Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Maite Beolegui

Alguns dias depois..

Estava literalmente cansada, trabalhar e fazer faculdade ao mesmo tempo não era para qualquer um. Ainda mais nesse país que ao invés de ajudar todos os estudantes só dificultam ainda mais. Desde que terminei o ensino médio demorei para saber e entender o que de fato eu queria fazer. Hoje já não me vejo fazendo outra coisa do que jornalismo, aprendendo cada vez mais sobre essa profissão me faz ter a plena certeza que essa é minha vocação.

Ainda teria um pouco menos que três anos pela frente, mais não havia a hora de ter nas mãos meu diploma. Depois meu casamento e por último, depois de anos meus filhos ou filhas. Enfim, minha vida estava caminhando para isso. 

Entrei no apartamento e a primeira coisa que vi foi Christian no sofá com notebook no colo e falando em inglês animado, eu ainda não era muito boa no inglês, confesso, mas conseguia entender cada vez melhor. Ele me falava que com a prática, coisa que ainda não tinha, ia me fazer aprender mais rápido.

Me aproximei do sofá jogando a bolsa e Christian percebeu minha presença parando de falar com Ana Brenda em inglês, começando o português. Envolvi meus braços em torno do pescoço dele atrás do sofá e ele se inclinou me beijando.

Ana Brenda: Não quero ficar de vela. - riu chamando atenção.

Maite: Oii Ana. - sorri a olhando - Aonde você está agora?

Ana Brenda: New York. Mas amanhã já pego o jato para a Coreia. 

Maite: Norte..? - arregalei os olhos.

Ana Brenda: Não. Sul. - se apressou em responder - Por dinheiro nenhum vou entrar naquele país fechado.

Maite: Que bom. Só ouvi notícias ruins de lá, não gostaria de vê-la nele.

Christian: Preocupada com ela? - riu - Eu venderia essa chata para eles por um bilhão. - debochou.

Ana Brenda: Olha Mai, bate nele. - reclamou fazendo um enorme bico.

Maite: Não brinca com isso. - dei um tapa na cabeça dele rindo.

Ana Brenda: Tenho que ir, vou me encontrar com a minha mãe.

Fiz careta e ela percebeu.

Ana Brenda: Por quê não gosta da minha mãe?

Maite: Desculpa, mas ela é arrogante demais. - bufei.

Ana Brenda: Ela não é. Confesso que tem um gênio difícil, mas ela não é arrogante, é só um jeito de defesa dela.

Maite: Hum..se você diz..- dei de ombros. 

Ela riu.

Ana Brenda: Vou arrumar um encontro com vocês duas. E a resposta não pode ser não. Tchau! - avisou desligando a chamada de vídeo apressada .

Christian fechou o notebook deixando na mesinha de centro e me puxou para o colo dele. Ele estava mais sério que de costume. Franzi o cenho.

Maite: Seus avós estão bem?

Christian: Sim. Por quê?

Maite: Está sério. Aconteceu algo?

Christian: Hum, não. - negou prontamente e eu entretei os olhos séria - Talvez morena. Talvez.

Maite: O quê houve? 

Christopher: Talvez eu tenha feito algo que não era para fazer.

Cruzei os braços ainda mais séria.

Maite: O quê você fez José Christian Chávez Garza? - o encarei e ele baixou a cabeça sem graça - Christian!

Christian: Primeiro, prometa que vai me perdoar? - pediu manhoso.

Maite: Depende. Envolve alguma mulher? - levantei uma sobrancelha.

Ele gargalhou e eu revirei os olhos.

Christian: Aí morena..- respirou fundo se recuperando - Os seus ciúmes não param nunca, amor? 

Maite: Hum, não sou ciumenta. - torci a boca e ele apertou minha cintura.

Christian: É. Sim. Muito mais do que eu.

Maite: Vai ter alguma mulher no meio? Sim ou não?

Christian: Não. 

Maite: Ok. Não vejo motivos para não perdoar. - balancei a cabeça.

Christian: Obrigado minha ciumenta. - segurou no meu rosto e me deu um longo e delicioso selinho. - Eu te amo.

Maite: Também te amo. - sorri. - Agora fala, o que você aprontou?

Ele respirou fundo.

Christian: Eu sei que você não queria, mas o que você tem de ciúmes eu tenho de curiosidade..- começou a falar devagar - E eu não aguentei a curiosidade e...

Maite: E..? - o incentivei.

Christian: Mandei investigar sobre os seus pais, a sua origem.

Levantei de supetão do colo dele irritada.

Maite: O quê? Por quê? - praticamente gritei - Christian! Eu não quero saber sobre nada do meu passado. Eu não preciso de pais ou de família, eu já tenho uma e bem grande por sinal. 

Christian: Mas Mai..- o interrompi.

Maite: Por quê você se meteu quando deixei bem claro que não quero saber de nada? Por que não respeitou minha vontade? - perguntei chateada.

Christian: Me escuta..

Maite: Não. Não. Não. - andei em poucos passos até a varanda - Não quero saber de absolutamente nada do que você se atreveu a descobrir.

Christian me seguiu e segurou no meu braço me virando para ele.

Christian: Desculpa morena. Mas você precisa saber disso. Eu..

Maite: Não. Para! - bufei tentando me afastar, mas ele segurou ainda mais no meu braço - Eu não quero saber nada.

Christian segurou meu rosto me obrigando a encara-lo.

Christian: Escuta criatura de Deus, me escuta por favor. Você não é carioca como acha que é, na verdade você nem é brasileira. - falou sério - Você é tão americana quanto eu, Christopher e Dulce - arregalei os olhos.

Maite: O quê? - murmurei.

Christian: E tem mais, você nasceu no Texas, dar para acreditar? - sorriu.

Pisquei confusa.

Maite: O quê?

Christian: Você é da minha cidade, ainda não sei como saiu de lá e veio parar aqui, mas tem uma digital de bebê no sistema que é a sua. Ordenei para aprofundar mais as investigações e em breve vamos saber quem são seus pais. A polícia acha que você foi roubada. 

Balancei a cabeça.

Maite: Ro..ubada? Christian! - respirei fundo - Como assim minha digital lá? 

Christian: O detetive usou sua digital em bancos de dados de todos os sistemas do mundo e encontrou a digital de uma bebê que bate perfeitamente com a sua, porém, essa bebê não tem registro em lugar nenhum. Nem em hospitais e nem na polícia, mas foi reconhecida num sistema de um aeroporto em Austin.

Maite: Mas...no passaporte...

Christian: Foi no aeroporto particular de Austin. A polícia desconfia que quem te sequestrou tinha dinheiro o suficiente para pagar uma viagem internacional sem passaporte para um bebê, mas como tinha que registrar a criança no plano de voo de qualquer jeito, preferiram tirar uma biometria.

Maite: Então...- pisquei rapidamente - Eu não fui registrada?

Christian: Provavelmente assim que você nasceu te pegaram. O que explica seus pais ou...não sei tutores não terem registrado você. Por isso, não sabem sobre sua identidade. Por não ter nenhum registro num hospital ou maternidade, a polícia acha que nasceu muito provavelmente em casa ou outro lugar remoto. 

Maite: Meu Deus! Sequestro? - balancei a cabeça - Desde quando sabe disso?

Christian: Desde de hoje de manhã. Amor, você tem noção do que estou falando? - acariciou meu rosto - Sua família biológica pode está por aí procurando você até hoje. 

Respirei fundo.

Maite: Vo..cê acha que vou descobrir quem são meus pais?

Christian: Tenho certeza morena. - sorriu - Mas isso vai demorar bastante, por não ter nenhum registro eles irão investigar muito mais afundo e vão tentar no banco de dados de todo estado do Texas fazer uma leitura da sua digital com todos os registrados, o que leva muito muito muito tempo. É praticamente um exame de DNA com todas as pessoas do estado.

Engoli em seco.

Maite: Chris..- murmurei com meu coração acelerado. Meu olhos encheram de lágrimas pensando na possibilidade.

Christian: Por favor me perdoa por ter ido atrás da sua história sem permissão, mas ouvir que você é de onde eu venho só me fez ter mais vontade de procurar suas origens. Mas se você quiser, mesmo eu...morrendo de curiosidade, eu mando parar se for sua vontade.

Maite: Agora que começou nem se atreva a parar, ouviu bem?

Ele assentiu.

Christian: Não vou poupar esforços. Eu prometo. - sorriu e me abraçou. 

Maite: Acha que...eles podem está procurando por mim? Mesmo depois de tanto tempo? 

Christian: Não posso afirmar com certeza, mas existe essa chance sim, ainda mais se for mesmo sequestro. - me apertou em seus braços - Vamos descobrir suas origens eu prometo.

Maite: Obrigada amor. - inspirei o perfume dele agradecida - Obrigada.