Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Muitos Anos Atrás...

E.U.A - Chicago — Ano 1985

Era o início do verão, início do último ano escolar e por fim a formatura. Ainda não sabia qual faculdade poderia ir. Na verdade ainda nem tinha um curso em mente, a única coisa que passei fazendo nessas férias foi aproveitar o máximo a maravilhosa piscina e pegar um sol na espreguiçadeira enquanto escrevia cartas para minha melhor amiga. Ela tinha ido passar as festas de natal e ano novo em Aspen e o início do ano em Miami. A raiva que sentia por não ter conseguido ir era enorme.

Maldição!

Bufei.

Tradição de viagem em família idiota!

Me encaro no enorme espelho do closet enquanto arrumo a roupa da última coleção de uma marca famosa na qual usava naquela manhã. Meus olhos azuis brilhavamm. Eu tenho 17 anos e sou tão linda. Sorri. Tão linda.

Sou loira natural, tenho olhos azuis, pele branca e um corpo de invejar. Eu poderia ter absolutamente tudo que quisesse só num lindo sorriso. Até meu sorriso era lindo. Dentes branquinhos como a neve, minha aparência lembrava de fato uma boneca de tão linda e perfeita.

Sorri.

Perfeita!

Olho mais um pouco como a roupa caiu perfeitamente em meu corpo. Parecia que foi desenhado e confeccionado exclusivamente para mim, quando escuto a porta do quarto ser aberta e segundos depois, Amália adentra o closet com os braços cheios de mais roupas de grife lavadas e passadas com extremo cuidado. Usava a típica roupa de empregada e não tinha a cara boa ao olhar para mim.

Amália: De novo Alexandra? - bufou.

Alexandra: Não enche! - revirei os olhos sabendo que minha paz acabou.

Amália: Já falei para não usar as coisas da senhorita Ivy enquanto ela não estiver aqui. - deixou as roupas numa gaveta do closet e se aproximou cruzando os braços brava. Pelo espelho, pude ver os olhos azuis dela repletos de raiva e decepção.

Alexandra: Ivy e eu somos melhores amigas. Ela mesma disse que posso aproveitar a casa e o quarto dela na ausência da mesma. - dei de ombros.

Amália: Ivy é uma menina muito boa e educada, mas não quer dizer que é para aproveitar de verdade Alexandra. Você passou as férias inteira na piscina dando ordens como se realmente fosse dona da casa - balançou a cabeça - Já falamos sobre isso milhares de vezes, se coloque no seu lugar Alexandra. Você é a filha dos empregados dessa casa, ser amiga da filha da dona da casa não muda em nada.

Alexandra: Já chega Amália. Já chega! - bufei - Não precisa me lembrar todas as vezes que você é minha mãe. - a encaro da cabeça aos pés - Saiba que um dia vou ser dona de uma casa maior que essa e que vou ter um guarda-roupa melhor que esse também. - falo irritada e me encaro no espelho.

Amália riu.

Amália: Nós seus sonhos talvez. - debochou - O que seu pai e eu ganhamos dar nem para pagar seus estudos. - balançou a cabeça - Tira essa roupa e deixa exatamente como a encontrou e desça para me ajudar a limpar as louças na cozinha. Eles voltam hoje a noite. - avisou antes de sair.

Bufei.

Maldição!

Como eu odeio ser filha dos empregados nessa casa! Maldição!

Respiro fundo e tirei a roupa guardando no armário. Visti minhas roupas mais ou menos e voltei para o quarto de princesa que Ivy tinha. A cama era enorme, os lençóis egípcios, macios, a decoração luxuosa e linda. Engulo em seco de raiva, teria que voltar para o maldito quarto dos empregados.

Saio do quarto batendo a porta e desço as enormes escadas até a cozinha. Quando entro paro no batente, olhando minha mãe e meu pai conversando e rindo enquanto limpavam várias louças de cristais. A única coisa que puxei da minha mãe foram os olhos azuis, mas o cabelo loiro puxei do meu pai, o cabelo e a altura. Frederico e Amália estão juntos a muitos anos e me tiveram nessa vida derrotada. Para eles o amor é tudo, que nojo. Amor...?

Hahaha.

Tudo é uma casa como aquela.

Motoristas.

Carros.

Compras.

Luxo.

Não ser filha de dois mortos de fome.

Uma empregada.

Um motorista.

Que ódio!

Frederico: Finalmente. - apontou para uma caixa cheia de louças - Ajude sua mãe para terminar logo isso. As 18:00 tenho que ir buscar a família.

Alexandra: Ivy não comentou que chegaria hoje. - falei me aproximando e pegando uma louça e um pano - E por que estamos limpando isso? Quem vai vir jantar aqui?

Amália: Vai ser o jantar em comemoração do noivado de Ivy e Richard. A família de Richard vai está aqui e Mabel quer tudo perfeito como sempre.

Torci a boca.

Ele de fato pediu a mão dela então.

Alexandra: Vou ficar deslumbrante essa noite. - sorri limpando a louça.

Amália segurou no meu pulso.

Amália: O jantar é somente para as famílias. Você não é da família Alexandra. - me encarou brava.

Bufei.

Alexandra: E você acha que Ivy não irá querer a melhor amiga ao lado dela, mamãe? - a encarei irritada.

Amália: Se coloque no seu lugar Alexandra. Somos empregados nessa casa e...

Larguei a louça brutalmente na mesa.

Alexandra: Fale por você. Eu não sou uma empregada e jamais serei. A culpa não é minha se você não conseguiu me dar a vida que mereço mamãe. Por causa disso, terei que eu mesma correr atrás do que quero.

Frederico: Alex..

Alexandra: Vou respirar lá fora. - falei antes de sair da cozinha fingindo não ouvir os gritos da minha mãe.

Segui em direção da piscina e sentei na espreguiçadeira. O vento bagunçou meus cabelos loiros e perfeitos.

Respirei fundo.

Eu teria uma vida de rainha custe o que custar! Eu juro! Eu juro! Eu juro!

{...}

Assim que as enormes portas da sala se abriram, Ivy entrou segurando as malas seguindo dos pais, Richard e de um casal da mesma idade dos pais dela, a primeira coisa que fiz foi me jogar contra minha melhor amiga. Observei meu pai fechar as enormes portas pelo lado de fora me lançando um olhar sério.

Ivy: Aiii amiga! Que saudades! - me abraçou de volta.

Alexandra: Senti tanto sua falta amiga. - murmurei sorridente.

Ivy: Essas férias só faltou você para ficar completo. - beijou meu rosto e se afastou o suficiente para mostrar aliança de noivado - VOU CASAR! - começamos a pular juntas. Eu ria.

Alexandra: Meus parabéns..- falei segundos depois da animação - Deixa eu ver...- peguei a mão dela e engoli em seco vendo a enorme pedra - Que lindo. Sua cara mesmo amiga.

Ivy: Richard é perfeito mesmo. - encarou apaixonada o agora noivo que abraçou por trás.

Richard: Você que é perfeita meu amor. - beijou o rosto dela.

Mabel: Como está tudo por aqui? - falou com o nariz empinando. - Espero que tenha aproveitado mesmo essa casa enquanto estávamos fora, porque agora chegou os patrões. - sorriu sínica.

Forcei um sorriso.

Maldita!

Ivy: Mamãe! - a repreendeu sem graça.

Mabel, mãe de Ivy não ia muito com a minha cara desde que vim morar aqui com meus pais quando completei 15 anos, antes disso morava com minha avó, ela teve um infarto e morreu.

Alexandra: A casa foi muito bem cuidada senhora.

Ivy: Esses são os tios de Richard. - me apresentou ao casal novo - Os pais dele mais uma vez não puderam comparecer às férias. - soltou um suspiro.

Richard: Já falei. Meus pais são assim mesmo. Acho até que em nosso casamento eles nem deve comparecer. - mexeu no cabelo dela.

Mabel: Querido, entendemos o motivo deles. Afinal, somos do mesmo círculo. E seus tios foram ótimos nessa viagem. - sorriu.

Leon: Por favor, Mabel irá leva-los para o quarto de hóspedes. - o pai de Ivy falou para os tios de Richard - Se me dêem licença, preciso ir ao escritório antes de começar o jantar.

Ivy: Já no trabalho, papai? - balançou a cabeça.

Leon: Os negócios não param Ivy. Licença. - saiu indo em direção ao corredor do escritório.

Glória: Preciso de um banho. - a tia de Richard comentou enquanto subia as escadas. O marido dela concordou. Mabel ia na frente conversando.

Os outros empregados apareceram pegando todas as malas. Richard encarou Ivy dizendo que também precisava de um banho e que ia para o quarto dele. Em alguns minutos todos iam se encontrar na sala de jantar. Os dois se despediram com um beijo.

Cruzei os braços olhando a cena.

Ivy: Vêm! Tenho que te contar uma coisa..- sussurrou me puxando em direção as escadas e só parou quando entramos no quarto e ela trancou a porta. - Você aproveitou aqui, Ale? - se jogou na cama. - Queria tanto que estivesse ido, mas mamãe não deixou.

Sua mãe me odeia bonitinha.

Alexandra: Aproveitei sim amiga. A piscina é maravilhosa. Sabe que amo. - fiquei ao lado dela na cama - Está mesmo feliz com esse casamento?

Ivy: Sim. - suspirou apaixonada - A melhor coisa que aconteceu foi ter conhecido Richard e nossos pais terem arrumado esse acordo de casamento. Depois da formatura vamos nos casar.

Alexandra: Amiga, fico tão feliz por você. - toquei na mão dela - Mas o quê queria me contar?

Ivy: É que...- sorriu sem graça - Enfim, eu...eu..tive coragem, e bom... - as bochechas ficaram vermelhas.

Lutei para não revirar os olhos.

Alexandra: Transaram? - perguntei
entediada.

Ela assentiu.

Ivy: Foi maravilhoso. - deitou na cama de olhos fechados sorridente.

Alexandra: Finalmente! Acho até que demorou. Me admira muito Richard, sendo Richard ter esperado esse tempo todo para transar. Quando o conhecemos ele era tão galinha. - sorri e ela me encarou fechando o sorriso - Mas ele mudou assim que conheceu e se apaixonou por você, claro.

Ela voltou a sorrir.

Ivy: Ele é perfeito. Foi tão apaixonado, tão delicado e ele é tão lindo...- suspirou.

Segurei com força o lençol da cama.

Alexandra: É mesmo? - falei baixinho irritada.

Ivy: Se soubesse que sexo era assim, tinha feito bem antes. - sentou na cama de supetão - Senti tudo que li nos livros e caramba, Ale, acho que viciei. - riu.

Fingi uma risada.

Criança!

Tinha 17 anos e era virgem!

Alexandra: Ele é tudo isso mesmo que falam no colégio? - levantei uma sobrancelha.

Ivy: Melhor. Até melhor amiga. - sorriu e encarou aliança - Sinto que vamos ser felizes para sempre. Eu amo tanto esse garoto mexicano.

Alexandra: Que bom que perdeu a virgindade, bem vinda ao clube. Sua mãe sabe?

Ela arregalou os olhos.

Ivy: Não. E nem pode saber! Richard e eu fugimos quando todos estavam dormindo e...bom, aconteceu. - deu de ombros - Meus pais nem sonham. - respirou fundo - Falando em pais, amiga, acho que meu pai está tendo um caso. - mudou de assunto ficando triste.

Alexandra: Por quê?

Ivy: Peguei uma parte de uma briga deles quando estávamos em Miami, foi bem feia. Minha mãe acusava ele de ter uma amante, dizia que ele não estava mais nem aí pra ela, que ficava até muito tarde trabalhando, que eles não tinham mais...- ficou praticamente roxa de vergonha - Você sabe!

Alexandra: Nossa! Sinto muito amiga. Que chato! Mas isso é problema deles, não seu. Se concentra no seu casamento. - toquei no ombro dela.

Ivy: É. Espero que tenham se resolvido. - suspirou e o sorriso voltou - Vou tomar um banho e descemos, tá? Trouxe vários presentes para você.

Alexandra: Uma bolsa? - tentei.

Ela assentiu.

Ivy: Última coleção. - me abraçou - E vários outros presentes. E não precisa agradecer Ale. Você é como minha irmã, não tenho irmã de sangue, mas tenho você, te amo muito muito muito.

Alexandra: Eu também lidinha. Eu também. - forcei um sorriso enquanto abraçava ela.

Ela seguiu para o banheiro e eu revirei os olhos.

Quanta melação idiota!

{...}

Mabel: Devemos fazer um casamento do século. Afinal de contas, não é todo dia que um Uckemann e uma Brendon se casam, não é? - levantou a taça e bebeu o champanhe.

Glória: Concordo. A mãe de Richard, minha irmã, irá querer ficar responsável de tudo. Afinal, é o único filho dela. - sorriu.

Ivy: Devemos alugar o plaza o quanto antes, afinal, é bem concorrido na época que vamos casar. - encarou Richard.

Richard: Quanto a isso, não se preocupa. Uma ligação do meu pai, tudo resolvido. - pisou. - Os Uckermann governam o mundo. - sorriu.

Sorri de canto.

Mabel: Que orgulho que minha única filha, irá se tornar uma Uckemann em breve. - falou soltando suspiro. Lutei para não revirar os olhos enquanto tomava champanhe.

Estávamos todos a mesa. Leon na ponta, ao lado esquerdo Mabel, Ivy e Richard, ao lado direito dele eu, Glória e o Marido dela. O jantar inteiro tenho que fingir empolgação. Que tédio!

Ivy: Preciso escolher mais duas madrinhas. E os padrinhos. Preciso ver com as meninas do colégio. Espero que não fiquem chateadas. - me encarou - A principal madrinha, já temos. - sorriu.

Sorri de volta.

Senti uma mão na minha coxa, pelo canto do olho observei Leon fingir prestar atenção na conversa que a tia de Richard iniciou, enquanto passava a mão em mim descaradamente. Leon era um coroa bem bonito e rico. Atraente.

E não tão bom de cama assim...

Sorri fingindo entender a conversa na mesa. Estávamos tendo um caso a meses. Foi bem difícil fazer ele olhar para mim, mas assim que fiquei nua na frente dele percebeu que eu não era mais nenhuma criança.

Homens!

Não podem ver uma mulher lindíssima nua.

Poderia está namorando qualquer um dos riquinhos do colégio de Ivy, na qual estudo também, mas nenhum olha para mim realmente a sério, já que não sou da classe social deles, ainda. Todos ali são tão seletivos. Tive que aprender ser também. Então, para ter uma vida boa, teria que pegar um homem de verdade.

Tipo o pai da minha melhor amiga.

Poderia ser madrasta de Ivy, não?

Hahaha.

Leon estava louco por mim. Ficou a viagem inteira ligando para o telefone da casa, tive que inventar várias desculpas para os meus pais não desconfiarem. Eu literalmente fiz a cabeça dele. Ele dava tudo que eu queria, tudo. Tinha uma caixa de jóias que escondia muito bem com todos os presentes dele.

Ele me queria praticamente o tempo inteiro. Mandava um outro motorista me buscar no colégio sem que Ivy soubesse e passávamos a maioria do dia e começo da noite transando num dos apartamentos dele. Para os meus pais, estava estudando na casa de uma amiga, para Ivy eu passava o dia inteiro procurando emprego para ajudar os meus pais e para juntar dinheiro para minha faculdade. E pedia para ela não falar absolutamente nada sobre os meus sumissos com eles, era surpresa, assim que conseguisse um emprego, eles iam ficar felizes. E isso funcionava.

Nenhum e nem outro descobriam a verdade. Minha melhor amiga jamais imaginava que ao invés de procurar emprego, estava na verdade montada e dando prazer para o papai dela.

Devolvi o toque lentamente.

Alexandra: Estou tão feliz amiga. É uma honra. Eu te amo muito. - sorri abertamente apertando a coxa do pai dela por baixo da mesa.

Ele me encarou.

Ivy: Também te amo Ale. É minha irmã, sabe disso. - sorriu.

Mabel: O quê vocês acham de um mês depois da formatura? - mudou de assunto chamando atenção.

Ivy: Perfeito! E...

A conversa continuou e o restante do jantar demorou muito mais que o esperado. Minha mãe apareceu para servir a sobremesa e eu fingi que não a conhecia para os tios de Richard, ela inclusive colocou mais champanhe na minha taça e eu apenas a ignorei. Depois do jantar, todos quiseram tomar um café na sala de está e ficamos mais algum tempo conversando. Amália tinha deixado a garrafa de café próximo as escadas, no armário um pouco longe dos sofás, levantei para colocar mais na minha xícara enquanto a conversava rolava solta.

"Amanhã no mesmo horário" a voz de Leon no meu ouvido me fez levantar a cabeça. Ele estava atrás de mim fingindo esperar eu acabar de colocar o meu próprio café.

Alexandra: Não vejo a hora.. - sussurrei entregando a cafeteira para ele e voltando para o sofá.

Sentei ao lado de Ivy e ela me abraçou comentando que em breve íamos experimentar os vestidos. A conversa só terminou quando os tios de Richard pediram licença para dormir, então, todos decidiram encerrar a noite. Ivy se despediu de Richard com um beijo dizendo que ia apagar quando caísse na cama, estava muito cansada. Se despediu de mim dizendo que iamos conversar mais amanhã.

Fui direto para o meu quarto, ignorando que meus pais estavam na cozinha terminando de limpar. Tranquei a porta do meu minúsculo e ridículo quarto e abri a porta do guarda-roupa retirando do fundo falso que tinha feito, uma caixa pesada de jóias. Sentei na cama com ela e admirei minhas lojas.

Aquilo era só o começo.

Teria muito mais.

E meus planos iam começar logo.

Sorri perversa.

{...}

Passava das uma da manhã quando sai do quarto. Passei pelo quarto dos meus pais, tudo escuro e silêncio. Ótimo. Já estavam dormindo. Subi as enormes escadas da mansão e entrei devagar no quarto de Ivy, ela dormia tão profundamente que nem acordou quando sem querer a porta fez barulho.

Fechei dessa vez a porta em silêncio.

Andei até o quarto de hóspedes de sempre e abri a porta devagar observando de primeira Richard saindo do banheiro com uma toalha na cintura. O peitoral molhado, as gotinhas de água escorrendo pelo peito firme e sexy. Richard tinha dezoito anos e era um garoto extremamente gostoso. Era o garoto mais rico do colégio e o mais lindo também, claro, comeu praticamente todas as meninas do colégio também. O sobrenome dele era galinha. Richard Galinha Uckermann.

Ele era a porra de um Uckermann.

Entrei no quarto trancado a porta. Ele parou no meio do quarto e me encarou. Cruzei os braços e respirei fundo.

Alexandra: Agora que conseguiu comer a senhorita virgem certinha - torci a boca - Não vou mais usufruir seu corpinho? - levantei uma sobrancelha - Não vou mais esquentar o banco do seu carro? - fiz biquinho.

Ele riu.

Richard: Ciúmes..?

Alexandra: Da mosca morta da Ivy? - dessa vez eu ri - Nunca! Eu sou muito melhor que ela e você sabe disso. - abri mais o meu hobby.

Ele encarou meus seios e balançou a cabeça.

Richard: Aqui é muito arriscado Alexandra. - murmurou.

Alexandra: Vai fingir remorso? Até parece que nunca fizemos aqui, no seu carro, na sua casa e...ah, lembrei, até mesmo no colégio - enrolei a ponta do meu cabelo cínica.

Richard: Você é um demônio garota. - balançou a cabeça e se aproximou de mim - Meu demônio favorito..- falou antes de atacar minha boca. Joguei a toalha ao chão e aos beijos formos para a cama como tantas e tantas vezes.

Muito tempo depois, estávamos nus, suados e cansados na cama ao lado um do outro. O sexo era incrível. Ele fumava encostado na cabeceira da cama. Sorri perversa. Enquanto minha melhor amiga dormia no quarto ao lado, eu estava na cama com o noivo dela.

Alexandra: Não acredito que realmente vai se casar com aquela mosca morta. - comentei revirando os olhos.

Richard: Não estou afim de casar, mas ela é a melhor opção Alexandra. Meus pais acharam ela ideal para ser a senhora Uckemann. Mas eles sabem que mesmo me casando com ela, eu nunca vou parar com mulher nenhuma. - riu tragando o cigarro.

Alexandra: Só falta ela mesmo saber disso. Ela acha que você realmente é apaixonado por ela. Acha que você ficou esperando ela parar de ser criança e dar para você. - ri.

Richard: Você ficou esquentando o banco do meu carro enquanto isso..- apertou minha coxa.

Alexandra: Não só o banco..- mordi os lábios e me inclinei abraçando o peitoral gostoso dele - Não gostei de saber que você aparenta está apaixonado por ela.

Richard: O quê ela disse?

Alexandra: Ele é perfeito. Foi tão apaixonado, tão delicado e ele é tão lindo...- imitei a voz insuportável dela.

Richard: Foi a primeira vez dela Alexandra. Não ia ser bruto. - revirou os olhos.

Alexandra: Não me interessa! - peguei o cigarro dele e dei uma tragada - Você sempre vai ser meu Richard Uckemann. Não dela.

Richard: Posso ser seu, dela e de todas as garotas gostosas do mundo. - sorriu safado.

Alexandra: Engraçadinho. - bufei devolvendo o cigarro - Pode tentar enganar a si mesmo, mas sabe que só se satisfaz comigo lindinho. - levantei da cama completamente nua.

Richard: Amanhã vai está livre?

Alexandra: Não. Tenho coisas importantes para fazer. - peguei meu hobby do chão e vesti.

Richard: Final de semana você poderia inventar uma desculpa para Ivy? Meu pai comprou uma casa recentemente um pouco fora da acidente e quero estrear a casa com você. A piscina de lá é maior que essa daqui - comentou.

Alexandra: Talvez. Preciso rever meus planos bebê. - pisquei - Por que não leva alguma prostituta? Você adora. - sorri.

Richard: E você é o quê? - rebateu.

Fechei o sorriso e peguei o primeiro travesseiro jogando na cara dele. O infeliz riu se divertindo.

Alexandra: Eu não sou uma prostituta Richard Uckemann. - o encarei com raiva.

Richard: Não. - zombou - É uma virgem moça de família.

Revirei os olhos.

Alexandra: Você é um imbecil. - dei as costas e sai do quarto. Ouvi a risada dele antes de fechar a porta. Estava descendo as escadas, quando do alto ouvi uma voz feminina.

"O que estava fazendo aqui?"

Parei no degrau e me virei dando de cara com Mabel, mãe de Ivy. Ótimo. Ela me olhava por cima.

Alexandra: Fui...ver....fui ver se Ivy estava acordada. - boa Alexandra. Muito boa.

Mabel: Sei. - comentou e desceu os primeiros degraus da escada, até ficar um acima de mim. Me olhava agora completamente de cima, e eu a encarava de baixo. Ela também usava um hobby, mas diferente do meu era de seda de primeira - Parecia que vinha de outro quarto, não da minha filha.

Alexandra: Claro que vim do quarto dela. De onda mais viria? - cruzei os braços.

Mabel: Não sei. Me diga você garota. - balançou a cabeça - Não sei o que está aprontando. Mas não vai funcionar.

Alexandra: Do quê está falando?

Mabel: Você pode enganar a boba da minha filha, mas não me engana. Essa história de filha de empregado ser amiga de filha de patroa é ridículo. - bugou - Essa história que são amigas, irmãs, é tudo ridículo. Fora que conheço bem tipinhos como o seu garota, falsa, fingida, dissimulada e invejosa. Eu vejo como olha para as coisas da minha filha, para o noivo dela e até mesmo para minha casa - riu - Só fique de olho mesmo, porque jamais terá a vida de rainha que minha filha têm! Jamais! Você é e sempre será a filha dos empregados.

Meus olhos encheram de lágrimas de ódio. Ódio! Ódio! Ódio! Ódio!

Alexandra: Voc...

Mabel: Vou fazer Ivy perceber quem você é de verdade. Uma morta de fome que jamais será alguém. - levantou o queixo - Jamais será como eu, uma dama da sociedade, uma rainha, jamais será uma princesa como Ivy. Sua vida vai ser igual da sua mãe. Limpar o chão que a minha filha pisa.

Fechei minhas mãos em punho.

Alexandra: Isso é o que vamos ver Mabel García Brandon - murmurei de ódio e dei as costas a ela terminado de descer as escadas. Entrei no meu quarto e bati a porta com tanta força que não sei como não acordei meus pais.

Aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa

Gritei na minha mente derrubando e bagunçando toda a minha cama.

Mabel ia me pagar muito caro por essa humilhação.

Ia me pagar muito caro!

Muito caro!

{....}

Ivy: Amiga, você nem quis tomar café na mesa com a gente. - comentou quando eu, ela e Richard entravámos no colégio.

Alexandra: Quis dar mais privacidade para você e sua família. - comentei. Na verdade, estava morrendo de ódio de Mabel. Preferi comer na cozinha com os meus pais do que correr o risco de jogar café quente na corna da mãe da minha melhor amiga.

Ivy: Que bobagem, você é minha irmã. - me abraçou de lado e beijou meu rosto.

Forcei um sorriso.

Richard: Preciso ir para minha aula. A gente se ver no intervalo meu amor. - beijou Ivy e me encarou durante o beijo.

Revirei os olhos olhos.

Ivy: Boa aula amor. - falou se afastando dele sorridente.

Richard: Tchau Ale. - falou dando as costas e seguindo para o grupo de amigos dele mais a frente.

Ivy: Vêm Ale. Vamos para nossa sala contar a novidade para as meninas. - falou me puxando em direção do corredor.

Respirei fundo.

{...}

As 15:00 as aulas infernais acabaram e eu inventei para Ivy que ia mais uma vez atrás de emprego. Ela disse que não ia contar nada aos meus pais e que ia dizer que eu estava na casa de uma amiga estudando. Saiu com Richard em seguida. Ele apenas me encarou sabendo que era mentira. Sai do colégio e andei em direção da rua de sempre e um carro já me esperava. O motorista abriu a porta para mim, ele sempre me buscava calado. Entrou no carro e deu a partida no mais silêncio possível.

Em frente ao prédio do encontro, o motorista abriu a porta e eu entrei, minutos depois, Leon abria a porta do apartamento e me olhava da cabeça aos pés, já que eu estava de uniforme.

Leon: Você sabe mexer com o imaginário garota...- sorriu.

Alexandra: Sou toda sua...- sorri entrando no apartamento.

Horas depois, continuava na cama com o pai da minha melhor amiga. Confesso que transei com ele como nunca, só de raiva da maldita da Mabel. Ela ia pagar muito caro. Muito caro. E a vingança já estava sendo executada. O marido dela era louco por mim.

Leon: O quê está pensando? - murmurou beijando meu pescoço.

Respirei fundo.

Mais uma vez entrava no modo menina apaixonada e quase inocente.

Alexandra: O quanto eu te amo Leon. É muito difícil para mim te ver naquela casa e não te tocar, não te abraçar, não te beijar, não fazer amor com você...

Leon: Ale..

Alexandra: Não sabe como fiquei durante todas essas férias, pensando que estava com Mabel, que estava..
- fingi um choro - Pensar em vocês dois juntos de novo, como um casal, em Aspen e Miami...- balancei a cabeça chorando.

Leon: Não chora. Não chora. - segurou no meu rosto - Já falei que não tenho mais nada com ela. Somos casados somente no papel. Sabe que sou louco por você garota. Só você. - limpou minhas lágrimas.

Alexandra: É tão difícil para mim. Ver vocês dormindo no mesmo quarto e...

Leon: Eu durmo em outro quarto Alexandra. Inclusive Mabel sabe que tenho outra, mas não sabe quem é. Ainda não pedi o divórcio porque estou esperando você completar a maioridade, ainda é de menor e eu posso ter problemas por causa disso. - comentou quase desesperado - Mas não sei viver sem você Alexandra. Você se tornou tudo para mim.

Alexandra: Você vai fazer quarenta anos Leon. Eu dezoito. Tenho medo disso também. - baixei a cabeça.

Leon: Eu também. Me sinto na sua idade Alexandra. Você me faz sentir assim. Mas sei bem que não sou mais um menino.

Alexandra: Não é um menino mesmo. - toquei no rosto dele - É meu homem. Você é meu homem Leon. - sorri. - Eu te amo tanto amor. Tanto.

Leon: Eu te amo Ale.

Alexandra: Quero que fique somente comigo. Quero que me reconheça como sua mulher logo. Que todos saibam que sou sua e só sua meu amor.

Leon: Só tenha um pouca mais de paciência amor. Assim que completar dezoito anos, tudo vai mudar. Não vamos mais precisar nos esconder. - garantiu me beijando - Eu te amo tanto Ale, tanto garota.

Alexandra: Me ama tanto ao ponto de me dar um apartamento? - sussurrei.

Leon: O quê quiser meu amor. O que quiser. - repetiu beijando meu rosto.

Sorri e segurei o rosto dele.

Alexandra: Te amo tanto meu amor. Tanto. Mais não quero nada agora, apenas você e nada mais. - falei e o beijei em seguida.

Voltamos a transar loucamente e somente as 18:00 tivemos que nós despedir. Ele queria que o motorista me levasse para casa e ele iria de táxi de volta para empresa, mas falei que era melhor eu ir de táxi e o motorista levar ele, depois de me dar uma generosa quantia e o dinheiro do táxi, nós despedimos e cada um seguiu seu caminho. Na rua chamei um táxi e dei o endereço de uma lanchonete do surbubio de Chicago. Era próximo do bairro lixo onde cresci. Assim que o veículo parou, paguei o taxista e entrei na lanchonete procurando um homem.

O achei de terno e gravata, em cima da mesa tinha uma pasta preta e ele lia um papel concentrado. A lanchonete estava lotada, mas a mesa onde ele estava era mais afastada. Me aproximei dele lentamente e sentei de frente para ele.

Alexandra: Virou mesmo advogado. - debochei chamando atenção.

Ele deu um pulo de susto me fazendo rir.

Xxx: Você demorou! - reclamou.

Alexandra: Desculpa Christóvão. Como pôde ver, estava ocupada estudando. - apontei para meu uniforme no corpo.

Ele balançou a cabeça deixando os papéis de lado.

Christóvão: Sei. - obviamente sabia que era mentira, ele suspirou - Quer comer alguma coisa? Eu pago!

Alexandra: Não. Você sabe que eu não como nessa espelunca. - revirei os olhos - Só estamos nos encontrando aqui porque é seguro.

Christóvão: Ale, tem certeza que é isso que quer fazer? - perguntou pela décima vez - Não tem como voltar atrás. - avisou.

Alexandra: Christóvão, você é a pessoa que mais confio. Se não, não teria pedido isso para você. Sim. Vou fazer isso sim. Eu mereço uma vida de rainha, estou cansada de ser humilhada e desprezada, estou cansada de ser pobre e...ter que fingir que tudo está tudo bem. Não. Não está. Eu mereço a vida que Ivy songa monga tem. Mereço tudo que é dela. - sorri. - E você vai me ajudar a chegar onde quero.

Christóvão tem 26 anos e era advogado no início da carreira. Foi meu vizinho, morava ao lado da casa da minha avó, foi meu primeiro homem. Aos quinze perdi a virgindade com ele. Ele também era ambicioso e odiava a vida que levava, então, nós dávamos muito bem. Quando se formou na faculdade, foi embora do bairro para dividir um apartamento com um amigo riquinho da faculdade. Hoje ele está caçando alguma herdeira por aí. Assim como eu, ele fazia quase tudo para se dar bem.

Era meu único e verdadeiro amigo.

Christóvão: Ok. - abriu a pasta e observei vários papéis. De baixo deles, ele tirou um envelope amarelo e um vidrinho transparente sem rótulos. Fechou a pasta e colocou ambos na mesa - Com o quê tem escrito aqui e sabendo usar ele muito bem, você terá absolutamente tudo que quiser. - empurrou o envelope para mim - E esse vidrinho aqui foi o quê pediu. Cuidado para não ser pega Alexandra. Se você for pega, eu também vou ser garota.

Alexandra: Calma Christóvão. Não vou ser pega. - sorri pegando o vidrinho e o encarando atentamente - Tem certeza que funciona?

Christóvão: Sim. Use em poucas quantidade no começo e depois aumente, vai ser letal. Continue aplicando até quando quiser. E não será detectado por meio de exames. Custou muito caro.

O encarei.

Alexandra: Não se preocupe. Quando eu conseguir tudo, você terá sua parte. - sorri.

Ele assentiu.

Christóvão: Desde que bati o olho em você, sabia que seria malvada.

Alexandra: Não sou malvada. - me defendi - Apenas corro atrás do que quero e lembra-se querido, eu sempre consigo o quê quero. - pisquei.

{...}

O resto da semana me encontrei com Leon e sai com Ivy também, o final de semana chegou e eu inventei uma desculpa que ia me encontrar com uma amiga de infância, ela morava um pouco fora da cidade e íamos passar o final de semanas juntas. Meus pais acreditaram já que Ana era mesmo minha amiga de infância e foi morar mais distante, porém, não sabiam que eu nunca mais tinha falado com ela. Obrigada pelo halibi mesmo sem saber Ana. Já Richard sempre ia visitar os pais que passavam mais tempo em outra cidade do que em Chicago, então, foi fácil. Nós encontramos algumas ruas depois e formos para a nova casa dele um pouco fora da cidade.

Incrível.

Uma mansão espetacular.

Aproveitamos muito bem o final de semana. Principalmente a piscina. Ficando esse tempo sozinhos percebi que poderia muito bem aproveitar a vida ao lado de Richard. Ele era extremamente gostoso e extremamente rico, tipo muito rico mesmo. A família dele era a mais rica da cidade e até mesmo do país. Os Uckemann governavam o mundo. Era o lema dele.

Podia me imaginar sendo a senhora Uckermann muito bem. Melhor que a bobona da Ivy. Fora que Richard e eu nós dávamos bem na cama e fora dela.

Alexandra Uckermann.

Como soa perfeito!

Sorri.

Mas ele já tinha decidido se casar com a maldita da Ivy. Era na verdade mais um contrato entre os pais deles, nada a ver com porra de amor. Só na cabeça dela que existia um conto de fadas. Coitada!

Ri.

{...}

Três meses depois...

Ivy foliava uma revista de noiva concentrada, ao lado a mãe dela falava que o estilista que ia fazer o vestido da filha ia vir direto de Paris, que tudo já estava agendado. Tinha apenas nós três na sala de estar. Mabel contava com detalhes como adorou um vestido do catálogo e eu terminava de nós servir o café. Coloquei as três xícaras de café na bandeja e sem elas prestarem atenção, tirei do meu sutiã o vidrinho e coloquei numa das xícaras poucas gotas que misturou com o café. Olhei o vidrinho por alguns e decidi acrescentar metade de uma vez e guardei de volta.

Mexi a xícara e peguei a bandeja voltando para o sofá. Deixei a bandeja na mesinha de centro e peguei o café batizado entregando para Mabel que nem olhou na minha cara, entreguei a xícara de Ivy e por fim a minha, sentei ao lado da minha melhor amiga.

Ivy: O quê acha Ale? - sorriu apontando para um modelo.

Alexandra: Lindo amiga.

Mabel: Horrível. Brega. Credo. - bufou e levou a xícara até a boca. Sorri.

Ivy encarou a mãe balançando a cabeça.

Ivy: Mas mãe, esse foi o quê você mais gostou. - falou o óbvio. - Inclusive disse que vai ser parecido com esse o meu vestido. - franziu o cenho deixando a xícara de lado.

Mabel inclinou a cabeça.

Mabel: Eu disse? - perguntou confusa.

Ivy fechou a revista e segurou na mão da mãe. Mabel encarou a filha.

Ivy: Mãe. Faz meses que a senhora anda esquecida, esquecendo as coisas importantes ou até mínimas, anda confusa e desorientada. É melhor procurar um médico. Vamos juntas, tá bom? Até o papai está preocupado.

Mabel: O quê? Estou ótima Ivy. Ótima. - riu - Estou esquecida porque logo tem sua formatura, depois seu casamento...e..enfim...- deu de ombros.

Ivy: Mãe..- foi interrompida.

Mabel: Estou ótima garota. Ótima. - tomou mais café e deixou a xícara na mesinha - Qual estilista devo mandar fazer o seu vestido? Grécia ou Roma? - sorriu - Preciso agendar logo um deles.

Ivy me encarou assustada e eu toquei no ombro dela fingindo preocupação.

{...}

4 meses depois...

O barulho das coisas quebrando do andar de cima era infernal. Gritos e mais gritos. Choro também. Amália e Frederico se encaravam assustados e eu encarava a escada quieta. Até que os dois enfermeiros apareceram carregando Mabel que estava totalmente destruída e descabelada gritando que os alienígenas eram os pais dela, que ela era uma alienígena de nascença, os pulsos dela estavam sujos de sangue e estava praticamente sem roupas. Apenas com uma fina camisola.

Me segurei absurdamente para não gargalhar. Mordi a língua com força.

Mabel: ME SOLTA EU SOU ALIENÍGENA MAIS PODEROSA DA GALÁXIA. - gritava se contocendo - OI? - inclinou a cabeça e riu - PARA DE FALAR COMIGO. ELES ESTÃO AQUI. ESTÃO EM TODAS AS PARTES. HAAAAAAAAAAAA - soltou um grande grito quando foi jogada na marca e os enfermeiros a amarraram. Ela olhou para o lado que não tinha ninguém - COMO VOCÊ ENTROU AQUI? - riu - PARA DE FALAR ISSO. HAAAAAAAAA - um dos enfermeiros amordaçou a boca dela que começou a se debater na maca. O outro enfermeiro amarrou o corpo dela fixamente.

Do alto da escada ouvimos o choro de Ivy enquanto Leon abraçava a filha. Os enfermeiros levaram Mabel para o carro que a levaria para o manicômio. Subi as escadas e abracei minha melhor amiga, assim como o pai dela fazia.

Ivy: Por q..ue p..a..i? P..o..r q..ue el..a fi..cou assim? Me..u Deus...- soluçou escondendo o rosto na camisa de Leon.

Leon: Eu não sei filha. Eu não sei. - falou com pesar. - É melhor para ela. Vamos cuidar dela. - garantiu beijando o rosto da filha.

Alexandra: Você não está sozinha Ivy. Estamos aqui. - sussurrei.

Leon me encarou.

.................

Ivy teve que tomar um remédio para dormir. Richard que tinha ido visitar os pais e estava voltando hoje ia vir direto para cuidar da noiva. Leon tinha ido resolver as últimas papeladas para Mabel ser tratada no manicômio. E eu estava na cozinha comendo um pouco de caviar ouvindo a conversa dos meus pais que até agora estavam incrédulos.

Amália: Como pôde? Ela estava tão bem. - balançou a cabeça.

Frederico: Nem tão bem. Faz meses que ela andava confusa e esquisita. Depois veio as paranóias que via vultos pretos pela casa, depois começou a falar sozinha e por último chegou a esse ponto de se machucar e surtar de vez. - passou a mão na cabeça - Ela está maluca. O psiquiatra que fez o exame aqui falou para o senhor Leon que talvez...- diminuiu a voz - Não tenha jeito. Ela pirou de vez.

Amália: Por Deus Frederico! Coitada! - levou a mão até o coração - A menina Ivy está assustada e inconsolável. Acho que nem o noivo vai conseguir ajudar ela. - falou triste.

Revirei os olhos.

Frederico: Não vai falar nada, filha?

Alexandra: Falar o que? Aquela mulher sempre foi maluca mesmo. - dei de ombros e me segurei para não rir.

Amália: Alexandra! - me repreendeu.

Alexandra: Aii tá mamãe! Tá! - levantei da mesa. - Como Ivy está dormindo. Vou para o jardim olhar a noite, ok? Hoje o dia foi cheio. - murmurei.

Fui para o jardim e sentei num dos bancos, encarei as estrelas sorridente. Meu plano demorou, mas saiu exatamente como imaginei. Agora era continuar e dar a cartada final. Um carro apareceu ao longe em direção da mansão, em poucos minutos, Richard saia do carro e andava em minha direção. Levantei o encarando. Gostoso.

Richard: Levaram mesmo ela?

Alexandra: Sim. Foi horrível Richard. Mabel já estava indo contra a própria vida. Começou a se cortar. Gritava dizendo coisas absurdas, não reconhecia nem mesmo a filha. Ivy ficou inconsolável, tivemos que dar um remédio a ela.

Richard suspirou.

Richard: Espero que essa loucura não seja de família. - murmurou e passou a mão no cabelo - Meus pais vão entrar em contato com Leon em breve, eles querem ajudar de alguma forma.
Alexandra: Leon saiu. Foi resolver as últimas papeladas da internação. O psiquiatra falou que talvez não tenha jeito, Mabel ficou maluca mesmo. - falei enquanto me aproximava dele.

Richard: Coitada! Mas espero que isso não seja de família. Não quero uma maluca ao meu lado. - se encolheu.

Toquei em seus ombros e me inclinei dando alguns selinhos na boca dele.

Alexandra: Estava com saudades. - murmurei.

Richard: Eu também Alexandra. - soltou um sorrisinho - De madrugada dar uma passada no meu quarto.

Alexandra: Como sempre. - sorri.

Richard: Vou está no quarto dela agora. - avisou antes de entrar na mansão.

Fiquei mais alguns minutos repassando todo o meu incrível plano e decidi ir para o meu quarto. Já era bem tarde quando sai do quarto segurando um papel, a casa toda já dormia, fui para o escritório de Leon, uma hora ele ia chegar e ia passar por lá como sempre. Deixei o papel na mesa e sentei na cadeira dele e fiquei encarando a porta por longos minutos, até por fim ele entrar. Parecia cansado ou melhor, exausto. Quando me viu soltou um longo suspiro.

Leon: O quê faz aqui? - fechou a porta.

Alexandra: Vim cuidar de você. Sinto tanto o que aconteceu meu amor. - levantei e parei em frente a ele. - Quer uma bebida?

Leon: Eu também. Quero sim. Obrigado. - soltando outro suspiro ele tirou o terno e jogou no sofá.

Alexandra: Ivy está sofrendo tanto. É uma pena que isso chegou a esse ponto. Espero que ela fique bem logo e volte para essa casa. - falei pegando um copo e servindo de whisky. Andei em direção a ele entregando o copo.

Leon: O psiquiatra falou que talvez seja irreversível. - virou o copo de uma vez - Isso destruiu minha filha. - balançou a cabeça.

Alexandra: Sinto muito. - toquei no ombro dele - Mas ela vai ter o melhor tratamento. Uma pena que ela foi teimosa e não ouviu a filha e você quando pediram para ir ao médico logo no início. - fingi tristeza.

Leon: É. - encarou o copo vazio - Não a amo mais, mas ela é a mãe da minha filha e não queria ter visto ela desse jeito. - comentou baixo.

Alexandra: Entendo meu amor. - o abracei e revirei os olhos - Eu entendo.

Leon: Só você para me distrair. - me abraçou de volta. - Não vejo a hora que complete logo a maioridade.

Alexandra: Eu também. - o encarei - Mas eu já sou sua amor. Só sua. - o beijei.

Comecei a tirar as roupas dele e logo estávamos no sofá do escritório fazendo sexo. Muito tempo depois, eu colocava de volta meu hobby. Observei ele no sofá exausto, quase dormindo, mas continuava me olhando.

Alexandra: Meu amor, sei que não é o momento adequado, mas preciso da sua assinatura para poder conseguir passar o apartamento. O advogado só quer sua assinatura. Estou tão feliz porque vou ganhar aquele nosso apartamento. - peguei o papel da mesa e o encarei. Ele esticou a mão e eu peguei uma caneta entregando os dois para ele, sem ler ele assinou rapidamente e me entregou o papel.

Leon: Pronto. Vou te dar muito mais Ale. Muito mais que só aquele apartamento. - bocejou.

Alexandra: Eu sei. - murmurei encarando o papel profundamente. - Eu sei meu amor. Meu grande amor. - sorri. - Preciso ir dormir. Vai ficar aqui?

Leon: Antes de amanhecer vou para o quarto. - avisou - Ninguém vai perceber que dormi aqui. - fechou os olhos.

Alexandra: Boa noite amor. - me inclinei dando um selinho nele e sai do escritório extremamente feliz.

Segurava nas minhas mãos ouro.

Muito e muito ouro.

Voltei para o meu quarto e guardei muito bem aquele papel que era minha vida a partir de agora. Sai do quarto mais uma vez e fui direto para o quarto de Richard, ele me esperava já na cama.

Richard: Demorou Alexandra. - acusou.

Alexandra: Se acostume. - sorri trancando a porta e tirando meu hobby.

Richard: Ela está completamente apagada. - avisou - Temos tempo de sobra. - sorriu.

Alexandra: Sorte a nossa, não? - nua me joguei na cama e fiquei por cima dele. - Você é meu Richard. Meu. - o beijei.