Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Christopher Uckermann

Todos começaram a falar ao mesmo tempo e fazer perguntas, Dulce respondeu e relatou tudo o que disse para o delegado de novo. Quando demos conta já passava das 22:30 da noite e Dulce ainda não tinha comido e nem descansado. Nossos amigos com muito sacrifício, mas sabendo que precisavam deixar ela descansar depois de todo o horror, começaram a ir embora, ficando apenas Mai e Christian que moravam no andar de cima, Julie e Brayan e Elizabeth e Poncho. Lucy foi para casa de Igor.

Elizabeth: Você precisa comer e dormir filha. - tocou no ombro de Dulce - Ficamos com a Maria Paula para você descansar.

Dulce: Não quero me afastar da minha filha. - apertou mais nossa filha nos braços. 

Zoraida: Mai você prepara algo para ela comer? Eu te ajudo. - encarou ela que assentiu.

Maite: Claro.

Eddy: Ficamos com ela até você ao menos comer. 

Brayan: E tomar banho. 

Julie: Depois levamos ela para você no quarto. Não se preocupa.

Poncho: Você precisa mesmo descansar irmã. Tudo foi muito difícil. 

Christian: Vá descansar Dul. - pediu.

Christopher: Vamos para o banho. A Mai leva algo para você comer e aí você fica com a nossas filha, tá bom? - ela me encarou e assentiu beijando a Maria.

Elizabeth pegou a neta, Mai e Zora foram para a cozinha e eu levei Dulce até o quarto que por enquanto seria nosso, em cima da cama tinha uma roupa confortável para ela. Formos para o banheiro e eu preparei a banheira, coloquei alguns sais que ela adora, quando terminei ela tirou a roupa e entrou na banheira suspirando.

De costas para mim, soltei o cabelo dela do elástico e puxei um banco sentando ficando na altura dela. Peguei o shampoo e devagar molhei o cabelo dela e passei o produto o massageando em seguida. Ela soltou outro suspiro.

Christopher: Você precisa dormir amor. Está exausta. - passei o shampoo por todo cabelo dela - Sei que quer ficar com nossa filha, mas precisa descansar.

Dulce: Não quero me afastar dela. Vou dormir com ela. - virou o rosto e me encarou - Quero dormir com vocês dois.

Christopher: Ok. Vamos terminar o banho primeiro. 

Ela assentiu e se virou. Tirei o shampoo e passei o condicionador sem pressa, tudo com calma e carinho. Quando terminei ela foi tirar o sabão do corpo no chuveiro e eu fui atrás de toalhas no closet, voltei para o banheiro com a toalha e entramos no quarto, ela vestiu as roupas da cama, estava enxugando o cabelo dela quando Zora e Mai entraram com uma bandeja.

Maite: Fiz um frango com legumes e coloquei algumas frutas também. - falou colocando a bandeja em cima da cama e ajeitando os pratos.

Zoraida: Eu fiz o suco. - sorriu e acariciou a mão da Dul.

Christopher: Coma tudo. - pedi ficando ao lado dela na cama.

Maite: Julie está terminando de trocar a Maria Paula. Já vai trazer ela.

Dulce: O quê ela andou comendo durantes esses dias? - encarou as irmãs.

Zoraida: Leite da fórmula. Mas agora você já está aqui. - respondeu - Vamos deixar você em paz. Qualquer coisa é só chamar gatinha. E coma tudo, sim? 

Dulce: Ok..- murmurou pegando a colher lentamente.

Maite: Quando eu vir pegar a bandeja quero os pratos vazios. - mandou séria e as duas saíram do quarto.

Abracei ela pela cintura enquanto começava a comer. Coloquei meu rosto em seu pescoço e aspirei o cheiro de sais na pele dela. O olhos dela estavam baixos de sono. A porta foi aberta e Julie entrou com nossa filha.

Julie: Alguém quer ver a mamãe. - sorriu olhando Dulce largar a colher - Ela já está trocada e alimentada. - entregou nossa filha para ela. Maria Paula riu olhando para a mãe.

Dulce a beijou e abraçou apertado.

Christopher: Volta comer. - peguei uma colher cheia e levei em direção a boca dela que suspirou não querendo, mas mesmo assim abriu a boca. - Muito bem. A mamãe está de parabéns, não é filha? - falei para minha filha que me encarava de volta. 

Dulce riu.

Dulce: O papai acha que sou bebê igual a você. - voltou a beijar nossa filha.

Julie: Vou deixá-los descansar. - saiu do quarto fechando a porta. 

Voltei a dar comida na boca dela até ela terminar tudo, insisti nas frutas e ela comeu tudo. Quando tomou todo o suco, deixei a bandeja agora vazia na cômoda ao lado da cama. Ajeitei os travesseiros e ela colocou nossa filha no meio da cama, ficamos ao lado dela e nós cobri com o lençol. Maria Paula estava quietinha olhando para a mãe, Dulce abraçou ela soltando outro suspiro.

Abracei as duas agradecendo mais uma vez aos céus por ela está de volta.

Dulce Maria

Dois dias depois...

Desligo a TV não aguentando as notícias do meu sequestrado e da morte daquele monstro passando o tempo inteiro. Encaro a TV me lembrando de quando Julie me inteirou dos últimos dias, Christóvão tinha nós expulsado do apartamento como ele falou que ia fazer. Os pais de Christopher já sabiam sobre o filho gêmeo e estavam a caminho para dar explicações aos filhos e para tentar solucionar de alguma forma a questão do dinheiro deles. 

Encarei minha filha que mamava quietinha no meu peito. Ela me olhava quase como se estivesse hipnotizada, sorri acariciando o rostinho dela. O medo absurdo de que nunca mais ia vê-la ainda continuava em mim. Todo aquele horror ainda era recente. 

Zoraida: Cadê o meu irmão? - perguntou entrando na sala e se jogando no sofá ao meu lado - Daqui a pouco Richard e Alexandra estão chegando. - anunciou - Ele mandou mensagem avisando que já pegaram um táxi para vir aqui.

Dulce: Está no celular com os advogados no quarto. Quando eles chegarem, irá sair de lá. - a encarei.

Zoraida: Coisa linda da titia - beijou Maria Paula no rosto - E essa testa? Está melhor? Ainda sente dor?

Dulce: Vocês não param de perguntar isso, principalmente Christopher. - sorri - Estou bem sim. Não se preocupem.

Zoraida: Vai tirar daqui alguns dias?

Dulce: Sim. - suspirei ao mesmo tempo que Maria Paula parou de mamar e eu ajeitei minha blusa. Zoraida pegou ela no colo a fazendo rotar. - Isso seja uma boa titia. - sorri.

Zoraida: Eu sou a tia preferida não é Maria Paula? - encarou ela que sorriu como se concordasse. - Está vendo? - riu.

Dulce: Não se acha.

Zoraida: Você está com muito leite, não? Teus peitos parece que vai explodir de tão grandes. - olhou para os meus seios e eu fiz o mesmo vendo que o leite tinha vazado. - Maria Paula ama, né bebê da titia?

Respirei fundo. 

Teria que trocar de blusa pela terceira vez naquela manhã.

Dulce: Vou tirar com a bombinha mais tarde. Na verdade, acho que vou fazer também doação. É muito. - levantei do sofá - Vou trocar de blusa. Quando Julie sair do quarto não vão brigar para ficar com a minha filha. Ela não é um objeto.

Sai da sala ouvindo Zoraida rir e começar a conversar com a sobrinha. O apartamento da Zora era grande, tinha cinco quartos, sete banheiros, cozinha, duas salas de está e escritório. Entrei no quarto vendo Christopher na poltrona com o celular na orelha conversando com um dos advogados. Estava olhando fixamente para o chão e não notou quando entrei no closet, tirei a blusa e coloquei outra limpa, me olhei no espelho ajeitando meu cabelo e voltei para o quarto. Dessa vez ele me notou, me aproximei ficando na cama e o encarando. Ele me olhou de volta enquanto ouvia o que o advogado falava. Ficamos nós encarando.

Apesar do cuidado e da preocupação visível que ele têm comigo, Christopher estava diferente. Eu sei que com tudo o que está acontecendo não tem como ser tão normal assim, mas ele estava muito diferente. Apesar de se preocupar muito comigo e cuidar de mim, seus olhos que não podiam disfarçar, não tinham aquele mesmo brilho de quando olhava para mim. 

Fora que desde que voltei ele não me beijou. Claro que tentei duas vezes beija-lo, mas nas duas vezes ele se esquivava e me abraçava. Abraços e alguns roçar de lábios na minha testa era tudo o que ele fazia. Óbvio que eu sabia o motivo. Apesar do meu sequestro, o que eu fiz não tinha se apagado ou simplesmente sumido. 

Christopher: Eles chegaram? - sussurrou afastando um pouco o celular.

Dulce: Não. - balancei a cabeça.

Christopher: Sim. Estou ouvindo. - falou colando o celular de volta na orelha.

Levantei e sai do quarto de cabeça baixa, acreditava que ele precisava de tempo, além do mais de tudo o que está acontecendo a última coisa que eu deveria me preocupar era com isso. Voltei para a sala encontrando Julie e Brayan junto com a Zora e minha filha.

Ficamos conversando por mais alguns minutos até o interfone tocar, Lucy, Igor, Richard e Alexandra já estava subindo. Lucy se encontrou com os pais no hall e estavam subindo juntos. Zoraida foi chamar o irmão no quarto e Brayan foi levar minha filha adormecida para o berço que estava no quarto dele e de Julie, amanhã eles já estavam indo embora para a Inglaterra, mesmo sem dinheiro Julie ainda teria que terminar o ano que já estava todo pago. Os dois queriam ficar o máximo de tempo possível com ela. Christian tinha comprado as passagens deles.

Zoraida e Christopher apareceram e Julie abriu a porta do apartamento para os pais e a irmã. Richard entrou com um rosto tenso e Alexandra estava muito pálida. Lucy e Igor entraram sérios. Julie fechou a porta. Brayan voltou do quarto olhando o clima da sala.

Christopher: Então? Quando vão começar a explicar o por quê nunca terem ditos que tenho um gêmeo e por quê raios vocês o abandonaram? - falou extremamente sério cruzando os braços.

Lucy: Eles não falam nada desde que chegaram. - bufou sentando no sofá junto com Igor. - Falem logo!

Richard encarou Alexandra sério. Ela apenas balançou a cabeça. Estava impecável como sempre. Mas o rosto e as expressões mostravam o quanto estava transtornada? Confusa? Enfim, ela não estava nada bem.

Julie: Andem, falem logo! - bateu na porta irritada. - Por quê abandonaram um filho? Vocês dois são monstros, como puderam e..

Richard: Não foi assim. - interrompeu a filha e encarou a parede balançando a cabeça - Vocês não sabem sobre nada.

Zoraida: Então diga logo pai. Por favor, ninguém está aguentando tanto segredo..- pediu o encarando.

Richard encarou Alexandra de novo.

Richard: Terá que falar sobre tudo Alexandra. Sem esconder nada.

Ela o encarou e assistiu devagar fechando os olhos e os abrindo em seguida. Lentamente ela foi em direção ao sofá e sentou encarando as próprias mãos. Richard fez o mesmo. E Christopher e Julie que eram os únicos em pé sentaram ao meu lado.

Alexandra: Tudo começou quando eu tinha dezessete anos e estava no último ano no colégio e...