Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Segunda-Feira

Ontem, em nosso último dia na cidade, formos para o estádio Wrigley Field, prestigiamos o jogo de baseball que particularmente achei incrível. Muitas pessoas. Muitas mesmo. Comi hot dog enquanto dava de mamar e assistia o jogo com um Christopher gritando ao meu lado junto com outras pessoas.

Depois do estádio, almoçamos num dos restaurantes chiques preferidos de Christopher, Tom, obviamente era o chefe do restaurante. Em seguida, formos dar um longo passeio de barco pela cidade. Durou a tarde inteira. Eu definitivamente conheci Chicago por cada canto. E as fotos eram tantas, que começamos a tirar no celular dele porque o meu já estava cheio.

Já a noite voltamos para casa e nós arrumamos para a última saída. Jantamos no centro da cidade e quando nossa filha não exigia tanta atenção, ficamos namorando, mas logo ela chorava querendo atenção dele. Só parava quando ele a pegava no colo.

Antes de voltarmos para casa para arrumar nossas coisas, ele ainda deu outra volta pela cidade. No carro eu ia apontando para Maria Paula e combinava de fazer várias programações quando estivesse maior, ela ria como se entendesse. Voltamos para casa e arrumamos nossas malas, formos para a cama as 23:00, as 04:00 acordamos e formos para o aeroporto.

E agora, estávamos no jatinho. Chris e eu de frente para um ao outro. Fred o piloto, se preparava enquanto Natalie nós servia um café bem quente. Passava das cinco horas da manhã. Maria Paula tinha dormido outra vez depois que a troquei. Estava bem segura na cadeirinha dela.

Christopher: Pequena, já que estamos aqui. Quer conhecer Miami? Lucy vai amar a surpresa. - sugeriu.

Dulce: Só temos roupas de frio. Lá é quente, não é? - tomei um gole do meu café quentinho. 

Christopher: Compramos no aeroporto. E aí? Lucy cobra muito uma visita. 

Dulce: Vamos logo ver minha cunhadinha. - sorri. 

Christopher: Natalie?! - chamou a aeromoça que em segundos estava ao lado dele. - Diga ao Fred que ainda não vamos para o Rio. Miami é nosso destino. - pediu gentilmente.

Natalie: Claro senhor. - se afastou e entrou na cabine.

Christopher: Vamos ficar no meu hotel de lá. Vai ser até bom. Faz muito tempo que não vou para lá. - pegou o celular dando atenção ao aparelho.

Bocejei.

Estava com sono.

Fechei os olhos.

Dulce: Quantas horas até Miami?

Christopher: Mais ou menos três horas e alguns minutos. É rápido. Vamos chegar às nove e alguma coisa. Vai gostar de Miami também. 

Dulce: Não tanto quanto amei Chicago. - sorri.

Meia hora depois, o avião já estava sobrevoando Chicago. Encarei a cidade que amanhecia lindamente. Em breve, íamos voltar e curtir novamente.

{...}

Três horas depois....

O avião pousou no aeroporto da cidade de Miami, compramos algumas roupas nas lojas, caso ao contrário íamos morrer de calor e seguimos de carro até a ilha de Miami Bitch. Ainda no avião, Christopher alugou dois carros. Como Chicago, ele ia dirigindo e atrás, no outro carro nossos inseparáveis seguranças.

Já eram quase horário do almoço e por isso, ele decidiu dirigir até o restaurante de Lucy que ficava no Ocean Drive, avenida mais movimentada e balada da ilha e que ficava praticamente na beira da praia. Pela janela completava a beleza do mar de Miami, era perfeição aos olhos.

Alguns minutos depois, Christopher estacionava em frente ao restaurante mais luxuoso da avenida. Sai com Maria Paula nós braços e entramos no restaurante, uma hostess apareceu sorridente com um tablet nas mãos. O restaurante estava bastante cheio, ao ponto de não conseguir enxergar nenhuma mesa vazia, ao fundo tocava uma música latina bem conhecida.

Xxx: Boa tarde! A reserva está no nome de quem? - já mexia no tablet.

Christopher: Não temos reservas. Sou irmão de Lucy. Ela está?

Xxx: Ah, perdão senhor Uckermann.- sorriu - Sua irmã está na sala dela. Posso avisa-la que estão aqui e...

Christopher: Não precisa. Sei o caminho. Obrigado. - me puxou em direção ao único elevador do ambiente.

Ajeitei melhor Maria Paula no colo quando entramos no elevador e ele apertou um dos botões. Assim que as portas se fecharam, ele puxou nossa filha para o colo dele.

Christopher: Está com saudades da titia, meu amor? - ajeitou o pequeno laço do cabelo dela.

Ela o encarou quieta e ele a encheu de beijos no rosto.

Ri.

Minha família era tão perfeita.

Suspirei e me encarei no espelho ajeitando meu cabelo. Mal chegamos e eu queria cair na praia. Ok. Moramos em frente a praia no Rio e nunca descemos, mas acho que as pessoas em geral são assim. Exemplo, quem tem piscina quase nunca a usa, certo? De qualquer forma estamos em Miami e as praias daqui são o paraíso.

Encarei a tela do elevador na qual chegava no último andar e as portas se abriram. Christopher e eu saímos juntos e não precisamos dar mais que três passos antes de pararmos no meio do caminho brutalmente olhando a cena bem a nossa frente.

Lucy e Igor aos beijos em frente a enorme janela com vista para o mar.

Christopher: Mas que....porra é essa? - falou alto o bastante para interromper os dois que se soltaram bruscamente.

Lucy: Christopher? Dulce? - arregalou os olhos assustada.

Christopher: Não. Papai Noel. - revirou os olhos ajeitando nossa filha nós braços - O quê é isso, Karen Lucille ? 

Lucy: Ah, eu..ah..bom, eu...- passou a mão no cabelo nervosa e encarou Igor.

Igor: Estamos namorando Uckermann. - cruzou os braços o encarando. Percebi Lucy soltar um sorrisinho.

Decidi pegar minha filha já que Christopher o encarou como se Igor fosse o próprio Diabo. Ela choramingou por sair do colo do pai, mas a acalmei, meus olhos não saiam de Christopher.

Christopher: Se isso for um plano para entrar na minha família e se aproximar da minha noiva você...- começou a falar furioso, mas Igor o interrompeu.

Igor: Não. Não é isso. - balançou a cabeça - Eu amo sua irmã. Só precisa saber disso. Que amo sua irmã.

Dulce: Eles estão juntos a meses. Então, não faça escândalo, ok? - pedi ao lado dele. Christopher me encarou com seblante sério.

Christopher: Você sabia disso?

Dulce: Sim. Desde do começo. Mas Lucy não quis expor nada. 

Christopher: Você sabia e não me contou! - acusou.

Respirei fundo.

Lucy: Por causa disso que eu não quis contar para você. - bufou - Pedi para a Dul não falar nada e ela é a melhor amiga do mundo. - se aproximou de nós dois - Obrigada cunhada. - encarou o irmão - Sim. Igor e eu estamos juntos e a gente se ama. Problema seu se você não gostou. - cruzou os braços.

Christopher: Mary sabe disso? 

Ela assentiu.

Lucy: Julie também! - sorriu.

Christopher bufou.

Christopher: Só eu não sabia disso? - me encarou.

Dulce: Amor..- segurei Maria Paula só com um braço e com outro tentei tocar nele, mas ele se afastou do meu toque.

Christopher: Como vou saber que não está brincando com a minha irmã? - o olhar ainda era de raiva para o Igor - Não faz muito tempo assim que você era louco pela minha mulher. - quase pude ouvir um rosnado.

Igor: Já falei que isso ficou no passado. Nunca senti algo de verdade pela Dulce, sempre foi um....- procurou a palavra - Sempre foi uma paixãozinha boba, igual quando estávamos na quinta serie. Nunca teve isso Uckermann? - levantou uma sobrancelha desafiador.

Christopher: Não Rickli. - confessou.

Igor franziu o cenho.

Lucy: Christopher só se apaixonou uma vez na vida dele. - explicou para o namorado - E ela é a Dul. Ele nunca sentiu absolutamente nada por ninguém, nem mesmo quando criança.

Igor: Você é inacreditável. - riu.

Christopher: E você está pegando minha irmã! - bufou de novo.

Igor: Eu amo sua irmã Christopher. Já me desculpei com a Dulce e com você, até me deu dois socos. - o lembrou fazendo Chris sorrir relutante - Gostaria de pedir que isso fique no passado, Lucy sabe sobre tudo, não escondi nada dela e eu a amo. - olhou minha cunhada e pude ver os olhos dele brilhando - Os meses que estamos juntos são os mais felizes desde que a conheci, a amo como nunca pensei que fosse voltar a amar, já nem sei se vou conseguir voltar para o Brasil sem você. - agora encarou Christopher - Tudo que quero é possamos viver em paz. Vocês são irmãos e ela te ama muito. Mas se não conseguir aceitar meu namoro com ela, sinto muito por você. Não vou me afastar dela nem por sua causa e nem por ninguém. Terá que me engolir.

Uau.

Sorri.

Que declaração!

Lucy: Idem. - se aproximou dele sorridente e ficaram de mãos dadas.

Eam um casal lindo.

Lindo demais!

Lucy por fim, era a qual ele esperava. Como falei na ilha uma vez. Encaramos Christopher que olhava a irmã de mãos dadas com Igor. Ele balançou a cabeça e deu de ombros.

Christopher: Tanto Faz. - revirou os olhos - Só vim para Miami para visitá-la. E para Dulce conhecer, é claro. Vamos descer para almoçar e vamos o hotel. - avisou.

Lucy: Hotel? Como assim? - largou a mão de Igor e andou furiosa até ficar em nossa frente - Irão ficar no meu apartamento. - bateu o pé.

Christopher: Não queremos incomodar. E de qualquer forma, preciso olhar o hotel Uckermann. - falou sério.

Lucy: Dar uma passada no seu hotel quando quiser, mas irão ficar na minha casa. Sem discussão. - olhou a sobrinha sorridente - Ainda mais com essa princesa aqui. A titia vai cuidar muito bem dela enquanto estiver na cidade. - falou e já puxou Maria Paula de mim a beijando. Minha bebê apenas a encarava.

Igor: Estávamos indo almoçar também. 

Christopher: Na boca da minha irmã era o almoço? - provocou e deu as costas indo em direção do elevador o chamando.

Lucy: Christopher! - o repreendeu rindo para sobrinha - Titia estava morrendo de saudades meu amor. Como você cresceu. Como está grande. Está cada dia mais a cara do chato do seu pai. - e a encheu de beijos de novo. Igor se aproximou delas babando na minha filha.

Christopher encarava o elevador sem expressão. Me aproximei dele.

Dulce: Vai ficar sem falar comigo?

Ele me encarou.

Balançou a cabeça.

Dulce: É sério isso? - abri a boca surpresa e tentei tocar na mão dele, mas ele voltou a se afastar.

Engoli em seco.

As portas se abriram e ele entrou e ficou no canto de braços cruzados olhando a irmã com a nossa filha e me ignorando.

Dulce: Está sendo infantil! - falei irritada indo para o outro canto do elevador. Lucy entrou com nossa filha e Igor apertou o botão do restaurante. 

As portas se fecharam.

{...}

Lucy: Então, a Julie ganhou? - tomou um gole do vinho - Ela já sabe?

Dulce: Não. Vamos falar em breve. Não quero que ninguém fique chateado. 

Lucy: Claro que não. Relaxa! Né princesa? - balançou Maria Paula no colo - Você terá tantos irmãozinhos que todo mundo vai ser padrinho e madrinha. - riu.

Dulce: A família vai ser grande mesmo. - tomei o resto da minha água na taça.

Igor: Irão ficar quanto tempo aqui? Volto daqui algumas semanas. - falou entre uma garfada e outra.

Christopher: Uma semana. - respondeu sério. - Se ficar mais tempo Elizabeth e Alfonso irão vir até aqui pegar Dulce e minha filha de volta.

Lucy riu.

Estávamos na mesa mais reservada do restaurante. Que por sinal era lindo e luxuoso. A comida deliciosa. A melhor que já comi. Lucy era uma chefe incrível, ela também tinha restaurantes em mais 7 cidades do país. Igor estava a mais de um mês em Miami. Estavam praticamente em lua de mel.

Igor: Saudades da Eliz. Ainda é um choque saber que você é a filha dela. - me encarou - Mas fico feliz por isso. Eliz me conhece desde dos dez anos, cresci ouvindo meus pais falarem o quanto ela não ia parar até encontrar a filha dela.

Lucy: E ela encontrou. Fico muito feliz por ter achado sua família, apesar de já ter uma família. - abraçou a sobrinha.

Dulce: Estamos aos poucos construindo nossa relação que foi interrompida. Poncho é o melhor irmão do mundo. Ele me chama de ardilla e a Maria Paula de golfiazinha. - sorri.

Lucy: Que fofo golfiazinha. - apertou minha filha a fazendo rir. Todos riram na mesa, ou melhor, quase todos. Christopher continuava sério.

A mesa era para quatro pessoas, Lucy e Igor estavam em nossa frente e Christopher ao meu lado, mais uma vez tentei tocar nele, na mãos dele, mas ele dispensou meu toque de novo.

Respirei fundo.

Aquilo estava começando me magoar.

{...}

Lucy decidiu sair assim que terminamos de almoçar. Deixou o restaurante nas mãos da gerente e nós levou até o apartamento dela que ficava a poucos minutos dali. Igor foi dirigindo o carro, um conversível luxuoso branco, e ela foi com a minha filha ao lado dele.

Christopher e eu formos no carro sozinhos e em silêncio. Atrás, o carro da segurança nos seguia colado. Ele olhava em todas as direções menos para mim.

Cruzei os braços ficando muito irritada.

Mas aquilo estava me magoando de verdade. O silêncio dele e essa maneira fria, além de deixá-lo um babaca, estava me fazendo me sentir rejeitada.

Alguns minutos depois, entramos na garagem de um prédio luxuoso. Igor estacionou próximo de um elevador e ambos saíram rindo com Maria Paula do carro. Minha filha também ria para eles, Christopher estacionou ao lado deles.

Christopher: Não vou subir agora. - falou sério já se inclinando para abir minha porta - Preciso ir.

Dulce: Aonde? - o encarei.

Christopher: Hotel. Depois volto. - olhava para o volante.

Dulce: Se continuar me tratando desse jeito Christopher, sendo que não fiz absolutamente nada, vou pegar o primeiro avião para o Rio. - falei no mesmo tom que ele e sai do carro batendo a porta com mais força do que o necessário chamando atenção de Lucy e Igor. Caminhei em direção a eles e ouvi o carro se afastar.

Lucy: Ele precisa ficar sozinho um pouco, depois ele volta sendo o seu cachorrinho. - garantiu entregando Maria Paula para Igor e me abraçou.

Dulce: Ele não é meu cachorrinho. - não pude evitar rir. 

Lucy: Christopher só precisa se afastar um pouco, é melhor. Quando ele está de cabeça cheia ou com raiva precisa ficar sozinho. Sabe disso, não é?

Dulce: Sei. - suspirei.

Igor: Vamos subir? Irá gostar daqui. É muito grande. Maior que o seu do Rio Maria Paula. - falou para minha filha. 

Lucy: Vêm! - me puxou em direção do elevador.

Mordi os lábios e encarei o elevador desanimada.