Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Christopher: Dulce..

Balancei a cabeça e levantei sentindo minhas pernas trêmulas. As lágrimas não paravam de cair. Meu coração voltou a doer como quando fiquei longe dele por meses e meses.

Dulce: Como pôde fazer isso comigo?

Christopher: Fica calma, por favor.. - pediu se aproximando e tocando em mim.

Me afastei dele como se ele estivesse em chamas.

Dulce: Não encosta em mim.

Cheryl: Já deu minha hora. - levantou.

Christopher: Sua desgraçada! Mandei ficar longe dela. - a segurou pelo braço com força.

Cheryl: Você me engravida e some. Acha mesmo que vou ficar quieta? - puxou o braço com força - E não fale assim comigo, sou a mãe de seu filho. O meu bebê tem todo o privilégio quanto o seu com a sua noiva cadáver.

Christopher: Você já fez estrago o suficiente. Some daqui! - praticamente gritou furioso.

Cheryl: Ao menos ligue para saber como o nosso filho está. - revirou os olhos - Adeus! - caminhou até a porta e ouvimos ela bater.

Christopher: Dulce..

Dulce: Você a engravidou..- neguei - Você tem um bebê com ela. - toquei na minha barriga - Como pôde fazer isso comigo? Com a gente? - falei chorando.

Meu coração estava em pedaços.

Christopher: As coisas não foram desse jeito..- falou rápido e se aproximou de mim.

Me afastei.

Dulce: Não. CLARO QUE NÃO. - gritei furiosa - Eu morro e você chama Cheryl, estava com saudades dela, não era? Você dormia comigo pensando nela?

Christopher: O quê? Claro que não! De onde tirou isso? - arregalou os olhos.

Comecei andar de um lado para outro.

Dulce:  Quando ia me falar sobre o bebê? Quando ele nascesse? Ou quando ele fizesse dezoito anos?

Christopher: Ia falar hoje.

Neguei.

Dulce: Por quê fez isso? - o encarei quase cega pelas lágrimas.

Christopher: Dulce, eu não sei o que ela falou, mas a maioria das coisas que Cheryl fala são mentiras. Por favor! Se calma, está muito nervosa. Pode fazer mal para o nosso filho. - falou preocupado.

Dulce: É mentira que o filho dela é seu?

Christopher: Infelizmente...não. - tentou se aproximar, mas eu me afastei.

Dulce: Você têm um filho com ela..- murmurei aos prantos.

Christopher: Meu amor por favor, não fique  assim...- falou com voz embargada - Está me matando ve-lá assim.

Dulce: E COMO VOCÊ QUER QUE EU FIQUE? VOCÊ FEZ UM FILHO EM OUTRA MULHER. UM FILHO. - explodi.

Christopher: VOCÊ PRECISA SE ACALMAR. - gritou de volta - Por favor! Pelo seu bem e do nosso filho. - a preocupação não saia de seu tom de voz.

Levei minhas mãos até o rosto e percebi elas trêmulas. Mais uma vez ele tentou se aproximar, mas me afastei.

Dulce: Quero ficar sozinha. - respirei fundo tentando me acalmar - Preciso ficar sozinha. - toquei na minha barriga.

Christopher: Não. Precisamos conversar.

Neguei.

Dulce: A última coisa que quero é ouvir explicações..- mais lágrimas desceram por meu rosto - Você me enganou Christopher. Me enganou com aquela mulher.

Christopher: As coisas não foram assim Dul. Vo..

Dulce: Me deixa sozinha. Quero ficar sozinha. - falei antes de correr até o quarto.

Christopher: Não. Dul, espera...- correu atrás de mim.

Corri mais rápido e entrei no quarto, antes que ele encostasse na porta, a fechei e tranquei a mesma. Ele começou a bater na porta repetidamente.

Christopher: Dulce, por favor meu amor, por favor, não me deixe ficar sem ve-lá, sem toca-lá, por favor, abre essa porta, por favor..- implorou desesperado batendo na porta.

Fechei os olhos e me encostei na porta chorando.

Christopher: Meu amor, por favor, abre essa porta, eu preciso ver você. Eu preciso de você. - implorou com voz embargada - Dul, por favor, fiquei meses sem ver você, não posso ficar sem olhar pra você, sem te tocar, por favor meu amor, abra essa porta, vamos conversar.

Aos prantos escorreguei até o chão.

Não conseguia parar de chorar.

Meu coração doía.

Christopher: Dul? Por favor...

Não respondi.

Ao invés disso, apenas solucei alto.

Christopher tinha um filho com outra mulher.

Ele me enganou.

Nós enganou!

Toquei na minha barriga.

Christopher Uckermann

Silêncio.

Dulce estava em silêncio a mais tempo do que eu poderia contar. Ouvir seu choro, seu soluço, a forma que me olhou acabou comigo. Inferno! Tudo isso era culpa minha. Ela estava sofrendo por culpa minha.

Era por isso, que estava demorando a contar. Não sabia qual seria a reação dela, mas agora sei. A pior. Eu estava morrendo de preocupação. Ela e o nosso filho são tudo pra mim e ela está muito nervosa, se acontecer qualquer coisa com eles, jamais me perdoaria.

Jogado ao chão, encostado na porta, tentava ouvir qualquer ruído vindo do quarto, mas nada. Ela estava em silêncio a muito tempo.

Christopher: Meu amor, por favor, estou desesperado. Está quieta a muito tempo, você está bem? O bebê está bem?

Silêncio.

Christopher: Dul..- bati na porta.

Silêncio.

Pânico tomou conta de mim, estava prestes a levantar e colocar a porta à baixo, quando ouvi a voz dela.

Dulce: Estamos bem! - a voz dela soou bem perto da porta.

Soltei um suspiro aliviado.

Ela deveria também está sentada encostada na porta.

Christopher: Precisamos conversar meu amor. Abre essa porta. Não me deixe ficar sem ve-lá. - implorei.

Silêncio.

Bati minha cara na porta.

Porra!

Dulce: Me diz a verdade...- pediu.

Christopher: Sempre falei a verdade. Nunca menti pra você.

Dulce: Você ainda têm desejo pelo Cheryl?  - perguntou de forma baixa.

Inferno!

De onde ela tira essas coisas?

Christopher: Dulce, de onde você tira esses absurdos? Eu sou louco por você. Sabe disso. Desde que pus os olhos em você nunca mais senti mas nada por outra mulher que não fosse você.

Dulce: Se é isso, por quê a chamou até aqui? Por quê a engravidou?

O quê?

Christopher: Como assim a chamei até aqui?

Dulce: Ela disse que você chamou ela pra vir até aqui, que você quis ela, que você estava com saudades dela...- falou baixo e  percebi o tom magoado.

Dei um soco na porta.

Eu vou matar aquela ruiva desgraçada!

Christopher: Dulce, pelo amor de Deus, eu quase cometi suicídio por você. Acha mesmo que penso nela? Que quero ela? A única que eu sempre quis e quero é você.

Dulce: Você transou com ela! - acusou.

Christopher: Porra! Eu mal me lembro daquela maldita noite! Eu estava drogado, bêbado e...ela apareceu aqui do nada, disso consigo me lembrar, eu estava muito  louco, eu vi você nela, eu delirei vendo você e aquela desgraçada se aproveitou disso, eu não estava sã consciência...por favor, acredite em mim, estou falando a verdade, jamais teria dormido com ela se não estivesse tão fora de si e visse você nela.

Dulce: Então, é por isso que transou com ela?

Christopher: Me perdoa. Por favor me perdoa. - encostei minha testa na porta e fechei os olhos.

Dulce: Por que ela mentiu?

Christopher: Vovê a conhece. A maioria das coisas que ela fala são mentiras. Ela está com raiva porque desde que descobriu a gravidez, acha que tenho que grudar nela por causa disso.

Silêncio.

Silêncio.

E mais silêncio.

Suspirei.

Dulce: Esse bebê é realmente seu?

Christopher: O DNA deu positivo.

Dulce: Ela pode ter forjado, não?

Christopher: Difícil. Fiz com a supervisão da Elizabeth. Ela levou para o laboratório de um conhecido dela e Mary ficou na cola da filha antes e depois do exame.

Silêncio.

Silêncio.

Dulce: Deveria ter me contado antes tudo isso. Descobrir pela boca dela foi..

Christopher: Me perdoa. Por favor. Me perdoa. Ia contar hoje, juro, mas ela se atreveu a contar. Não contei antes porque não queria estragar o nosso tempo juntos depois de meses separados. Me perdoa meu amor. Me perdoa!

Dulce: Você me escondeu uma coisa tão séria quanto essa Christopher.

Respirei fundo.

Christopher: Não sou o único, ou sou? Eu sei de você com Igor. - rebati.

Dulce: Como você..? - perguntou surpresa.

Christopher: Descobri no dia que tentei me matar, ouvi uma conversa de duas alunas da univerdade e elas falavam sobre você e ele, e uma delas me contou que viu você e ele aos beijos duas vezes, tinha até foto. Fiquei louco Dulce. Louco.

Dulce: Fotos?

Christopher: Ela tirou para denunciar vocês na diretoria. Ela gosta ou gostava do professorzinho. Achei que me traía, pensei muito mal de você. Até que Zora , Fuzz e Derrick me contaram toda a verdade.

Dulce: Christopher, realmente errei em não ter contado sobre as duas situações, mas queria preservar nossa relação. Me desculpa. - pediu.

Christopher: Não é apenas eu que deixo de falar certas...coisas.

Dulce: Não. Não queira comparar dois beijos roubados com um filho. Você fez um filho em outra mulher. Um filho.

Bati minha cara na porta.

Christopher: Me perdoa! Por favor!

Silêncio.


Silêncio.


E mais silêncio.


Dulce: Vocês transaram aqui no quarto? Na nossa cama? - perguntou baixo.

Christopher: Isso não importa..e eu jamais ia colocar outra mulher na nossa cama.

Dulce: Importa sim! Aonde foi Christopher? Fizeram pelo apartamento todo? Na piscina? Aonde?

Christopher: No sofá.

Dulce: Qual deles?

Christopher: Dul..

Dulce: Qual deles Christopher? - insistiu.

Christopher: O maior. - murmurei.

Dulce: Eu não quero olhar pra ele, jogue fora ou der para alguém. Entendeu?

Christopher: Entendi. Faço qualquer coisa por você. Qualquer coisa.

Silêncio.

Christopher: Abre a porta Dul. Mesmo que não queira falar comigo, tudo bem, eu só preciso olhar pra você.

Cinco meses achando que jamais a veria novamente. Cinco meses. Não poderia ficar sem ve-lá por muito tempo.

Dulce: Eu quero ficar sozinha.

Christopher: Não faz isso. Ficamos longe um do outro tanto tempo...

Dulce: Eu preciso de um tempo.

Christopher: Aos menos abra a porta. Por favor Dul.

Silêncio.


Silêncio.


Dulce: Vou abrir. Mas não é para entrar agora, entendeu?

Não respondi.

Dulce: Christopher?

Christopher: Ok.

Ouvi o barulho da tranca.

Encostei minha cabeça na porta e fechei os olhos.

Dulce não disse mais nada.

Mais um bom tempo se passou e ela não fazia mas nenhum barulho. Não consegui mas me conter e entrei no quarto, sem sinal dela, o barulho do chuveiro me fez andar até lá e a cena que eu vi me fez querer tentar me matar mais uma vez.

A água caia sobre Dulce que estava encolhida ao chão chorando.

Aquela cena acabou de vez comigo.

A única coisa que consegui fazer foi andar  até ela, não me importando se estava me molhando, e abracei fortemente. Ela não recusou e me abraçou de volta.

Ficamos ali em baixo do chuveiro ao chão chorando por muito tempo.