Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dois meses depois...

Experimentando o vestido de formatura e seguida de madrinha, observei Ivy vestida de noiva se encarando no espelho. Os olhos estavam baixam e o rosto abatido. Segurei para não revirar os olhos. Me encarei no espelho. O vestido de formatura tinha ficado maravilhoso, assim como de madrinha, mas eu não ia usar nenhum dos dois mesmo. Voltei a encarar Ivy que suspirou e andei em direção a ela.

Alexandra: O quê foi? Você está linda. - toquei no ombro dela. Ela me encarou pelo espelho e balançou a cabeça.

Ivy: Obrigada. Só que...queria minha mãe aqui Alê. É difícil esse momento sem ela e quero nem imaginar no dia do casamento. - os olhos encheram de água e ela não segurou uma lágrima.

Alexandra: Sinto muito. Talvez um dia ela melhore amiga. Por favor não fique assim. - abracei minha melhor amiga e revirei os olhos - Pense em seu casamento por favor.

Que não irá acontecer também! Só que ela ainda não sabe disso.

Ivy: Sim. O casamento é a única coisa que me distrai. - se afastou um pouco de mim e se encarou mais uma vez no espelho - Ele ficou perfeito. - deu um sorriso de lado.

Alexandra: Ficou mesmo. Richard irá adorar. - comentei forçando um sorriso.

Ivy: Alê? 

Alexandra: O quê? 

Ela me encarou séria.

Ivy: Obrigada por ser minha amiga. 

Alexandra: Por nada. - pisquei. - Seu pai volta quando? - mudei de assunto.

Ivy: Semana que vêm. Tem algo estranho. - franziu o cenho - Acho que ele está com problemas na empresa. E parece ser sério. 

Alexandra: É mesmo? - fingi surpresa.

Ivy: Ele não quer me contar, mas assim que eu me casar com Richard tenho certeza que o pai dele pode ajudar o meu pai em relação a isso. Afinal, vamos ser família. - dessa vez sorriu.

Vai sonhando querida. 

Tive que morder os lábios com força para não revirar os olhos.

Alexandra: Bom, nossa formatura e o seu casamento estão chegando. Tudo vai se resolver amiga. - sorri falsa.

Ivy: Assim espero Alê.

{...}

Richard: Então, vocês foram experimentar os vestidos? - perguntou tragando o cigarro. - O quê disse para ela depois que terminaram?

Alexandra: Que ia visitar uma amiga que acabou de chegar na cidade. - ri.

Ele balançou a cabeça.

Richard: A formatura e o casamento estão perto. Meus pais vão dar a lua de mel de dois meses pela Europa.

Me encostei na cabeceira da cama de Richard cobrindo meu corpo com o lençol e o encarei.

Alexandra: Não entendo porque vai mesmo se casar com ela. - gruni de raiva. - Vai ficar dois meses longe de mim? 

Richard me encarou enquanto fumava o cigarro calmamente.

Richard: Antes de irmos para a lua de mel eu te fodo mais uma vez Alexandra. Não precisa implorar. - riu.

Levantei da cama irritada e ele parou de rir na mesma hora.

Alexandra: Por quê ela? Só porque é rica? Porque pertence ao seu mundo? Só por isso? - praticamente gritei.

Richard: Sim. Meus pais escolheram ela antes mesmo que eu a conhecesse. E ainda bem que Ivy é bonita e gostosa, se fosse uma baranga eu ia fugir da cidade. - apagou o cigarro no cinzeiro e respirou fundo. - Nada precisa mudar entre a gente quando eu voltar da Europa. Você continua sendo amiga dela e esquenta minha cama como sempre. 

Alexandra: Eu não vou ser sua amante para sempre Richard Uckemann! - o encarei com ódio - Eu não vou ser sua amante, entendeu?

Richard: Você já é Alexandra. Sempre foi. - riu.

Alexandra: É o que vamos ver no futuro. - gritei vestido minhas roupas e saindo do quarto batendo a porta. 

Sai da casa luxuosa de Richard morrendo de ódio.

Dois meses depois....

Sentada no banco do consultório de pernas cruzadas, aguardava o médico verificar o meu exame. Confesso que minhas mãos estavam trêmulas e meu coração disparava com a possibilidade. Isso tinha que ser real. Era minha única chance. Minha única chance. Estava no hospital mais caro da cidade, só a consulta foi uma fortuna e o exame nem quero comentar. Tive que vender uma das minhas jóias guardadas para poder pagar tudo isso. O hospital Hope era muito chique e caríssimo. 

Enquanto esperava o resultado do exame que saia no mesmo dia, pesquisei sobre o hospital e os donos disso tudo. As herdeiras eram gêmeas que iam herdar toda essa fortuna. Sortudas. Enquanto tomava uma água na lanchonete, observei com surpresa Elizabeth Jones, uma das herdeira entrar na lanchonete falando com todos os funcionários sorridente. Ela tinha a minha idade, 17 anos, olhos verdes, alta e tinha um porte de rainha enquanto andava. Típica menina rica, usava as melhores roupas e alguns livros nós braços. Observei com atenção cada movimento dela, elegante e culto. Ia imitar a elegância dela. Eu ia ser muito mais elegante que ela.

Sorri.

Elizabeth sentou num dos bancos e logo quase todos os funcionários foram atendê-la. Ela apenas sorriu e dispensou todos eles abrindo um dos livros em seguida. Percebendo que tinha alguém de olho nela, Elizabeth passou os olhos por toda lanchonete até encontrar os meus azuis a encarando. Ela sorriu e eu desviei o olhar tomando mais da minha água.

Xxx: Ok. Sua mãe está com você? - o médico me trouxe de volta das lembranças e eu neguei - Seria bom ela aqui senhorita.

Alexandra: Já vou fazer dezoito anos. Pode falar. Não preciso mais de nenhum responsável. Posso responder muito bem por mim. - falei séria e o médico assentiu.

Xxx: Ok. Como eu suspeitava pelos seus sintomas de enjôo e vomito, a senhorita está grávida. Está de pouquíssimo tempo. - apontou para o papel - Precisa iniciar o pré-natal logo.

Minha boca abriu num sorriso gigantesco. Minhas mãos automaticamente foram para minha barriga ainda sem sinal de bebê nenhum e balancei a cabeça desacreditada. Tinha dado certo.

Tinha dado certo.

Xxx: Vejo que essa notícia agradou muito a senhorita. - analisou meu rosto.

Alexandra: Você não tem idéia - murmurei.

1 mês depois...

O dia da formatura era hoje. Meus planos mudaram um pouco e eu de fato participaria, daqui alguns dias seria natal e depois o ano novo e uma nova vida ia começar para mim. A cerimônia de formatura foi rápida, assim como a festa em seguida. O vestido colou no meu corpo que ainda não marcava nada, durante toda a festa tive que aguentar Richard e Ivy para todos os lados grudados e comentando com todos que o casamento estava próximo. 

Os pais de todos estavam presentes na cerimônia e na festa, exceto os meus que os proibi, os pais de Richard que nunca estavam na cidade e o pai de Ivy que estava atolado de trabalho. A mãe dela continuava louca no hospício. Por fim quando acabou, peguei carona com Ivy e Richard que voltavam para a mansão dela. Observei os dois felizinhos demais durante todo o caminho.

Hã!

Quando chegamos me despedi de Richard com um abraço e falei no ouvido dele disfarçadamente que era para ele esperar ela e todos da casa dormir que precisava falar com ele. Ele apenas sorriu de volta e eu entrei na casa deixando os dois se despedindo.

Quando todos estavam dormindo, incluindo minha melhor amiga, sai da mansão e andei até o final da rua onde Richard me esperava encostado no carro olhando o céu distraidamente, em minhas mãos segurava o papel do exame que mudaria minha vida, guardei no bolso do meu casaco e me aproximei dele chamando atenção. A rua estava vazia e escura por ser de madrugada.

Ele sorriu malicioso e já foi me puxando para um beijo e tocando no meu corpo.

Richard: Já falei o quanto estava bonita naquele vestido? - falou na minha boca e eu me desviei do toque dele.

Alexandra: Não foi para isso que pedi para esperar por mim. - falei séria.

Richard: Então foi para quê? Vamos para minha casa curtir como sempre - tentou me beijar, me desviei mais uma vez.

Alexandra: Não Richard. É sério. Preciso te falar algo. - meu coração saltou, confesso que comecei a ficar nervosa.

Ele suspirou.

Richard: Então fala logo. - me encarou sério.

Alexandra: Aqui não. - olhei ao redor - Vamos para outro lugar.

Richard: Entra! - apontou para o carro, entrei ficando no banco do passageiro e ele deu a partida. Minutos depois, ele parava na praça mais próxima da mansão completamente vazia. - Pronto. - desligou o carro e me encarou cruzando os braços. - O quê foi Ale?

Alexandra: Estou grávida! - falei de uma vez o encarando. Ele piscou rapidamente por alguns segundos e assentiu parecendo ainda entender o que acabei de falar. 

Richard: Para..béns? - franziu o cenho.

Alexandra: É seu bebê. O seu filho.

Richard: O QUÊ? - dessa vez gritou assustado.

Alexandra: É seu..- toquei na minha barriga e os olhos dele voaram para aonde tocava.

Ele negou com a cabeça.

Richard: Não é meu Alexandra. Está louca...- riu nervoso.

Alexandra: Louco estava você de tanto tesão em mim. - rebati.

Ele continuou balançando a cabeça.

Richard: Esse filho não é meu! - bateu no volante irritado. - Vou me casar daqui algumas semanas. Está louca?

Alexandra: E vai me deixar sozinha no mundo com o SEU FILHO? - gritei irritada. - Estou carregando o próximo Uckemann, o seu sangue seu imbecil.

Ele me encarou com raiva.

Richard: Como pode saber que é mesmo meu? Você é uma vadia. Dar para todo mundo com dinheiro.

Alexandra: Porque pelo tempo que estou é o tempo que não fiquei com mais ninguém além de você. - peguei o exame e joguei na cara dele - E nem adianta dizer que não poder ser seu porque é seu filho Richard. Seu filho.

Richard: Não acredito em você. - murmurou abrindo o exame e a primeira coisa que viu foi o logo do hospital Hope e suspirou - Droga! - começou a ler e bateu a mão no volante quando acabou.

Alexandra: Se acha mesmo que o filho não é seu espera nascer. Ele irá nascer com o sinal da sua família, com o seu sinal - sorri acariciando minha barriga - Se não fosse seu não ia está falando isso. O filho é seu Richard. Seu filho.

Richard: O quê eu fiz?..- murmurou atordoado.

Alexandra: Não quero enfrentar essa gravidez sozinha Richard. - forcei um choro e várias lágrimas começaram a descer - Preciso do pai do meu bebê, preciso de você mais do que nunca, mesmo que não queira isso vamos ser uma família agora. Vamos ser pais. Precisamos está juntos. - ele me encarou - Você precisa acabar com o noivado com Ivy e se casar comigo. Eu que vou te dar um filho e ela não. Já somos uma família - limpei meu rosto das lágrimas e observei ele ainda atordoado.

Richard: Alexandra...

Alexandra: Já somos uma família Ric. - sussurrei o apelido dele.

Richard fechou os olhos parecendo pensar profundamente.

Alexandra: Eu te amo Ric. Sei que não me ama e tudo bem. Eu amo por nós dois, não tem problema. - toquei no ombro dele - Nosso filho é mais importante que tudo. Lembra-se disso, sim? - dei um longo selinho nele. - Papai. - sussurrei me afastando. 

Richard: Escuta..- falou sério - Meus pais vão ficar loucos, esse casamento com Ivy está sendo planejado a muito tempo e desmarcar assim...- balançou a cabeça - Sei nem o que eles irão fazer quando souber disso. Mas se esse filho for mesmo meu Alexandra então, você acaba de assinar o contrato do nosso casamento. Você vai se tornar minha mulher no lugar de Ivy. Você vai ser a próxima senhora Uckemann.

Sorri.

Richard: Mas se esse bebê não for meu, mesmo que estejamos casados eu e os meus pais vamos te arruinar, me entendeu? Você vai ficar pior do que está agora. - me ameaçou e eu fechei o sorriso balançando a cabeça.

Alexandra: É seu. Estou carregando um Uckermann. - garanti. - Não precisa me ameaçar, você e os seus pais irão me tratar como a rainha que sou. - sorri.

Ele encarou minha carrega e suspirou.

{...}

Uma semana depois...

Cai exausta na cama respirando com dificuldade, fecho os olhos e respiro fundo tentando recuperar o fôlego, estávamos naquela cama mais tempo do que me lembrava depois de Richard ter colocado uma bela aliança em meu dedo anelar. Era ainda mais lindo do que de Ivy. O diamante brilhava tanto que chegava a incomodar os olhos.

Sorri olhando para o meu anel.

Richard: Terá que fazer isso todos os dias se nós casarmos. - sussurrou.

Alexandra: Vamos nós casar. - o encarei séria - Não irá deixar a mãe de seu filho desamparada, vai? - fiz biquinho que ele desfez num beijo. - Quando vai falar com a mosca morta da Ivy? Tenho ignorado ela tanto quanto posso naquela casa. Não quero mais me aproximar dela. - revirei os olhos - Não preciso continuar sendo amiga dela.

Richard: Também tenho ignorado ela. - suspirou - Mas hoje antes de ir até os meus pais vou falar com ela, terminar tudo. - explicou.

Alexandra: Vai contar logo da gente?

Richard: Não. É melhor não.

Alexandra: Pois deveria. - fiquei em cima dele - Agora eu vou ser sua mulher, vamos ter um filho. Vai esconder isso?

Richard: Não. Mas não quero magoa-la ainda mais Alexandra. Ivy é até uma garota legal.

Revirei os olhos e o beijei.

Alexandra: Ela é mosca morta isso sim. - o abracei - Você vai mesmo voltar só depois do ano novo? Não posso ir com você ver seus pais? 

Richard: Ainda não Ale. Amanhã é natal e nem vou contar nada. Vou esperar passar o dia e aí sim dou a notícia, eles irão me matar, mas não posso mudar o que eu fiz. - tocou na minha barriga.

Alexandra: O voo de hoje sai que horas?

Richard: As 17:00. Vou chegar em New York as 21:00. Mas não se preocupa, vou me casar com você de qualquer forma. 

Alexandra: É bom mesmo. Seu filho está esperando por isso. - sorri o beijando.

Íamos aprofundar mais o beijo quando a porta do quarto foi aberta brutalmente e a garota magra, baixa e com os olhos cheios de lágrimas adentrou em completo choque. Soltei para o lado da cama me cobrindo com o lençol surpresa e Richard levantou automaticamente.

Richard: Ivy?

Ivy: Vo..c..ês? O..s do..is...? - piscou em crédula olhando pra mim nua na cama ao lado do ex noivo também nu - Fil..ho?

Richard: Como entrou aqui? - falou vestido as roupas rapidamente que estavam jogadas ao chão - Calma..

Ivy: V..o.. cês? - começou a chorar - N..ão....nã..o pode s..er - balançou a cabeça e me encarou chorando.

Alexandra: É isso mesmo amiga. - sorri.

Richard: Alexandra! - me encarou irritado.

Alexandra: O quê? - levantei o queixo - É isso mesmo. Nós dois transamos antes mesmo de vocês terem alguma coisa, formos amantes por muito tempo e agora vamos nós casar e..ah, lembrei, também vamos ter um filho. Estou grávida. - ri. - Cadê os meus parabéns, amiga? 

Ivy: S..u..a su..a..

Alexandra: O quê? - ri.

Richard: Ivy..- tentou tocar nela, mas a mesma se afastou por impulso.

Ivy nós olhou ainda em choque e saiu correndo do quarto. Richard correu atrás dela. Apenas ri e me joguei na cama completamente feliz.

Adeus melhor amiga!

Ri.

Toquei na minha barriga.

{...}

Quando Richard voltou para o quarto estava bem para baixo, era até engraçado, Ivy não quis ouvir nada e pegou o primeiro táxi que apareceu chorando muito. Ele mal conseguiu se explicar. Mas na minha opinião não tinha que explicar nada. Ela já tinha visto nós dois, já sabia que estávamos juntos e agora é só esquecê-la de uma vez por todas. Eu que seria a senhora Uckermann. Não ela.

Logo fiz ele esquecer dela e de todo o resto quando o empurrei na cama e fiquei por cima dele. As 16:30 estávamos no aeroporto nós despedindo, ele estaria de volta depois do ano novo e provavelmente os pais dele iam vir também. Estava bastante ansiosa para isso.

Alexandra: Quero me casar o mais breve possível, entendeu? Antes que a barriga comece aparecer. - falei com minhas mãos em torno do pescoço dele.

Richard: Eu sei. - me beijou.

Alexandra: Você é meu Richard. - parei o beijo o olhando nós olhos - Só meu e do nosso filho. Assim que chegar na casa dos seus pais me ligue. Vou está grudada no telefone.

Richard: Ok. E Alexandra, por favor não faça mais nada contra a Ivy, tá bom? 

Alexandra: Está com pena da sua ex noiva? - revirei os olhos.

Richard: Ela não merece o que..

Alexandra: Blá blá blá - torci a boca - Chega de falar dela. Boa viagem meu amor. - calei a boca dele num beijo.

Observei Richard pegar a mala dele e passar pelo portão de embarque. Toquei na minha barriga.

Alexandra: O papai já volta...- murmurei.

{...}

Dia seguinte...

Coloquei o telefone de volta no gancho sorrindo depois de falar com Christóvão, enfim, depois de tanto tempo estava feito. Sentada no sofá da sala de pernas cruzadas esperava eles chegarem ansiosas. Toquei na minha barriga imaginando o meu bebê. O barulho da porta da sala abrindo chamou minha atenção e minha melhor amiga entrou na casa depois de passar a noite fora.

Os olhos estavam vermelhos, os olhos inchados de tanto chorar e a cara abatida, quando me viu pude observar a raiva crescer instantaneamente. Usava as mesmas roupas de ontem quando me flagrou com Richard. Onde a mosca morta deve ter dormindo? Chutaria na casa de alguma amiguinha do colégio.

Ivy: SUA PIRANHA DESGRAÇADA SAI AGORA MESMO DA MINHA CASA! - gritou se aproximando de mim.

Levantei do sofá e levantei o queixo.

Alexandra: Abaixe o tom de voz para falar comigo. - mostrei o anel de diamantes - A verdadeira e futura senhora Uckermann..- sorri, mas durou pouco porque Ivy me deu uma bofetada fazendo meu rosto virar. - Desgraçada...- murmurei irritada.

Ivy: COMO VOCÊ PÔDE FAZER ISSO COMIGO? COMO VOCÊ TEVE CORAGEM? COMO VOCÊS DOIS PUDERAM ME TRAIR DESSA FORMA? EU ODEIO VOCÊS DOIS E ODEIO ESSA MALDITO BASTARDO QUE ESTÁ CARREGANDO SUA VAGABUNDA - falou transtornada vindo para cima de mim me distribuindo socos.

Alexandra: COMO OUSA ME BATER SUA MOSCA MORTA! - gritei e me afastei pegando as primeiras almofadas que via na frente atacando nela para me defender - EU SEMPRE TE ODIEI SUA IDIOTA! RICHARD E EU SEMPRE RIMOS PELAS SUAS COSTAS! VOCÊ É TÃO CEGA E INÚTIL QUE NUNCA PERCEBEU NADA. EU TRANSEI COM ELE ATÉ AQUI DENTRO DA SUA MALDITA CASA! ELE NUNCA AMOU VOCÊ! ELE NUNCA QUIS VOCÊ - falei tacando a última almofada e indo para o outro lado da sala - E NÃO OUSE FALAR DO MEU FILHO DESSA MANEIRA SUA IDIOTA CEGA! - falei furiosa.

Ivy: EU SOU MESMO UMA IDIOTA! BURRA! MUITO BURRA POR TER ACREDITO EM VOCÊS! PRINCIPALMENTE EM VOCÊ - gritou e começou a chorar descontrolada - VOCÊ ERA COMO MINHA IRMÃ ALEXANDRA. COMO FUI BURRA! MEU DEUS! COMO SOU BURRA E NÃO VI QUEM VOCÊ ERA DE VERDADE! EU ODEIO TODOS VOCÊS! SAI DA MINHA CASA AGORA! ANDA! SAI DAQUI AGORA...- se aproximou tentando me bater, mas o barulho de sirenes e meus pais entrando na sala assustados a fez parar no meio do caminho.

Meus pais tinham os olhos arregalados e na hora que eles iam falar alguma coisa, a porta da sala foi aberta bruscamente e vários polícias com caixas nas mãos e Leon atrás implorando para pararem entraram apressadamente. Em seguida Christóvão apareceu com a mala na mão e um outro policial ao lado, supus ser o delegado.

Leon: Por favor, por favor, por favor não façam isso. - implorou desesperado olhando para todos os policiais com as caixas.

Christóvão: Quero tudo de valor. - falou em alto e bom som. Os policiais se espalharam pela casa, subindo para o quartos e indo em direção a cozinha.

Ivy: Pa..pai..? O quê está acontecendo? - perguntou assustada.

Leon a encarou desesperado.

Leon: Desculpe filha. - encolheu os ombros e começou a chorar.

Revirei os olhos.

Ivy: O quê está acontecendo? Por que eles estão tomando nossas coisas? O que houve papai? - se aproximou dele o tocando também em desespero.

Leon não conseguia responder a filha por causa do forte choro. Ivy encarou Christóvão e o delegado.

Ivy: O QUÊ ESTÁ ACONTECENDO? QUEM SÃO VOCÊS? POR QUÊ ESTÃO PEGANDO NOSSAS COISAS? - foi para cima deles.

Xxx: Seu pai acumulou divididas astronômicas com os bancos e os sócios. Ele também tentou fazer uma fraude usando o nome da empresa que agora pertence ao senhor Christóvão. - o delegado falou sério. - Estamos aqui para pegar tudo de valor que agora pertence ao credores.

Ivy: O quê? Pai? - encarou o pai que balançava a cabeça aos prantos. - COMO ASSIM A MINHA EMPRESA É SUA? O QUÊ VOCÊ FEZ SEU DESGRAÇADO? - começou atacar Christóvão, mas foi contida pelo delegado.

Christóvão: Seu pai passou a empresa legalmente para o meu nome e com isso me torno o único dono legítimo dela. - falou sério - Assim como tudo que sobrar de valor quando pagar as dívidas astronômicas.

Sorri.

Leon: SEU DESGRAÇADO! VOCÊ ME ROUBOU! VOCÊ ME ROUBOU! - tentou partir para cima de Christóvão, mas dois polícias o conteram. - PRENDAM ESSE BANDIDO! ESSE LADRÃO! ELE É UM LADRÃO! UM MALDITO LADRÃO!

Xxx: É melhor vocês se acalmarem ou serão detidos. - avisou irritado.

Meia hora depois, os policiais saiam da casa com as caixas cheias de todo o valor que encontraram. O delegado saiu junto com Christóvão, meu cumprisse me deu uma piscada antes de sair. Chegou enfim o momento. O choro do pai com a filha estava começando a me irritar, fora meus pais no canto da sala em choque com tudo.

Bufei.

Alexandra: Vocês sempre se acharam superiores demais, agora irão saber o que é ficar na miséria - falei começando andar pela sala chamando atenção deles - E nem pense que essa casa foi a única coisa que sobrou para vocês, porque não sobrou. Agora essa casa ME PERTENCE. EU SOU A DONA DELA. - falei pegando os papéis que estavam no sofá e jogando ao chão - EU SOU A DONA DESSA CASA E QUERO QUE TODOS VOCÊS SAEM DA MINHA PROPRIEDADE HOJE MESMO.

Leon: O quê?

Ivy: FICOU LOUCA SUA VAGAB..

Alexandra: VAGABUNDA É VOCÊ! - gritei mais alto e encarei Leon - Você passou essa casa para o meu nome depois de me foder incontáveis vezes senhor Leon Brendon. - ri - Acha mesmo que uma garota como eu ia gostar de um velho ridículo feito você? - gargalhei - A crise da meia idade bateu forte vovô.

Amália: ALEXANDRA! - minha mãe gritou em completo em choque. Meu pai tinha os olhos arregalados.

Leon: Al..e..- a surpresa e a decepção era evidente na expressão e voz. - Aqueles pa.péis? - encarou os papéis os reconhecendo na hora.

Ivy: O quê? - murmurou e encarou o pai - Você e..ela? Era ela que era su..a am..an..te? - o encarou em crédula.

Leon se encolheu e fechou os olhos admitindo a culpa.

Alexandra: Sim amiga. Eu transava com o seu noivo e com seu papai. Olha que legal? - zombei - Um deles eu ia conseguir o que queria e acabei conseguindo dos dois. - ri e encarei meus pais - Vocês sempre foram uma vergonha para mim, tenho NOJO de vocês, dois pobretões ridículos, sem ambição e sem graça. Por causa de vocês eu tive que me esforçar muito para conseguir chegar no topo. - toquei na minha barriga - O meu filho jamais saberá a origem dos avós dele porque vocês não existem. EU NÃO TENHO PAIS COMO VOCÊS! NÃO TENHO VOCÊS COMO OS MEUS PAIS! A PARTIR DE HOJE VOCÊS NUNCA EXISTIRAM PARA MIM E AMANHÃ QUANDO EU VOLTAR PARA A MINHA CASA, PORQUE ESSA É MINHA CASA, MINHA CASA, NÃO QUERO VER NINGUÉM AQUI ENTENDERAM? SE ALGUÉM ESTIVER AQUI VOU CHAMAR A POLÍCIA POR INVASÃO DE PROPRIEDADE - gritei tanto me sentindo leve - VÃO TODOS PARA O INFERNO! - falei mais um vez gritando e saindo da casa batendo a porta.

Christóvão estava no carro dele me esperando. Sorri sem olhar para atrás e entrei no carro ficando no banco da carona. Ele fumava um cigarro tranquilo e me encarou quando entrei.

Christóvão: Para aonde agora? - jogou o amasso ao chão e ligou o carro.

Alexandra: Para o shopping. - joguei meu cabelo para o lado - Vamos gastar nosso dinheiro. - sorri.

Christóvão acelerou o carro.

{...}

Dia seguinte...

Hoje era natal. Depois de passar o dia inteiro no shopping e ir direto para um hotel cinco estrelas, dormi completamente leve e tranquila. Me encarei no espelho. Chicago fazia muita neve, estava muito frio. Especialmente hoje sendo natal. Por isso, me agasalhei muito bem antes de sair do quarto colocando dois casacos, cachecol, luvas, toca e meias. Peguei o primeiro táxi em direção da minha casa.

Tinha planos para ela.

Ia vende-la o mais rápido possível.

Cheguei minutos depois a encontrando vazia. Sorri. Aqueles imbecis me ouviram e saíram mesmo da minha casa, mesmo não querendo passei pela cozinha não encontrando ninguém. Apenas um papel branco na mesa. Peguei o mesmo lendo.

A caligrafia era da minha mãe e estava borrada, era nítido que ela tinha chorado quando escrevia.

Nós desculpe por sermos seus pais...

Amassei o papel e joguei na primeira lixeira que encontrei e revirei os olhos.

Subi para os quartos, entrei no quarto de Ivy, não tinha mais nenhuma roupa, nada pessoal. Sorri. Fui para o quarto de Leon e me joguei na enorme cama

Ri.

Era tudo meu.

TUDO MEU! 

Além de todo o dinheiro deles.

E de Richard.

Tudo MEU.

Fiquei alguns minutos deitada e logo estava voltando andar pela corredor, entrei em outros quartos e por fim, entrei no escritório me assustando vendo Leon em pé em frente a janela, com as roupas sujas e uma mão tinha uma garrafa de bebida.

Alexandra: Mandei todos saírem! - falei com raiva. Arregalei os olhos quando vi uma arma na mesa dele.

Leon: A quanto tempo estava planejando isso? - falou baixo.

Respirei fundo me aproximando e ele se virou calmamente para me encarar. Seus olhos demonstravam dor.

Alexandra: Eu..

Leon: Você não deixou nada. Você pegou tudo. Você arruinou tudo. - balançou a cabeça e várias lágrimas desceram - Eu só te amei Alexandra. Só te amei...- murmurou.

Alexandra: Leon..

Leon: Acabou...- tomou um gole da bebida e pegou a arma apontando em direção a cabeça dele. 

Alexandra: Vai mesmo se matar? Você sempre foi fraco. É fraco nós negócios, foi tão fácil roubar você. Christóvão era novo e rapidamente virou seu homem de confiança na sua empresa - ri - Além de ser fraco na cama...- debochei - Até uma lesma deve trepar melhor que você seu insignificante. - ri me aproximando. Seus olhos não saiam dos meus e outras lágrimas desceram. 

Leon: A..le.. - foi abaixando a arma devagar, tirei meu cachecol e peguei na arma com ela junto com a mão dele.

Alexandra: Não. Você realmente merece morrer por tudo que fez. Você é um insignificante que não consegue nem mesmo se matar. É fraco até para isso. Inútil. A mosca morta da sua filha teve a quem puxar. - ri. - Vamos atira. Duvido que consiga seu fraco. Fraco. Fraco.

Leon: Al..e..

Alexandra: Atira. Quer que eu puxe? - coloquei o dedo dele de volta na trava e o fiz segurar com firmeza. - Atira! Anda. 

Leon soluçou.

Alexandra: Se me ama mesmo, irá se matar agora mesmo. Anda. Atire. Atire por mim...- sussurrei me afastei dele o suficiente para que nada aconteça a mim e ao meu filho - Anda. Atire seu FRACO, FRACO, FRACO, FRACO..

O alto tiro veio me fazendo calar a boca. O corpo de Leon estava ao chão com uma bala no cérebro. A arma voo para longe, para próximo dos meus pés. O sangue rapidamente começou a se espalhar. Pude ouvir o barulho da porta, me virei rapidamente mas não vi ninguém, voltei a encarar o corpo ao chão e entretei os olhos.

Já foi tarde Leon Brendon.

Já foi tarde...