Dulce Maria

Alguns dias depois...

Terminei de passar o batom e me encarei no espelho. Ia para a casa da minha mãe com Maria Paula, Christopher ia mais tarde, na hora do jantar. Desde que Christovão devolveu todo o dinheiro e foi na mídia revelar a verdade para que todos nós parassem de ser atacados, o trabalho de Christopher aumentou, ele queria que Christovão respondesse em juízo tudo o que fez. Mas Alexandra se intrometeu não permitindo isso.

Apesar de todos os esforços de Alexandra, Christopher está irredutível sobre Christovão e ninguém o condena. Todos da família souberam de tudo e perdoaram Christovão, quase tudo voltou a ser como antes de serem roubados. Aos poucos Lucy, Julie e Zoraida estão aceitando Christovão. Faz poucos dias que Richard, Alexandra e Christovão viajaram. Os dois queriam passar um tempo juntos com o filho mais novo como nunca passaram antes. Foram para Angra mesmo. Para Richard e Alexandra, tudo o que o caçula fez já está perdoado, passaram literalmente uma borracha por cima.

E eu como mãe, os entendo.

Peguei a bolsa de Maria Paula no closet e sai do quarto, nem Eddy e nem Zoraida estavam no apartamento. Ambos estavam em seus devidos trabalhos, desde que tudo foi esclarecido Zoraida voltou a ter muitos trabalhos de modelo. Ela está aproveitando bem o tempo perdido.

Falando em apartamento, íamos voltar para a cobertura, porém, Christopher fez questão de mandar trocar todos os móveis e a decoração de tudo. Ele não queria nem respirar perto de Christovão, quem dirá ficar com as mesmas coisas que Christovão fez questão. A única coisa que ele não mandou trocar foi o quarto da nossa filha. Está do mesmo jeito que tínhamos mandado fazer. Em alguns dias, tudo estaria pronto e voltaríamos.

Dulce: Já vou amor. - falei me aproximando dele e de Maria Paula que estava dormindo na cadeirinha própria para carro ao lado do pai no sofá.

Christopher: Vou depois. - suspirou - Tenho muita coisa para resolver. - falou de mau humor dando uma pausa no tablet nas mãos - Aproveitem o resto do dia com minha sogra. - sorriu.

Dulce: Ela mandou cozinhar seu prato favorito. - sorri. - Ela está te mimando.

Christopher: Sou o genro preferido dela.

Dulce: Você é o único genro dela. - ri.

Christopher: Por isso mesmo. - tocou na mãozinha da nossa filha - Ela vai ser passada de mão em mão como sempre, papai já está com saudades. - se inclinou beijando nossa filha.

Dulce: Até mais tarde. - me inclinei pegando a cadeirinha com uma mão enquanto com a outra segurava a bolsa.

O celular de Christopher tocou e ele bufou atendendo a chamada, antes disso, se inclinou me dando um selinho rápido e voltou sua atenção para o trabalho. Sai do apartamento e no hall o motorista me esperava. Coloquei minha filha em segurança no carro e em seguida, o carro deu a partida.

{...}

Quando cheguei na casa da minha mãe, notei alguns carros parados em frente. Sai do carro com minha filha ainda adormecida e entrei na casa vendo minha mãe, irmão, Maite, Christian, Jennifer, Jaime e Ana Brenda na sala conversando e rindo. 

Poncho: Agora sim nossa família está completa. - falou sorridente se levantando e caminhando em minha direção - Oh, minha gorfiazinha está tão linda dormindo. 

Elizabeth: Quase completa. Falta Christopher. - também se aproximou e me abraçou em seguida. 

Dulce: Ele vêm para o jantar. Está muito ocupado agora.

Poncho: A gente sabe. 

Elizabeth: Quer deixar ela lá em cima? 

Dulce: Sim. É melhor. Ela adormeceu depois que mamou. 

Poncho: Eu levo ela para o berço. 

Dulce: Obrigada irmão. - sorri entregando minha filha para ele. Observamos ele subir com minha filha, fui em direção da Mai abraçando-a.

Dulce: Estava com saudades, sabia?

Maite: Desculpa gatinha..- me abraçou de volta - Também senti sua falta e da Zora. Mais a que mais senti falta foi da Maria, quando ela acordar, vou ser a primeira pegar ela.

Ana Brenda: Entra na fila irmã. 

Maite: Engraçadinha. - revirou os olhos brincando - Dul, a minha mãe você já conhece muito bem porque é a cara da sua mãe. - sorriu para Jennifer que sorriu de volta - Mas esse é o meu pai. - me apresentou ao bonito coroa na qual Ana Brenda se parecia demais.

Ana Brenda: Ele é meu pai também..- fingiu ciúmes. 

Jennifer e Elizabeth riram.

Elizabeth: O ciúmes não muda, não é?

Jaime: Nunca vai mudar. É um prazer finalmente conhecer a famosa Dulce, antes da Mai começar a falar, Ana Brenda falava muito sobre você. - sorriu para mim - Parabéns pela bebê. Ela é linda demais.

Dulce: É um prazer conhecê-lo tio. Posso chamá-lo de tio...? - hesitei.

Ele riu concordando.

Jaime: Você deve querida. - se aproximou para me dar um longo abraço - É como uma irmã para Maite e Ana, então, é minha filha também.

Dulce: Obrigada pelos elogios. - sorri. 

Elizabeth: Minha neta é linda mesma. Assim como minha filha. 

Jennifer: Muito fofa. As duas. - concordou. - Quando será que seremos avós? - encarou Jaime.

Jaime: Acho que estou muito novo para ser avô e você também. - falou olhando Christian de lado fazendo o mesmo rir.

Christian: Daqui alguns anos sogro.

Maite: Coloca anos nisso. - concordou.

Jennifer: Mas filhas, por favor, não demorem tanto. Elizabeth já é avó e eu não. - balançou a cabeça inconformada.

Elizabeth: Não vamos começar com esse assunto de novo Jennifer. - revirou os olhos. 

Poncho voltou para a sala segurando a babá eletrônica e sentou ao meu lado.

Poncho: Está dormindo como um anjinho no quarto dela. - colocou a babá eletrônica na mesa de centro. - Já que é a primeira vez que nossa família está completa. - observou todos - Gostaria que ficassemos sempre assim. Eu cresci querendo muito que isso acontecesse um dia e hoje temos a oportunidade disso. Tia..- encarou Jennifer - Por favor, não se afaste mais da gente.

Jennifer: Gostaria de pedir desculpas por todos esses anos longe, só afastando todos vocês. Eu mergulhei na minha própria dor e ignorei a dor da minha irmã que de certa forma, também tinha perdido uma filha. Então, espero que não seja tarde demais para recomeçar e em fim, poder sermos uma família de verdade.

Ana Brenda: Claro que não é tarde demais mãe. Agora nossa família está completa como deveria ser. - sorriu.

Elizabeth: Eu nunca tive raiva de você Jenn. Nunca. Você é minha irmã. Minha gêmea idêntica. Sempre respeitei seu espaço. Seu jeito. E no fundo, eu sabia que uma hora você ia ser próxima de mim de novo.

Jennifer: Não me faça chorar - falou com voz embargada sendo abraçada por Maite e Ana Brenda. - Agora realmente sinto que estou completa. - abraçou as duas filhas dando um beijo em cada uma e encarou a irmã amorasamente.

Minha mãe retribuiu o olhar, enquanto me abraçava e beijava da mesma forma que elas.

Christian: Incrível. Somos uma só família. - sorriu.

Poncho: E eu mãe? - fingiu ciúmes - Só quer saber da ardilla e eu? 

Ri.

Dulce: Vêm cá ciumento. - o puxei para um abraço apertado.

Poncho: Sou mesmo. - fez um enorme bico. 

Nossa mãe nos abraçou ao mesmo tempo soltando um longo suspiro.

Elizabeth: Em fim! - sussurrou.

{...}

Todos estávamos envolta da mesa de jantar conversando. Christopher tinha chegado a poucos minutos. Nesse meio tempo Maria Paula ficou sendo passada de mão em mão. Agora na hora do jantar, ela estava no colo da minha mãe com a chupeta na boca quietinha. O barulho era inevitável, a conversa e as risadas altas eram agradáveis.

Minha mãe e minha tia Jennifer, revelavam como as duas eram na infância e o quanto sentiam saudades de implicar uma com a outra, as duas relembravam aquela época. O jantar fluiu muito bem. Por algum momento, fiquei apenas observando aquela família e mal podia acreditar que era a minha família. Era tão surreal.

Senti a mão de Christopher apertando a minha por cima da mesa e o encarei sorrindo. Ele se inclinou me dando um beijo na bochecha. Algum tempo depois, Maria Paula começou a chorar enjoadinha coçando os olhinhos. Saímos da sala de jantar e voltamos para a sala de estar, dei de mamar e minha filha dormiu em seguida. 

Eu mesma ia levá-la para o quarto dela, mas Poncho fez questão. Eu amava demais o meu irmão. E amava ainda mais pelo fato dele ser louco pela sobrinha. Era um titio babão. Quando ele subiu e retornou mais uma vez com a babá eletrônica, nossa mãe quis que fossemos para o jardim, onde tinha uma garrafa de champanhe no baldo de gelo, e algumas taças, incluindo uma com um suco.

Jennifer: Meu champanhe favorito - falou enquanto pegava a garrafa - Obrigada Eliz. - sorriu.

Jaime: Por quê aqui fora?

Elizabeth: Porque eu quero fazer uma foto com todo mundo e quero que o fundo seja esse jardim. - deu um leve sorriso - Quando comprei essa casa, comprei com o pensamento que um dia toda a minha família estaria reunida nesse jardim. E hoje isso é um fato.

Ana Brenda: Eu faço uma selfie. - falou pegando o celular.

Christian: Espera, abra o champanhe primeiro. - falou olhando a garrafa nas mãos de Jennifer.

Maite: Deixa de ser cachaceiro. - riu o empurrando levemente.

Jennifer: É melhor abrirmos mesmo. - tentou abrir, mas Poncho pegou a garrafa antes. - Eiiii

Poncho: Eu faço isso tia. - deixou a babá eletrônica na mesinha e abriu a garrafa. 

Jaime distribuiu as taças e Poncho colocou o álcool. Como eu não bebia, a taça com suco era minha. Fizemos um brinde e em seguida fizemos várias fotos juntos. Sentamos nas espreguiçadeiras ao lado da piscina e continuamos conversando. Eu fiquei por cima de Christopher na espreguiçadeira durante um bom tempo.

Fechei os olhos sentindo a carícia dele na minha cabeça, o encarei e ele se inclinou me dando um beijinho. Mais um tempo se passou, até eu me inclinar e pegar a babá eletrônica em cima da mesa para dar uma olhadinha na minha filha que naquela hora, sabíamos que dormiria o restante da noite inteira, mas quando meus olhos focaram no berço meu coração palpitou.

Levantei num pulo com as mãos trêmulas.

O berço estava vazio.

Christopher não deixou nem Christovão falar!

O que acham da atitude dele? Está correto?

E esse final? 

Maria Paula...

Para quem ainda não está acompanhando no Wattpad, já postei o 6 capítulo de Love Is Love. O Christopher de lá é MUITO diferente do Christopher daqui rsrs.

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