Dulce Maria

 3 meses depois...

Hoje completava cinco meses que eu estava aqui e fazia dois dias que eu tinha completado seis meses de gestação. Minha barriga estava bem grandinha, redonda, começava a pesar e digasse de passagem, minha barriga estava muito linda. 

Eu ouvia os batimentos do coração do bebê todos os dias pelo estetoscópio, o coração dele ou dela, batia tão forte e rápido que me fazia chorar. E sim, eu estava bem emotiva pra tudo.

Aparentemente meu bebê estava bem, mas sem o pré-natal de verdade me deixava preocupada, ainda mais porque até agora o bebê não tinha se mexido, nenhum pouquinho, nenhum chute, nada.

Absolutamente nada

Mas os médicos daqui, Juliette, Esteban e Igor tentavam me tranquilizar dizendo que em alguns casos de gravidez, o bebê demorava para se mexer, só que eu já estava de seis meses e nada. Amanhã seria o dia que iria embora daqui. E a primeira coisa que faria seria ir ao hospital onde Juliette e Estaban trabalham para realizar todos os tipos de exames.

No mesmo dia, Esteban ia na delegacia junto com Igor informar sobre tudo o que aconteceu e assim que eu fosse atendida no hospital ia direto pra lá.

Não dava para acreditar que se passaram cinco longos meses. Passei o aniversário de Christopher aqui, o meu aniversário, o dia que seria o nosso casamento, o natal e o ano novo aqui, o ano virou e já estávamos no início de fevereiro.

Eu estava vivendo como uma verdadeira nativa. E finalmente, depois de tanto tempo amanhã estaria de volta para a civilização.

Estaria de volta para Christopher.

Meu amor...

A saudade era tanta, tanta, tanta que mal conseguia respirar.

Toquei na minha barriga sentindo o vento do final daquela tarde bagunçar meu cabelo. O som do mar, a canção dos pássaros e o sol se pondo.

Se não fosse Deus e esse bebê, com certeza não aguentaria passar todos esses meses aqui. Mesmo com dois anjos que entraram na minha vida, Juliette e Estaban, sem Christopher e sem minhas irmãs era muito difícil.

Mas Deus e esse bebê me deram forças. E em breve estaríamos de volta para a nossa família.

Cinco meses que Christopher e todos achava que eu estava morta.

Queria tanto saber sobre tudo o quê aconteceu enquanto fiquei presa aqui e saber se Christopher estava bem. Não via a hora de ve-lo, de beija-lo, abraça-lo, de ver a reação dele vendo minha barriga, ver o nosso bebê.

Suspirei.

Igor: Juliette já arrumou tudo para amanhã. - falou se aproximando de mim e olhando o horizonte - Nem acredito que passamos tanto tempo aqui. - cruzou os braços - Enfim, estamos indo embora.

Dulce: Nossa última noite. 

Igor: Será que conseguiram achar quem acha que nós matou? 

Dulce: Eu espero que sim. Mas se não acharam, confesso que vou ficar com medo sabendo que têm alguém querendo me matar.

Fiquei tanto tempo aqui para raciocinar direito e entender que não queriam matar nós dois, queriam me matar. 

Alguém queria me ver morta.

Apenas eu.

E Igor só está aqui comigo hoje porque eu ofereci uma carona pra ele. E graças à Deus ele está aqui, porque se eu tivesse vindo sozinha, agora estaria realmente morta.

Igor salvou minha vida e a do meu bebê.

Igor: Não precisa ficar com medo. O seu noivo quando souber que está viva e bem e esperando o bebê de vocês, irá proteger vocês dois com a vida dele. 

Dulce: Aiii Igor..- comecei a chorar do nada. 

Hormônios!

Tudo culpa dos hormônios.

Nas últimas semanas estava evitando comer peixe porque ele estavam mortos e saber que foi alguém que fez isso me fazia desidratar de tanto chorar, igual quando vi matarem um sapo e eu chorei horrores.

Ou quando Juliette me negou bananas e eu chorei a madrugada toda. Tudo era motivo de choro pra mim.

Tudo.

Igor: Aguenta só mais essa noite Dul. - me abraçou - Em breve estaremos de volta para nossas vidas e tudo voltará a ser como era. Ou melhor dizendo, tudo ficará ainda melhor com o seu bebê e com o seu noivo.

Solucei pela décima vez naquele dia.

E ele riu.

Christopher Uckermann 

Joguei o celular na parede com verdadeiro ódio. Cinco meses, a cinco meses estava atrás incansavelmente daqueles malditos e quando acham a maldita da aeromoça, deixam aquela mulher escapar de novo.

Assim como aconteceu à um mês em Bangladesh, quando conseguiram captura-lá mas ela deu um jeito de fugir pela delegacia, maldição, pela delegacia. Parecia até piada e agora deixam ela escapar de novo numa das pequenas cidades da Ásia.

Incompetentes.

Eu estava cercado de incompetentes.

Cheryl: O quê é isso? - saiu da cozinha com um pote de sorvete nas mãos e não usava outra coisa que biquíni e saltos altos pelo apartamento. - Por que toda essa fúria? 

Christopher: Cala a sua maldita boca. - falei me aproximando do bar pegando uma garrafa de whisky. 

Cheryl: Olha como você fala com a mãe de seu filho. - falou com a boca cheia de sorvete.

Christopher: Por quê não vai para o seu apartamento e me deixa em paz?

Cheryl: Eu não vou ficar naquele muquifo. Sou a mãe de seu filho e mereço ficar numa cobertura igual à essa e inclusive, vou voltar para a piscina. - falou indo para a sacada.

Christopher: Nem pense que irá dormir aqui Cheryl. Só porque esse bebê é meu não quer dizer que vamos nos casar. - falei irritado.

Ela me ignorou voltando para a piscina.

Maldita hora que delirei vendo Dulce nela.

Maldita hora que dormi com ela.

Agora ela esperava um filho meu, o exame de DNA que fiz deu positivo. E agora ela fazia o quê bem queria com seus quatro meses de gestação.

Um filho.

Eu tinha um filho e não estava nada animado com isso. E todos ainda faziam pressão para que eu me casasse com ela, principalmente a mídia que já divulgação o nosso casamento que nunca ia acontecer.

Alexandra tinha voltado para Suécia à um mês, mas antes, surtou com a notícia que seria avó e tentou me dar um sermão, só tentou porque deixei ela falando sozinha. Julie me deu um tapa na cara, sim, dizendo que me odiava e que não queria mais saber de mim, inclusive agora estava na Inglaterra terminado o ensino médio. E Brayan estava viajando à negócios pra mim.

Lucy tinha voltado para Miami depois que se certificou que eu não iria mais fazer nenhuma besteira. E Mary, continuava no Brasil me ignorando de todas as formas possíveis.

O quê era engraçado, porque eu não fiz aquele bebê sozinho. Cheryl é bem mais culpada do que eu nisso, eu estava bêbado e drogado e ela estava em sã consciência. E Mary ao invés de tratar ela da mesma forma com a qual está me tratando nesses últimos meses, está a tratando normalmente.

Ela estava muito decepcionada comigo e minhas irmãs também. Mas ninguém estava mais decepcionado nessa história toda do que eu mesmo. Me sinto como se tivesse traído Dulce e um filho sem ser com ela estava me matando, mesmo que o bebê não tenha culpa de nada.

Se passaram cinco meses, o ano virou e estávamos em fevereiro, e aparentava está melhor com o luto para todos, mas apenas quando ficava sozinho no meu quarto à noite, durante todos esses meses, eu colocava tudo pra fora e chorava e chorava na minha cama pensando nela.

Cada canto desse apartamento, principalmente na cama eu podia ve-lá e até sentir seu cheiro. Suas roupas e coisas continuavam exatamente como ela deixou e ficaria lá. Jamais ia mexer nas coisas do meu amor.

Só Deus sabe o que daria para te-lá de volta em meus braços. Mas infelizmente não era possível.

Bebi o whisky encarando o vaso intocado no armário da sala.

As investigações continuavam e por mais que eu colocasse os melhores detetives, os melhores policiais e todo o dinheiro que tinha, estava difícil encontrar o culpado. O piloto tinha sumido, ele não aparecia em lugar nenhum e aeromoça tinha sido achada duas vezes e fugiu nessas duas vezes.

A investigação que fizeram com Anahí concluíram que ela não tinha participado de nada e nem que era a mandante do crime. E mais uma vez tinha voltado para a estaca zero.

Mas não era por isso que eu ia parar.

Eu ia encontrar quem tirou o meu amor de mim. 

Tomei mais um gole do meu whisky ouvindo a porta do apartamento se abrir e Christian aparecer com uma mala, ele tinha voltado hoje do Texas, vivia indo pra lá e voltando por causa da Maite, os dois continuavam juntos.

Christian: O quê ela faz aqui? - falou olhando para a piscina - Vocês dois..?

Christopher: Óbvio que não. - deixei a garrafa na mesa de centro e peguei um cigarro e o esqueiro sentando no sofá e o ascendendo - Ela veio reclamar do apartamento que comprei pra ela e acabou se achando no direito de aproveitar a piscina.

Dei uma tragada no cigarro sentindo o tabaco encher meus pulmões.

Christian: Vai ter que aguenta-la cara. Ela está esperando seu filho.

Christopher: O quê faz aqui?

Christian ficou no outro sofá e suspirou.

Christian: Vim ver você antes de ir para o meu apartamento. Será que dar para ser um pouquinho mais..cordial?

Revirei os olhos.

Christopher: Não te chamei aqui.

Christian: Você está mais magro do que antes..- me analisou - Você ao menos faz alguma refeição? Ou só fica bebendo e fumando? 

Christopher: Não te interessa. É nutricionista? - bufei.

Christian suspirou.

Christian: Tem notícias da investigação?

Christopher: Aquela mulher escapou de novo. - falei com ódio - Estou cercado de incompetentes. 

Christian: Isso já é demais. - negou - E nenhum sinal daquele piloto..isso é muito estranho. Ninguém se esconde tão bem assim. - comentou.

Christopher: O quê quer dizer?

Christian: Talvez ele esteja..morto. encontraram a mulher duas vezes e ele nenhuma. Isso é muito estranho.

Pensando por esse lado..

Inferno!

Christopher: Então, me resta encontrar de novo, a única que pode dizer quem mandou tirar Dulce de mim. 

Cheryl: Estou com fome. - voltou para a sala e encarou Christian - Olá baby!

Christian: Oii Cheryl. A barriga está grandinha. - comentou.

Ela levou as mãos até a barriga.

Cheryl: Nosso filho está crescendo muito bem aqui dentro. - sorriu - Estou com fome Christopher. O seu filho quer comer pizza agora.

Christopher: E eu sou dono de pizzaria? - revirei os olhos - Dar seu jeito!

Cheryl: Grosso! - bateu os saltos e saiu em direção à cozinha com raiva.

Christian: Christopher, quando estava no avião fiquei vendo algumas matérias sobre o casamento de vocês dois..- começou a falar mas eu interrompi.

Christopher: Não existe casamento. Não vou me casar. É só fofoca.

Christian: Eu sei cara. Mas por mais que você não goste dela, até entendo porque é a vadia da Cheryl, mas vocês dois vão ter um filho juntos e isso os liga pra sempre, é seu primeiro filho e seu único herdeiro. Acho que não seria tão mal assim casar com ela.

Christopher: Eu que uso cocaína e é você que está drogado - bufei - Está louco? Não vou me casar com essa vadia e nem com qualquer outra. 

Christian: Essa vadia vai te dar um filho. - rebateu.

Christopher: E daí?

Christian: Não gosto da Cheryl tanto quanto você cara. Mas penso nessa criança que não tem culpa de nada e ele merece uma família, um lar, os pais juntos e presentes na vida dele.

Christopher: A única mulher..

Christian: Eu sei. A única mulher com quem você queria isso era a Dul. Mas infelizmente ela não vai mas voltar, sei que está recente tudo e que nunca irá superar a morte dela, mas você não pode passar a vida desse jeito bebendo e se drogando, agora tem um filho que logo precisará do pai. Se é para levar a vida andiante, então, leve com seu filho do lado e sem perder nada da vida dele, porque ele não pediu para ser feito, ele é o único que não tem culpa de nada.

Christopher: Eu não quero outra mulher na minha vida Christian. A única mulher que amo e amarei eternamente é a Dulce.

A única.

Christian: Eu sei. E não estou falando para se casarem e terem uma vida de marido e mulher, se casem para dar uma vida estável para esse bebê, nem precisa dormir na mesma cama que a Cheryl, apenas der uma segurança bem mais forte do que apenas dinheiro.

Suspirei.

Não tinha pensando nisso.

Na verdade, não tinha pensado em nada mais sério do que dar uma boa pensão e todos os luxos pra Cheryl e principalmente para o bebê.

Talvez Christian estivesse certo.

Christian: Sei que Cheryl não é digna de levar o sobrenome Uckermann, que a única disso era a Dul, mas agora ela é mãe de seu filho e você querendo ou não terá que aguenta-lá. 

Casar com a Cheryl?

Era loucura, mas...pelo bebê talvez fosse realmente o certo.

Querendo ou não, seríamos uma família.

Encarei uma das muitas fotos de Dulce espalhadas pelo apartamento.

O quê eu faço, amor?

O reencontro Vondy está perto!

O bebê é do Christopher! Agora ele tem duas grávidas. Como será que vai ser a reação da Dul?

Christian aconselhando o Ucker..

Será que ele irá pedir Cheryl em casamento por causa do bebê?

Segunda volto a postar três vezes na semana.

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