Dulce Maria

O luxuoso condomínio onde Christopher morava pertencia obviamente à ele. Era um dos mais exclusivos da cidade. E era tão grande, mais tão grande que eu não via fim nele, na verdade, pude perceber que ele continuava mais à "dentro" só que não conseguia mas ver as casas. Eram mansões uma maior que a outra. Uma mais luxuosa que a outra. Só para entrar no condomínio foi preciso todos os seguranças se identificarem e mostrarem o cartão especial. Ficava à cinco minutos do Starbucks. 

Maria Paula ia calada no meu colo. Ela tinha enjoado de ficar na cadeirinha. Como era poucos minutos até a casa de Christopher, não foi um problema. A chupeta não saia da boca. Aquilo era uma benção. Quem inventou a chupeta foi direto para o céu! 

Minutos depois, Christopher parou em frente da maior mansão do condomínio. Era enorme mesmo. E um pouquinho mais afastada das outras. Arquitetura de mármore e vidro. A cara dele.

Christopher: Finalmente chegamos. - falou quando desligou o carro. - Eu pego ela. - avisou antes de sair do carro e dar a volta para abrir minha porta e carregar a filha. Com um braço segurou ela e com a outra mão estendeu pra mim, sorri segurando a mão dele para sair do carro.

O carro dos seguranças parou atrás e eles saíram e começaram a tirar nossas malas, Christopher me puxou em direção da porta, soltou minha mão apenas para empurrar a enorme madeira e voltou a me puxar, entramos na gigantesca sala. 

Dulce: Uau...- murmurei.

Christopher: Bem vindas a minha casa - sorriu - Foi a primeira coisa que comprei quando recebi a herança dos meus avós. Espero que gostem. - soltou minha mão e apertou nossa filha nós braços.

Dulce: É dez vezes maior que a cobertura. - falei andando e olhando ao redor - É lindo. Amei. - sorri.

A sala era enorme e tinha mais de quatro sofás, era dívida com uma cozinha de última geração. Mais a frente, as paredes eram de vidros que davam acesso a aérea da piscina, essa bem grande. Também ficava um bonito gramado e espreguiçadeiras.

Christopher: E você princesa? Gostou também? - beijou a cabeça dela. - Sala de estar dividida com a cozinha gourmet, uma cozinha principal, seis quartos, oito banheiros, cinema, boate, biblioteca e escritório. 

Alguns seguranças deixaram nossas malas e se retiraram fechando a porta nós deixando a sós. A decoração era muito bonita. Mas fiz careta ao me lembrar de algo. Claro que ele percebeu.

Christopher: O quê foi pequena? - se aproximou de mim tocando no meu ombro.

Ainda encarava com desdém um dos sofás quando respondi.

Dulce: Aqui você e Cheryl....

Christopher: Eu mandei trocar tudo. Todos os móveis são novos. Decoração e até mesmo minha cama. 

O encarei.

Dulce: Hum...- torci a boca.

Ele riu.

Christopher fingiu tampar o ouvido da nossa filha antes de falar.

Christopher: Estou ansioso para estrear a cama com você. - sussurrou.

Acabei rindo.

Maria Paula começou a levar as mãozinhas até o cabelo do pai.

Dulce: Não filha. - a puxei do colo dele. - Você tem mesmo uma boate aqui? - sentei no sofá tentando acalmar nossa filha que ficou irritada por ter acabado com o plano de comer o cabelo do pai dela.

Christopher: No sub-solo. - pegou o celular do bolso - Depois mostro o resto da casa. - mexeu no celular - Foram muitas horas de voo, vou tomar banho primeiro para ficar com nossa filha para você tomar o seu. - avisou.

Dulce: O quê vamos fazer depois?

Christopher: Vamos para minha empresa e de lá vamos almoçar no centro da cidade. De lá vou ser seu guia turístico. - sorriu.

Dulce: Pensei que estivesse ocupado demais no trabalho. Não queremos atrapalhar não é, filha? - abracei mais ela quando ela arrumou uma função de puxar o fio da minha blusa.

Christopher guardou de volta o celular e se aproximou me dando um beijo.

Christopher: Minha família jamais atrapalha meu amor. - me deu mais um beijo - Agora vêm conhecer o quarto e a cama onde faremos amor pelos próximos dias. - me puxou pelo braço .

Rindo, o segui em direção as escadas.

[...]

Maria Paula estava deitada na cama, com a chupeta na boca e olhava para TV ligada hipnotizada. Tinha colocado vários travesseiros ao redor dela e não tirava os olhos dela, enquanto tirava nossas roupas da mala falando com Elizabeth no celular.

Elizabeth: Filha, você precisa ir ver o Cloud Gate e Willis Tower, o prédio Tower é o mais alto da cidade. - comentou empolgada - Por favor, mande fotos, muita fotos, principalmente se conseguir ter coragem para tirar foto na cabine transparente - riu.

Dulce: Vou mandar. Quanto a isso não se preocupe. - também ri - Christopher faz questão que eu conheça cada prédio e esquina de Chicago. 

Elizabeth: As melhores loja para fazer compras para minha neta é no shopping do centro, tem várias lojas infantis. E o zoológico, por favor, vá no zoológico, seu irmão ama e.. - continuamos falando por mais um tempo até ela precisar desligar.

Encerramos a ligação no mesmo segundo que Christopher saiu do banheiro já arrumado. Cabelo molhados e muito cheiroso. Inspirei o cheiro.

Dulce: Minha vez. - murmurei olhando nossa filha quietinha na cama e ele ficando ao lado dela.

Sorri e entrei no banheiro.

[...]

A Indústria Uckermann eram dois gigantescos prédios interligados com uma ponte. Os maiores que já tinha visto até o momento. Por ser domingo, não tinha muitos funcionários, mas eram em torno mais de mil arquitetos, engenheiros e design espalhados pelos prédios com suas próprias salas, passamos pela recepção sem antes de Christopher me apresentar e a nossa filha para os funcionários. Em minutos, estávamos no elevador subindo até a presidência.

Maria Paula também tinha tomado banho e trocado de roupa. Usava um vestido rosinha e tinha um laço no cabelo. Estava na cadeirinha com a chupeta na boca quietinha com os olhos sonolentos depois de vir o caminho inteiro mamando.

Enquanto Christopher segurava a cadeirinha, eu segurava a bolsa personalizada da nossa filha com fraldas descartáveis, fraldas de panos, lenços úmidecidos, talco, perfume e uma roupinha extra. 

Quando as portas do elevador se abriram revelando a presidência, vi a recepção moderna e a secretária de Christopher, Ava, mexendo em alguns papéis. Ouvindo o barulho do elevador, ela virou o rosto nós encarando e sorrindo.

Ava: Senhor Uckermann - sorriu. - Quanto tempo! Nem acredito que está aqui mesmo. - largou os papéis e saiu de trás da mesa de vidro - Oh, meu Deus! Essa princesa é sua cara senhor. - seus olhos brilharam ao olhar para minha filha.

Christopher: Ela é tão linda quanto a mãe dela. - sorriu abraçando a mulher que deveria ter mais ou menos a idade da Mary e Elizabeth - Também senti saudades Ava. 

Ava: Esse lugar não é a mesma coisa sem o senhor. Sabe disso. Brayan vem aqui com frequência. E sei que nós falamos pelo computador, mas não é a mesma coisa do senhor aqui. - sorriu e me encarou - É um prazer senhora Uckermann - estendeu a mão para mim.

Dulce: Só Dulce. É um prazer Ava. - sorri apertando a mão dela.

Ava: Finalmente posso conhecer pessoalmente a senhora. É tão linda quanto nas fotos. A cada dez palavras que sai da boca dele - apontou para Christopher - Vinte é Dulce. 

Ri.

Christopher: Não vou negar porque é verdade. - me abraçou pelos ombros - Minha noiva, é muito linda, não é? E minha filha? - olhou para a cadeirinha.

Maria Paula agora dormia igual um anjinho.

Ava: Sua família é muito linda. - concordou - Assim como o neto da Mary, fiquei tão feliz quando ele enfim saiu da maternidade. Falei para ela que precisa vir me visitar com ele. 

Liam teve alta ontem e já estava no apartamento com a mãe e avó. Estava completamente saudável. Mary estava radiante de felicidade. Brad, o namorado médico da Mary, estava no Brasil compartilhando da mesma felicidade dela.

Christopher: Todos estamos felizes. Com certeza Mary vêm aqui. Ela está adorando se aparecer com o neto. - sorriu - Brayan já passou toda minha agenda e está me ajudando, mas por favor, me der todos os papéis que preciso ainda hoje por favor.

Ava: Claro. - se afastou voltando para a mesa - Estou terminando de separar tudo isso aqui e já lhe entrego. - avisou pegando os papéis novamente.

Christopher: Vamos para minha sala. - me puxou pelo braço em direção das portas duplas marrons.

Assim que entramos na sala, observei a linda vista da cidade. As paredes de vidro, móveis em tom preto, incluindo o sofá, a enorme mesa de vidro de última geração, junto com o computador, notebook, tablet e um celular. Observei também objetos de escritórios na mesa como: canetas, lápis, grampeadores, clips e três portas retratos. Uma foto tinha Christopher, Lucy, Julie e Zoraida. Outra foto, apenas eu e ele e a última foto da nossa filha.

Sorri.

Christopher deixou nossa filha no sofá que continuava dormindo na cadeirinha e se aproximou da mesa sentando na cadeira já ligando o computador. Eu ainda olhava para as fotos, quando ele praticamente exigiu que eu sentasse no colo dele. Deixei a bolsa ao lado da nossa filha e sentei no colo dele.

Dulce: Amei aqui. - sorri acariciando o rosto dele. - Isso aqui é tão grande. Acho que se sair sozinha vou me perder.

Christopher: Não vai sair sozinha amor, vou fazer tour com você por aqui. - abraçou minha cintura - Esse é a maior parte do império Uckermann. Um dia nossa filha vai sentar nessa cadeira. - seus olhos foram direção à ela.

Dulce: Ela ainda pôde querer outra profissão..

Christopher: Não vai! - me encarou começando uma trilha de beijos pelo meu rosto - Ela vai herdar tudo isso, assim como você.

Dulce: Hum...- fechei os olhos quando os lábios foram para meus pescoço - Ava trabalha a quanto tempo para você? - mudei de assunto. 

Christopher: Ela trabalhou para Richard desde quando ele assumiu a cadeira do pai dele e pra mim, desde que assumi a cinco anos mais ou menos. - parou os beijos me encarando - Ela me viu nascer e crescer, acostumava a brincar de pintar comigo quando Mary me trazia para ver Richard. Eu sentava no colo dela e ficávamos pintando por horas na mesa dela, até Richard sair de uma reunião. Mary e ela ficaram amigas naquela época.

Dulce: Ela é da sua família então..

Christopher: Praticamente sim. Não éramos como eu e Mary, afinal, Mary é minha mãe, mas ela sempre foi muito carinhosa e divertida comigo todas as vezes que ficava aqui esperando para ver Richard. Sempre gostei dela. - sorriu - Ela me dava chocolate escondido da Mary.

Balancei a cabeça.

Dulce: Interesseiro..- ri.

Christopher: Quando assumi tudo, ela me ajudou muito. Confio muito nela. É da confiança de todos. Diferente do Brayan, que quando começou comigo era meu assistente pessoal e agora é praticamente sócio disso aqui tudo, ela só fica aqui na empresa. Não viaja para as outras afilias, não tem acesso as contas da empresa e nem das minhas pessoais. Ela só trabalha daqui. Mas o trabalho dela sempre foi exigente, fala nove idiomas, ela que organiza todas as reuniões, fica por dentro e guarda cada contrato da empresa. Além de ser a responsável de colocar ordem em cada canto desses prédios. - riu - Arquitetos e Engenheiros não se dão lá muito bem. 

Dulce: Nove idiomas? - me assustei.

Christopher: Português, Espanhol, Francês, Italiano, Japonês, Russo, Árabe e Latim, fora obviamente inglês.

Dulce: Latim? Uau...- abri a boca surpresa - Quem fala Latim hoje em dia?

Christopher: Ela aprendeu na época de escola dela. Assustada? - riu.

Dulce: Para ser sua secretária precisa saber todos esses idiomas?

Christopher: A maioria deles sim. Pessoas do mundo inteiro fazem parcerias com a gente.

Dulce: Você não fala Russo.

Christopher: Não. Por isso, ela tem que saber. - me deu um beijinho na boca.

Ouvimos uma leve batida na porta e Ava entrou com duas grandes pastas abarrotadas de papéis. Olhei para minha filha que continuava dormindo.

Ava: Aqui senhor Uckermann. - colocou as pastas na mesa - Todos esses papéis para assinar o quanto antes e a partir de amanhã, reuniões na sala de conferência, dez virtuais e doze presenciais. Já confirmei com os empresários da Itália, Egito e Russos, eles chegarão por horário. 

Fiz careta.

Ava riu.

Ava: Assustada, senhora Uckermann?

Dulce: Na verdade não. Sei que essa viagem é para isso. 

Christopher: Vamos nós atrasar um pouquinho para o almoço. - avisou desanimado me encarando.

Dulce: Sem problemas meu amor. - o beijei.

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