Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Lucy Uckermann

Pegava as sacolas do carro com ajuda da minha irmã e do meu cunhado, eles tinham me ajudado à fazer algumas compras para o apartamento. Mary estava no flerte junto com Cheryl, parece que ambas estavam começando a se entender.

Julie: Acha que ele irá nos expulsar de novo? - perguntou puxando uma sacola do porta-mala.

Lucy: Provalvemente. Mas vocês irão ficar assim mesmo. Faço um jantar rapidinho pra gente. E ficamos aqui vendo-o se embebedar como sempre.

Brayan: Lucy, depois preciso que você assine uns papéis pra mim. Richard não atende minhas ligações e Christopher, bom, não quer saber dos negócios dele à meses.

Lucy: Mas eu não tenho nada a ver com a empresa, sabe disso.

Brayan: Não. Mas você é uma Uckermann maior de idade e eu preciso de uma assinatura de alguém da família, Julie é de menor. - explicou.

Julie: Nessas horas que odeio ainda ter dezesseis anos. - bufou.

Lucy: Assino então. - fechei o porta-mala - Como eu queria que ele ao menos voltasse a trabalhar.

Andamos até o elevador e o chamamos.

Julie: Ele foi para a homenagem de hoje mais cedo na universidade? 

Lucy: Parece que sim. Christian o avisou, ele mesmo não pode ir, mas alguém dos amigos dele o viu lá e ele não ficou por muito tempo também.

Brayan: Você passou a tarde aqui?

Lucy: Não. Sai depois do almoço, fui me encontrar com a pessoa que está cuidando de tudo pra mim em Miami, ficamos a tarde inteira resolvendo pendências. - respondi.

Eu não sabia até quando ficaria aqui, mas tinha certeza que não poderia sair tão cedo. Meu irmão continuava mal e eu não poderia voltar para Miami sabendo que ele estava desse jeito.

Coloquei Megan, uma amiga e minha gerente para tomar conta de tudo por lá enquanto estava fora. Eu tentava administrar a minha rede de restaurantes, mas estava tendo dificuldades já que não conseguia me concentrar completamente por causa de todo o pesadelo que estamos passando nós últimos meses.

Julie: Você sabe que pode ficar com Mary, enquanto a gente fica aqui durante a semana. Não vamos deixa-lo sozinho, mesmo que ele nos expulse.

Lucy: Eu sei. Mas sou a irmã mais velha aqui e tenho a obrigação de cuidar de vocês dois.

Entramos no elevador e eu digitei a senha. As portas se fecharam e começamos a subir até a cobertura.

Brayan: Você só tem vinte e três.

Lucy: Ok. Não sou tão velha, mas sou a irmã mais velha. 

Eu queria ter outra irmã para que eu deixasse de ser a mais velha.

Julie: Acho que seria legal se tivéssemos outra irmã. Ela poderia nos ajudar a cuidar do Christopher.

Brayan: Outra Uckermann no mundo? Seria interessante. - falou pensativo.

Ri.

Lucy: Mas somos apenas nós duas. - garanti.

Minutos despois, entrávamos no apartamento vendo várias garrafa de álcool vazias e vidro pelo chão. 

Brayan: Pelo menos o apartamento está arrumado. - olhava ao redor.

Julie: Onde ele está? - andou até a sacada - Já passa das sete horas.

Lucy: Deve está no quarto. - deixei as sacolas ao chão - Brayan guarda as compras e Julie limpa esses vidros. - pedi - Vou ver ele no quarto. - avisei.

 Julie: Ok. - murmurou.

Andei em direção do quarto de Christopher e quando abri a porta, a imagem que vi me paralisou e a única coisa que pude fazer foi gritar.

Meu coração disparou conforme eu entendia a cena em minha frente. Meu irmão estava ao chão desacordado e em volta dele um poço enorme de sangue, seus pulsos estavam cortados e ele parecia..morto.

Brayan: O quê foi? - entrou no quarto - Aaiii meu Deus! - gritou assustado.

Lucy: LIGA PARA AMBULÂNCIA AGORA - corri até meu irmão e com as mãos trêmulas rasguei a blusa dele e enrolei em volta de um dos pulsos.

Eu não conseguia ver muita coisa por causa das lágrimas que começaram a descer pelo meu rosto.

Um vulto loiro se jogou em cima dele.

Julie: CHRISTOPHER ACORDA POR FAVOR..- pediu chorando desesperada.

Brayan: Preciso de uma ambulância com urgência, meu cunhado está desacordado e..

Não ouvi mas nada, olhava meu irmão desacordado enquanto terminava de enrolar seu outro pulso. Levei meus dedos trêmulos até seu pescoço sentindo quase nenhum sinal vital.

Julie: O QUÊ VOCÊ FEZ CHRISTOPHER?  O QUÊ VOCÊ FEZ? - chorava tocando no rosto dele

Brayan: Em cinco minutos estarão aqui. - desligou o celular - Ele..ele...ele tem pulso? - perguntou com medo.

Levei meu ouvido até seu nariz e depois seu peito.

Lucy: A respiração dele está muito curta, quase não tem pulso. - falei chorando e tocando nele.

Ao lado estava a faca suja de sangue.

Os cortes eram pequenos, mais profundos e tinha tanto sangue, tanto sangue em volta. E ele quase não respirava.

Brayan: Vou esperar o socorro lá embaixo - avisou antes de sair.

Julie: Christopher, por favor, por favor, por favor não morra..por favor..- pediu em meio ao choro abraçando ele.

Toquei em seu rosto cega pelas lágrimas e com medo. A mancha de sangue em meus dedos sujou o rosto dele me fazendo chorar mais.

Lucy: O quê você fez, Chris? O quê você fez? - solucei apavorada.

[...]

Sete minutos depois, entrava na ambulância junto com meu irmão e dois paramédicos. Os dois faziam todos os procedimentos médicos necessários no meu irmão.

A ambulância deu a partida com a sirene ligada.

Xxx: O hospital Hope fica mais próximo daqui. - o motorista avisou para um dos paramédicos.

Zzz: Precisamos chegar nele o mais rápido possível. Os sinais vitais dele está muito fraco. - avisou.

Xxx: Em dez minutos estamos lá. - acelerou ainda mais a ambulância.

Engoli em seco.

Minutos depois, saía da ambulância vendo levarem meu irmão às pressas para dentro do hospital, dois médicos se aproximaram e o levaram para atrás das portas duplas, onde apenas médicos eram autorizados a entrarem.

Uma funcionária do hospital tocou no meu ombro.

Xxx: Senhora? Preciso que me acompanhe para preencher a ficha do paciente - pediu.

Nervosa e com medo assenti.

Por favor Deus!

Por favor, que meu irmão fique bem.

[...]

Todos estavam na sala de espera aflitos e com medo. Julie chorava abraçada à Brayan, ela estava com a roupa toda suja de sangue, o que não me deixava diferente dela, toda minha roupa também estava suja, Maite abraçava Christian que olhava para o nada com medo, Mary chorava num canto quieta e Cheryl encarava o chão.

Eu estava na poltrona um pouco distante deles. E Alexandra estava ao meu lado chorando sem parar.

Lucy: Calma mãe! - toquei no ombro dela que se tremia - Christopher é forte e ele vai ficar bem. - falei tentando ser otimista, mas por dentro estava desesperada.

Era tanto sangue, tanto sangue em volta dele.

Alexandra: A cul..pa é minha..- falou baixinho em meio ao choro.

Lucy: Claro que não. Ele está sofrendo muito e...hoje decidiu acabar com isso. - falei tentando controlar o choro que insistia em voltar.

Alexandra negou.

Alexandra: A culpa é mi..nha! - soluçou - E agora o meu bebê está morrendo! - levantou e se afastou aos prantos.

Me encolhi deixando o choro vir.

Minha mãe começou a andar de um lado para outro desesperada chorando cada vez mais. Fechei os olhos pedindo mais uma vez para Deus para que meu irmão ficasse bem.

Há quase três horas estávamos esperando e nenhum médico vinha nos dar notícias e nenhum enfermeiro ou funcionário sabiam de nada.

A espera era angustiante e o medo de receber a pior notícia tomava conta de cada um de nós. Eu andava de um lado para outro quando um médico apareceu chamando os parentes de Christopher, todos nós nos aproximamos com medo.

Alexandra: Eu sou a mãe dele.

Xxx: Sou o doutor Calebe - se apresentou - Médico responsável do paciente - encarou todos nós - Ele perdeu muito sangue e precisou fazer uma transfusão, mas agora ele está bem, está sedado e acordará apenas amanhã de manhã.

O suspiro de alívio foi geral.

Parecia que tinham tirado de cima de mim um elefante.

Graças a Deus!

Calebe: Devo dizer que foi por muito pouco, se demorasse mais cinco minutos para chegar até aqui, a notícia seria outra. - avisou - Ele perdeu muito sangue e o quê tínhamos no estoque utilizamos nele. Amanhã ele precisará passar por outra transfusão e preciso que alguém da famíli..

Lucy: Eu dou. - o interrompi.

Alexandra: Eu também!

Calebe: Certo. Preciso que as senhoras fiquem de jejum até lá. Também quero que saibam que encaminhei ele para um dos psiquiatra do hospital. Ele tentou tirar a própria vida e isso é muito sério, ele só sairá daqui depois que passar pelo psiquiatra. - avisou.

Christian: Acompanhamento psiquiátrico vai ser muito bom. - comentou.

Calebe: O senhor Uckermann esta bem. Então, podem ir para casa e descansar. Ele só terá alta daqui alguns dias.

Lucy: Obrigada doutor.

Ele sorriu antes de se afastar.

Abracei meu próprio corpo e fechei os olhos agradecida.

Meu irmão estava fisicamente bem.

Agora, precisamos cuidar de seu psicológico.