Dulce Maria

Alguns dias depois...

Maria Paula tinha completado um mês de vida já alguns dias. Ela tinha crescido apenas um pouquinho. Ficava cada dia mais parecia com o pai. E as madrugada não mudaram muita coisa, mas a boa notícia era que as cólicas estavam começando a sumir. Ela agora chorava e acordava apenas três vezes. O que era um alívio para mim e Christopher.

Ele participava tanto quanto eu em tudo, absolutamente tudo. Desde me acompanhar e ficar no chão me vendo dar de mamar no quarto dela, até faze-lá dormir no colo dele e trocar muitas fraldas. Era maravilhoso sentir e saber que nunca estava sozinha nisso.

Durante a consulta dela na melhor pediatra do país, Maria Paula estava perfeita. Crescia forte e muito saudável. Os cabelos eram mais visíveis nesse primeiro mês. Tudo perfeito. Christopher não parava de exibir a filha para a pediatra. A doutora Solano não conseguia parar de rir com as cenas dele com a filha, já acostumada a presenciar essas cenas típicas de pais de primeira viagem.

No mesmo dia que Maria Paula foi ao pediatra, também tive uma consulta com uma ginecologista. Elizabeth alegou agenda cheia e por conta disso não pode me receber, mas o mais estranho é que ela parecia me evitar, não atendia minhas ligações ou mensagens. Fuzz e nem Derrick sabiam me responder por quê da atitude dela, eles me contaram que ela estava normal com todo mundo, mas quando ouvia meu nome saindo da boca deles parecia entrar em choque e rapidamente se afastava.

Confesso que essa atitude dela está me magoando. O que eu fiz? A última vez que nós vimos foi no parto, desde de lá ela tem me ignorado completamente e eu tenho tentado me lembrar do que eu disse ou fiz para ela me tratar desse jeito. Poxa! Eu gosto tanto dela.

Dei um sorriso mucho para o espelho do banheiro. Eram quase oito horas da manhã. Maite, Zoraida e Eddy tinham chegado cedo para tomar café aqui e estavam com Maria Paula na sala. Eles tinham chegado quando todos ainda estávamos dormindo. Inclusive minha bebê, Christopher continuava dormindo um pouco mais, já que quando fui dormir na última mamada da Maria, ele continuou trabalhando acho que até às cinco horas. Maria Paula acordou e os três cercaram ela na sala.

Peguei minha escova e escovei os dentes devagar. Já tinha tomado uma ducha e estava de toalha. Limpei a boca e em seguida, peguei uma escova de cabelo na gaveta da pia. Aos poucos fui desembaraçando meu cabelo.

Christopher apareceu no banheiro sem camisa, apenas com a calça de pijama de moletom. Se aproximou de mim me dando um abraço por trás, mesmo estando molhada e beijou meu rosto.

Christopher: Bom dia amor. - falou me encarando pelo espelho. Seus braços continuavam na minha cintura. Seu cabelo bagunçado e sua voz rouca pelo sono de minutos antes o deixava sexy.

Fiquei tensa. Mas sorri.

Dulce: Bom dia. Nossa filha está sendo passada de mão em mão.

Christopher: Eles estão começando a invadir esse apartamento de novo.

Dulce: Não gosta?

Christopher: Amo. - seus olhos me analisaram de toalha. Suas mãos seguraram com mais firmeza minha cintura - Hoje acaba o tempo de mais alguns dias que a médica pediu para você, não é? - começou a beijar meu ombro molhado - Estou contando esses dias com tanto sacrifício...

Apesar dos deliciosos beijos subindo para meu pescoço, fechei os olhos me sentindo péssima pela minha mentira. No mesmo dia que me consultei com a ginecologista ela viu que eu estava ótima e que meu resguardo tinha acabado. Poderia voltar com a minha vida normalmente. Porém, como Christopher ficou na recepção com nossa filha me esperando voltar da consulta, decidi contar uma mentirinha, de que a médica pediu por mais alguns dias para voltar a vida normalemte.

Se eu falasse naquele mesmo dia que já estava ótima, ele ia querer voltar a fazer amor comigo. E eu não ia conseguir enrolar ele por mais tempo. Consegui esses dias, mas agora eles também acabaram. E agora?

Ele subiu o beijo até minha boca.

Não consegui controlar um gemido baixinho quando ele invadiu minha boca, deixei cair a escova que estava na minha mão e parei o beijo.

Dulce: Agora não. - murmurei.

Christopher: Agora sim. - sorriu - Você pode tomar outro banho.

Dulce: Nossa filha..

Christopher: Muito bem cuidada. Temos tempo de sobra. - puxou com força minha cintura para si, meu corpo grudou no dele - Estou louco amor, louco..- falou antes de voltar a me beijar.

Gemi outra vez sentindo o quanto ele queria aquilo. O quanto me queria. Fechei os olhos tentando me levar pelo momento, era fácil, eu também o queria. Também estava com saudades dele. Suas mãos começaram a passear pelo corpo durante o beijo, até ele parar na toalha a abrindo.

Dulce: Não. - falei parando o beijo e me afastando para trás segurando a toalha.

Christopher: O quê foi? - se assustou com a minha reação.

Dulce: Não dar. Sinto muito. - respirei fundo e prendi a toalha mais firme em mim - Desculpa. Desculpa. - baixei a cabeça.

Christopher: Dulce o quê foi? - deu um passo na minha direção.

Dulce: Não se aproxima de mim. Por favor. - pedi andando para trás. - Não dar. Sinto muito. - balancei a cabeça.

Christopher: Amor, o quê aconteceu? O que eu fiz? - me olhava preocupado.

Dulce: Nada. Você não fez nada. Sou eu. - suspirei - Preciso me arrumar. - falei passando ao lado dele, mas com rapidez ele segurou no meu pulso e me puxou para um abraço apertado - Me solta. - pedi baixinho.

Seus braços ao redor dos meus ficaram mais firmes.

Christopher: Dulce, você está estranha à muito tempo. Preciso que converse comigo. - falou sério.

Dulce: Não ach..

Christopher: Não vai me enrolar. - se afastou o suficiente para erguer meu queixo me obrigando a encara-lo - Precisa dizer o que está acontecendo com você.

Fechei os olhos e assenti.

Dulce: Vou colocar uma roupa. - falei me afastando. Entrei no closet e demorei mais do que o necessário para me arrumar, estava enrolando para ter essa conversa. Teria que falar que tinha contado uma mentirinha para ele.

Não gostava de contar mentiras, mas essa não consegui evitar. Foi muito mais forte que eu. Impossível controlar.

Depois de me encarar no espelho, voltei para o quarto e ele mexia no celular na cama. A TV do quarto estava ligada, mas estava no mudo. Quando ele me viu, desligou o celular e cruzou os braços.

Christopher: Pensei que teria que arrasta-lá até aqui. - ensinuou.

Dulce: Não seria mal...- falei ficando ao lado dele na cama

Christopher: O quê foi amor? Esta tão diferente comigo. - acariciou meu rosto.

Dulce: Contei uma mentira para você. Sinto muito. - murmurei.

Mas ele me ouviu muito bem.

Christopher: Que mentira? Espera..você mente para mim? - franziu o cenho.

Dulce: Só foi dessa vez. Sabe que odeio mentira. Mas menti. Me sinto péssima. Desculpe. - pedi suspirando.

Christopher: Qual foi a mentira?

Encarei o chão.

Dulce: Na consulta com a ginecologista ela não pediu mais dias, ela tinha me liberado, mas eu decidi inventar esses dias. Me desculpa. - falei baixinho.

Christopher: E por quê mentiu? Por que inventou?

Dulce: Porque eu...não....não, eu não - balancei a cabeça - Porque não quero fazer sexo com você. - falei a verdade.

Christopher levantou da cama de supetão me assustando.

Christopher: Você inventou esses dias porque achou que eu ia te obrigar a transar comigo? - perguntou perplexo e com raiva.

Seus olhos me encaravam com mágoa e raiva. Muito raiva.

Balancei a cabeça.

Dulce: Eu n..

Christopher: Você acha que sou um monstro Dulce? Que sou capaz de fazer algo assim? Ainda mais com você? - andava e gesticulava incrédulo.

Dulce: Eu não falei isso. Você que está concluindo errado. - também levantei da cama - Eu inventei esses dias porque precisava de mais tempo.

Ele balançou a cabeça ainda incrédulo.

Christopher: Você..eu não... - respirou fundo - Era só ter falado. Jamais faria algo que você não quisesse. Não precisava ter mentido, inventado essa história totalmente sem sentido. Se você não quer sexo, era só ter falado. - passou as mãos no cabelo ainda irritado.

Dulce: Mas eu não disse que não queria fazer sexo com você.

Christopher: O quê? Dulce você acabou de confessar que não quer fazer sexo comigo. - falou sério - Foram essas palavras que saiu da sua boca, por isso inventou essa história de dias. Esqueceu?

Dulce: Eu disse que não quero fazer sexo com você, mas não porque não tenho vontade. E sim, porque eu não consigo. Eu não consigo.

Christopher: Está me deixando confuso.

Dulce: Eu sei. - comecei andar pelo quarto nervosa - Christopher, escuta, ok? Eu engravidei e meu corpo mudou muito e...

Christopher: Óbvio. Você estava carregando o maior amor das nossas vidas. - cruzou os braços.

Dulce: Pedi para me escutar. - o encarei com raiva - É tudo ainda recente, meu corpo não é mais o mesmo, ele mudou e está muito diferente e...

Christopher: É evidente que está Dulce.

Respirei fundo fechando os olhos para não chorar.

Dulce: Está se escutando? Você nem ao menos o viu direito e sabe. Por quê ainda quer isso?

Christopher: Isso o quê? - ele andou em minha direção. Parou ao meu lado.

Dulce: Você sabe qu..

Christopher: Eu sei do quanto está gostosa? - me interrompeu supondo a pergunta.

Dulce: O quê?! - praticamente gritei abrindo os olhos. - Você está louco ou cego? Estou horrorosa Christopher. Estou feia. Ridícula. Como você...

Christopher: Cala a boca! - pela primeira vez foi grosseiro comigo - Você que está louca aqui. - falou com raiva e segurou meu rosto com as duas mãos - Eu te proíbo de falar esses absurdos de novo. Como pode achar que está ao menos parecida com essas ofensas?

Dulce: Porque estou mesmo. - falei com lágrimas nos olhos de raiva.

Christopher: Está cega. Maluca. Como pode achar que..

Tirei as mãos dele do meu rosto e me afastei.

Dulce: Meu corpo mudou Christopher. Isso é fato. E eu tam..

Christopher: Óbvio que mudou. - voltou a me segurar pelo braço - Você carregou nossa filha. Seu corpo mudou muito. O que é completamente natural. A gravidez só te fez bem. A gravidez só te deixou mais linda e gostosa do que antes Dulce. Como não enxerga isso?

Dulce: Você est..

Christopher: Dulce...meu amor, para de falar baboseira. Você está incrível. Nem parece que deu a luz à um mês. A gravidez te deixou com muita mais curvas, sua bunda e seu peito aumentaram de uma maneira tão..- engoliu em seco olhando meu corpo - Absurdamente absurda.

Dulce: Absurdamente absurda? - murmurei.

Christopher: Absurdamente absuda de deliciosa. - confirmou e me puxou para si colando nossos corpos - Sua pele ficou reluzente e macia. - começou a beijar meu pescoço.

Fechei os olhos suspirando.

Dulce: Christopher..

Christopher: Eu amo o seu corpo Dulce. De todos os jeitos e formas. Mas eu não minto quando digo que ficou Absurdamente absuda de gostosa depois da gravidez. - suas mãos foram para minha bunda - Eu morro de tesão por você, pelo seu corpo.

Sua boca cobriu a minha num beijo selvagem, à passos lentos ele me conduziu até a cama e sem parar o beijo ficou por cima de mim. Suas mãos abriram minhas pernas ficando entre elas e eu gemi no mesmo instante que seu membro encostou em mim. O beijo voltou para o meu pescoço enquanto suas mãos começaram a passear pelo meu corpo parando no meu short.

Gemi mais uma vez antes de ganhar forças o suficiente para segurar as mãos dele que abriam meu jeans. Ele parou os beijos e me encarou.

Dulce: Eu quero. Mas hoje não. Amanhã sim. - sussurrei.

Pensei que ele fosse insistir ou reclamar mas ele simplesmente me beijou levemente nós lábios.

Christopher: Amanhã é o dia dos namorados. - sussurrou de volta acariciando meu rosto - Um ano de noivado. - sorriu.

Dulce: E dessa vez vai comprar o quê de presente? Um planeta? - ri.

No dia dos namorados passado ele disse que me ama, me pediu em casamento e comprou uma ilha. Tudo isso na mesma noite. Amanhã faria um ano que estávamos noivos. Os meses na ilha passaram tão devagar, quase como se o tempo tivesse parado, mas aqui com ele passam tão rápido.

Rápido demais.

Infelizmente.

Christopher: Não me obriga à comprar Júpiter para você também. - riu - Seu presente está a caminho. - avisou ainda acariciando meu rosto.

Balancei a cabeça fazendo-o parar com as carícias.

Dulce: Não quero mais nada. Já tenho tudo. Você me deu tudo. Nossa família é tudo que sempre quis. Você é tudo que eu sempre quis.

Christopher: Sem mesmo saber, você me deu tudo o que eu sempre quis também. Nossa filha e o seu amor. Obrigado. - beijou meus lábios. - Mas eu vou dar seu presente sim.

Suspirei.

Ele amava me presentear. O closet estava repleto de presentes. A maioria delas eram jóias. Só que ele já tinha me dado a jóia mais preciosa do universo, a nossa filha. Mas não dava para discutir em relação aos outros presentes.

Ele adorava fazer isso.

Me dar presentes.

Dulce: E o que seria?

Christopher: Amanhã irá descobrir. - de repente ficou sério - Sei que devemos ter cuidado, mas também não posso deixar você presa aqui. Por isso, amanhã vamos comemorar nosso dia ou melhor, nossa noite fora.

Dulce: Quem irá ficar com a nossa filha? Não acha que é muito cedo da gente deixar ela assim? E se ela precisar de mim? E se ela não parar de chorar até você pegar ela no colo? E se...

Ele me interrompeu com um beijo.

Christopher: Meu amor..- falou com os lábios ainda nos meus - Ela irá ficar bem como todas as noite. E ainda terá um exército cuidado dela. Vamos está com os celulares ligados, qualquer coisa a gente volta no mesmo segundo. Será apenas por algumas horas. Amo e sou louca pela nossa filha, mas precisamos de algumas horas sozinhos. Faz um mês que você está diferente comigo. Preciso mudar isso amanhã.

Dulce: E não podemos fazer isso aqui?

Christopher: Sim. Claro. - sua mão foi para minha coxa - Mas aí quem não ia dormir dessa vez ia ser nossa filha.

Engoli em seco.

Dulce: O quê você...

Christopher: Você não sabe o quanto estou esperando por amanhã. - me interrompeu plantando um suave beijo nos meus lábios.

Dulce: Ah, posso sentir. - sussurrei sentindo toda a excitação dele.

Ele riu e saiu de cima de mim acabando com o contato.

Christopher: É melhor eu ir tomar banho. -falou antes de entrar no banheiro sumindo da minha vista.

Suspirei

Desculpa a demora. Estou trabalhando e fazendo curso online. Fico sem tempo. E estou começando a escrever a próxima fanfic tbm, preciso aproveitar enquanto estou bem criativa kkkk. 

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