Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Christopher Uckermann 

Um dia depois...

Entramos no apartamento com Julie muito quieta. Tinha recebido alta hoje, fisicamente ela estava bem, mas emocionalmente estava destruída. Era  bem notável o olhar triste, a boca fechada e o comportamento, parecia desconfortável com ela mesma.

Dulce: Quer comer alguma coisa?

Ela negou e andou em direção ao corredor. Brayan foi atrás dela, ele era outro que estava bem quieto.

Suspirei.

Dulce: Ela vai superar amor. Está muito recente, mas com o tempo irá superar.

Christopher: Mary quer vir pra cá, mas Julie não quer ninguém por perto. Acho que ela não quer nem nós dois.

Dulce: É melhor deixar ela e Brayan sozinhos, a última coisa que ela quer é uma multidão sentido pena dela.

Christopher: Está certa.

Dulce: Vou fazer o almoço. Depois tenta faze-la comer alguma coisa. Nem que seja pouco. - tocou no meu ombro.

Assenti.

Christopher: Vou tentar.

Quando Dulce entrou na cozinha, fui para o escritório trabalhar um pouco, tentar me distrair desse terrível momento. Ver minha irmã que é sempre tão falante, alegre e rebelde está me destruindo. Prefiro ve-lá aprontando algo do que desse jeito.

Meu celular tocou assim que sentei na minha cadeira. Respirei fundo e atendi.

Christopher: O quê você quer?

Alexandra: Saber da sua irmã. Como ela está? 

Christopher: Deve está contente, não? Nunca quis esse bebê, até sugeriu que ela abortasse e olha só o que aconteceu? 

Alexandra: Christopher eu falei aquilo num momento de raiva querido. Acha que quero ver sua irmã sofrer? Ela é minha filha e a amo tanto quanto você.

Christopher: Sua negatividade, sua recusa e a sua raiva fizeram isso.

Alexandra: Culpa é minha, agora? 

Christopher: Sim.

Alexandra: Eu não fiz nada. Estava até me acostumando com a idéia de ser avó, sinto muito o quê aconteceu, mas ela ainda poder ser mãe, não?

Christopher: Pode sim.

Alexandra: Quando tiver mais adulta ela engravida de novo.

Christopher: Não quero falar sobre isso com você. E nem tente falar com a minha irmã, ela está muito mal. E não me ligue de novo. - desliguei.

Encarei a tela do computador.

[...]

Tinha acabado de deixar Dulce na faculdade, Julie continuava trancada no quarto e Brayan estava na sala no sofá com uma mala ao lado.

Christopher: Vai para onde?

Brayan: Estava esperando você chegar. Vou para um hotel. - levantou - Sua irmã não quer me ver aqui, me mandou embora e terminou comigo.

Christopher: Sabe que não é isso que ela realmente quer, não é?

Brayan: Eu sei. Ela quer ficar sozinha. Só vou dar espaço à ela, mas não significa que vou abandona-lá ou que vou deixar que termine comigo.

Christopher: Vou conversar com ela.

Brayan: Se conseguir, ela só falou comigo para me mandar embora e voltou a ficar calada.  - puxou a mala - Amanhã volto - se aproximou de mim -  Devolva isso à ela por favor. - tirou de dentro do bolso uma caixinha preta.

Christopher: Isso é..

Brayan: Não é um anel de noivado. Relaxa! É um anel de compromisso que ela decidiu me devolver.

Peguei a caixinha. 

Brayan: Diga que a amo e que vai precisar mais do que me mandar embora para desistir dela. - dito isso saiu do apartamento em silêncio.

Encarei a caixinha antes de andar até o quarto da minha irmã. A porta estava entre-aberta, por isso, já entrei sem bater, ela estava deitada na cama encarando o teto sem emoção.

Não falei nada, apenas fiquei ao lado dela na cama e encarei o teto também.

Ficamos em silêncio por longos minutos, até ela começar à soluçar, minha reação foi abraça-la de imediato e esperar ela colocar para fora tudo o que estava sentindo. Uma parte de mim morria ao ve-lá daquele jeito.

Se eu pudesse, faria e daria tudo o que tinha para mudar as coisas. Mas a única coisa que poderia fazer era não sair do lado dela nesse momento.

O choro durou por muito tempo. 

Em todo esse tempo ficamos abraçados, o que me fez voltar ao passado e lembrar de quando ela tinha sete anos e corria para o meu quarto chorando com medo do escuro e dizendo que tinha monstros de baixo da cama, não tinha nada que eu fizesse para que ela voltasse ao quarto dela, então, ela dormia comigo desse mesmo modo que estamos.

Christopher: Por que mandou ele embora? - perguntei baixo.

Fiquei esperando resposta, quando achei que ela não ia responder sua voz soou mais baixa que a minha.

Julie: Porque ele merece alguém melhor do que eu.

Christopher: O melhor pra ele é você. 

Julie: Não. Não é verdade.

Christopher: Claro que é.

Julie: Não é. Não fui capaz de segurar o bebê. - voltou a chorar.

A encarei.

Christopher: Não foi sua culpa! Não tinha nada que pudéssemos fazer. O bebê se foi porque Deus quis assim.

Julia: Era um menino..

Christopher: Agora ele é um anjinho e não deve está gostando de ver a mãe dele desse jeito. Afastando todo mundo, não querendo comer. Eu sei que é difícil, mas não pode ficar desse jeito, não foi sua culpa, não pode se culpar por algo que não fez.

Julia: Não consigo olhar pra ele. Ele está me odiando agora. Ele amava o bebê tanto quanto eu e agora o perdi.

Christopher: Estamos falando do mesmo cara que está destruído por ter perdido o bebê e por ainda mais porque a garota que ele ama o mandou embora? Logo nesse momento que deveriam ficar ainda mais juntos.

Julie ficou calada.

Christopher: Toma! - coloquei a caixinha preta nas mãos dela. - Ele disse que te ama tanto que precisará mais do que manda-lo embora para desistir de você Julie. 

Ela encarou a caixinha.

Julie: Não quero que ele sofra mais..

Christopher: Pois está fazendo sofrer se afastando dele.

Julie: Eu sou uma idiota!

Christopher: Não. Você só está triste. - voltei abraça-lá. - E ele sabe disso.

Julie não falou mais nada e eu não abri minha boca de novo. Apenas fiquei com ela até dormir, o que demorou algumas horas, a cobri com o lençol e dei um beijo na testa dela, deixei o quarto olhando as horas no celular, estava na hora de buscar minha linda e maravilhosa noiva.

Já estava com as chaves na mão quando meu celular tocou.

Christopher: Já estou indo amor. 

Dulce: Chris, não precisa vir. Vou sair daqui muito tarde, vou ter que ficar para terminar um trabalho que tem que ser entregue ainda amanhã de manhã, vou sair apenas quando fechar a universidade, não só eu como meus outros colegas também.

Christopher: Tudo bem. Vou te buscar do mesmo jeito.

Dulce: Não precisa amor. É o caminho da Fuzz ela vai me deixar aí. Não se preocupe, tá? Agora preciso desligar, tenho muita coisa para fazer. Te amo!

Christopher: Ok. Eu..

Ela desligou

Acabei rindo.

As loucuras da faculdade.

[...]

Olhei as horas novamente, quase uma hora e trinta minutos da madrugada e nada dela chegar. A universidade fecha as uma em ponto. Os últimos funcionários que ficam tem carro ou moto, por isso, fecha tarde.

Cadê essa mulher? 

Tentei ligar no celular dela, mas estava desligado. Já estava começando a me preocupar quando ela entrou no quarto me fazendo suspirar.

 Christopher: Demorou.

Dulce: Pensei que estivesse dormindo.- deixou a bolsa na poltrona.

Christopher: Como se eu conseguisse dormir sem você. 

Dulce: Desculpe! Fuzz fez o motorista dela parar num drive-tru e meu celular acabou a bateria e não liguei do celular dela por quê achei que estivesse dormindo. - se explicou tocando na própria nunca - Vou tomar banho. - quase saiu correndo para o banheiro.

Franzi o cenho.

Ela parecia meio nervosa.

Esperei ela terminar a ducha, quando voltou já de pijama sorriu ficando ao meu lado e se ajeitando na cama.

Christopher: Está tudo bem?

Dulce: Sim. Por quê? - me encarou.

Christopher: Está estranha! Um pouco nervosa. - comentei.

Dulce: É..que..que estou nervosa com o trabalho, fizemos as pressas, o professor tem que viajar de manhã e quer eles bem cedo. Estou com medo de levar nota baixa. É isso. Só isso.

Christopher: Só isso mesmo?

Dulce: Sim. Estou com dor de cabeça também. - fechou os olhos. - Preciso apenas dormir e vou voltar à ser como antes, prometo! - murmurou.

Christopher: Não vai me dar um beijo?

Ela me encarou.

Dulce: Claro que vou meu amor. - se aproximou mais e me beijou.

Quando eu ia aprofundar o beijo ela se afastou colocando a cabeça no meu peito e me abraçando.

Dulce: Eu te amo Christopher!

Christopher?

Christopher: Dulce você está bem mesmo?

Dulce: Só cansada e com sono.

A abracei ainda mais.

Christopher: Ok. Descanse! Te amo!

Em questão de minutos ela dormiu em meus braços. Fiquei a observando, achando um pouco estranho sua atitude, mas deixei pra lá. Ela ainda não estava acostumada a vida maluca de universitária. Com esse pensamento adormeci em minutos.