Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Christopher Uckemann

Os dois dias que ele decretou se passou e hoje seria, enfim, o dia da troca. Esses dias ninguém conseguia dormir ou fazer qualquer outra coisa que não fosse ficar sentado na sala esperando por notícias ou qualquer outra coisa morrendo de preocupação. Eram por volta das 07:20 quando chegou uma mensagem no meu celular com o endereço e o horário.

Seria no bairro onde tem pouco movimento, as 16:30 da tarde. Era para mim seguir as condenadas e as exigências: Sem atrasos, sozinho, dirigindo uma van e sem polícia, mas o que ele não sabia era que a polícia estaria escondida lá. Se fosse num lugar deserto, ia ser difícil, mas a localização da troco era ampla com muitos prédios.

Pela manhã e o início da tarde foi lenta e muito torturante para mim e para os outros. Passei mil vezes como seria com o delegado, só tinha uma coisa clara, não ia colocar Dulce em mais riscos do que ela já estava. Quando ela estivesse segura eles iam agir. Quando deu a hora, me despedi de todos e abracei minha filha garantindo que a mãe estaria de volta e bem. Elizabeth decidiu ir, foi impossível fazer ela ficar esperando no apartamento junto com os outros, então, ela ia com os polícias e ficaria longe observando tudo.

A van entrou no prédio e descemos com as vinte malas, Eddy, Poncho, Brayan, Pablo e Gael nos ajudaram. Entrei na van e dei a partida com o coração na mão indo resgatar o amor da minha vida de uma vez por todas. O lugar era longe, então, acelerei o veículo.

Eram 16:30 em ponto quando cheguei no bairro e estacionei em frente ao prédio indicado. Olhei em volta tentando achar algum sinal que eles já estavam aqui, mas a única coisa que vi foi algumas pessoas andando. Era uma rua na qual estavam construindo novos prédios e justo hoje não tinha nenhuma obra, mas mesmo assim algumas pessoas circulavam. Na rua de cima ficava a principal onde tinha bastante movimento.

Quando a rua ficou vazia, uma van preta em alta velocidade apareceu estacionando bem mais distante, um outro carro apareceu fechando a rua. Meu celular apitou.

"Desça com o dinheiro e espere no meio entre as vans"

Desci da van e abri a porta pegando duas malas de cada vez até a última ficando praticamente no meio da rua. Esperei impacientemente olhando a van e quando a porta abriu e aquele filho da puta saiu com uma arma apontada para cabeça de Dulce e mais quatro homens atrás meu coração disparou. Ela estava com as mãos amarradas e tinha uma fita na boca, os olhos vermelhos e quando me viu começou a chorar.

Meu amor...

Dei um passo no automático, mas a voz dele me fez parar no lugar. Ele estava do mesmo jeito que lembrava. Fechei os punhos controlando meu ódio e a vontade de acabar com ele, mas sabia que se fizesse isso seria metralhado. O carro que fechou a rua tinha mais bandidos armados fazendo escolta.

Xxx: A quanto tempo, não? - se aproximou, mas não ficou muito tempo. Dulce estava na frente dele e a arma não saia da cabeça dela.

Christopher: Já estamos aqui, por quê não acaba de vez com isso? 

Xxx: É melhor não ter mesmo nenhum policialzinho metido a herói escondido, porque se não os meus parceiros irá metralhar vocês dois. - garantiu olhando em volta. - Fizeram a limpa nos prédios e não encontraram nada. - me encarou - É melhor assim playboy.

Christopher: Vamos terminar logo com isso. Pega esse maldito dinheiro e devolve ela. - falei já sem paciência. Ter uma arma apontada para o amor da sua vida não é fácil.

Xxx: Apressadinho, playboy? - apontou com a cabeça - Pegue e confira mesmo se é dinheiro. - mandou para os homens que começaram andar em minha direção. 

Christopher: Não. - quase gritei - Devolve ela primeiro. 

Xxx: Não. O dinheiro primeiro. - puxou o gatilho pronto para atirar nela.

Respirei fundo nervoso.

Christopher: Juntos, ok? A cada passo que ela der, eles pegam as malas e voltam para pegar mais. 

Ele bufou.

Xxx: Anda vadia! - a empurrou para frente. Apertei meus punhos com mais força de tanto ódio - Qualquer gracinha eu acerto sua cabeça, entendeu? Dois passo de cada vez e para. - mandou.

Dulce deu os primeiros passo e parou. Nós olhamos enquanto dois deles pegavam quatro malas e colocava na van, ela estava terrivelmente com medo e assustada. Olhei seu corpo e tive que me controlar dez vezes mais quando percebi a sutura em sua testa. O cabelo ajudava a disfarçar. Dulce deu outros passos e parou. Ela não estava mais longe e eu tentava passar segurança.

Mais dois homens pegaram mais quatro malas e colocaram na van, ela deu mais dois passos e parou, voltaram e pegaram mais quatro malas e colocaram na van e ela deu mais dois passos, pegaram mais quatro e ela deu mais dois passos. Já estávamos de frente um para o outro.

Pegaram mais as últimas quatro malas colocando na van e conferindo todas e ela deu os últimos dois passos. A primeira coisa que fiz foi soltar as mãos dela e arrancar a fita da boca dela e então abracei com tanto força, mais com tanta força que juro que quase pude sentir nossos corpos atravessando um ao ao outro. Enfim, pude conseguir respirar aliviado. Ela soluçava.

Christopher: Acabou. Já passou meu amor. Acabou. - falei apressadamente apertando tanto que poderia ficar com falta de ar. Ela me apertava de volta.

"Tudo certo chefe!" um deles falou.

Xxx: Que cena linda. - falou com ironia e desprezo e eu coloquei Dulce atrás de mim quando vi a arma apontada nas costas dela - Eu poderia matar vocês dois agora porra. Seria tão fácil. - riu - Ricos imbecis. Mas não vou fazer isso. Em breve vocês dois terão notícias minhas de novo. Agora sei como arrancar dinheiro de verdade. - abaixou a arma e andou até a van que já estava com todos dentro já ligada. - VAMOS PORRA! - pulou para a dentro e a van saiu em disparada para sair da rua tão longa, em seguida o carro que fazia escolta atrás.

Na mesma hora, nós prédios mais altos e de difícil acesso polícias apontaram as armas para os veículos ao mesmo tempo que a tampa do bueiro se abriu saindo mais polícias, peguei Dulce correndo para dentro de um dos prédios de fácil acesso quando o tiroteio começou. Nós agachamos tentando nós proteger. 

Automaticamente meu corpo foi para cima dela e quando percebi estava chorando de alívio e culpa, ela me apertava do mesmo modo.

Christopher: A culpa foi minha, eu não deveria tê-la deixado sozinha. Me desculpa meu amor. Me desculpa. Me desculpa. Me desculpa.

Dulce: E..u ti..ve tanto me..do - confessou chorando.

Christopher: Eu sei. Eu sei..- murmurei - Mas já acabou. Já acabou!

Ficamos abraçados até não ouvirmos mais tantos tiros e tudo ficar silêncio, foi quando afastei ela o suficiente para olhar o machucado dela. Estava bem suturado e limpo. Ela me encarou.

Christopher: O quê aconteceu? Ele que fez isso com você? - passei a mão no corpo dela tentando achar algo de errado - Você está bem? Fizeram alguma coisa? Está machucada em mais algum outro lugar? Me fala Dulce. Não mente por favor...- falei apressado.

Dulce: Estou bem. Estou bem. - garantiu segurando no meu rosto - Depois eu explico da minha testa. E a nossa filha? 

Christopher: Ela está bem. Está bem. - garanti e levantamos do chão, voltei abraça-la - Também tive medo. Muito medo. Não consigo imaginar o que passou amor, mas já acabou.

"Filha" a voz da Elizabeth preencheu o espaço. Nós separamos do abraço quando ela apareceu na construção correndo indo de encontro da filha.

Dulce: Mãe. - voltou a chorar abraçando ela de volta. - Estou bem. Estou bem.

Elizabeth: Eu tive tanto medo minha filha. Tanto medo. - chorava e apertando a filha nos braços. - Eu te amo meu amor. Eu te amo minha bebê.

Dulce: Também te amo mãe. - soluçou.

Dois policiais apareceram mandando a gente sair. Saímos da construção com Dulce no meio e Elizabeth e eu de cada lado abraçando ela. Observamos a van e o carro ao longe totalmente metralhados.

Zzz: Todos morreram. Três de nossos ficaram feridos, mas nada grave. - um policial falou enquanto nós acompanhava até a viatura que nos levaria para a delegacia - Aqueles malditos não irão mas perturbar vocês. 

Elizabeth suspirou aliviada e eu abracei mais Dulce, entramos no veículo, Dulce ficou no meio, ao lado dela Elizabeth e eu começamos a fazer ela falar tudo o quê aconteceu e principalmente daquele corte na testa. Segurando na mão do amor da minha vida prestei atenção em tudo o quê saia de seus lábios enquanto o policial dava a partida.

{...}

Na delegacia ficamos por duas horas, Elizabeth avisou os nossos amigos que continuavam no apartamento esperando nossa chegada. Durante o depoimento, Dulce chorou algumas vezes, eu fiquei segurando a mão dela enquanto ela relatava tudo. O delegado fez diversas perguntas, até enfim dizer que todos os bandidos foram mortos pela polícia em confronto e que tudo acabou de vez. Dulce foi liberada e Elizabeth que já estava com o carro dela nós levou para o apartamento.

Durante o caminho formos abraçados, ela não via a hora de ver nossa filha e os nossos amigos. Apertava tanto ela nos meus braços que me surpreendi por não reclamar de falta de ar. Fechei os olhos e agradeci aos céus por ela está comigo de novo e bem. Ela estava de volta para a família dela. Para o lugar que ela pertence.

Elizabeth passou em frente a cobertura e Dulce franziu o cenho e perguntou para onde íamos. Respirei fundo ao me lembrar da existência daquele outro desgraçado idêntico a mim.

Christopher: Como ele falou, tomou a cobertura para ele. - foi tudo o que falei, ela me encarou e entendeu voltando a me abraçar apertado.

Minutos depois, Elizabeth entrava no prédio de Zoraida e estacionava numa das vagas. Saímos do carro e entramos no elevador, agora as duas se abraçavam. Eliz beijava a filha o tempo todo fazendo Dulce rir. As portas do elevador se abriram e entramos no corredor, nós aproximamos da porta e quando eu ia abrir, ela foi aberta e Zoraida e Mai se jogaram em cima dela quase a fazendo cair.

As duas choravam abraçando a irmã. Os outros esperavam na porta. Pude ver todos respirarem aliviados ao olhar ela bem e agora com a gente. 

Maite: Por favor, por favor me diga que está bem irmã..- implorou.

Dulce: Estou bem Mai. Estou bem.

Zoraida: De certeza? - beijou o rosto dela.

Dulce: Sim. Estou bem. 

Precisou de alguns minutos para as duas a largarem e Poncho ir abraçar a irmã em seguida. Elizabeth olhou os dois soltando um sorrisinho. Dulce abraçou o irmão da mesma forma que abraçou as irmãs.

Poncho: Enfim, posso respirar aliviado agora ardilla. Eu te amo muito minha irmã. Muito. Muito. Muito. - beijou o rosto dela antes de se afastar. Julie, Lucy, Vivian e Fuzz se jogaram nela em seguida.

Dulce: Agora estou bem meninas. Estou bem. - garantiu abraçando as quatro.

Julie: Eu te amo cunhada. Que alívio.

Fuzz: Por favor não nós assuste mais dessa forma. - pediu.

Lucy: Eu amo você garota. - beijou o rosto dela e se afastou.

Em seguida foi a vez de Christian, Brayan, Edgar, Eddy, Igor, Derrick, Pablo e Gael. Quando todos abraçaram ela, entramos no apartamento, dona Clarice segurava nossa filha próximo da porta, assim que Dulce viu, ela correu a pegando no colo abraçando-a e a beijando apressadamente com os olhos fechados. Algumas lágrimas desceram em seu rosto. 

Dulce: Meu amor. Minha filha. - apertava tanto nossa filha que fazia ela rir para a mãe. - Estou aqui e não vou me afastar nunca mais meu amor.

Maria Paula riu.

Abracei as duas e ficamos alguns minutos naquela posição. Em seguida formos para o sofá, antes disso, dona Clarice abraçou Dulce, quando sentamos todos nos sofás Elizabeth começou a contar tudo o que aconteceu, Dulce ouvia a mãe falar abraçada a nossa filha.