Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Alguns dias depois...

Tudo estava uma loucura. Julie e Brayan tinham voltado para a Inglaterra, ela tinha ficado tempo demais e como o colégio estava pago, ia voltar para não perder mais aulas. Mas estava sempre no celular informada de tudo. Richard estava na casa de Igor por tempo indeterminado, junto com Christopher tinha reuniões intermináveis com os advogados. Além disso, Zoraida estava perdendo os trabalhos de modelo por ser uma Uckemann, toda aquela mentira estava atingindo até ela, Vih tentava de todas as formas como empresária dela, mas as empresas não queriam conversa. Não conseguia nem abrir a TV que só falava sobre como os Uckermann eram monstruosos.

A entrevista de Christóvão chegou a nível internacional, então, principalmente os Estados Unidos só sabem falar sobre isso. Na internet não paramos de sermos xingados e cancelados. Paparazzi não saia do prédio, fizeram um acampamento, queriam uma resposta dos Uckermann, mas formos orientados a não falar nada agora, ninguém ia acreditar. Christóvão conseguiu o que ele queria, destruir a reputação da família.

Encarei o buquê de flores vermelhas no balcão da cozinha e o cartão, balancei a cabeça, essas malditas flores e o cartão começaram a chegar no dia seguinte que soubemos sobre a história da Alexandra. Christóvão ainda não satisfeito queria de todas as formas destruir nosso relacionamento. Abri o cartão e quis vomitar.

"Não consigo esquecer da forma que fizemos amor, da forma que gemeu para mim, seu corpo é o paraíso e o meu sonho é você"

Amassei o cartão e andei em direção a lata de lixo, as mensagens chegavam a ser chulas e totalmente sexuais, quando Christopher via as flores e lia os cartões, nós dois primeiros dias queria ir atrás de Christóvão e soca-lo até ser preso ou ele morrer, mas eu conseguia impedi-lo. Zoraida e nem Eddy estavam em casa quando essas coisas chegavam, então, Christopher e eu éramos os únicos que sabia que eu...

Respirei fundo e abri a lata de lixo para jogar aquelas porcarias, mas Christopher entrou na hora na cozinha e seus olhos se encheram de ódio mais uma vez ao encarar o que estava nas minhas mãos. Ele se aproximou rapidamente de mim e puxou o cartão com força da minha mão o desamassando. Joguei o buquê no lixo e tentei pegar o cartão das mãos dele, mas ele se afastou começando a ler.

Dulce: Não faz isso...- murmurei.

Christopher: Maldito! - amassou com tanta força o papel que a mão começou a ficar vermelha.

Dulce: Chris...- toquei no braço dele, mas ele se afastou tão rápido de mim quanto a velocidade da luz.

Christopher: Não encosta em mim. Não encosta em mim. - virou de costas bufando de tanto ódio.

Engoli em seco.

Dulce: Chris por favor..- meus olhos encheram de lágrimas. 

Christopher: Nossa filha está com fome. - avisou friamente saindo da cozinha.

As primeiras lágrimas começaram a cair e eu não consegui conter o choro. 

{...}

Christian: Então, vamos fazer isso. - falou repetindo o terceiro prato. - As 03:00 vamos.

Maite: Espero que dê certo. Não. Já deu tudo certo. - se corrigiu e sorriu.

Zoraida: Pelo menos já está meio caminho andado. - abraçou minha filha que estava no colo dela - Vai dormir com a titia hoje, meu amor? Vai?

Eddy: Já até coloquei o berço em nosso quarto. - falou enchendo a boca de comida. 

Zoraida: Isso. O titio pensa. - zombou.

Eddy: Engraçadinha..- revirou os olhos.

Estávamos na mesa jantando, Christopher e Christian iam viajar de madrugada para Chicago para transferir o museu da casa de lá para outro lugar seguro, para assim poder vender e os Uckemann ter dinheiro até conseguir tudo de volta. Christóvão estava no Brasil me infernizando, ele ia saber dessa viagem então, tudo que tínhamos que fazer é ter cuidado para ele não descobrir que os Uckemann não estão tão pobres como ele pensa. 

Christian tinha um plano para disfarçar o motivo da viagem. O pessoal dele que iam fazer a mudança, são rápidos e já estava tudo planejado para tudo ir escondido de lá. Christopher mexia na comida sem apetite e eu também. Ele passou o dia trancado no escritório e eu cuidado da nossa filha.

Maite: Vocês estão bem? Não estão comendo. - falou me analisando com atenção. 

Christian: Sabemos que é difícil tudo isso, mas não podem se abater. Estamos com vocês para tudo. Ana Brenda vai nos encontrar em Chicago também. Ela quer fazer todo o possível para ajudar. - garantiu.

Christopher: Tenho sorte de amigos como vocês dois. - o encarou agradecido.

Maite: Vocês estão bem mesmo? - murmurou ao meu lado.

Dei de ombros e ela me encarou franzido o cenho. Não Mai. Não estamos nada bem. Eu trai ele com o gêmeo do mal, ele nós pegou na cama e agora o gêmeo do mal fica mandando lembranças daquela maldita noite. E Christopher não consegue falar comigo.

Christopher: Olha, eu vou dormir. Descansar. Daqui algumas horas vamos sair. Boa Noite. - levantou olhando para todos e saiu do apartamento já que estávamos no apartamento da Mai e do Christian. Maria Paula começou a chorar vendo o pai ir embora.

Suspirei levantando e pegando ela para dar de mama. Voltei para a cadeira e abaixei a blusa e ela sugou com força. Acariciei o rostinho dela.

Eddy: Não está sendo fácil para ele mesmo. Por que quando a Maria Paula terminar de jantar não descemos? Ele precisa da Dul.

Sorri de lado.

Zoraida: Sim. Vamos amor. - concordou com ele - Não vai comer Dul?

Dulce: Estou cheia.

Maite: Nem encostou na comida. - falou séria.

Dulce: Estou cheia. - repeti.

Ficamos em silêncio até minha filha dormir em meu colo. Nós despedimos do casal Chavez e saímos pegando o elevador, quando entramos no apartamento, Zora já foi pegando minha filha de mim, dei um beijinho de boa noite nela, de madrugada eu só ia para o quarto deles quando ela chorava de fome. Eddy apagou as luzes e eu fui para o quarto. A TV estava ligada num filme qualquer, Christopher aparentava realmente dormir. 

Depois de escovar os dentes e vestir o pijama fui para a cama. Me cobri com o lençol e olhei para o filme e depois para Christopher de costas para mim. Pela respiração ele estava acordado.

Dulce: Me desculpa. - falei alto o suficiente para ele ouvir. - Me desculpa, me desculpa, me desculpa, me desculpa, me desculpa...quantas vezes preciso pedir isso? Por favor me fala.

Silêncio.

Dulce: Christopher! 

Ele suspirou e virou me encarando.

Christopher: Não quero falar sobre isso.

Dulce: Precisamos falar sobre isso. Eu não estou mais aguentando isso. 

Silêncio.

Christopher: O quê quer falar, Dulce? 

Dulce: Você me tratar dessa forma. Eu sei que te magoei, não consigo imaginar o tamanho da sua mágoa que eu mesma causei. - meus olhos encheram de lágrimas - E aquelas coisas chegando aqui não ajuda em nada, mas você não sabe o quanto eu me arrependo de ter entrado naquele quarto, você não sabe o que eu daria para voltar no tempo. Por favor me perdoa, me perdoa. Por favor. 

Silêncio.

Christopher: Terminou?

Dulce: Christopher...- comecei a chorar com toda aquela frieza dele. Respirei fundo e limpei o rosto, o encarei e tentei mais uma vez falar, mas dessa vez de uma forma diferente. Segurei seu rosto com força e o beijei. Ele não reagiu nem no início e nem durante. Forcei um beijo e minhas mãos foram para o peitoral dele, tentei aprofundar o beijo forçado, mas ele impediu, assim que comecei a puxar a camisa dele, as mãos dele me afastaram delicadamente.

Christopher: Sinto muito. Não consigo. - não me encarou. Seus olhos estavam no lençol da cama. - Não consigo. Toda vez que penso em beijar você ou quando você tenta me beijar ou tocar, só consigo imaginar você com ele. Você beijando ele como me beija. Você tocando nele como me toca. Você se entregando a ele como se entrega para mim..

Dulce: Aqueles textos é mentira. É tudo mentira...- falei voltando a chorar.

Christopher: Não consigo. - me encarou e seus olhos estavam repletos de água - Depois da imaginação vem a indignação: De todos, de todos da minha família, como justo ela não percebeu que não era eu? Logo ela que é tão íntima de mim. Logo ela que é apaixonada por mim? Que me ama? Como ela não pôde perceber nada? Como achou que era eu?

Dulce: Chris..top..her...- solucei.

Christopher: É muito mais do que mágoa, é decepção. - acariciou o meu rosto - Não consigo, não consigo agir como se nada estivesse acontecido. Meu peito dói só de lembrar. Dói de verdade. Uma dor física. Acho que preciso...de um tempo. Eu preciso de um tempo. - se afastou de mim e levantou da cama - Esses dias nos E.U.A vai ser bom. Vou ficar no quarto de hóspede hoje. Sinto muito.

Falou tudo e saiu do quarto fechando a porta. Me encolhi na cama chorando tanto que precisei tampar meu rosto com o travesseiro para meus soluços não acordar o quarto ao lado.

Christopher Uckemann 

Assim que entrei no quarto de hóspede me joguei cama chorando, isso não doía só nela, doía em mim também, até mais para falar a verdade. Ela é o amor da minha vida o que torna tudo o que aconteceu pior ainda. A mágoa e a decepção estava tão forte em mim, ler aqueles malditos textos, faz minha cabeça explodir imaginando cada palavra escrita naquele papel. 

Quando ela tenta me beijar ou tocar, a imagem dos dois juntos vêm com tudo e só consigo sentir nojo. Meu peito dói e meu coração dispara. Eu quero vomitar ao mesmo tempo quero matar aquele filho da puta. O que mais pesa não é só ela ter tido relações com outro homem, é ela não ter me reconhecido.

Meu peito voltou arder e eu solucei escondendo meu rosto na cama sufocando meu choro.

As 03:00 da manhã estava em pé, meus olhos estavam avermelhados, o que demonstrava que chorei, me despedi da minha filha que dormia quietinha no berço, Zoraida me observou mas não comentou nada. Formos para a sala em silêncio, quando passei pelo o quarto aonde estávamos e tudo estava escuro.

Entrei na sala vendo Christian com a mala dele me esperando e Eddy se despendido dele. Abracei minha irmã e me despedi do meu cunhado.

Christopher: Cuida bem delas. - sussurrei para ele.

Eddy: Tranquilo cara. - sorriu.

Zoraida: Não vai se despedir da Dul? - cruzou os braços.

Christopher: Não. Deixa ela descansar. - peguei minha mala. - Vamos? - encarei Christian que me olhava cheio de perguntas. 

Ele assentiu.

Christian: Vamos! Tchau pessoal - falou saindo do apartamento e fechando a porta, comecei andar em direção ao elevador, mas ele segurou no meu ombro - O quê está acontecendo, Christopher?

Christopher: Agora não Christian. Agora não. - pedi voltando andar em direção ao elevador e o chamando.