Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy
Maite Beorlegui
Quando o avião pousou no aeroporto particular de Austin, senti meu coração acelerar mais uma vez. Desde que soube que eu poderia ser irmã de Ana Brenda, filha de Jennifer Jones e prima de Dulce, minha cabeça tem girado como nunca. O quanto o universo era impressível à esse ponto? Minha vida toda ao lado da minha prima, que é como minha irmã sem saber que dividíamos o mesmo DNA? Ok. Eu nunca quis saber quem são os meus pais, mas depois dessa eu necessitava de uma confirmação. Ana Brenda durante o voo, conseguiu fazer o pai ir até o hospital com a desculpa que estava muito preocupada com a saúde dele. Ela inventou um sonho louco, de que ele estava mal e ele no mesmo momento por causa do pedido da filha, realizou alguns exames. O resultado deles iam sair amanhã.
Agora íamos direto para o hospital onde ele foi para fazer os exames. Só faltava a minha amostra. Ana Brenda ia fazer tudo em segredo, ela só ia falar com o pai quando tivesse certeza absoluta.
Durante o voo ela comentou comigo como ele era. O quanto bom pai ele era. O quanto eu ia ama-lo assim como ela ama, o quanto ele ia me amar. Tudo ia ser diferente a partir do resultado. Assim que pousamos, um carro já nos esperava na pista e seguimos em direção à uma das filiadas do hospital Hope, como Ana Brenda era filha de uma das donas, não foi nada difícil ela pedir um exame de DNA do pai e de mim pedindo sigilo.
Depois do exame, seguimos para a fazenda de Christian, Ana se esforçou muito para não me puxar em direção da fazenda dela onde estava o pai naquele momento, ela ia fazer isso amanhã, nós despedimos e como ela morava na fazenda ao lado, amanhã no primeiro horário ela estaria aqui. Assim que entrei na enorme mansão Chávez, a primeira coisa que vi foram os avós de Christian que nós esperava no hall.
Berenice: Estava com saudades, querido. - se jogou contra o neto. - Mas pensei que fosse demorar mais para voltar. Está tudo bem? - perguntou e o tom preocupante era evidente.
Christian: Sim. Na verdade, amanhã vamos confirmar uma coisa maravilhosa vovó. - beijou o rosto dela - A senhora está bem?
Berenice: Sim. - sorriu.
Pietro: Que coisa maravilhosa é essa? - o avô dele se aproximou e o abraçou.
Christian: Já vou contar. Senti sua falta vovô. - também beijou o rosto dele.
Berenice: Como você está filha? - ela me abraçou - Não te vejo a muito tempo.
Maite: Estou bem senhora Chávez. - sorri.
Berenice: Senhora Chávez? - se afastou de mim fingindo irritação - É vovó querida. Vovó. Sou sua vovó. - tocou no meu rosto - Está cada dia mais linda.
Maite: Obrigada vovó. É muito gentil.
Pietro: Esse rapaz está cuidando bem de você, minha neta? - tocou no meu ombro - Se ele não tiver, fale para esse velho que ainda posso bater nele e posso culpar meu ato por causa da idade.
Christian: Vovô! - riu.
Maite: Ele cuida muito bem de mim vovô. Não se preocupe. - sorri sentindo os braços de Christian em mim.
Berenice: Preparei uma mesa de lanche bem farta para vocês. - sorriu, mas parou de sorrir aos poucos olhando meu braço para onde estava o pequeno curativo- Você se machucou querida? Tomou alguma injeção?
Christian: Ela está bem. Vamos para a mesa sim? Lá ela conta tudo enquanto eu como tudo que prepararam.
Maite: Deixa de ser morto de fome. - bati no ombro dele.
Pietro riu.
Pietro: Quanto a isso menina Mai, ele nunca vai mudar.
Formos para a mesa de jantar onde tinha um verdadeiro banquete de lanche da tarde, nós servimos e eu comecei a contar sobre o que descobrimos, claro, a reação deles foi de muita surpresa. Christian mais comia do que falava, na verdade, ele praticamente acabou com o lanche.
Berenice: Come devagar. Parece que voltou da guerra. - o repreendeu.
Christian: Desculpa vovó. Estava com saudades do seu tempero. Sei que quando aviso que estou vindo, é a senhora que prepara tudo. - tocou na mão dela por cima da mesa.
Berenice sorriu.
Maite: Está uma delícia vovó. - falei terminando de tomar o suco do meu copo. Observei ela abrir um outro sorriso gigante para mim.
Pietro: Eu me lembro daquela noite - falou sério de repente - Berenice estava em New York para um desfile na qual foi convidada, ia voltar em alguns dias, naquela noite eu estava sozinho, tinha dispensado todos os empregados. Da janela do meu quarto fiquei fumando e observando a fazenda vizinha, quando de repente, começou aparecer muitas viaturas e até uma ambulância no vizinho, fiquei sem entender, porque não tinha ninguém lá e era de madrugada. A família tinha ido a Portland à alguns dias, tinham até dispensado os empregados também, como estava curioso, fui até lá e quando cheguei...- fez uma pausa me encarando.
Christian: O quê, vovô?
Maite: O que o senhor viu?
Pietro: Eu vi Jennifer, a mulher de Jaime caída ao chão, sem sentidos, completamente ensaguentada enquanto era socorrida pelos paramédicos. Ninguém ali conseguiu me dizer o que aconteceu, os policiais falaram que receberam uma denuncia anônima que tinha uma mulher morta na fazenda e vieram checar. Mas ela não estava morta obviamente. Também não encontrei a criança que ela carregava no ventre. Me mandaram voltar para casa já que já tinha falado com o marido dela e ele estava a caminho do hospital. Os dias se passaram e quando enfim, Jaime, Ana Brenda e Jennifer voltaram para casa, voltaram sem o bebê. Eles disseram que a bebê tinha morrido. Apenas isso.
Berenice: Nunca formos amigos dos vizinhos, mas sempre tivemos uma boa relação por causa de Christian e Ana Brenda que viviam brincando pelas duas fazendas. Por isso, não sabemos o que aconteceu com a criança que ela carregava. Todas as vezes que Jennifer vinha buscar Ana, ela passava a mão na barriga grande e sorria para mim, sem dúvidas, ela estava tão feliz. E quando a bebê morreu, todo o brilho dela se apagou. Ela vivia enfurnada na própria fazenda, não saia para nada. E quando saia parecia uma zumbi andando por aí, ela nunca mais foi a mesma.
Pietro: Ela tem uma irmã gêmea, não é? Essa irmã não sabe sobre isso?
Maite: Não. Elizabeth, a irmã dela, desde que Jennifer saiu de Chicago nunca mais foram próximas, ela se afastou da irmã antes mesmo dela engravidar. E seja lá o que tenha acontecido, depois disso, ela se afastou ainda mais da irmã.
Christian: Estou tão curioso para saber o que aconteceu.
Maite: Eu ainda mais. - balancei a cabeça e Christian se inclinou me dando um beijo no rosto.
Pietro: Amanhã terá respostas.
{...}
Dulce: Você chegou bem, certo?
Maite: Sim, não se preocupe. Amanhã vou saber de tudo. - falei olhando pela janela toda a fazenda de Christian do quarto dele.
Dulce: Sei que a presença de Christian vai ser melhor do que a minha amanhã.
Ri.
Maite: Ciúmes? - segurei mais firme o celular na orelha.
Dulce: Não. Sei que seja lá o que souber amanhã, Christian vai está do seu lado.
Maite: Sim. É verdade. E minha sobrinha?
Dulce: Está com Eddy. Ele está dando o jantar dela na sala. Por favor, s..- ouvi uma barulho de algo caindo e Christopher rindo ao fundo - Para! - ela riu em seguida - Mai, vou desligar. Vou bater na cabeça de Christopher agora, ele derrubou a TV do quarto.
Maite: Ok. - ri - Amanhã mando notícias.
Desligamos e eu fiquei parada ainda admirando a vista da fazenda. Ouvi Christian sair do banheiro e se aproximar de mim, sorri sentindo os braços dele ao redor da minha cintura, estava completamente molhado.
Maite: Não vai colocar uma roupa?
Christian: Não. - beijou meu rosto - Estou bem assim. Você viu a mensagem no meu celular? - me virou me fazendo olhar para ele.
Maite: Não. O quê tem para ver?
Christian: Ana disse que Jennifer está chegando amanhã, ela inventou que estava doente. Quando se trata da Ana, ela larga tudo para ir atrás dela.
Respirei fundo.
Maite: Não nós gostamos de primeira, acha que isso vai mudar?
Christian: Se eu acho? É uma certeza. Amanhã só vamos confirmar. - me abraçou ainda mais - Aquela família sofreu demais sem você. Vai ser um alívio quando souberem que está viva.
Maite: E a criança no túmulo?
Christian: Ana pediu para abrirem amanhã e fazer um DNA. Tudo vai ser esclarecido assim que amanhecer.
Maite: Certo. Vamos ficar lá embaixo com os seus avós? Quero distrair minha cabeça um pouco.
Christian: Eu posso distrai-la. - falou beijando meu pescoço.
Maite: Para! - riu - Estou com saudades deles. Quero ficar o tempo que puder com eles. Também os considero meus próprios avós.
Christian: Você sabe que eles querem um bisneto, né?
Maite: Hum. Sei. Mas só vamos ter filhos daqui alguns anos. E depois do casamento. - levantei a cabeça decidida.
Christian: Enquanto isso não acontece, podemos praticar, não? - me puxou mais para si. - Assim vamos saber fazer eles muito bem. - sorriu.
Maite: Mais tarde senhor Chávez. Mais tarde. - me afastei dele - Agora se troca, vou está esperando você junto com seus avós.
Sai do quarto sorrindo.
{...}
Dia Seguinte...
Estávamos no hospital as 07:00 ponto, Ana Brenda estava com o resultado em mãos, ainda não tinha aberto. Ela me olhava nervosa, meu coração só faltava sair pelo boca. Christian segurava na minha mão firmemente. Olhavamos uma para a outra desde que pegou o resultado alguns minutos.
Nesse momento, toda a minha vida passou pela minha cabeça. Desde do momento que cresci com Dulce, sempre juntas, dos maus tratos, até o momento de agora, que encarava Ana Brenda.
Ana Brenda: Vou abrir. - falou rasgando o envelope devagar. Suas mãos tremiam quando ela retirou o papel branco e começou a ler, então, seus olhos encheram de lágrimas e o corpo começou a tremer, seus olhos procuraram os meus e ali antes dela abrir a boca, soube da resposta - Positivo. Você é mesmo minha irmã. - avançou em cima de mim. - Irmã! Minha irmã! Você é minha irmãzinha.
Me agarrei à ela começando a chorar.
Maite: Não posso acreditar! Não posso acreditar Ana. - apertei ela em meus braços.
Ana Brenda: Você é minha irmã! Minha irmãzinha. - se afastou o suficiente para beijar todo o meu rosto. - Eu te amo Mai. Eu te amo muito. Muito. Muito.
Maite: Também te amo Ana. Também te amo muito. Muito. - sorri em meio as lágrimas e voltei abraça-la.
Senti os braços de Christian e ele nós abraçou enquanto chorávamos, o que só me fez chorar ainda mais. Depois de um tempo, ele se afastou e eu desfiz o abraço dela limpando o meu rosto, ela fez o mesmo. Não paravámos de sorrir.
O celular dela tocou.
Ana Brenda: Sim? - atendeu me olhando - Sim, pai. Estou indo. - desligou em seguida - Nossa mãe já está na fazenda. Preparada para conhecê-los?
Maite: Jennifer já a conheço. - murmurei.
Ana Brenda: Conhecê-la de verdade. - tocou no meu ombro. - E vamos saber o que raios aconteceu. - me abraçou.
Christian: Vamos? - tocou no meu braço.
Assenti.
Voltamos para o carro, Christian dirigia e Ana e eu íamos atrás. Durante o caminho mandei uma mensagem para Dulce e Zoraida confirmando o exame e voltei minha atenção para minha... irmã, meu Deus! Eu tinha mesmo uma irmã de sangue. Ela me olhava completamente encantada e voltou a me abraçar, dessa vez, apertado.
Entramos na fazenda de Ana Brenda e minutos depois, saímos do veículo entrando na casa. Era tão grande e luxuosa quanto a mansão ao lado, dos avós de Christian. A segunda coisa que percebi foi Jennifer, sentada no sofá tomando algo numa xícara de porcelana completamente relaxada, ao lado dela estava um homem alto, muito bem vestido, os cabelos alguns fios brancos o que dava um certo charme. Ana Brenda era muito parecida com ele. Era bem notável. Ambos conversavam distraidamente, mas assim que entramos, a conversa deles parou na hora.
Engoli em seco.
Jaime: Ana Brenda Perroni Contreras Camil, posso saber por quê mentiu para sua mãe dizendo que estava doente? - perguntou sério.
Jennifer: Pelo que vejo está muito mais que bem. - deixou a xícara na mesa de centro - Por que fez isso? Não é do seu feitio mentir.
Ana Brenda: Desculpa mentir. Mas foi necessário. Só assim para você vir com urgência mãe. - se aproximou dela lentamente - Precisamos conversar e o assunto é extremamente sério.
Jaime: Olá, Christian. Tudo bem? - o cumprimentou e em seguida focou os olhos em mim - Olá, jovem. - sorriu.
Meu coração deu um salto.
Não consegui falar nada.
Christian: Oii senhor Camil. Estou bem sim.
Jaime: Quem é essa jovem? Suponho que seja sua famosa namorada.
Christian: Minha noiva. Maite. - o corrigiu.
Jaime: Bem vinda Maite. Fiquem a vontade! - indicou o sofá na qual Christian me puxou ficando ao meu lado em seguida.
Jennifer: Você de novo! - me encarou sem demonstrar reação.- Qual é o assunto dessa conversa tão séria e urgente. - encarou a filha.
Ana Brenda sentou ao lado dela segurando nas mãos da mãe
Ana Brenda: E se por acaso minha irmã estiver viva?
Jaime: Que absurdo é esse Ana Brenda? - levantou do sofá irritado - Você ficou louca? - a encarou extremante sério.
Jennifer: Por que trazer esse assunto agora? - perguntou tirando as mãos da filha - Era esse o assunto? Por que mexer nisso? - balançou a cabeça.
Ana Brenda: Não estou louca! O que estou querendo dizer é que ela, a minha irmã está viva. Está viva.
Jaime: CHEGA! - gritou sem paciência e eu me encolhi - Nunca falamos desse assunto e nunca vamos falar. Sua irmã está morta. Morta. Você sabe disso. Acabou essa conversa de uma vez por todas. - falou começando a sair da sala.
Ana Brenda: Não está! Ela está viva e está aqui nessa sala. - ele parou de andar e a encarou assustado - A minha irmã é aquela mulher - apontou para mim e em seguida retirou da bolsa o exame - E aqui é a prova.
Jennifer: O quê? - me encarou com os olhos arregalados e a boca aberta.
Christian apertou minha mão.
Jaime: Do que está falando? - encarou o papel das mãos dela.
Ana Brenda: O sonho era mentira, eu só precisava do seu sangue para o teste e ele deu positivo pai. Maite é sua filha, filha da minha mãe e minha irmã.
Jennifer: C..om..o? - guaguejou.
Ana Brenda: Eu não sei o que aconteceu, mas minha irmã não morreu, ela está viva e ela é a Maite.
Jaime: Impossível! - num passo arrancou o papel das mãos de Ana e começou a ler, quando por fim terminou a leitura, seu corpo inteiro tremia. - Não...- murmurou em choque.
Jennifer: Não é verdade..- falou me encarando e balançando a cabeça - Minha filha está morta.
Ana Brenda: Não. Não está. Ela é a Maite. Mãe. Ela é a Maite. - tocou no ombro da mãe delicadamente.
Jaime jogou o papel ao chão e se aproximou me levantando do sofá passando suas mãos em volta dos meus braços procurando algo em mim desesperadamente. Seus olhos estavam repletos de água, eu apenas o encarava nervosa demais para falar algo.
Jaime: Você... você...minha be..bê - seus olhos escuros encontraram os meus e ele não segurou mais o choro - Filha! - me abraçou fortemente. - Filha!
Maite: Oii..- foi a única coisa que consegui murmurar antes de voltar a chorar. Jaime me apertava em seus braços me sufocando completamente, suas mãos foram para o meu cabelo como uma carícia.
Depois de alguns minutos ouvindo apenas nossos choros e abraçados, ele se afastou o suficiente para segurar o meu rosto com as duas mãos.
Jaime: Minha bebê, é você. Minha bebê. - sorriu em meio as lágrimas - Você é tão linda. Tão linda. Tão linda. - voltou a me abraçar novamente. - Me desculpa, por favor, me desculpa. Me desculpa. Me desculpa. Me desculpa.
Maite: Está tudo bem. Você não tem culpa. - murmurei.
Jaime: A culpa é minha sim. Você se foi por minha culpa - chorou ainda mais.
Maite: Agora está tudo bem. Eu estou aqui. Não pense mais assim. Estou aqui.
Um forte choro alto o suficiente me fez abrir os olhos e encontrar Jennifer aos plantos sendo consolada por Ana, a mulher idêntica a Elizabeth não parava de chorar enquanto me olhava. Jaime se afastou um pouco e a encarou.
Jaime: É a nossa menina...- murmurou. - Ela voltou. Ela voltou Jen. Ela voltou.
O corpo inteiro de Jennifer tremia, era nítido que ela não conseguia levantar de tanta emoção, automaticamente meus pés andaram em direção à ela e quando meu corpo foi de encontro ao dela num abraço, Jennifer soltou um grito baixo de dor enquanto me sufocava num abraço. Minha garganta ardeu e chorei como nunca tinha chorado até aquele momento.
Naquele abraço me senti em casa. Senti como se estivesse a semanas andando pela neve no extremo frio, mas encontro no meio do caminho uma casa e quando entro nela está quentinha e confortável aquecendo meu corpo e meu coração. Aquela mulher era minha mãe. Ela era minha mãe. Meu corpo e meu coração reconhecia isso. Falando em coração, esse só faltava sair do meu peito. Assim como o dela.
Ficamos por muito tempo abraçadas, assim como Jaime, ela pediu milhares de vezes desculpas em meio ao choro descontrolado. Pude sentir os braços de Jaime em volta do meu. Ele abraçava nós duas firmemente. Ficamos por mais um longo tempo assim. Quando nós afastamos, limpei meu rosto, mas logo senti os abraço dos dois em mim.
Sorri.
Ana Brenda olhava emocionada para a cena de nós três. Christian não era muito diferente. Jennifer acariciou o meu rosto plantando um longo beijo na minha bochecha em seguida. Jaime segurou na minha mãe direita e Jennifer na minha mão esquerda. Eu estava no meio dos dois no sofá.
Ana Brenda: Agora que estamos mais calmos, por favor, contem o que aconteceu a mais de vinte anos atrás.
Jaime: A culpa é minha. - balançou.
Maite: Por que sempre fala isso? O que aconteceu? - o encarei.
Jennifer: A culpa não é dele. - pigarreou - Nunca foi. - segurou firmemente minha mão - Seu pai tinha um melhor amigo, se conheceram na faculdade e ele participou de tudo das nossas vidas, antes mesmo de eu conhecer Jaime, os dois já eram melhores amigos, seu confiava muito nele, para o seu pai esse homem era como um irmão. Mas nunca gostei dele. Nunca.
Ana Brenda: O tio Javier? - franziu o cenho - Lembro dele. Mas ele sumiu e com o tempo esqueci dele.
Jaime: Não o chame assim. - a repreendeu.
Ana Brenda assentiu.
Jennifer: Sempre achei ele muito forçado e falso, além de que ele parecia gostar até demais de mim. Quando eu falava isso para o Jaime, ele dizia que era coisa da minha cabeça, que aquele homem era assim mesmo. Tudo bem. Esse homem era médico, não tinha família e filhos, era sempre sozinho e por isso sempre que podia ficava enfurnado aqui. - ela fez uma pequena pausa olhando acariciando minha mão - Quando engravidei ficamos muito felizes, porque o bebê era planejado, mesmo eu sendo muito jovem, eu não via a hora de aumentar ainda mais a família, dar um irmã para minha Ana. Todos ficamos felizes, menos Javier. Apesar de tentar disfarçar, eu notei que ele foi bem falso fingindo se alegrar com a notícia.
Ela fechou olhos e voltou a falar.
Jennifer: Durante a gravidez foi os melhores meses da minha vida e quando descobrimos que era uma menina a felicidade só se contemplou, nesse tempo, também descobri que minha irmã estava grávida e enfim, tínhamos engravidado praticamente ao mesmo tempo. E Javier sempre em volta de mim, mas ele sabia que eu não gostava dele e nunca ia dar nenhum tipo de brecha. Aos oito meses de gestação, Jaime precisava ir à Portland e Ana e eu íamos juntos, porém, no dia da viagem acordei bem indisposta, Jaime não conseguiu cancelar o compromisso de trabalho e teria que ir. Ana estava muito animada com a viagem, então, para não deixá-la triste, optamos que ela ia como era planejado desde do início. Como eu ia nesse viagem, não tinha nenhum empregado na casa, ele até tentou chamar alguém, porém, eu intervi, quis deixar pelo menos aquele dia todos descansarem, então eu ficaria sozinha.
Jaime: Ela jurava que já estava melhor, mas achou melhor não ir mais porque o mal estar poderia voltar, ela ia dormir o dia inteiro e se algo acontecesse, ela estava com o celular. E os empregados no dia seguinte iam voltar, então, confiando nisso, sai em viagem com Ana até Portland. Realmente não consegui desmarcar. Meus pensamentos estavam só nas duas.
Jennifer: O resto do dia foi tranquilo, mas chegou a noite e uma chuva horrível chegou junto. - ela me olhava nós olhos - De repente, você ficou muito agitada e com fome, comecei a descer as escadas, tropeci e..cai feio até o chão, foi uma queda bem séria, a ponto de entrar em trabalho de parto na hora.
Ana Brenda: Meu Deus! E a senhora estava sem celular, não é? - olhou para a mãe de forma angustiante.
Jennifer: Eu estava sim com o celular, seu pai me fez prometer que eu ia andar pela casa com ele grudado em mim e foi isso que fiz, porém, quando peguei o celular para ligar para emergência mediante a tanta dor, percebi que estava sem sinal por causa da forte chuva. Naquela hora entrei em desespero, foi a segunda pior dor da minha vida. - voltou a me encarar - Eu gritava de dor, você não se mexia, eu não conseguia te sentir, o meu desespero naquela hora foi alucinante, nunca tive tanto medo na vida.
Jaime: E como sempre tivemos uma ligação, senti que poderia está acontecendo alguma coisa já que quando eu tentava ligar, parecia está desligado, mas na verdade, ela estava sem sinal. Foi quando tive a pior ideia da minha vida de ligar para esse mostro que era como um irmão para mim e implorar para ele verificar se Jennifer estava bem. Ele aceitou e disse que logo ligaria para mim.
Jennifer: Eu comecei a sentir uma pressão e quando vi, você estava querendo sair. Entrei literalmente em pânico e eu mesma fiz o próprio parto, a sorte era que você estava na posição correta. Eu te pari ali sozinha, em meio a grito, dor e desespero, naquela escada - apontou com a cabeça - Eu consegui te colocar no mundo, nesse momento já estava muito fraca e ainda sentia uma dor absurda, minha respiração estava falha e...minha visão começou a ficar embaçada, quando consegui te pegar pela primeira vez, não consegui enxergar seu rosto, mas percebi que estava repleta de sangue, muito sangue mesmo, percebi também um poça na minha frente, não era normal e pelos meus sintomas, sabia que poderia está morrendo naquele momento. Não consegui ouvir seu choro. Te coloquei no meu peito como se a tivesse protegendo. A única coisa que consegui perceber antes de apagar de vez, foi Javier entrando aqui e gritar meu nome em desespero. Depois disso...- a voz embargou e ela respirou fundo.
Jaime: Ao invés de receber a ligação de Javier, recebi uma ligação da polícia, Jennifer estava no hospital numa sala de cirurgia, ela sofreu um trauma com a queda e estava em estado grave. Naquele momento meu mundo caiu, perguntei da minha filha, mas nenhum souberam me informar onde você estava...- ele voltou a chorar - Peguei Ana e voltamos no primeiro vôo, quando cheguei no hospital, a polícia me aguardava e eles me levaram para uma sala de um médico, lá eles me informaram que Javier, estava sendo a muito tempo procurado por tráfico internacional humano. Especialmente de órgãos e que ele foi pego tentando fugir com uma bebê recém nascida, a polícia o encurralou, mas ele não parou, o carro que ele estava capotou e...- o choro compulsivo voltou.
Maite: Estou aqui. Estou aqui. - o abracei tentando acalma-lo.
Jaime: Tudo que recebi foi um corpo carbonizado de uma recém nascida, não aguentei nem mesmo olhar. Jennifer ficou em coma e eu tive que enterrar o que sobrou da minha filha sozinho. Enquanto enfrentava tudo isso, as cenas de Jennifer me alertando sobre ele não parava de rodar na minha mente. Ela me falou tantas vezes sobre ele, mas eu nunca dei ouvidos e tudo aquilo aconteceu. Ele tentou roubar minha filha e a matou, aquele monstro a matou. E tudo por culpa minha que não ouvi o que sua mãe tanto falava. A culpa foi minha. Só minha.
Jennifer: Fiquei poucos dias em coma e quando acordei, seu pai me deu a pior notícia da minha vida. - lágrimas desciam por seu rosto - Eu entrei em depressão, nunca mais fui a mesma desde do dia que acordei. Voltei para casa e parecia uma zumbi. O nosso casamento não suportou tanta dor e nós divorciamos. E eu fui embora. E virei outra mulher.
Maite: Céus! Então eu fui traficada? E como eu parei num orfanato no Brasil?
Christian: Ainda não sabemos. Ainda estou atrás dessa resposta.
Ana Brenda: Meu Deus! Já que lhe entregaram uma bebê carbonizada já que estava com aquele monstro no carro, supunha que Maite não era a única bebê recém nascida naquela noite com ele. - falou olhando Jaime - E de alguma forma, ela parou no Brasil, enquanto essa bebê que estava com ele na hora morreu e deduziram ser a Mai. Já que ele roubou ela aqui, não tinha porque deduzir de outra forma.
Chistian: Sim. Obviamente foi bem assim que aconteceu. - falou sério - E quem fez a denuncia anônima informando que Jennifer estava morta?
Ana Brenda: É um mistério. Um que ainda vou descobrir.
Maite: É surreal.
Jennifer: Você está aqui filha. Minha filha. - me abraçou apertado.
Maite: Estou aqui e não vou sair de perto de vocês nunca mais. - garanti abraçando as duas pessoas que acabo de descobrir que são de fato meus..pais
Estou postando bem aos poucos porque ainda não estou preparada para o final...
Quem aí usa o Wattapad? Vou migrar pra lá. Inclusive já até postei uma nova fanfic por lá e o prólogo, como aqui, os capítulos irão sair aos poucos. Por favor, se vocês tiverem conta lá, dêem uma passada pela minha nova fanfic, acho que irão gostar muito.
Nome: Love Is Love
Meu usuário lá é: Talitaaa10.
Espero vocês por lá!
Obs: Aqui não falta muito pra acabar...
Autor(a): tatayvondy
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Dulce Maria Meus lábios estavam colados nos de Christopher como se estivesse grudados com cola. Não deveria ser mais que nove horas da manhã, mas desde que acordamos estavamos de amassos. Era tão bom está assim, naquele momento esqueciamos tudo à nossa volta. Naquele momento parecia que só existia nós d ...
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1714
Para comentar, você deve estar logado no site.
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jessica_dos_santos__conde_ Postado em 15/11/2024 - 13:29:56
Está tudo bem , não vai mais continuar com a história?
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jessica_dos_santos__conde_ Postado em 11/09/2024 - 10:46:34
Quando terá novas atualizações ?... Saudades
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Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 15:01:30
Eu estou achando que vamos sofrer muito nesta temporada espero que sejam poucos capítulos
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Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 07:10:06
Continua
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taianetcn1992 Postado em 08/06/2024 - 03:10:57
Dulce vc sossega hein
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:42
Aiaiaia
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vondy_eternamenty Postado em 09/05/2024 - 19:18:43
Continua por favor esta ótima
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:29
Continuando*-*
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Vondy Forever Postado em 06/05/2024 - 10:35:05
Continua por favor
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:14
Continuando *-*
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Srta Vondy ♥ Postado em 21/04/2024 - 22:44:45
Entendo de verdade o quão importante é a carreira da Dul, que emergências acontecem (principalmente num hospital), que p carreira que ela escolheu tem que abrir mão de muita coisa, principalmente de momento em família, de verdade entendo tudo isso, mas n me entra na cabeça o quão ''relapsa'' ou melhor relaxada ela se tornou em relação ao sentimento das meninas de saber que as filhas criam esperanças baseada na confirmação dela, ficam ansiosas esperando, se decepcionam, choram, são acalmadas, perdoam ela e depois tudo se repete novamente, sei que existe o contra-peso de uma vida que ''depende'' dela, mas mesmo assim sabe ? E ainda acha o Uckermann errado por cobrar isso dela, sendo que sobra p ele toda essa bomba nos momentos especiais das meninas Fora que acho que será um problema o novo médico e a possível entrada da Belinda na empresa do Christopher, e o segredo que a Dul guarda que até agora n deu as caras.. Ansiossima p os próximos capítulos, some mais não, por favor Continuaaaa <3
tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:55:18
Os anos passaram e ela mudou muito, nem parece aquela menina de antes. Só acho que ela deveria parar de fazer essas promessas, já que é difícil de cumprir. Ela não gosta de ser cobrada, porque ela sabe que está errada. Esse novo médico ainda vai causar problemas não só no casamento dela, mas na relação das meninas tbm, assim como Belinda, Dulce que se cuide...e esse segredo? Chuta o que seja? Estava com saudades dos seus comentários*-* vou tentar postar com frequência, continuando!!!!!
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vondy_eternamenty Postado em 20/04/2024 - 22:05:48
nossa que saudades eu estava de vc continua
tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:47:22
Tbm estava com saudades *-*
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taianetcn1992 Postado em 18/09/2023 - 07:49:08
mais mais mais