Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Eu não consegui dormir muito, quando Zô finalmente chegou em casa e se deitou ao nosso lado, nos abraçando em seguida, eu já estava acordada e fiquei olhando o teto até o despertador começar tocar naquela manhã.

Levantei primeiro que as duas, e fiz o café de ambas, não estava afim de tomar café ou de comer algo, mesmo que fosse pão de queijo, tomei um banho demorado e me arrumei no quarto.

Com a luz ligada às dondocas acordaram.

Dulce: Finalmente. - abotuei minha blusa, a farda do supermercado.

Maite: Ah...- gemeu se virando - Me deixar dormir mais um pouco. Por favor. - pediu.

Zoraida: Eu também. - murmurou com a cara entre os travesseiros.

Dulce: Já são seis e meia meninas. - avisei saindo do quarto e entrando no de Maite. 

Abri seu guarda-roupa e perguei a minha corrente da romanel. Coloquei no pescoço e sai do quarto. Zoraida estava sentada no sofá igual um zumbi, segurando sua toalha nos ombros.

E Maite no banho. 

Me sentei ao seu lado no sofá. Ouvindo o barulho forte de água caindo, que vinha do banheiro.

Zoraida me olhou e sorriu.

Zoraida: Eu não sou extamente linda quando acordo. - murmurou.

Seus olhos desviaram dos meus como se estivesse envergonhada. Sua cabeça se inclinou um pouco quando fez isso.

E eu acabei vendo uma marca no seu pescoço. Uma mordida.

Suspirei amarrando meu cabelo. 

Dulce: Como anda o seu lance com Eddy?

Zoraida: Bem, por quê? - sorriu.

Dulce: Eu imagino que realmente esteja muito bem. - toquei na marca de mordida - Não sou a melhor pessoa para indicar isso, mas...- respirei fundo - Estão usando camisinha, né? - ergui uma sobrancelha.

Ela riu.

Zoraida: Estamos sim.- murmurou.

Dulce: O que foi? - estranhei sua postura.

Zoraida: O quê? - franziu o cenho.

Dulce: Está escondendo algo, só não sei o que é.- a olhei de lado.

Zoraida negou com a cabeça.

Zoraida: Estou não Dul. - suspirou - É que eu amo o Eddy, sabe? E não suportaria perdê-lo.- murmurou - Mas eu também quero muito que ele seja feliz.

Dulce: Ele te ama. E a felicidade dele está ao seu lado. Por que isso agora? Heim? - toquei em seu ombro - Por que não trás ele aqui? Fica aqui com ele? 

Zoraida: Eu...eu...- negou com a cabeça - Acho que tenho medo.- sussurrou.

Dulce: De quê?

Zoraida: De perde-lo como perdi os meus pais. - fechou os olhos - Foi tudo tão de repente. Tão rápido. Sempre ri desses ditados clichês de que " sua vida poderia mudar em um segundo" Achava a maior babaquice, mais ai descobri que era real, o que falavam. Sua vida pode sim muda em plenos meros segundos.

Dulce: Já conversamos sobre isso. - toquei em seu ombro.

Zoraida: Eu sei. Mas não consigo parar de pensar nisso. Que se trazer mais o Eddy para minha vida, mais eu vou sofrer.

Toquei em suas mãos.

Dulce: Zô, você não pode passar a vida toda, achando que o destino vai tirar mais alguém de você. Aquilo foi um acidente, foi inevitável. Mas você está aqui. Está viva, comigo e com a May. E com Eddy. 

Zoraida: Eu sei..mas...

Dulce: Mas nada. Você ama o Eddy, ele te ama, por que não se abre pra ele? - Ela me encarou arqueando uma sobrancelha - Digo, por que não fala com ele? - corei.

Zoraida: Por que corou? Eu não disse nada, ainda.- murmurou rindo.

Dulce: Eu não corei. - desviei o olhar.

Zoraida: Hum...

Dulce: E não mude se assunto donzela.

Zoraida respirou fundo.

Zoraida: Vou fazer isso, ok? Obrigada - me abraçou - Eu não sei o que seria de mim, sem você na minha vida.

Dulce: Que isso gatinha...- suspirei - Você e May são minha única família.

[...]

As 07:55 da manhã o táxi parou em frente ao hospital que Christopher estava. Maite olhou em volta procurando algo, ou melho alguém. Tipo, paparazzi.

Ou algo parecido.

Dulce: Não cansa de estar sempre atrás desses paparazzi? - perguntei entrando no hall do hospital junto com ela. 

A recepção estava cheia.

Enfermeiros iam de um lado para outro, pessoas aguardam nas cadeiras para serem atendidas, e o famoso cheiro que amo, que para muitos eram estranho, estava por todos os lados.

Maite: Não. - sorriu.

Maite decidiu chegar atrasada no trabalho hoje, segundo ela, queria agradecer ela mesma o senhor Uckermann e de quebra, tirar uma foto com ele. Louca? Talvez.

Me aproximei da recepção, mas como estava lotada de mais, entramos na fila para sermos atendidas por uma das três recepcionista. Maite suspirou.

Maite: Só eu que achei Zoraida estranha?

Dulce: Ela não estava estranha. É só a mesma coisa de sempre - neguei com a cabeça.

Maite: Medo? - assenti - Eu a entendo.

Dulce: Eu também. Mas ela não pode acha que a vida toda, alguém que ela ama vai morrer como seus pais. Isso é...

Maite: Medo...- completou por si mesma - Mas ela devia procurar um bom psicólogo, quem sabe, ela consiga superar.

Dulce: É.

Maite: Como acha que Christopher vai te receber? - mordeu os lábios anciosa.

Ri.

Dulce: Como assim May? Vou vê-lo para agradescer pelo o que fez, e...ver se eu posso ajudar em alguma coisa. É o mínimo que eu posso fazer, depois dele ter levado dois tiros por mim.

Maite: Tá. Mas tipo, será que ele vai aceitar que eu tire uma foto com ele? O cara é muito famoso.- seus olhos brilharam enquanto falava - E quero ter fotos com famosos. Já tenho da fofa da Grazi Masafera, Cleó Pires, Malvino Salvador, Paloma Bernades, Paola Oliveira, Otaviano Costa e Flavia Alexandra - bateu palmas e algumas pessoas que estavam na fila fizeram caretas - Bando de mau humorados - murmurou em direção deles.

Dulce: Maite por favor, não assusta ele com essa sua...hum...- hesitei - obsessão por famosos - pedi. 

Maite cruzou os braços ofendida.

Maite: Eu não assusto ninguém - fez bico - Mas ele é Christopher Uckermann um dos caras mais importantes do mundo, que conhece milhões de celebridades, sendo que tecnicamente, ele é uma delas. Agora imagina que a minha prateleira vai ter uma foto minha com ele, vou está no nível fotográfica internacional. - suspirou.

Dulce: As vezes você me dar medo - olhei para moça, uma das secretarias em minha frente - É...Christopher Uckermann, viemos visitá-lo - avisei encostando meus braços no balcão frio de mármore. 

A secretaria morena e de olhos verdes claros, digitou algo na tecla e me olhou em seguida.

Xxx: O senhor Uckermann se encontra no quarto 3013 em observação. - olhou para Maite - Só é autorizado agora apenas mais uma pessoa no quarto, já que dois parentes dele estão lá agora - comentou.

Maite: Ahh não. - fez careta - Vim de tão longe para não falar com ele?

Xxx: Sinto muito.- a moça disse sem graça - Assim que um dos parentes dele sair do quarto, poderá entrar, só é permitido no máximo três pessoas no quarto, com forme as regras do hospital.

Maite suspirou triste e vencida, pegando uma plaquinha de "visitante".

Maite: Ok. Obrigada. - me puxou para sair da recepção e me levou em frente à enorme porta que leva ao quartos - Aqui está. - grudou a placa na minha blusa - E manda um desses amigos caírem fora, porque eu quero ver o Christopher.

Dulce: Maite! - a repreendi.

Maite: O quê? - deu de ombros com um pequeno sorriso tímido nos lábios.

Neguei com a cabeça e atravessei a porta branca e giratória.

[...]

Não foi difícil de encontrar o quarto, já que eu entrei no mesmo ontem. Mas conforme eu andava meu coração parecia que estava dando aulas de samba e eu nem sei ao menos o porquê.

Só poderia ser pela minha grande ansiedade de vê-lo novamente. Mas agora, sem efeito de remédio ou algo parecido, que o deixe sem sentidos. Em "grogue".

Em passos curtos, em poucos minutos já estava em frente ao quarto. Levei minha mão a maçaneta da porta e quando iria vira-lá a risada alta mas abafada ecoou de dentro do quarto para fora, onde eu estava.

Com as mãos ainda na maçaneta, fechei os olhos e neguei com a cabeça, me afastando da porta. Ok. Eu devo entrar lá e agradecer á ele, é o mínimo que posso fazer, mas por que eu não consigo?

Porque diabos minhas pernas estão que nem gelatinas e só conseguem andar para atrás?

Bufei.

Entra Dulce.

Agora.

Dei um passo, mas voltei novamente.

Que droga! Eu não consigo.

Suspirei e virei sobre os calcanhares dando meia volta, para voltar para a recepção e levar o maior bronca da Maite, mas a porta do quarto foi aberta e Vivian saiu de cabeça baixa rindo.

Assim que levantou a cabeça e me viu, não perdeu o sorriso.

Vivian: Olá querida. - se aproximou de mim - Fico feliz que tenha vindo. Já não estava mais aguent...

Dulce: Não vou poder entrar.- falei um tanto alto. Ela me olhou franzido o cenho - Quero dizer, infelizmente não vou poder entrar, tenho que ir para o meu trabalho agora e se eu me atrasar posso ser demitida - soltei a primeira coisa que me veio na cabeça. 

Vivian: E você veio até aqui para falar isso? - cruzou os braços.

Dulce: Não...quer dizer....sim. - ela me olhou desconfiada, suspirei - Eu não posso entrar no quarto.

Vivian: E por quê?

Dulce: Eu não consigo.- murmurei.

Vivian: Como? 

Dulce: Deixa pra lá. Eu não quero ser esnobe e nem nada. Gostaria muito de agradecê-lo pessoalmente, mas não dar - por causa de uma estranha razão que eu não consigo ir - Por favor, agradeça ele por mim. Que nunca vou esquecer o que ele fez e que ganhou uma fã, na verdade três de uma vez, e que ele se cuide e melhore logo para voltar sua vida de antes. E mais uma vez agradeça por mim.

Vivian: Já estamos aqui no corredor, por que não fala com ele? - apontou para a porta - O tempo que estamos perdendo aqui, dar para falar isso.

Dulce: Não dar.- falei começando a andar

Vivian: Espera...- a olhei - Vai pelo menos voltar mais tarde? - fiquei calada e ela me olhou com desconfiança - Por que não quer falar com ele?

Dulce: Já disse, não consigo - respondi antes de dar as costas e correr para o Hall do hospital.

Covarde! Estúpida! Imbecil!

Agora ele vai me achar uma mala, uma mal agradecida. Que nem ao menos, agradecer pessoalmente quis. Que idiota Dulce. Idiota.

Assim que Maite me viu, levantou da cadeira que estava sentada.

Maite: Já? Tão rápido? - franziu o cenho.

Dulce: Sim. E não dar para tirar foto dele.

Maite: Por que?

Dulce: Os amigos não deixaram - inventei mesmo sabendo que ela nunca acreditaria já que levantou uma sobrancelha - Agora vamos? - perguntei começando a andar para fora do hospital.

Maite: O que aconteceu Dul? - perguntou me acompanhado.

Parei em uma lata de lixo, e retirei a placa a jogando-a no lixo.

Pela primeira vez na vida, eu fui covarde e eu nem sei o porquê. Está bom?

Dulce: Nada. Não aconteceu nada.