir minha voz, fiquei sem entender nada, a noite passada tinha sido a melhor da minha vida, ao contrário de muitas garotas, não sofri dor nenhuma, foi muito bom.

Tanto Zora quando eu seguramos na mão dela.

Maite: Ele passou a semana inteira me evitando, já no sábado aconteceu uma festinha de aniversário de um amigo que ele fez desde que chegou, pela primeira vez não teria adultos por perto, todos estavam animados, a diretora de lá tinha dado um voto de confiança e não deixou nenhum funcionário de olho na gente, no meio da festinha, esse amigo dele tinha chamado todo mundo pra frente da única TV do orfanato falando que tinha um filme de terror para mostrar..- a voz dela embargou e seus olhos encheram de lágrimas - Quando ele apertou o botão do controle, apareceu o título "A MALDIÇÃO DA PRIMEIRA VEZ DA BALEIA IMUNDA" - falou já chorando.

Julie: Aí meu Deus! - arregalou os olhos.

Maite: A imagem seguinte foi da gente transando no porão. Todos começaram a rir, apontando o dedo pra mim morrendo de rir....- falou em meio ao choro. - Fiquei estática, sem acreditar no que estava acontecendo e quando me aproximei dele para perguntar o por que dele ter feito aquilo, ter filmado, ele riu da minha cara e..

Zoraida: Calma Mai. - pediu a abraçando - Já passou. Já passou.

Julie: Não precisa continuar Mai.

Mai ficou alguns segundos chorando antes de continuar a falar.

Maite: Ele riu dizendo que eu era burra, que não percebi que um garoto como ele tão bonito, ia querer com uma gorda feia como eu, que foi um sacrifício fingir gostar de mim, de me beijar e que tirar minha virgindade foi a coisa mais nojenta e imunda que ele já tinha feito..- se encolheu nos braços da Zora chorando. - Só conseguia ouvir a risada de todos depois de escutarem cada palavra que saia da boca dele.

Dulce: Mai saiu correndo enquanto eu desligava a TV. Zoraida foi pra cima do Otávio tentando dar um soco nele, mas a impediram, o amigo dele se aproximou e disse que era para nos conformar porque tudo não passou de uma aposta..- continuei a narrar o que aconteceu naquela noite - E que Otávio tinha ganhado como um guerreiro, apesar da raiva que estava sentindo só consegui pensar na nossa irmã, por isso que naquela hora não revidei. Zora e eu fomos atrás dela que estava na cama aos plantos.

Julie: Desgraçado! - murmurou.

Zoraida: Passamos quase a noite toda abraçadas na cama de solteira dela, sim nós três. A cama era minúscula, mas a gente deu um jeito. As outras garotas do quarto apenas olhava. Quase de manhã Mai conseguiu dormir e Dul e eu com muito ódio, fomos atrás dos dois babacas que dormiam como se não tivessem feito nada. Eu acordei o amiguinho e a Dul Otávio, estávamos com tanta raiva que conseguimos arrancar os dois da cama distribuindo socos e chutes, quem tentava nos separar apanhava também.

Dulce: Foi a primeira vez que tive raiva de verdade e que bati em alguém. Estava com tanta raiva que os socos que eu dava nele não doía minha mão, com isso quebrei o nariz dele e uma costela com os meu chutes.

Julie: Se eu tivesse com vocês, eu arrancaria o pênis dos dois. - falou com raiva.

Dulce: Quando a diretora chegou, soube de tudo. Levou os dois para o hospital e colocou todo mundo de castigo, menos a Mai. - suspirei - Ela transferiu os dois de orfanato quando eles ainda estavam no hospital e conseguiu algumas consultas de uma psicóloga para a Mai, já que ela não queria comer, falar ou levantar da cama

Zoraida: Foi bem difícil. Ela não saia da cama pra nada, vivia chorando, queria morrer, mas com o tempo e com ajuda psicológica conseguiu voltar a ser a nossa velha Mai. E a diretora tinha proibido de falar sobre o assunto no orfanato, se ela soubesse que falavam disso ela ia transferir e ninguém queria sair de lá, o orfanato é muito bom.

Maite: Tinha emagrecido alguns quilos por me negar a comer e tomei de motivação para emagrecer de verdade, fiz dieta durante dois anos e exercícios físicos por conta própria, emagreci muito e fiquei desse jeito. - deu de ombros enxugando o rosto.

Dulce: Desde daquele episódio ela sofre de uma baixa autoestima horrível, já brigamos tanto por causa disso. Ela era linda antes e agora ficou mais linda. - voltei a segurar na mão da Mai.

Zoraida: Mas ela não escuta, sempre se acha feia e inferior, nunca mais se envolveu com ninguém, nunca mais deixou ninguém se aproximar de novo, prefere ficar sozinha. - negou.

Maite: Estou muito bem sozinha. - respirou fundo - Não preciso de namorado, não preciso de ninguém.

Julie: Mai, o que você passou foi um trauma muito grande, entendo isso, mas não pode achar que todos os caras são iguais aquele desgraçado, não quer viver um amor de verdade? Não quer ter filhos?

Maite: Estou muito bem sozinha. - repetiu - Não preciso de amor e muito menos de homem, de relacionamento.

Julie: Mas Mai...

Zoraida: Não adianta. Ela não vai ouvir.

Julie: Ok. Só peço para não julgar todos os homens por causa de um babaca desgraçado. Você merece ser feliz e ainda encontrará o amor verdadeiro. - se jogou em cima dela e abraçou bem apertado - Te adoro morena.

Maite: Também te adoro maluquinha. - sorriu fechando os olhos.

Sorri com a cena.

[...]

Christopher: Então tiveram uma noite de meninas? - riu.

Dulce: Idéia de sua irmã. - ressaltei - Teve muita comida, vodka, conversa, fofoca e revelações. 

Christopher: Vodka? Você bebeu? - perguntou surpreso.

Dulce: Não. Nem Julie. Apenas Mai e a Zora. - falei olhando pela janela do quarto a praia.

Estava falando ao celular com ele antes de dormir. Já era bem tarde, depois da conversa com a Mai mudamos de assunto e Zora começou a beber junto com a Mai vodka, já eu e Julie acabavamos com a comida, ficamos horas conversando, rindo, brincando foi bem legal.

Christopher: Já estava estranhando. Mas eu queria está aí só para saber as suas revelações...

Ri.

Dulce: Isso é um segredo.

Christopher: Tem muitos segredos, Dulce Maria? - perguntou devagar.

Que eu te amo.

Dulce: Também é um segredo de quantos segredos eu tenho. - sorri.

Christopher: Pelo visto terei que descobrir..

"Vêm querido" - gritou uma voz feminina ao longe.

Dulce: Quem está com você Christopher? - perguntei séria. - Que voz de mulher é essa?

Com quem ele estava?

Christopher: Ciúmes..?

Dulce: Christopher! - rosnei.

Ele riu.

Christopher: Não reconheceu a voz dela? É a Mary. Ela está na cozinha.

Respirei fundo acalmando meu coração.

Dulce: Não falou que ela ia dormir com você..- tentei me justificar do ciúme.

Christopher: Ela não queria, mas insisti, cheguei em casa agora e ela esquentou o jantar pra mim.

Dulce: Onde você está?

Christopher: Entrando na cozinha. Espera...- pediu.

"Fala com a Dul, ela está com ciúmes da sua voz" - a voz de Christopher soou

"O quê?" - a voz da Mary preencheu.

Mary: Oii filha, está com ciúmes da minha voz? - riu.

Dulce: É que..não reconheci.

Mary: Vou falar mais com você para reconhecer minha voz logo. Mas não precisa se preocupar filha, se soubesse o quanto Christopher...AIII MENINO - gritou e gruniu de dor.

Dulce: O quê aconteceu? Está tudo bem, Mary? - me preocupei.

"Foi sem querer, Mary! - a voz dele soou alto.

Mary: Só o seu namorado que sem querer..- falou num tom um pouco irônico - Pisou no meu pé.

"Desculpa" - falou no tom mais baixo.

Mary: Enfim, estou bem. Vou entregar o celular pra ele. E levar o lanche que fiz para o Brayan no quarto. Boa noite querida! 

Dulce: Boa Noite Mary!

Christopher: Ela foi pra cama. - avisou.

Dulce: E você vai pra cama que horas?

Christopher: Assim que comer o que Mary preparou, mas não vou conseguir dormir sem você. 

Dulce: Nem eu. - encarei a cama vazia.

Christopher: Só quero que esses dias passem logo. 

Dulce: Eu também.

Christopher: Queria muito que estivesse aqui. Ia adorar Chicago, a minha casa, a minha cama..

Sorri.

Dulce: Também queria está aí, mas tenho compromissos aqui.

Christopher: Nas férias vou te trazer aqui. - avisou - Já está muito tarde, precisa dormir pequena.

Dulce: Não consigo sem você aqui. 

Christopher: Só alguns dias..- sussurrou.

Dulce: Você também precisa descansar Chris. Vou desligar. Boa noite!

Christopher: Boa noite! E só para não ficar com ciúmes de novo, vou passar a noite sozinho. - provocou.

Dulce: É bom mesmo. 

Ficamos em silêncio.

Apenas ouvindo a respiração um do outro.

Que saudade!

Christopher: Durma bem amor. - desejou.

Dulce: Sonhe comigo..- desejei.

Quando desligamos encarei a cama vazia. Suspirei indo para de baixo do lençol, agarrei um travesseiro e encarei o teto procurando o sono.