Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

2 Semanas Depois..

Além de uma lesão na cabeça, na qual precisou de uma complexa cirurgia, Christovão também levou 2 tiros no abdome, teve 4 costelas quebradas, 1 braço e 1 perna quebradas e 1 entorse no tornozelo. Durante uma semana o estado dele era muito crítico e sofreu, não uma, mais três paradas cardíacas e em seguida ficou em coma por quatro dias. Faz exatos 3 dias que ele acordou e pela bateria de exames feitos, o resultado mostrou que o pior já passou e ele ia ficar bem. Ou seja, Christovão quase morreu e isso porque salvou a vida da minha filha.

Nessas últimas semanas me fez repensar em tudo o que ele fez comigo. E o resultado, não poderia ser outro.

Alguém que estava arrependido de todo mal que causou e que salva a vida da minha filha, eu não poderia ter outra escolha a não ser perdoa-lo de todo o meu coração. O preço que ele pagou por ter salvado a sobrinha é o suficiente para demonstrar o quanto o arrependimento dele era sincero e absoluto. Eu acreditava no arrependimento e em segundas chances, mas somente para aqueles que sinceramente querem mudar e que nunca mais irão cometer os mesmos erros. No tanto, isso era eu. Dulce Maria. Já Christopher, era outra história, era muito complicado porque ele não queria perdoa-lo de jeito nenhum e não entendia como eu conseguia fazer isso.

Christopher: Eu já disse que não, Dulce! - falou sério encarando o computador - Se veio aqui somente para falar sobre isso, pode sair por favor? Tenho mais o que fazer. - falou mau humorado e se concentrou na tela em sua frente.

Dulce: Christopher! Para com isso! - bufei - O que custa agradece-lo?

Christopher: Agradece-lo? - repetiu abismado - Você se esqueceu o que ele fez com você? Com nós dois?

Dulce: Sim!

Christopher: O quê? Eu não ouvi isso não - riu em choque.

Dulce: Christopher, ele salvou a vida da nossa filha. Tem noção disso?

Christopher: E por causa disso eu tenho que agradece-lo? Se quer mesmo saber, ele não fez mais do que a obrigação dele já que supostamente ele está ´´arrependido´´ - fez aspas com os dedos ironizando. - Eu odeio esse homem! Se eu me encontrar com ele, sou capaz de mata-lo definitivamente. É isso que você quer?

Dulce: Christopher! - o repreendi horrorizada.

Christopher: Já chega! Não quero falar sobre isso..- apertou os olhos extremamente irritado.

Dulce: Christopher..

Christopher: CHEGA! - gritou me assustando fazendo-o arregalar os olhos em seguida - Des.cul..pa! Eu não quis gritar com você. - respirou fundo - Só preciso ficar sozinho, estou cheio desse assunto.

Dulce: Você que sabe! - falei chateada.

Sai do escritório irritada em passos firmes, e assim que entrei na sala da cobertura vi Maite brincando com a minha filha. Ela me viu irritada e suspirou. Ela sabe o quanto Christopher e eu estamos brigando nós últimos dias.

Tínhamos voltado para a cobertura têm cinco dias. Todos móveis e a decoração tinham mudado.

Foi muito bom voltar para casa.

Maite: Por quê não esquece esse assunto por um tempinho? - colocou minha filha no cercado em frente ao sofá.

Dulce: Como, Mai? Christovão quase morreu várias vezes. - sentei no sofá e encarei minha filha que olhava para o desenho na TV de dentro do cercadinho dela.

Maite: Eu sei gatinha, mas nem todo mundo tem seu coração e perdoa tão rápido. - ficou ao meu lado - Talvez, Christopher só precise de um pouco mais de tempo. - sugeriu,

Dulce: Não estou falando para eles terem uma relação de irmãos, Mai. Até porque acho que isso é praticamente impossível. Mas ele nem ao menos quer agradece-lo por ter salvado a vida da nossa filha. - bufei.

Maite: Eu acho que com o tempo, tipo, daqui muito tempo, a relação de irmãos deles aos poucos irá surgir.

Dulce: Você acha?

Maite: Estou sentindo! - piscou - Agora tenho que ir. Preciso escrever um artigo ainda hoje na redação. - levantou e deu um beijo em mim e na Maria Paula - Tchau!

Dulce: Tchau..- sussurrei.

Quando ela saiu, fiquei olhando minha filha quietinha no cercado de olho na TV. Alguns minutos depois, Christopher apareceu e ficou no lugar onde a Mai estava á alguns minutos. Ele sorriu para nossa filha e me encarou.

Christopher: Você sabe que eu não quis gritar com você, né? Me desculpa!

Dulce: Tanto faz..- dei de ombros.

Christopher: Amor..

Dulce: Não me chama assim!

Christopher: Amor..- jogou um pouco o corpo dele em cima de mim e segurou no meu rosto - Me desculpa. Por favor!

Dulce: Não estou chateada por causa disso e você sabe! - o encarei.

Ele respirou fundo.

Christopher: É tão difícil assim me entender?

Dulce: Eu sei que o quê ele fez foi sério demais, mas ele se arrependeu e demonstrou isso salvando a nossa filha.

Christopher: Hum..

Dulce: Não estou pedindo para serem irmãos e melhores amigos, apenas o agradeça.

Christopher: Somente agradecer? Você quer que eu o perdoe. - rebateu.

Dulce: Sim, eu quero. Mas o perdão não pode ser forçado. Se não consegue o perdoar, ao menos o agradeça por ter salvado a vida da nossa filha. É pedir tanto assim?

Christopher: Eu não consigo olhar para a cara cínica dele. É sério, sou capaz de mata-lo. - bufou.

Dulce: Só o agradeça. Por favor! O agradeça pela nossa filha que ainda não pôde falar.

Ele olhou para nossa bebê quietinha no cercado e balançou a cabeça.

Christopher: Ok. Você conseguiu me convencer com esse novo argumento. Eu vou lá, agradeço e volto. Sem mais palavras ou qualquer outra coisa. Nada mais além disso, você entendeu?

Assenti.

Dulce: Ok. Obrigada.

Christopher: Agora me dar um beijo - segurou no meu rosto e me beijou devagar.

Segurei na nuca dele e aprofundei mais o beijo, chupando a minha língua ele foi ficando totalmente por cima de mim, sem ar parei o beijo na qual ele passou para o meu pescoço, abrindo as minhas pernas ficou entre elas me fazendo gemer baixinho.

Dulce: Chris..

Christopher: Hum? - a mão boba foi direto para o meu seio.

Dulce: Nossa filha! - murmurei.

Como mágica, ela começou a chorar alto fazendo ele parar e se afastar.

Ri.

Christopher: Mocinha, acho que já posso lhe colocar de castigo, não? - limpou a boca e se esticou pegando-a no colo.

Balancei a cabeça.

{...}

2 dias depois..

Alexandra não tinha saído um único dia do lado de Christóvão. Tanto ela quanto Richard se dividiam para ficar com o filho caçula. Foi muito difícil trazer Christopher até o hospital, era nítido o quanto ele estava sendo forçado ao vir agradecer em nome da nossa filha. Isso era o mínimo que ele deveria fazer.

E eu também.

Encaramos a porta cor amadeirada na sala vip do hospital, Alexandra tinha acabado de sair para almoçar, então, Christóvão nesse momento estava completamente sozinho. Segurei na mão de Christopher e bati na porta entrando em seguida. O quarto vip era bem grande, parecia mais um quarto de hotel do que hospital. Tinha dois sofás, mesa e cadeiras, armários, frigobar e ao lado uma grande ala com a cama, guarda roupa, TV, janelas com cortinas e uma porta que era o banheiro.

Em cima da cama estava Christóvão completamente enfaixado, igual uma múmia. Não pude deixar de me sensibilizar com aquela cena. Da cabeça aos pés estava enfaixado, a perna direita suspensa em cima da cama e o braço esquerdo também suspenso ao lado, no pescoço usava um colar cervical e a cabeça completamente enfaixada por conta da cirurgia. Ele estava acordado e olhava para a janela distraído, quando entramos foi inevitável não chamar atenção.

Em seus olhos foi notório a surpresa.

Dulce: Oii.

Christóvão: O quê estão fazendo aqui? - perguntou baixo.

Dulce: Eu precisava vir lhe agradecer, o que você fez foi..

Christóvão: Não precisa disso. Podem ir embora! - mandou.

Dulce: Mas eu..

Christóvão: Não fiz nada para que tenha que vir agradecer. Só vão embora. Por favor! - pediu desviando os olhos para a janela.

Dulce: Como pôde achar que não fez nada? - me aproximei dele - Você salvou a vida da minha filha, se não fosse por você talvez ela não estivesse mais aqui, você quase morreu várias vezes e ainda ficou desse jeito. Como não temos nada para agradecer?

Christóvão: Soube que ela está bem. É o que importa. - falou sem nós encarar.

Dulce: Está bem sim e está por sua causa..então, mesmo que ache que não precisa ou não queira, eu te agradeço do fundo do meu coração. Muito muito muito obrigada por ter salvado a minha filha, a minha vida. Obrigada por ter se colado em risco sem pensar duas vezes, obrigada por ter se arrependido e obrigada por ter sobrevivido. - ele me encarou - Eu também te perdoo por tudo o que fez comigo. De verdade, eu te perdoo do fundo do coração.

Christóvão: Do que você está falando? Como pode me perdoar? O que eu fiz... não tem perdão. - falou indignado com os olhos cheios de lágrimas.

Dulce: Não importa o que você fez no passado, desde que tenha se arrependido e mudado. É o bastante. É só olhar para você nesse exato momento, acho que já pagou por isso.

Christóvão: Quem é você, Dulce?! - indagou.

Observei uma lágrima descer por seu rosto e dei um meio sorriso.

Dulce: Dizem que meu coração é bom, talvez, seja realmente verdade. O meu perdão você já têm! E o meu agradecimento também. Espero que você melhore o mais rápido possível. - desejei e encarei Christopher.

Ele tinha as mãos no bolso da calça e ouvia tudo em silêncio, apenas observando com atenção o estado de Christóvão. Percebendo que agora era a vez dele, o encarou nos olhos antes de enfim, proferir as palavras.

Christopher: Obrigado! - foi o suficiente para Christóvão começar uma crise choro e Christopher me puxar para sair do quarto sem dizer mais nada.

Saímos do hospital e entramos no carro, ele estava dirigindo. Formos o caminho todo em silêncio e quando estacionou dentro do nosso prédio, ficou parado olhando o volante. Seu olhar estava longe, parecia bastante mexido.

Toquei em seu ombro.

Dulce: O quê foi meu amor?

Christopher: Acredita mesmo em redenção? - perguntou.

Dulce: Sim. Com certeza. Sim.

Ele assentiu.

Christopher: Talvez isso exista mesmo. - sussurrou.