Alexandra

Sai do elevador e andei em direção da porta, segundos depois, ela foi aberta e Ivy sorriu depois de passar os olhos por todo meu corpo. Era óbvio que eu não estava nada bem. Que tipo de mãe fica bem quando descobre que o seu filho na qual você viu morrer em seus braços ainda está vivo e que lhe odeia durante todos os anos da sua vida? Eu não comia, dormia ou falava com meu marido que estava na Suiça. Talvez seja até ex marido, já que eu nem lembrava da existência dele.

A única coisa que eu conseguia era pensar em Christovão. Cada segundo do meu dia meus pensamentos eram voltados para ele. O meu garotinho, o meu menino que quando me deixou destruiu-me completamente, estava vivo. Estava vivo. E me odiava.

Tudo por causa daquela louca.

Ivy: O quê está fazendo aqui, amiga? - perguntou irônica.

Alexandra: Já chega! Estou aqui para acertamos o passado. - falei a empurrando e entrando na cobertura que pertencia verdadeiramente ao meu filho mais velho Christopher.

Ivy: Como ousa? - riu irritada - Essa cobertura não pertence mais ao Christopher.

Alexandra: CALE A SUA BOCA! NÃO OUSE VOCÊ A TOCAR NO NOME DO MEU FILHO - gritei jogando a bolsa no sofá.

Ela se aproximou lentamente sem perder a compostura com a minha explosão, como um leão prestes atacar sua presa, ela sorriu maligna. Ivy tinha os olhos brilhando de algo que não conseguia reconhecer.

Ivy: Pode gritar o quanto quiser. O meu filho não está em casa.

Alexandra: Seu filho? - ri me controlando para não voar em cima dela - Seu filho? Ele é meu. Meu filho. Sempre foi e sempre será meu e só meu.

Ivy: Não Alexandra. Ele é meu. Meu filho. - sorriu. 

Respirei fundo olhando ao redor tentando manter a calma.

Alexandra: Você quer se vingar de mim? Você já conseguiu! O que é pior do que para uma mãe perder anos e anos da vida do próprio filho?

Ivy: Te ver sofrer. - me encarou da cabeça aos pés - Olha...- riu - A minha mãe, espera, você se lembra dela, não é? Da minha mãe? A mulher a qual você deixou louca e que morreu apodrecendo no manicômio? Ela acostumava me dizer que mesmo que você tivesse muito dinheiro algum dia, você nunca ia deixar ter o sangue de ralé, porque você pode mudar o cabelo, as roupas, as falas e a conta bancária, mas jamais poderá substituir o sangue da empregada doméstica que corre nas suas veias.

Alexandra: Cala a boca! Você me odeia! Ok. Mas quer saber de uma coisa? - dessa vez eu que sorri - Não me arrependo de nada. Eu faria tudo de novo se fosse necessário. A estúpida da sua mãe sempre foi burra e o seu papai cego, não sabe quantas vezes eu me diverti destruindo o casamento deles, não sabe quantas vezes Richard e eu riamos pelas suas costas. Você era tão cega quanto o seu pai. Eu destruí mesmo a sua família e destruiria de novo e de novo e de novo...

Ivy: Você matou o meus pais sua desgraçada! Minha mãe morreu como uma louca e meu pai você o forçou a se matar, eu estava presente, eu vi tudo e por isso, não me segurei nenhum um pouco quando por vingança eu matei os seus pais Alexandra. - riu. - Foi divertido vê-los agonizar até a morte. 

Alexandra: O q..uê? 

Ivy gargalhou.

Ivy: Isso mesmo! Você matou os meus pais! Então, eu tinha o direito de matar os seus também. Numa bela madrugada, matei os dois enquanto dormiam, os dois se debatiam desesperados - inclinou a cabeça e os olhos brilharam como se revivesse a cena - A sensação de vingança que bateu em mim, foi dilacerante, você não tem idéia, então, eu não parei. E Christovão ter nascido doente, foi a coisa mais maravilhosa que aconteceu. O destino estava pela primeira vez do meu lado..- gargalhou.

Alexandra: Vo..cê matou eles? Foi você? - pisquei desacreditada. - Você simulou o suicídio deles?

Ivy: O quê foi? Achou que eu não fosse capaz? E nem me questione como se importasse com eles. Foi nem ao enterro. No fim, fiz um favor aos dois por ter livrado eles de você. - balançou a cabeça sorriso. 

Engoli em seco e balancei a cabeça.

Alexandra: Você matou os meus pais e roubou o meu filho? O que mais você quer? Heim? Diga! O que você ainda quer que não foi o suficiente?

Ivy: Eu quero que o meu filho mate você. - falou como se estivesse cantando uma música - Só vou sossegar quando você ver ele matando você com as próprias mãos. Não ia ser doído? Antes de ir para o inferno, você ia sofrer mil vezes sabendo quem era o seu assassino.

Alexandra: Você está louca! Igual a sua mãe! Definitivamente louca mesmo. - falei constatando o óbvio.

Ivy: EU NÃO ESTOU LOUCA! EU NÃO ESTOU LOUCA! É VOCÊ QUE ESTÁ! EU NÃO ESTOU LOUCA! NÃO ESTOU! - colocou as duas mãos na cabeça - É VOCÊ QUE É LOUCA E MÁ ALEXANDRA.

Alexandra: Estou pensando como Christovão pode ter crescido ao seu lado..- balancei a cabeça - Ele cresceu com uma louca! Louca! Ele não pode ter acreditado tanto nas mentiras que contou à ele, não pode. Não. Ele não vai fazer o quê você quer ele faça comigo 

Ivy: LOUCA É VOCÊ! - berrou - E ELE VAI SIM, COMO VAI! PORQUE SE ELE NÃO FIZER O QUE PLANEJEI POR TANTO TEMPO EU MATO AQUELE MALDITO

Alexandra: NÃO OUSE ENCOSTAR UM DEDO NO MEU FILHO, VOCÊ ENTENDEU? - dei um passo furiosa.

Ivy: VOCÊ ACHA O QUÊ, HEIM? QUE EU TIREI ELE DE VOCÊS ASSIM QUE NASCEU, QUE O CRIEI MESMO O ODIANDO POR TER O SEU SANGUE ALEXANDRA, QUE O ALIMENTEI E O VESTI, QUE VIVI EM HOSPITAL E HOSPITAL POR CAUSA DAQUELA DOENÇA INSUPORTÁVEL DELE E FIZ UMA LAVAGEM NA CABEÇA DELE A TROCO DE NADA? NÃO! NÃO! NÃO! ELE É MEU E VAI FAZER O QUE EU MANDAR! ELE TE ODEIA TANTO QUANTO EU PORQUE EU QUIS ASSIM!

Alexandra: VOCÊ O ODEIA? VOCÊ NEM AO MENOS DEU CARINHO À UMA CRIANÇA DOENTE?

Ivy: Óbvio que dei! - o tom de voz mudou drasticamente para uma mansa - Eu fingi amar ele, fingi ser uma boa mãe, fingi que meus carinhos eram sinceros, inventei muitas coisas para ele odiar você e todos os Uckermann, na verdade, inventei tudo. Suportei todo o chororô de criança doente, tudo para chegar o dia que planejo.

Alexandra: Você... fingiu amar ele o tempo inteiro só por vingança, não sente nada por ele? 

Ivy: Sinto. Claro. Repulsa. Nojo. - torceu a boca - Como vou gostar de alguém que tem seu sangue? Heim? - balançou a cabeça - Durante todo esse tempo foi uma tortura está com ele. De fingir ama-lo. Fingir cuidar dele. E ele um imbecil igual ao pai, acreditou. - riu - Não sabe quantas vezes quis mata-lo como fiz com os avós dele, na verdade, um dia quase fiz isso, mas o meu desejo de vingança não deixou.

Alexandra: VOCÊ TENTOU MATAR O MEU FILHO? - dei mais um passo em direção à ela.

Ivy: Sim. Mas me controlei. Depois que ele matar você, eu posso mata-lo e em seguida, matar todos os Uckermann. Nenhum Uckermann irá respirar. Nenhum. Nenhum. - sorriu maligna.

Alexandra: EU QUE VOU MATAR VOCÊ! - avancei em cima dela. Caímos ao chão e começamos a bater uma na hora. Tudo que eu conseguia enxergar era o meu odio por aquela mulher por ter mexido com o meu filho.

Ivy: EU VOU MATAR TODOS OS UCKERMANN! EU VOU MATAR TODOS VOCÊS MALDITOS! - puxou o meu cabelo me fazendo gritar.

Alexandra: EU QUE VOU TE MATAR SUA LOUCA DO CARALHO! EU VOU TE MATAR! - comecei a dar socos na cara dela, ao mesmo tempo que ela me batia do jeito que conseguia.

Senti meu corpo ser levantando e no segundo seguinte, estava longe dela com as mãos de Christovão em volta da minha cintura. No primeiro momento, me assustei, mas em seguida tentava respirar com dificuldade.

Christovão: JÁ CHEGA! PAROU AS DUAS COM ISSO! - gritou ainda me segurando.

Ivy: Filho..- começou a chorar ainda no chão - Olha o que ela fez? Olha o que ela fez comigo? - apontou para o rosto machucado e o corpo arranhado - Ela partiu em cima de mim. Faz alguma coisa. Defenda a sua mãe.

Alexandra: E VOU FAZER PIOR AINDA! - tentei me soltar, mas ele me prendeu ainda mais - ME SOLTA AGORA!

Christovão: JÁ CHEGA ALEXANDRA!

Ivy: ISSO! ME DEFENDA FILHO! EU SOU A SUA MÃE! FAÇA ALGUMA COISA.

Christovão: CALA A SUA MALDITA BOCA IVY! - gritou furioso.

Nós duas paramos de gritar e o encaramos. Christovão me soltou e se afastou o suficiente para ficar no meio de nós duas. Ivy o encarava surpresa.

Ivy: Como pode falar assim com a s..

Christovão: CALA PORRA DA SUA BOCA! - berrou com os olhos cheios de lágrimas - DURANTE TODA A MINHA VIDA VOCÊ MENTIU PARA MIM.

Ivy: Do quê está falando?

Christovão respirou fundo.

Christovão: Acha que cheguei só agora? Eu ouvi...- balançou a cabeça - Eu ouvi..

Ivy: O quê você ouviu? - levantou do chão e se aproximou dele.

Christovão: Eu ouvi tudo. Tudo. Não adianta negar. Ouvi toda sua confissão. - levou as mãos até a cabeça - Nada do que você me disse era verdade, nada do que ouvi enquanto crescia era real e você me odeia, tanto quanto odeia ela. - apontou para mim.

Ivy: Você ouviu errado! Querido, você ouviu errado. - tentou tocar no rosto dele, mas ele desviou.

Christovão: Para de mentir. Você só me usou para conseguir sua vingança e como eu só conhecia você, tudo o que eu tinham era você, como minha mãe, acreditei em tudo. O ódio que sinto desde de criança, não era real. Era uma ilusão do seu ódio por eles. O seu sentimento foi para mim, mas não era os meus próprios sentimentos. - a voz embargou - Você me odeia. Sempre odiou. Sempre odiou.

Ivy: É mentira, eu nun..

Christovão: PARA DE MENTIR! VOCÊ TENTOU ME MATAR! EU OUVI TUDO! NÃO ADIANTA METIR! EU OUVI. - berrou enquanto não controlava mais as lágrimas. 

Alexandra: Por favor, se acalma. - encostei no braço dele e encarei Ivy que me olhava com ódio.

Ivy: SOLTA O MEU FILHO SUA VAGABUNDA! - gritou tentando vir para cima de mim, mas Christovão a impediu - O QUÊ? ME DEIXA MATAR ELA!

Christovão negou.

Ivy: Então mate você mesmo.

Christovão: Eu nunca vou matar ninguém. - deixou claro a encarando.

Ivy: VOCÊ É TÃO IMPRESTÁVEL QUANTO A FILHA DA PUTA DAQUELA MULHER! - explodiu - EU DEVERIA MESMO TER TE MATADO QUANDO TIVE A OPORTUNIDADE! NÃO. VOCÊ DEVERIA TER MORRIDO QUANDO ELA ACHOU QUE MORREU, NÃO SEI PORQUE CARALHOS VOCÊ SOBREVIVEU E EU AINDA TE PEGUEI PARA CRIAR PARA MINHA VINGANÇA, MALDITA HORA QUANDO NÃO TE ENVENENEI QUANDO TIVE A OPORTUNIDADE NO HOSPITAL! EU ODEIO VOCÊ CHRISTOVÃO! EU ODEIO VOCÊ! ODEIO TANTO VOCÊ QUANTO ELA E TODOS OS UCKEMANN DA TERRA!

Christovão a encarava sem chão. Enquanto Ivy continuava gritando o quanto o odiava cada vez mais. Alguns segundos depois, ele também explodiu se afastando de mim.

Christovão: VOCÊ É UMA MALDITA MALUCA! SAI AGORA DAQUI! ANDA! - a pegou pelo braço e a empurrou em direção da porta.

Ivy: ME SOLTA! EU TE ODEIO TANTO!!TE ODEIOOOOOO - gritou sendo empurrada.

Christovão: SUA LOUCA! LOUCA! - abriu a porta e a empurrou de vez para fora e em seguida bateu a porta na cara dela.

Quando a porta fechou, ele se encostou nela descendo até ao chão e então, explodiu num choro longo e forte, o corpo inteiro tremia e ele soluçava, vendo meu filho naquele estado, fiquei ao lado dele no chão e o abracei também chorando.

{...}

Não sei quanto tempo se passou, mas sei que foi muito tempo, já que o brilho da lua entrava pelas janelas. Christóvão tinha os olhos inchados de tanto chorar, literalmente inchados. Além de muito vermelhos. Eu não poderia está diferente. Mas sei que ele chorou muito mais do que eu, em todo o momento aproveitei para abraça-lo e dizer o quanto eu o amava. O quanto sempre amei. O quanto foi difícil seguir em frente sem ele. E em todo tempo, meu filho chorava sem dizer nada. Depois de um tempo, consegui faze-lo ir para o sofá.

Ele encarava o chão fixamente, ficamos em silêncio por alguns minutos.

Christóvão: Eu arruinei tudo. Arruinei tudo acreditando numa mentira e num ódio que ela me fez acreditar que tinha.

Alexandra: Não. Você nunca teve culpa. - levantei o queixo dele e seus olhos vermelhos me encararam - Se tem alguém culpado aqui, sou eu. Tudo o que você fez foi baseado no que aquela mulher contava, baseado numa mentira.

Christóvão: Alexandra. Roubar todo o dinheiro de vocês, menos o seu, foi o menor das coisas que fiz. - seus olhos voltaram a encher de lágrimas - Eu prejudiquei, ou melhor, destruí o casamento de Christopher. - balançou a cabeça - Tudo por uma vingança, por uma história que nunca foi verdade. O ódio que ele sente por mim, não deve se comparar ao que estou sentido agora.

Alexandra: Como assim? O que você poderia ter feito de tão grave assim?

Christóvão: Me passei por ele e dormi com a Dulce.

Alexandra: Não vejo como algo grave. Na verdade, acho que foi até bom. Ela nunca foi mulher para ele. - dei um meio sorriso.

No fim, ele fez foi uma coisa boa!

Christóvão me encarou sério.

Christóvão: Você está brincando comigo? Eles se amam Alexandra. De verdade. Eles são uma família e mesmo sabendo disso, meu ódio não conseguia enxergar isso. E mesmo que enxergasse eu não queria saber. A vingança me consumia.

Alexandra: Vocês são irmãos, tenho certeza qu..

Christóvão: Não. Ele jamais vai me perdoar. E com razão. - baixou a cabeça - Eu nunca o perdoaria se fosse ao contrário.

Alexandra: Acho que o tempo vai dizer sobre isso. - toquei no ombro dele - Me diz uma coisa, sua voz é assim mesmo? Tão idêntica a ele quanto aparência? - questionei. Parecia que eu estava conversando com Christopher.

Christóvão: Desde da adolescência que o imito. A minha vida foi imitar ele, então, minha voz com o tempo acostumei falar assim. - pigarreou - Mas minha voz na verdade, é assim. - falou num tom mais leve e menos parecida com do irmão. - Muda não é?

Alexandra: Sim. - sorri - Sua voz é muito bonita. Fale com sua verdadeira voz por favor. Assim consigo diferenciar os dois.

Christóvão: Na verdade...como sempre o imitei, tive que imita-lo, eu nunca pude ter minha própria identidade. É difícil saber quem sou eu de verdade. Sempre fui a sombra de Christopher. Sempre fui ele.

Alexandra: Ela o obrigava?

Christóvão: Sim. Se eu não fosse Christopher, ela me colocava de castigo ou me punia ficando sem comida. Como tudo que conhecia era ela, achava que isso era amor. Ela só estava me corrigindo para cuidar melhor de mim. Mas vejo que o significado de amor que aprendi é muito diferente do que realmente é.

Alexandra: Ela lhe batia? - fechei minha mãos em punho de ódio.

Christóvão: Sim. Ela dizia que era um ato de amor e Alexandra, tudo o que eu tinha era ela. O meu mundo era ela. Nunca fui a escola, a faculdade ou tive amigos. Eu nem conversava com os médicos sobre a minha doença, ela sempre fez isso. Ou seja, a minha vida inteira só tive ela do meu lado. - respirei fundo.

Alexandra: E como aprendeu a ler, escrever e virar hacker?

Christóvão: Apesar de tudo isso, ela me ensinou tudo. Foi minha professora, enfermeira, cozinheira e até meus amigos ela foi. Aprendi sozinho virar hacker, não achei nada difícil quando entrei no mundo da internet. Então, meio que já nasci um hacker.

Alexandra: Então, nunca namorou? Nunca teve uma namorada?

Christóvão: Não. Já que minha vida era só eu e ela. E estava tão lunático por essa vingança, que nunca pensei mais a fundo sobre namorar. E mesmo se eu quisesse, ela jamais ia permitir. E as consequências iam ser totalmente minhas.

Alexandra: Nunca teve nenhuma namorada mesmo? - me assustei um pouco - Você ainda é virgem? Não, espera..

Christóvão suspirou interrompendo meu raciocínio.

Christóvão: Não mais. Já que enganei a Dulce e...enfim.

Alexandra: Espera, se você nunca esteve com uma mulher, então, ela foi seu primeiro beijo e..

Ele assentiu.

Christóvão: Isso. - balançou a cabeça. - Ridículo, não?

Alexandra: Estou chocada..- murmurei - Onde vocês moravam?

Christóvão: No interior da florida. Num bairro horrível. Moramos literalmente no boeiro, não tínhamos dinheiro para quase nada e as coisas só melhoraram depois que comecei a roubar um pouco do dinheiro de vocês. Os meus remédios, as cirurgias, as contas do hospital foi tudo paga pelo governo porque eu fazia parte de um estudo experimental da minha doença. E foi por causa dessa experiência que estou aqui vivo.

Alexandra: Realmente achou que ela lhe amava..

Christóvão: Sim. Tudo que ela fazia de ruim para mim era amor. Aprendi que isso era amor. Sinto muito ter feito o que fiz. Vou devolver o dinheiro de Richard. Ele inteiro.

Alexandra: Não quer conhecer seu pai?

Christóvão: Não acho que ele queira me conhecer Alexandra.

Alexandra: Mesmo tendo feito o que fez e achar que o conhece e não, você não o conhece. Ele sempre amou você tanto quanto eu e quando achávamos que estava morto ele sofreu até mais que eu. Uma coisa sobre ele é que apesar de ser todo errado, principalmente com as mulheres, ele ama os filhos. Todos os filhos. Incluindo a bastarda que ele nem sabia que existia.

Christóvão: Acha mesmo que ele irá querer me conhecer? Um lixo feito eu? - os olhos voltaram a encher de lágrimas.

Alexandra: Você não é um lixo. Nunca mais repita isso. - falei limpando as lágrimas de seu rosto - E eu tenho certeza que sim. Amanhã o mais cedo possível, vamos nós encontrar com ele. Por favor, só pare de chorar. - o abracei bem apertado querendo protege-lo como nunca pude protege-lo antes. - Eu te amo meu filho. Eu te amo.

Christóvão voltou a chorar em meus braços intensamente.

Acham que Christovão tem perdão?

Dulce e Christopher vão perdoar?

Não falta muito para a fanfic terminar! Estamos literalmente na reta final. E eu não estou preparada..

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