Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Christopher Uckemann

Dia seguinte...

Acordei com um grito e vários tapas na minha cara. Cai da cama assustado vendo Zoraida furiosa gritando aos quatro ventos que sou um idiota e imbecil partindo para cima de mim, mas Eddy a segurou antes que ela me matasse, os olhos estavam vermelhos de raiva. Levantei do chão desorientado olhando ao redor.

Christopher: Está louca? 

Zoraida: LOUCO ESTÁ VOCÊ SEU IDIOTA! CHRISTOPHER ESTOU COM TANTA TANTA MAIS TANTA RAIVA DE VOCÊ SEU IMBECIL, IDIOTA, OTÁRIO...- praticamente rosnou.

Eddy: Calma Zoraida. Calma! - a segurava firmemente.

Christopher: O que eu fiz? - perguntei assustado olhando a reação dela.

Zoraida: O quê você fez? - respirou fundo - O quê você fez? - apontou para um papel que estava na mão dela - Você fez a Dulce ir embora daqui seu filho da puta do caralho.

Eddy: Zoraida! - a repreendeu.

Christopher: O quê? - arregalei os olhos.

Zoraida: Toma! Leia você mesmo! - jogou o papel em cima de mim. - LEIA AGORA PORRA! - gritou furiosa.

Peguei o papel ainda sem entender o que ela falou. Reconheci logo de primeira a caligrafia da Dulce, sentei na cama e comecei a ler o pequeno texto.

"Não consigo mais viver dessa forma, se você não consegue me perdoar, então, é melhor seguirmos separados, vou ficar na minha mãe com nossa filha. Quando quiser vê-la é só ir lá".

Pisquei desacreditado. 

Ela realmente foi embora?

Zoraida: E deixou o anel. - atacou na minha cara e caiu na cama - EU TE ODEIO CHRISTOPHER! EU TE ODEIO! - gritou e saiu do quarto como um furacão de raiva. Eddy a seguiu.

Peguei o anel e encarei o papel.

Ela realmente foi embora.

Engoli em seco.

Não consegui controlar o choro.

Dulce Maria

Durante a madrugada só contei para minha mãe e irmão que eu tinha me separado de Christopher. Eles ficaram chocados, mas me receberam de braços abertos, tanto eu quanto minha filha tínhamos quartos na casa. Coloquei Maria Paula no berço do quarto dela e fui para o meu quarto. Minha mãe me esperava na cama e sem dizer nada, fui para o colo dela e chorei o resto da noite inteira. Ela não fez perguntas e nem nada, apenas ficou me confortando. Só consegui dormir quando o sol começava a entrar no quarto, senti um beijo na minha testa.

Acordei com o choro da Maria Paula, Poncho segurava ela dizendo que ela estava com fome. Dei de mamar enquanto conversava com meu irmão, ele estava pronto para ir a faculdade, mas estava me esperando para tomarmos o café. Ele ia entrar na terceira aula já que não tinha as duas primeiras.

Quando Maria Paula terminou de mamar, descemos as escadas e entramos na sala de jantar. Elizabeth estava na ponta da mesa mexendo no celular, quando nós viu largou o celular e abriu um enorme sorriu.

Elizabeth: Bom dia.

Dulce: Bom dia. 

Poncho: Bom dia mãe. - sorriu.

Elizabeth: Deixa eu pegar minha neta? - pediu esticando os braços.

Entreguei Maria Paula para ela que a encheu de beijos. Sorri. Sentei na cadeira e Poncho gentilmente me serviu de café e pão de queijo. A mesa era grande, mas não tinha muito café. Apenas o suficiente para três pessoas. Sem muito desperdícios. Apontei.

Dulce: Daqui a pouco vou dar banho nela. - comentei. 

Poncho: Manda foto dela para mim durante o dia? Vou tentar vir mais rápido que puder para ficar com ela.

Dulce: Mais do que já te mando todos os dias? - sorri e tomei um gole de café.

Poncho: Sim. Eu mostro ela para todos da faculdade. Eu tenho a sobrinha mais linda do mundo. - sorriu babão.

Elizabeth: E eu a neta mais linda do mundo. - apertou Maria Paula nos braços. - Coma querida. Está amamentado, precisa comer. - empurrou um prato com tapioca.

Comi um pouco de tudo e Poncho puxou uma conversa sobre a faculdade dele, quando terminamos, ele se despediu de nós três com um beijo e saiu da casa. Encarei minha mãe perguntando se ela queria me acompanhar durante o banho da neta, obviamente ela quis.

Dulce: Vai para o hospital hoje?

Elizabeth: Mais tarde. Depois do almoço. - ajeitou a neta nós braços.

Seguimos em direção do quarto da Maria Paula.

Alexandra

Encarei Christóvão e Ivy ao longe entrando no prédio. Desde que sai daquele apartamento depois de revelar todo o meu passado tenho vigiando ao longe os dois. Era inacreditável que Christóvão estivesse vivo. Meu filho. Meu bebê que morreu nós meus braços estava muito bem vivo. E tão idêntico ao Christopher que eu podia até confundir os dois. No impulso sai do carro e corri em direção a eles, agarrei o pulso de Christóvão o virando. Ele me encarou surpreso, em seguida riu.

Christóvão: Alexandra. Estava me perguntando quando você ia aparecer. Aonde está meu querido pai? 

Alexandra: Christóvão...- tentei tocar no rosto dele, mas ele desviou do meu toque rapidamente.

Christóvão: Não ouse me tocar. 

Alexandra: Filho..

Christóvão: Não sou seu filho. - me encarou com ódio - Está satisfeita com tudo que fiz com a sua preciosa família? Deve está se perguntando porque ainda não limpei sua conta bancária, mas isso é simples de responder, temos outros planos para você.

Ele encarou Ivy e eu fiz o mesmo. Depois de tantos anos, encarava minha ex melhor amiga de novo. O tempo não foi muito generoso com ela, ao contrário de mim, ela tinha uma pele envelhecida, algumas linhas de expressões e rugas no rosto, além de está mais alta do que eu me lembrava. A única coisa que não mudou foi a magreza. Seus olhos me encaravam de volta numa expressão fria.

Ivy: Como vai minha adorável amiga? - sorriu debochada. 

Alexandra: Como conseguiu roubar o meu filho? Como conseguiu fazer ele passar por morto? - avancei para cima dela, mas Christóvão ficou na frente dela a protegendo.

Christóvão: Não ouse tocar na minha mãe sua vadia desgraçada. - a defendeu com unhas e dentes.

Alexandra: Chr..

Ivy: Não roubei bebê nenhum. Muito pelo ao contrário. Eu salvei Christóvão quando soube que você e aquela praga do Richard o abandonaram porque não queriam um bebê... defeituoso. - apertou o ombro de Christóvão que relaxou na mesma hora - Eu o salvei e o criei, ele é meu filho Alexandra. Jamais ia esconder a verdade do meu filho de quem eram os verdadeiros pais biológicos dele. 

Alexandra: SUA MENTIROSA! EU NUNCA ABANDONEI O MEU FILHO. - gritei furiosa com aquela mentira - Como você pode acreditar nela? - encarei Christóvão nervosa. - Eu te amei desde do momento que te vi pela primeira vez e..

Christóvão: CHEGA DE TANTAS MENTIRAS VOCÊ ALEXANDRA. - gritou indo para cima de mim, dei um passo para trás assustada - Acha que não sei quem você realmente é? Que não te acompanhei durante tantos anos? Você é um lixo de ser humano e vai pagar por cada maldade que fez comigo e com a minha mãe. Eu juro! - me encarou com tanto ódio que foi inevitável não me encolher assustada.

Ivy: Vêm! Vamos filho. - segurou na mão dele - Deixa ela aí...- o puxou para entrar no prédio. Christóvão ficou alguns segundos me encarando antes de virar as costas e entrar no prédio de mãos dadas com Ivy sem voltar a me olhar, já ela, enquanto entrava no prédio virou uma única vez e deu um sorriso maldoso para mim.

O mesmo sorriso que usei quando roubei absolutamente tudo o que ela tinha. Mordi os lábios com tanta força que senti o gosto de sangue.

Dulce Maria

Maria Paula já não chorava no banho, o que deixava mais fácil e agradável. Eliz quis ela mesma dar o banho na neta e eu fiquei apenas observando do lado da banheira, quando acabou, ela mesma quis arrumar a neta. Escolhi uma das roupas que tinha trazido e entreguei a ela que arrumou minha filha com toda calma e beijos do mundo. Cada peça de roupa que colocava nela, Maria Paula ganhava beijinhos da avó.

Sorri com a cena.

Já banhada, trocada, perfumada e arrumada, ela chorou de fome. Minha mãe entregou minha filha quando formos para o meu quarto. Confortável na cama dei de mamar para minha filha e liguei a TV. Eliz ficou ao meu lado babando na neta que queria dormir mais um pouco e estava com os olhos fechados enquanto mamava.

Elizabeth: Imaginei tantas vezes que estava fazendo isso com você. - a voz estava baixa para não assustar minha filha - Agora que te recuperei, posso ver você fazer isso com a sua filha.

Dulce: Pode fazer tudo o que não fez comigo com ela. É nossa segunda chance e sei que de alguma forma, nós duas também vamos recuperar tudo o que perdemos. - falei também baixinho.

Meu celular que estava na cômoda se iluminou, peguei o aparelho vendo algumas chamadas de Zoraida e mensagens de Maite. Mandei uma mensagem para as duas dizendo que estava bem e que depois ia falar com elas, a resposta de ambas foi um "ok".

Suspirei vendo que Christopher não tinha mandando nem aos menos uma mensagem. Elizabeth tocou no meu ombro e eu a encarei triste.

Elizabeth: Você quer falar, filha?

Dulce: Ele está tão... diferente. - comentei lembrando daquela camisa e balancei a cabeça - Não quero falar disso, estou cansada de chorar.

Elizabeth: Ok. 

Dulce: Eu queria que você me passasse alguns exames. Pode ser? - pedi.

Elizabeth: De rotina? A quatro meses atrás seus exames estavam ótimos, não acho que prec...

Dulce: Quero alguns exames específicos para saber se estou ou não com alguma doença...sexual. - expliquei. Ela me encarou franzido o cenho.

Com tudo o que aconteceu nem tinha me tocado que naquela maldita noite aquele desgraçado não usou nenhum tipo de preservativo. Eu poderia está com alguma doença, certo? Sabe lá com quem aquele homem andou ou ficou fazendo. Fui colocada em risco de alguma doença por culpa dele.

Elizabeth: Certo. Vai comigo hoje para o hospital, passo os exames, você faz e eu verifico os resultados, pode ser? 

Dulce: Sim. Obrigada.

Ela encostou a cabeça no meu ombro e ficamos encarando Maria Paula mamar.

{...}

Algumas horas depois...

Estava sentada na sala do consultório dela com minha filha nos braços. Ela tinha passado alguns exames e duas horas depois, todos estavam prontos, agora ela verificava concentrada no computador os resultados. Eu balançava as pernas nervosas. 

Apertei minha filha nós braços e encarei minha mãe que lia tudo calada e sem demonstrar reação. Mordi os lábios observando o rosto perfeito dela.

Elizabeth: Bom...tudo está normal. Você está saudável. - me encarou.

Suspirei.

Dulce: Que alívio! - murmurei.

Elizabeth: Sem gravidez também. - falou rindo. - Tudo perfeito. Não se preocupe.

Dulce: Obrigada mãe. - levantei segurando Maria Paula - Não quero incomodar, sei que está cheia de pacientes. 

Elizabeth: Você e minha neta nunca incomodam. - falou séria - Vou chegar em casa às 22:00. - avisou.

Dulce: Te espero para jantar. 

Elizabeth: Não precisa jantar tarde por minha causa filha.

Dulce: Vou te esperar. - deixei claro e me aproximei dela - Dar um beijo na vovó filha. - ela pegou a neta a enchendo de beijos e me devolveu - Tchau mãe..- andei em direção a porta e abri saindo da sala. Ouvi um "Tchau filha" antes de fechar a porta.

Mal dei dois passos e dei de cara com Fuzz me encarando no corredor. Ela tinha um leve sorriso nos lábios e os braços cruzados.

Fuzz: Como vêm aqui e não vai falar comigo senhora e senhorita Uckermann? - levantou uma sobrancelha.

Dulce: Eu ia fazer isso agora. - me defendi.

Fuzz: Hum..é bom mesmo. Estou indo para casa agora. Já vai para o apartamento da Zora? Será que você pode ir lá em casa para fofocarmos?

Ri.

Dulce: Fofocar? Cadê o Derrick?

Fuzz: É por isso que quero fofocar. - balançou a cabeça - Ele já não me serve mais. Está acompanhando uma cirurgia de emergência.

Dulce: Ok. Vamos para sua casa. - me aproximei dela.

Fuzz: Vou mandar fazer um lanche. - falou pegando o celular - O motorista está me esperando lá fora. - olhou Maria Paula fazendo várias caretas - Quero pegar ela, mas só depois de um banho. Aí eu roubo ela de você. - deixou avisado animada com a idéia.