Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Entramos no quarto do hotel e nem por um momento, desde que estávamos no táxi, até quando ele fez o check-in e subimos para o quarto, ele me soltou, também não queria que fizesse isso.

Foram cinco meses longe.

Cinco.

Tempo demais longe um do outro.

Observei a suíte luxuosa e a cama enorme muito bem arrumada. Eu ia dormir por fim numa cama e o melhor de tudo, com ele.

Christopher: Não vou te soltar nunca mais..- sussurrou me abraçando. - Ainda não caiu a ficha que está aqui. Que está esperando o nosso bebê.

Sorri.

Dulce: Estamos aqui meu amor. - o beijei. - O nosso bebê está muito bem aqui dentro. Só fiz a primeira consulta para ter a certeza que ele está bem, mas não sei qual é o sexo, quero que esteja comigo quando descobrir.

Christopher acariciou meu rosto e depois minha barriga de seis meses. Ele não parava de sorrir um segundo.

Christopher: Precisamos ver tantas coisas para o bebê. - me encarou - Está com fome? Quer beber algo?

Dulce: Na verdade estou com fome sim. Mas preciso de um banho antes.

Christopher: E de roupas. - beijou minha testa e depois boca - Toma uma ducha enquanto mando trazer algo e comprar roupas pra você. Quer comer o quê meu amor?

Dulce: Eu não sei. Mas quero chocolate.

Eu precisava de chocolate tanto quanto precisava dele.

Christopher: Vou mandar trazer todos os chocolates do restaurante pra você. Mais alguma coisa? - acariciou meu rosto.

Dulce: Quero que fale tudo o que aconteceu, o que perdi enquanto estava...fora. - falei pegando no pulso dele - Principalmente isso aqui.

Christopher assentiu.

Christopher: Depois que estiver alimentada e descansada, eu falo. Mas agora o que importa são vocês dois. - acariciou minha barriga.

Dulce: Tenho uma coisa pra te contar. É muito importante.

Christopher fechou os olhos e assentiu.

Christopher: Também tenho que te contar algo. - abriu os olhos e encarou minha barriga - Mas não sei como vai reagir, independente de tudo..- me encarou - Você e o bebê estão acima de qualquer coisa ou...pessoa.

Dulce: Como assim?

Christopher: Depois amor. - beijou novamente minha testa - Agora tome uma ducha. Vou fazer os pedidos. E por favor, não demore. Eu preciso de você.

Entrei no banheiro ao mesmo tempo que ele ligava para a recepção. Me encarei no espelho por alguns minutos. Eu não parava de sorrir e eu podia ver como meus olhos brilhava. Meu coração ainda batia acelerado, não como na delegacia quando o vi depois de meses, mas ainda batia forte em meu peito.

Dulce: Gostou do seu papai..? - murmurei tocando na minha barriga. - Claro que gostou. Você se mexeu no instante que ele falou com você. - sorri.

Eu tinha a leve impressão que o bebê seria completamente louco ou louca pelo Christopher.

Ri.

Tirei o vestido e encarei por mais alguns segundos minha barriga antes de entrar no box e tomar uma deliciosa ducha, minutos depois, vesti o roupão e enrolei meu cabelo na toalha. Procurei nas gavetas da pia pasta e escova de dente, quando encontrei, escovei os dentes minutos depois saia do banheiro.

Christopher desligava o celular quando voltei para o quarto.

Christopher: Eu já falei para todos que está viva. Christian me chamou de louco, mas quando entrou na internet e viu algumas fotos nossas saindo da delegacia, ele acreditou.

Dulce: Fotos?

Christopher: Alguém da delegacia vazou o quê aconteceu com você e alguns paparazzi foram até lá, agora, todos sabem que você está viva.

Dulce: Não sei se isso é bom ou ruim.

Christopher se aproximou e me abraçou bem apertado, ou quase isso, por causa da barriga.

Christopher: Nada mais vai acontecer com você. - segurou no meu rosto - Você e o bebê são tudo pra mim, e eu vou proteger vocês com a minha vida. - prometeu olhando dentro dos meus olhos.

O beijei.

Nós afastamos quando ouvimos batidas na porta, Christopher abriu e um funcionário entrou empurrando um carrinho cheio de comida. Só consegui prestar atenção nos quatros tipos diferentes de tortas e bolos repletos de chocolate.

Christopher: Suas roupas vão chegar daqui alguns minutos. - avisou quando o funcionário saiu do quarto - Espero que tenha acertado no...tamanho. - encarou minha barriga no roupão - Está bem grandinha..- sorriu.

Dulce: O bebê está começando a pesar e estou chorando por tudo também.

Me sentei na poltrona em frente ao carrinho me servindo do suco de laranja e encarando os pratos. Christopher ficou no apoio da poltrona.

Christopher: Pedi tudo que coube no carrinho. - tirou a toalha da minha cabeça jogando na poltrona ao lado - Vocês dois terão tudo que quiserem. - tocou no meu cabelo molhado.

Tomei um gole do suco e o encarei.

Dulce: Chris..

Christopher: Coma! - pediu. - Depois falamos sobre o resto. Agora vocês dois precisam se alimentar. - beijou minha testa e colocou o braço em volta do meu ombro.

Peguei o primeiro prato que era uma massa e o devorei em questões de meros minutos, fechei os olhos saboreando o gosto maravilhoso.

Christopher riu limpando minha boca.

Christopher: O quê comia lá?

Dulce: Muitas muitas e muitas frutas, peixes e aves. Cinco meses comendo isso todos os dias. E o bebê ama banana, ele quer isso o tempo inteiro. - sorri.

Christopher: E o bebê quer bananas agora? - falou ameaçando levantar mas eu o detive - O quê foi pequena?

Dulce: Agora ele não quer. - deixei o prato vazio de volta e peguei uma das muitas tortas que estavam no carrinho - Agora ele quer devorar isso aqui..- falei enchendo minha boca de torta.

Christopher: Come devagar..- pediu.

Fechei os olhos.

Chocolate!

Enfim, chocolate!

Christopher beijou minha bochecha.

Ri.

Abri os olhos o encarando.

Seus olhos brilhavam tanto quanto os meus.

Dulce: Há cinco meses atrás, alguns dias antes do meu embarque para o México, fiz um exame de DNA..- comecei a falar devagar.

Christopher: O quê? - franziu o cenho.

Dulce: E no dia do embarque, peguei o resultado que deu positivo. - dei um meio sorriso - Meu amor, além da Lucy e da Julie você têm mais uma irmã.

Christopher: O quê? Como assim..? Irmã..?

Dulce: Eu a conheço minha vida toda. - sorri olhando sua expressão confusa.

Christopher: Eu tenho outra irmã? O quê? - me encarou sem entender.

Dulce: Ela é uma Uckermann sem ela mesma saber e é minha irmã também.

Christopher: Richard tem outra filha? Quem é?

Dulce: Zoraida. Ela é a sua irmã.

Os olhos dele se arregalaram de uma maneira que quase me fez rir.

Christopher: Como é possível? - murmurou - Ela não tem o sinal dos Uc..

Dulce: Tem sim. É muito escondido, igual de Julie. Eu sabia que conhecia esse sinal de algum lugar, não sei como, mas minha mente apagou que o sinal era o mesmo da minha irmã e como só a familia sabe desse sinal, não tinha como vocês saberem da existência um do outro.

Christopher: Agora tudo faz sentindo - me encarou rindo - Desde da primeira vez que a olhei, parecia que a conhecia de uma vida inteira e...eu gosto muito dela, como um...irmão.

Dulce: Eu fiquei com ciúmes do amor entre irmãos. - brinquei.

A primeira vez que eles se viram me deixou quase cega de ciúmes. Parecia que só tinha eles no mundo e a sensação e esse sentimento de fraternidade entre eles, já deixava claro o parentesco.

Christopher: Sua irmã, é minha irmã. - me abraçou - É uma loucura! Como isso é possível? Zoraida Virgínia é minha irmã e ela tem o mesmo nome da minha avó paterna, mãe de Richard, Virgínia Von Uckermann.

Dulce: Você acha que ele sabe da existência dela?

Christopher: Não. Com certeza não. Ele pode não valer nada, mas ele é muito ligado com esse negócio de sangue. Se ele soubesse que têm mais alguém carregando o sangue Uckermann nas veias, ele teria assumido a paternidade e teria dado a fortuna que pertence à ela.

Dulce: Zoraida foi para o internato com oito anos, quando os pais morreram num acidente de carro, também não entendo como isso é possível. - o abracei.

Christopher: Ela não tem um parente?

Dulce: Só uma avó que não quis ficar com ela, não sei se ainda está viva.

Christopher: A última coisa que quero é falar com aquele cara, mas vou ter que fazer isso. Precisamos saber como ele nunca soube que têm outra filha.

Dulce: Está feliz? - falei quando ele sentou na poltrona ficando nós dois impressados um no outro.

Christopher: Meu amor, estou feliz que tenho mais uma irmã. Mas isso não chega nem perto do que estou sentindo em te-lá novamente comigo. E com o nosso bebê a caminho. - me beijou.

Dulce: Te amo tanto meu amor..- falei quando paramos o beijo - Durante todos os dias nesses cinco meses, não parei de pensar em você, em como estava, se estava bem, se...estava conseguindo superar...- falei já com a voz embargada - Foi suportável ficar longe de você, porque sabia que iamos nos encontrar de novo e o nosso bebê estava comigo, mas não consigo imaginar o quanto foi muito..duro pra você tudo o que achou que..- não consegui completar - Você está tão magro, esse cabelo, essa barba..e essas cicatrizes..- toquei em seus pulsos - Por favor, me diz o quê aconteceu?

O celular dele começou a tocar.

Mas ele ignorou.

Ou melhor, nós dois ignoramos.

Christopher: Perder você..ou achar que tinha perdido você pra sempre...- começou a falar baixo olhando nos meus olhos e ali eu enxerguei toda a dor e sofrimento - Me destruiu! Eu não..consegui...eu..eu..fiz coisas que..- balançou a cabeça e um forte choro o atingiu o impendindo de continuar.

O abracei.

Dulce: Estou aqui meu amor. Estou aqui. - sussurrei em seu ouvido.

Por alguns minutos não falamos mas nada, até ele se acalmar. O celular dele parou de tocar e ficou o silêncio do quarto, ouvindo apenas nossas respirações pesadas.

Christopher: Eu expulsei todo mundo da minha vida..- voltou a falar baixinho - Fiquei semanas, meses, trancando no apartamento e...não conseguia fazer mas nada além de beber, fumar e...me drogar.

Dulce: Você o quê? - arregalei os olhos.

Ele baixou os olhos envergonhado.

Christopher: Todo o apartamento me lembra você, lembra nós dois e eu só conseguia ter um pouco de paz quando delirava com o efeito da droga, eu fiz coisas que nunca faria se estivesse em sã consciência e...a dor era insuportável, eu não conseguia mais aguentar viver mais um minuto longe de você pequena...- respirou fundo - Eu tentei suicídio!

Dulce: O quê? - arregalei os olhos.

Meu Deus!

Christopher: Não queria mas viver no mundo onde você não estava mas e..bebi, me droguei, peguei uma faca e..cortei meus pulsos..

Dulce: Chris! - não consegui conter as lágrimas.

Christopher: Foi por pouco. Muito pouco, os cortes são pequenos, mas foram profundos, quase peguei na veia certa em que teria concluído minha..ação.

Dulce: Meu amor! - segurei em seus pulsos encarando as cicatrizes e encarei seus olhos - Eu...eu..eu..

Christopher: Não precisa falar. Sei que fui um estúpido, idiota e inconsequente!

Dulce: Sint..o mu..ito! - o abracei mais forte que podia - Sinto..muito! E..u não..

Christopher: Eu sei. Eu sei! - murmurou.

Meu coração doía em imagina-lo acabando com a própria vida. Sofrendo o inferno por minha causa.

Pela minha suposta morte.

Dulce: M..eu amor...

Christopher: Shiiiii - falou tentando parar meu choro - Assim como você está aqui, eu também estou meu amor.

Fechei os olhos ainda em prantos.

[...]

Estávamos na cama, de conchinha, abraçados e sentindo o cheiro um do outro junto com a batida de nossos corações. Apesar das compras das minhas roupas terem chegado, eu continuava de roupão grudada ao Christopher.

Christopher: Estou com medo de acordar amanhã e tudo não ter passado de um sonho. - murmurou - Pensei que nunca mais fosse..

Dulce: Isso não é um sonho. Estou aqui e não vou sair do seu lado. - me virei ficando de frente pra ele - E estamos esperando o nosso bebê. - toquei em seu rosto - Sinto tanto por ter passado por tanto sofrimento e dor, ter chorado a minha..morte. Mas agora estamos juntos de novo e agora em diante vamos voltar a ser felizes como antes, ainda mais com o nosso bebê a caminho..- observei com deleite o lindo sorriso dele - Quem quer que seja que queira me matar, vamos encontrar e essa pessoa jamais vai conseguir nós separar de novo. - dei um longo selinho em seus lábios.

Christopher: Meu amor, vou proteger você e o nosso bebê. Eu juro! - me abraçou.

Dulce: Te amo Chris! - fechei os olhos.

Christopher: Te amo minha pequena..- beijou minha testa.

Dulce: Você não tinha algo para me contar? Era sobre as cicatrizes? - perguntei ainda de olhos fechados.

Ele demorou alguns segundos para responder.

Christopher: Por quê não dorme um pouco? Amanhã vamos voltar para o Brasil e os nossos amigos irão está te esperando e irá ser um longo dia. - beijou minha testa novamente.

Dulce: Estou com sono mesmo. - murmurei sentindo o delicioso cafuné que ele começou a fazer em mim - Sonolência é comum desde que descobri o nosso bebê. - suspirei - É mais forte do que eu.

Christopher: Descansa meu amor. Amanhã irá ser um longo dia.

Nós braços dele, sentindo o cheiro dele e o cafuné dele, em segundos adormeci.