Dulce Maria

Dia Seguinte..

O carro parou em frente ao enorme casarão. Fitei a fachada escura me lembrando de cada momento em que vivi ali dos treze anos aos dezoito. Foram muitas alegrias e tristezas, ser órfã não era uma coisa muito legal de ser, na verdade, não tinha nada de legal, mas cresci ao lado das melhores pessoas do mundo.

Desci do carro e Christopher segurou na minha mão.

Christopher: Então, foi aqui que cresceu?

Dulce: Vim pra cá aos treze anos, então, sim. - sorri - Faz tempo que não venho visita-los. Acho que irá gostar.

Christopher: Com você ao meu lado, eu gosto de qualquer coisa. 

Apertei a mão dele antes de caminhar até à porta e tocar a campainha.

Xxx: Dulce! - sorriu - Quanto tempo querida! - se afastou para que entrassemos.

Dulce: Muito tempo mesmo. - entrei olhando ao redor da sala - Onde estão todos, Maria? - a encarei.

Maria: Uns estão na aula de educação física e outros de informática. Dona Sofia está em reunião na sala dela.

Dulce: Certo. Esse é meu noivo Christopher. - o apresentei - E amor, ela é a Maria, ela cuida de tudo por aqui, da casa, das crianças.

Christopher: É um prazer.

Maria: O prazer é meu querido. - sorriu - Meu Deus! Menina...irá casar mesmo. - olhou para o meu anel.

Dulce: Vou sim. Em breve os convites chegarão aqui. - sorri.

Maria: Eu vi na TV muitas fotos suas e da menina Zoraida, mês passado ela esteve aqui com o namorado. Dona Sofia ficou muito feliz em vê-la.

Dulce: Zoraida está ficando bem famosa. E eu estava com saudades tanto de você como da tia Sofia. - abracei a mulher de cinquenta anos.

Maria: Também estava querida. Você e as meninas Maite e Zoraida fazem falta para essa pobre velha.

Dulce: Já que tia Sofia está em reunião, posso mostrar o orfanato pra ele?

Maria: Não precisa nem perguntar menina. Fique a vontade. - sorriu. - Mas não vou poder acompanhar vocês, preciso ajudar a preparar o almoço.

Dulce: Tudo bem.

Maria: O senhor aceita alguma coisa para beber? Comer?

Christopher: Não. Mas obrigado! - sorriu.

Maria: Ok. Qualquer coisa pode ir lá na cozinha. - tocou no meu ombro e se afastou. 

Christopher: Aqui é enorme. - olhou ao redor.

Estávamos apenas na primeira sala.

Dulce: Sim. É muito grande. Tem mais de trinta quartos, mas poucas crianças agora, são vinte crianças, cinco adolescentes e....alguns bebês.

Christopher: Vinte crianças?

Dulce: Acha muito? Quando eu era pequena tinha quarenta e cinco crianças por aqui. - respirei fundo.

Christopher: Nossa. Eu nem sei o que dizer. Mas aqui parece mesmo um bom orfanato. - olhou para uma estante com diversas fotos de crianças.

Dulce: São fotos em campeonatos, aniversários, natais, ano novo. - sorri - Tia Sofia faz questão de comemorar e tirar fotos. Ela recebe verba do estado para continuar com o lugar, coisas básicas como alimentação saudável para as crianças,  higiene, roupas, material escolar, mas com o dinheiro que recebe com doação ela faz questão de comemorar todos os aniversários de todas as crianças e o que sobra, ela sempre arruma um jeito de leva-lás para passear.

Christopher: Eu faço questão de contribuir. Ajudo muitas instituições, muitas caridades, mas nunca visitei uma, sempre fiquei afastado, ajudava apenas com o dinheiro.

Dulce: Sua doação é muito bem vinda. É raro encontrar um bom orfanato, uma boa diretora e eu encontrei esse. Não são todos que são assim. Acredite, muitos parece uma prisão para menores de idade, muitas crianças sofrem ao invés de serem acolhidas.

Christopher: Nessas horas penso o quanto fui abençoado em ter crescido num bom lugar. - falou baixo.

Peguei na mão dele.

Dulce: Vêm! - o puxei.

Fiz um tour pelo orfanato, mostrei a biblioteca, as outras três salas, incluindo a sala de jantar, a cozinha, alguns quartos, a sala de informática onde o professor teve que interromper à aula porque as crianças me viram e me abraçaram de saudade.

Abracei cada uma delas.

Conversei um pouco com o professor, apresentei meu noivo. E logo estávamos indo para a pequena quadra do orfanato. As crianças me viram de longe e saíram correndo ao meu encontro. Fui cercada de pequenas criaturinhas suadas e sorridentes.

Dulce: Olá meus coraçãozinhos. - sorri abraçando cada um deles.

Xxx: Senti sua falta tia Dul!

Zzz: Você está linda tia Dul!

Sss: Você vai brincar com a gente?

Dulce: Calma! Vou almoçar com todos vocês hoje. Eu e o meu noivo. - apontei com a cabeça para Christopher que olhava tudo hipnotizado.

Aaa: Vai casar mesmo Dul? - perguntou Teodora, uma menina de quinze anos.

Dulce: Vou sim. 

Zzz: Ele é lindo! - falou Raissa, outra menina de quinze anos.

Christopher: Oiii crianças! - tocou nas cabeças dos baixinhos.

Ouvimos um couro de "Oiiii".

As crianças roubaram atenção de Christopher. Ele conversava com todos eles e riam, conversei com algumas, mas meia hora depois, elas tiveram que voltar para a aula. A única que ficou foi Teodora com a permissão da professora que já sabia o que ela ia fazer ao pedir para sair da aula.

Teodora: Chegaram mais dois. - sorriu.

Dulce: Sério? A última vez que estive aqui, tinham dois também.

Teodora: Os dois foram adotados. Agora têm dois de novo. Um casal.

Dulce: Me leva até eles. - pedi.

Teodora: Estava esperando por isso.

Segurei na mão de Christopher de novo e seguimos Teodora para um dos inúmeros quartos no andar de cima, o quarto era um berçário. Mas apenas duas caminhas estavam ocupadas.

Me aproximei das duas caminhas ocupadas e as duas fofuras estavam acordadas olhando para o teto.

Dulce: Ohhh bolinhas! - falei com voz de neném pegando a bebê gordinha vestida de rosa.

Teodora: São gêmeos. Já estão a caminho de um lá. Eles têm seis meses. - falou contente.

Segurava a bebê gordinha e ela me encarava com a mãozinha no meu queixo, ela era tão linda, tão cheirosa, tão perfeitinha.

Dulce: Você é tão linda. - sorri.

Ela sorriu de volta.

Teodora: Moço, pode segurar ele também. - falou para o Christopher.

Encarei meu noivo que me olhava ainda mais hipnotizado, os olhos brilhantes e com o mais belo sorriso nos lábios, os olhos dele tinham tanto brilho que podia me cegar.

Teodoro: Moço? - pegou o outro bebê gordinho, o menino, no colo.

Dulce: Amor? - o chamei.

Ele nem piscava ao me encarar.

 Dulce: Chris? - toquei no ombro.

Dessa vez ele piscou rapidamente voltando ao normal.

Christopher: Oii.

Teodora: Pega ele..- entregou o bebê pra ele que segurou - Vou ao banheiro.

Christopher sorriu para o bebê que apenas o encarava.

Christopher: Oiii garotão. 

O bebê sorriu.

Christopher: Dul, ele gostou de mim. - falou animado.

Dulce: Tenho certeza que sim. - apertei a menina em meus braços e me aproximei dos dois. - Eles são gêmeos e já vão ser adotados.

Christopher: Os bebês são adotados rápidos, não é?

Assenti.

Dulce: As pessoas preferem os bebês, é difícil adotar uma criança já crescidinha e impossível um adolescente. - suspirei.

A bebê tocou no meu nariz.

Sorri.

Dulce: Você é a bolinha da titia.

Ela riu.

A abracei beijando sua cabeça.

Christopher: Eles são tão lindos. - tocou nos poucos cabelos do bebê que o olhava curioso - Amor..- me encarou - Agora mais do que nunca quero filhos, de sangue ou não, eu só quero filhos com você. Muito deles. Podemos fazer eles ou adota-los não me importo.

Sorri.

Dulce: Também quero uma família com você, adotar com certeza vamos. 

Christopher abraçou o bebê.

Coloquei minha cabeça em seu ombro e abracei a bebê. Os gêmeos riram um para o outro nós fazendo rir.

Naquele exato momento, pareciamos uma verdadeira família. 

[...]

Tia Sofia apareceu na sala acompanhando até a porta um senhor bem vestido, assim que ela me viu ficou surpresa e quando o senhor foi embora, ela me abraçou fortemente.

Sofia: Estava com saudades querida.

Dulce: Eu também tia Sofia! - sorri.

Sofia: Esse é seu noivo? Vi muitas fotos de vocês na TV.

Dulce: Sim. Christopher é o amor da minha vida. - sorri.

Christopher:  É um prazer senhora.

Sofia: O prazer é todo meu. Desculpe a demora para recebe-los, mas estava resolvendo pendências. Mês que vêm vamos receber mais crianças de outros orfanatos. - comentou.

Dulce: Elas agradecerão por ter vindo pra cá.

Tinha a certeza disso.

Sofia: Irão ficar para o almoço?

Christopher: Sim. Inclusive, podemos conversar depois? Gostaria de fazer uma boa doação pra cá.

Sofia: Ohh querido! Que gentileza à sua, podemos sim. Sua doação é muito bem vinda. - olhou as horas no relógio do pulso - Já está na hora do almoço, ele já deve está pronto. Podemos almoçar e vocês podem me contar como se conheceram, estou curiosa.

Christopher: Claro.

Nessa hora, as crianças que estavam na sala de informática apareceram correndo ficando em volta de Christopher fazendo várias perguntas, ele pegou uma no colo e começou a conversar com eles. 

Sorri.

Eles até tinham se esquecido de mim.

Sofia: Vou guardar algumas coisas na minha sala e já volto. - avisou.

Dulce: Vou com a senhora. - olhei meu noivo que falava com a garotinha em seus braços totalmente envolvido.

Saímos sem ele e as crianças perceberem e andamos até a sala dela enquanto conversávamos. Ela era diretora do orfanato à mais de vinte anos, amava tanto esse orfanato que dizia que era a família dela. 

Sofia: Maite também está namorando?

Dulce: Sim. Na verdade, ela está bem diferente do que era. - lembrei do beijo de ontem que ela deu na Vivian.

Christian está mudando ela. Não uma mudança ruim. E sim boa. Desde que ele entrou na vida dela, só a vejo sorrir, feliz e radiante. Acredito que ele é o cara certo pra ela. O cara da vida dela.

Sofia: Fico feliz, depois do que aconteceu ela merece isso. 

Entramos na sala dela. A decoração era antiga e os móveis ainda mais. As paredes eram repletas de fotos em pequenos quadrinhos, uma delas estavam eu e minhas irmãs quando tínhamos quinze anos.

Tia Sofia foi direto para a mesa dela onde estava repletas de fotos e uma caixa, então, começou a organiza-las e guarda-las dentro da caixa. 

Franzi o cenho me aproximando da mesa.

Sofia: Essas fotos são da Raissa, dela bebê com a mãe. - explicou - Avó dela morreu a pouco tempo, mas pediu para uma pessoa vir deixar aqui. Velha nojenta, não quis ficar com a própria neta - negou - Estou arrumando para dar no dia do aniversário dela. Tenho certeza que ficará feliz, ela só tem uma foto da mãe dela.

Dulce: Por acaso eu já lhe ajudei arrumar fotos assim? 

Ela riu.

Sofia: Claro querida. Não se lembra? Você me ajudou à arrumar algumas fotos para entregar para Zoraida, acho que você tinha uns...cartoze anos, fizemos uma grande surpresa pra ela.

Um flash passou pela minha cabeça.

Estávamos tia Sofia e eu nessa mesma sala organizando várias fotos de Zoraida e uma das fotos chamou minha atenção, ela tinha dois aninhos e estava pelada.

Prendi minha respiração.

Aí meu Deus!

Algum palpite...? Kkkkk

Christopher é muito ciumento kkkkk 

Aiiiii não quero terminar a primeira temporada, mas segunda-feira posto a maratona de 7 capítulos encerrando a primeira parte dessa história.

Na Terça-Feira posto a sinopse e mudo a capa da fanfic. 

Na Quarta-Feira posto os dois primeiros capítulos(não me matem, ok?) Vem muitas emoções pela frente, prepare os corações.

COMENTEM!!!!