Dulce Maria 

Quatro dias depois...

Estava realmente apaixonada por Chicago. Era uma cidade tão linda, culta e muito fria. Meu Deus! Como era fria! Precisei comprar até mais roupas por causa disso. Nesses últimos dias, Chris se dividiu entre o trabalho e ser o meu guia pela cidade. Se dividiu tanto que muitas vezes acordava de madrugada e o não encontrava na cama, quando ia procura-lo pela casa, o encontrava no escritório trabalhando, já que durante o dia ele se limitava entre trabalho e a família dele. E quando nossa filha dormia no berço, fazíamos amor pela casa inteira, sim, piscina também.

Nessas horas que o via trabalhando dava uma bronca nele, mas ele se fingia de surdo. Meu celular tinha tantas fotos e minha família cada vez exigia mais. Cada passeio era no mínimo vinte fotos. 

Conheci praticamente cada canto da cidade, os museus(além da casa de Chris), os parques, shoppings, o famoso Cais Naval(lago, parque de diversão e farol), Aquário de Shedd, dois dos famosos zoológicos, planetário, teatro, restaurante, cafés e a fonte de Buckingham. 

Hoje era sábado de manhã, íamos embora na segunda-feira. Tudo que Christopher tinha que resolver na empresa já estava acabando. Confesso que ia sentir saudades de Chicago. Era por volta as 09:24 da manhã. Estávamos no Grant Park, que era em frente a fonte de Buckingham fazendo um piquenique com nossa filha. A enorme toalha branca estava estendida na grama verdinha. Na cesta tinha pães, queijos, frutas, sucos e iorgutes, o sol deixava o dia mais bonito, mas o frio tomava conta.

Christopher: Amanhã vai ter um jogo de baseball, quer ir? - beijou o rosto da nossa filha.

Tinha deixado quase deitado na toalha, mas meus cotovelos sustentavam meu corpo. Christopher estava sentado com nossa filha no colo. Eles tinham brincado de balançar ela no ar, a bebê riu tanto que babou até o pai.

Óbvio que gravei a cena.

Agora ela estava com a chupeta na boca e estava quietinha no colo dele.

Dulce: Sim. Nunca assisti um jogo de baseball. - dei um meio sorriso.

O Park tinha poucas pessoas fazendo piquenique também. A maioria era casal de namorados. Naquele Park era onde acontecia os festivais e shows.

Christopher se aproximou mais de mim ao ponto da coxa dele colar na minha, segurando nossa filha com uma mão, na outra tocou no meu rosto.

Christopher: O quê foi meu amor?

Dulce: Nada! Só estou triste que vamos embora. - baixei os olhos - Vou sentir saudades daqui. Amei essa cidade.

Christopher: Hum...certo. - inclinou a cabeça me dando um selinho.

Dulce: Hum, certo o quê? - desconfiei pelo tom de voz dele.

Christopher: Nada! - sorri.

Dulce: Esse seu pai filha. - fiquei na mesma posição que ele e puxei ela para meu colo - Ela está ficando com sono. - coloquei ela na posição confortável para dormir e fiquei a embalando nos meus braços.

Christopher: Vocês duas são tão lindas. Tão perfeitas. - tocou no meu cabelo.

Sorri.

Dulce: Esse seu pai, heim? O que será que ele quer. - olhei para minha bebê que os olhinhos ficavam baixinhos. 

Christopher riu.

Dulce: Julie e Brayan.

Christopher: O quê têm eles? - afastou a gola da minha camisa para começar uma sessão de beijos no meu pescoço.

Dulce: Hum...amor, estamos em público. Se controla. - ri me esquivando - Julie e Brayan como padrinhos dela. Só que estou com um pouco de medo de magoar os outros. Principalmente a Zora e a...Mai. - suspirei.

Christopher: Não vai amor. - me encarou - Eles amam nossa filha e nada vai mudar em relação a isso. Acho perfeito. Já que o anjinho do Christopher foi o nosso. - sorriu.

Dulce: Quando chegarmos ao Brasil, por favor cuida logo de oficializar isso. Quero tudo assinado apesar da Julie só ter dezessete anos, mas acho que não vai ser um problema.

Christopher: Não vai. Assim já batizamos nossa princesa. - se inclinou para beijar nossa filha. - Julie vai gritar por meia hora de felicidade. - riu.

Dulce: Espero que ninguém fique chateado. De verdade. - me preocupei.

Christopher: Pequena, a quantidade de filhos que vamos ter, dar para todos serem padrinhos. - falou animado.

Ri.

Dulce: Nossa casa vai ser tão barulhenta. Meu Deus! - o puxei pela gola da camisa e o beijei.

Ele retribuiu.

{...}

Como estávamos no Grant Park, colocamos uma Maria Paula adormecida no carrinho que o pai comprou para melhor movimentação, colocamos os pratos, e as embalagens de volta na cesta e guardamos a toalha começando em seguida uma caminhada até o lago. O lago Michigan faz parte dos cinco Grandes Lagos, porém é o único que não passa pelo Canadá, somente nos Estados Unidos. Com cerca de 58 mil km² e uma grande profundidade, é o quinto maior lago do mundo e o maior de água doce dos EUA. E era de um azul tão lindo, que dava vontade de pular dentro.

Chicago tinha praias. O contorno do Lake Michigan da cidade forma várias pequenas praias na extensão de sua orla. São espaço com muita areia, atividades esportivas e recreativas e as águas geladas do lago que, conforme Christopher, não esquentam nem mesmo nos dias mais quentes de verão.

Durante a caminhada o Park começou a encher, muitas crianças e adultos de bicicletas, patins, adultos fazendo atividade físicas, crianças brincando uma com as outras, famílias passeando como estávamos fazendo nesse exato momento. Suspirei. Aqui seria um lugar perfeito para formar uma família.

Chicago era uma cidade perfeita para uma família. Seja como ela for. Eu ia empurrando o carrinho e Christopher segurava a cesta. Atrás como sempre nossos seguranças. As vezes juro que até esquecia deles.

Sorri.

Christopher: Chicago é familiar, com muitos museus e ainda é a cidade da arquitetura. Os formatos dos prédios são sempre todos diferentes. E a história da cidade começou por aí. - o meu guia turístico começou a falar de história - Esses prédios começaram a ser construídos em 1871, porque foi nesse ano que aconteceu o grande incêndio de Chicago.

Dulce: Incêndio? A cidade toda pegou fogo?

Christopher: Sim. E naquela época a cidade era uma grande distribuidora de gado, cereais e madeira. Já viu o prejuízo, não é? O incêndio se iniciou na zona sul de Chicago e como sempre ventou demais, o incêndio se alastrou muito rápido. O fogo durou três dias. Ninguém conseguia controlar. Muitas pessoas foram atingidas, na época tinha por volta de trezentas mil morando aqui. Noventa mil ficaram desabrigadas e trezentas morreram. Com a cidade em cinzas, os governantes se mobilizaram e começaram a reconstruir a cidade. Os arquitetos do mundo inteiro vieram para cá e foram eles que construíram os prédios diferentes um do outros, conforme os gostos de cada, as personalidades, por isso, nenhum prédio é igual.

Dulce: Nossa! Chicago é como a fênix. 

Christopher: Sim. Com certeza. E esse movimento dos arquitetos do mundo inteiro vindo até aqui ficou conhecida como escola de Chicago. Foi um movimento que transformou essa cidade, foi por causa disso que ela é o quê é hoje. Incrível, né? - tocou meu meu ombro. - Nossa cidade é história.

Minutos depois, chegamos ao lago e eu coloquei as mãos na água para tirar rapidamente. Era SUPER gelada. Christopher riu. A beleza do lago era surreal. Era tão azul. Tão lindo. Ficamos por alguns minutos e logo estávamos voltando a caminhar pelo Park.

Dulce: Vou mesmo ficar com muita saudade dessa cidade. - falei empurrando o carrinho. 

Christopher tocou no meu braço.

Christopher: Vamos voltar mais vezes. - garantiu e olhou para um carrinho de sorvete - Quer sorvete? Sei que está frio mas...

Dulce: Quero de chocolate. - respondi.

Ele andou em passos rápidos em direção ao carrinho que estava mais a frente. Sidney ficou ao meu lado enquanto ia me sentar em um dos bancos do Park.

{...}

Ficamos no Park a manhã inteira, na hora do almoço formos para o Giordano`s, devoramos outra pizza deliciosa e ficamos mais algum tempo conversando. Dei de mamar ainda na pizzaria porque Maria Paula exigiu, depois que ela ficou de barriguinha cheia, voltamos para casa. Quando entramos no condomínio, Christopher passou direto pela casa.

O encarei.

Dulce: Aonde vamos? - coloquei a chupeta na boca da Maria porque ela já estava querendo chorar enjoada. 

Ele sorriu.

Christopher: Conhecer o condomínio pequena. É muito grande.

Dulce: Estou vendo. - olhei pela janela. Mansão e mais mansão. Minutos depois, Christopher entrou por uma longo pista, já não tinha mais nenhuma mansão por perto. - Vai me sequestrar? 

Christopher: Não. 

Mais poucos minutos, ele parou no fim do condomínio. Era uma aérea vazia, mas muito muito grande, chutava até que tinha o tamanho do Park Grant, ele estacionou o carro e me encarou.

Dulce: Por quê estamos aqui? - o encarei sem entender. 

Ele olhou para nossa filha no meu colo e voltou a fitar meus olhos.

Christopher: Amor, é...não tem problema se você não quiser. É só uma ideia. - tocou no meu rosto - Vamos fazer o que você quiser. Quando assumi esse condomínio, nunca soube o que faria com todo esse espaço, poderia fazer mais casas ou outra aérea gourmet, mas aqui já tem o suficiente e descartei a idéia, então, esse espaço ficou vazio. Já tem alguns meses que venho imaginando que...poderíamos construir aqui...nossa casa.

Dulce: Você quer voltar a morar aqui? É isso? - olhei o gigantesco espaço.

Christopher: Não tem problema se não quiser. É só uma idéia. Podemos continuar para sempre no Rio. Ou podemos daqui alguns anos, depois que você se formar na faculdade vir morar aqui. Podemos construir aos poucos nossa casa, sem pressa, com calma e depois construir nossa família aqui. - acariciou meu rosto. - Adoro o Rio, mas penso que aqui seria a melhor opção para nossa filha e nossos futuros filhos. Parece que Chicago foi planejado para famílias.

Dulce: Não vou negar, essa ideia passou pela minha cabeça sim. - os olhos dele brilharam - Sair do Brasil, morar aqui, nossa filha viver numa cidade sem tanta violência, é reconfortante. Me apaixonei por Chicago. Pela cultura, a culinária, a segurança e a beleza. Então, sim. Quero morar aqui também. - sorri.

Christopher: Daqui alguns anos, não agora, você entra e termina a faculdade, é quando nossa casa vai está pronta, só esperando pela nossa família. - me beijou - Mas é isso que realmente quer também? Porque se estiver falando só para...

Dulce: Eu quero sim. - o interrompi - Já imagino nossos passeios em família, nossa filha brincando naquela enorme grama no Park, imagino indo te ver na empresa para almoçarmos juntinhos, imagino até nossa casa aqui - olhei a minha frente - Grande e com piscina.

Christopher: Você realmente quer isso. - constatou.

Dulce: Quero. Quero tudo isso com você, acho até que daqui um tempo seria eu que faria essa proposta. - ri - Era por isso que estava...estranho? 

Christopher: Sim. Não sabia se ia gostar e querer a ideia. Cresceu e ama o Rio, além da Mai e da Zora.

Dulce: Vou sentir falta do Rio, é claro. E das minhas irmãs então...- balancei a cabeça - Mas existe internet, fora que se bater saudades demais, elas são ricas e pegam o primeiro avião para vir aqui, assim como vamos para lá também. E bom, Elizabeth tecnicamente mora aqui também, então, só vejo vantagens. 

Christopher: Eu te amo Dul. E não vejo a hora de começar esse futuro com você. - falou com a boca grudada na minha.

Dulce: Também não vejo a hora de começarmos meu amor. - o beijei.

Vondy *-* 

Gostaram da escolha de padrinhos?

Hum...

Me digam, o quê acham que irá acontecer daqui alguns capítulos? Vai ser impactante! Anahí? Alexandra? Ou até mesmo outra pessoa? Me contem! 

COMENTEM!!!!!!!