Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Dia Seguinte...

Acordei com meu rosto inchado de tanto chorar a noite inteira. Tudo o que ele me falou não saía da minha mente. Ele não conseguia me perdoar, ele não conseguia me beijar, ele não conseguia me tocar e ele pediu um tempo. Pediu um tempo. Observei escondida ele se despedir da Zora e Eddy na sala e quando ela perguntou se ele ia despedir de mim, ele apenas disse que não e foi embora. 

Quando consegui dormir já era quase cinco horas da manhã. Nem consegui ouvir minha filha chorar de madrugada, mas sabia que minha irmã estava cuidando dela. Tomei uma ducha rápida e decidi apenas colocar um roupão, enxuguei meu cabelo e sai do quarto indo em direção da sala, Maite e Zora estavam no sofá conversando, quando entrei elas pararam na hora.

Dulce: Minha filha? 

Zoraida: Acabei de fazê-la dormir. Está no berço. - respondeu.

Maite: Dul, o quê está acontecendo? Por quê você está tão estranha e por quê anda chorando? - perguntou preocupada.

Zoraida: Christopher também está assim. O quê houve?

Baixei a cabeça e levei minhas mãos até o meu rosto não querendo chorar. Mas ouvir que ele estava sofrendo por minha culpa era horrível. Não consegui controlar o choro, as duas me abraçaram me confortando.

Maite: Tudo vai ficar bem Dul. Não fica assim. - murmurou no meu ouvido.

Zoraida me apertou forte nos braços e as duas me levaram para sentar no sofá sem deixar de me abraçar. Quando consegui me acalmar, levantei a cabeça e elas se afastaram um pouco. Fitei o chão totalmente triste.

Zoraida: Quer falar gatinha?

Dulce: Eu trai o Christopher. - falei baixinho me encolhendo.

Maite/Zoraida: O QUÊ? - falaram ambas assustadas.

Fechei os olhos e balancei a cabeça.

Dulce: Eu trai o Christopher com Christóvão. 

Zoraida: Como assim?  

Maite: O quê...?

Dulce: Christopher passou o dia sem celular e do nada na festa apareceu, e eu juro que realmente achei que fosse o Christopher, ele começou a me beijar e parecia desesperado. Formos para um quarto e transamos, só soube que era Christóvão quando Christopher entrou no quarto nós pegando. - relatei me segurando para não chorar.

Zoraida: Eu vou MATAR AQUELE DESGRAÇADO - levantou furiosa.

Maite: Merda! Que filho da puta! E calma Zoraida! Violência não vai resolver nada. - falou séria.

Zoraida: Vai sim. Eu vou cortar o que ele tem no meio das pernas para nunca mais enganar ninguém aquele CRETINO - começou andar de um lado para o outro nervosa.

Maite: Se aquieta nesse sofá agora! - levantou apontando para o sofá e Zoraida bufou sentando - E você não vai fazer nada com ele, entendeu? Nada! Violência nunca é a melhor resposta. 

Zoraida: Que saco! - revirou os olhos e segurou na minha mão - Por isso vocês dois não estão bem. É visível.

Assenti.

Dulce: Para piorar Christóvão fica mandando buquê e cartões com mentiras sobre aquela noite. Christopher praticamente enlouquece quando ler. Eu já pedi tantas desculpas, me arrependo tanto, mas Christopher não consegue me perdoar. Eu não sei mais o quê fazer. - encarei minhas mãos perdidas.

Maite: É compreensível que tenha sido enganada. Os dois são idênticos e aquele maldito estudou tudo sobre o Christopher, está imitando ele. Eu fiquei assustada quando o vi no jornal naquele dia. São praticamente a mesma pessoa. Não se culpe tanto, ainda mais que tudo foi planejado por ele. Mas também, consigo entender o Christopher. Ele está magoado. Mas isso vai passar Dul. Isso vai passar.

Zoraida: Vai mesmo. Christopher precisa de um tempo para entender que a culpa não foi sua. Você é vítima nessa história. Acho que ele precisa de um tempo gatinha, depois, tudo vai ficar normal de novo com vocês dois.

Dulce: Ele me pediu um tempo. - suspirei. 

Maite: Está vendo? Ele só precisa colocar as ideias no lugar. Quando vir vai te encher de beijos e tudo vai voltar a ser como era antes com vocês.

Dulce: Ele está muito magoado, muito decepcionado. E se ele não quiser mas continuar com o nosso relacionamento? E se ele preferir acabar tudo comigo? - meus olhos voltaram a encher de lágrimas - Eu o amo tanto. Não quero nunca que isso... aconteça.

Zoraida: Isso não vai acontecer, entendeu? - limpou minhas lágrimas - Ele te ama tanto Dul. Ele não vai terminar com você. Ele não sabe viver sem você gatinha. E além do mais se ele fizer isso eu vou bater tanto na cabeça dele até a inteligência voltar, tá bom? 

Ri.

Maite: Vamos fazer isso. Não se preocupe, ok? Tudo vai ficar bem. - me abraçou e Zoraida fez o mesmo.

Dulce: Eu amo vocês duas. - fechei os olhos agradecida por tê-las comigo.

Christopher Uckemann

Chegamos em Chicago as 12:00 da tarde, tive que nós registrar no hotel da concorrência para aquele desgraçado não ter nossos registros. Fizemos o check-in e deixamos nossas malas nos quartos, em seguida, formos para a minha casa. Durante o caminho no táxi, Christian ligou para um hacker que já tinha deixado no sistema de segurança do condomínio um vírus que resultou um apagão nas câmeras de seguranças e de todas as casas. Em duas horas já tínhamos que está fora do condomínio.

Quando chegamos, entrei sem problemas e um caminhão disfarçado de uma loja de móveis já nos esperava na frente da casa. Entrei sendo acompanhado por Christian e alguns homens até o meu esconderijo agora nada secreto. Fiz a biometria e a sala se abriu, ouvi o espanto de todos quando olharam o que tinham na sala.

Christian: Uau. - assobiou. - Ao trabalho galera. - anunciou.

Começamos o trabalho de embalar os quadros, vasos e joias e transportamos para o caminhão com toda delicadeza e cuidado possível. Quase duas horas depois, saíamos do condomínio com toda aquela fortuna para um lugar mais seguro possível. Christian ia guardar numa das propriedades que estavam no nome do avô dele em Chicago. 

Quase quatro horas depois, tudo estava guardado e seguro com agora biometria de Christian como garantia que ninguém além dele pudesse entrar no local. De volta no táxi, ele quis passar no Starbucks já que não tínhamos almoçado e já eram quase sete horas da noite. Fizemos os pedidos e sentamos numa das mesas vazias.

Christian: Estou mortão de fome - falou devorando um sanduíche.

Apenas tomei um café calado.

Christian: Já lancei no mercado tudo, daqui algumas horas os possíveis compradores já irão entrar em contato. E eu já vou logo falando que quero nove quadros daquele, ok? E nem adianta dizer que não. - falou apressado.

Christopher: Ok...- murmurei.

Christian: E eu também quero a tiara da rainha Victoria. Acho que a Mai vai gostar. - falo pensativo

Christopher: É da Dulce. 

Christian: Ah, ok. - murmurou. 

Ficamos calados por alguns minutos até ele parar de comer e me encarar.

Christopher: O quê?

Christian: Sobre o que me contou no avião..

Christopher: Não quero falar sobre isso.

Christian: Você deveria mesmo perdoar ela, o que para mim, a Dul não tem culpa de nada. Vai mesmo fazer o ele quer? É isso que ele está lutando para conseguir e você vai dar para ele de bandeja. - falou sério.

Christopher: Não é tão fácil assim. - suspirei.

Christian: Entendo o seu lado, obviamente entendo, mas entendo ela também cara. Isso eu até me arrisco dizer que foi "traição" realmente sem querer. Como culpa-la? - balançou a cabeça - Quando voltarmos você precisa se acertar com ela. É horrível olhar para você tão triste assim cara.

Christopher: Eu pedi um tempo. Preciso de um tempo. Daqui alguns dias vamos voltar e...não sei o que vou fazer. - encarei meu copo de café.

Christian: Ok. Tenha seu tempo, ninguém vai te julgar por isso, mas lembra-se que ela faz parte da sua felicidade. Ela te ama, isso ninguém tem dúvidas. Ninguém.

Balancei a cabeça e Christian voltou a devorar o sanduíche, peguei meu celular mandando uma mensagem para Zoraida perguntando das duas, segundos depois, ela respondeu mandando uma foto. Cliquei vendo Dulce deitada no sofá e Maria Paula no colo dela rindo para a mãe.

"Por quê não liga para sua mulher e pergunta você mesmo?"

Não respondi.

Apenas fiquei olhando a foto e não consegui conter um sorriso.