Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

1 ano e alguns meses depois...

Entreguei a prova para o professor e sai da sala de aula, caminhei pelos corredores da universidade mexendo no meu celular verificando com o grupo as respostas de cada questão, andei até o estacionamento e tirei de dentro da bolsa a chave do meu carro, entrei no veículo e dei a partida. A fila para sair do estacionamento durou um pouco mais que cinco minutos e logo estava na avenida principal. 

Meu celular tocou e eu atendi apenas apertando o botão do painel do carro e a voz do meu marido soou, eu ainda sorria toda besta quando pensava ou falava na palavra "marido". Meus olhos estavam na direção a todo instante. Eram quase dez horas da noite e aquele horário naquela avenida específica era bem agitada.

Christopher: Já está vindo, amor? 

Dulce: Sim. Você fez o nosso jantar ou quer que eu compre algo? 

Christopher: Fiz só para a Maria. Ela comeu todos os vegetais do prato. Incluindo cenoura, acho que ela está começando a gostar de cenoura. E eu pensei em pedir comida, mas você sempre gosta de trazer o nosso jantar, então..

Dulce: Gosto mesmo. Vou parar e comprar sushi, logo devo está chegando. Quanto a nossa filha, bom, aos poucos ela vai gostar de todos que colocarmos no prato. 

Christopher: Ok. Cuidado amor. 

Dulce: Até logo. - desliguei.

Essa tem sido a minha vida desde que voltamos da lua de mel. Voltei para a faculdade, ainda no período da noite, porque assim Christopher poderia ficar com Maria Paula enquanto estava fora, tirei minha carteira de habilitação, comprei um carro e então, já se passaram um ano. Tão rápido. Mais tão rápido. Parece que foi ontem que nós casamos. Comemoramos nossas bordas de papel, nosso primeiro ano de casados, de volta na ilha. Foi incrível. 

Maria Paula já estava com quase dois ano, estava enorme. O desenvolvimento dela está sendo incrível, os primeiros passinhos, a minha palavra "papa", a primeira queda e sua primeira segurança para andar, hoje tem que segura-la bem firme, porque se soltar ela sai correndo. Christopher e eu estamos amando cada parte disso. Ela continua muito parecida com o pai.

Parei no restaurante preferido de comida japonesa de Christopher e fiz os pedidos para a viagem, enquanto era preparado, observei do outro lado da rua uma drogaria nova e avisando que estava nela para a funcionaria andei até lá. A drogaria estava praticamente vazia, caminhei até o frizzer e peguei três potes de sorvete e me aproximei do atendente.

Xxx: Boa Noite senhora!

Dulce: Boa Noite! 

Xxx: Só isso? - passou os potes na máquina e me encarou esperando a resposta.

Dulce: Hum...- olhei atrás dele - Me ver algumas camisinhas. 

Xxx: Qual? - se virou.

Dulce: Aquelas alí - apontei.

Xxx: Quantas?

Dulce: Umas...sete. 

Xxx: Aqui! - passou elas na máquina e encarou o computador - Fica no total de..

Dulce: Espere, eu também quero..

Depois de pagar, sai com a sacola e voltei para o restaurante, já com o jantar em mãos fui para casa. Eram quase onze horas quando entrava na cobertura com minha bolsa e as sacolas, assim que Christopher ouviu a porta se abrir levantou a cabeça já que estava deitado no sofá e falando ao celular, tranquei a porta e me aproximei da mesa de centro da sala.

Christopher: Sim. Ela chegou vou desligar! Boa Noite! - desligou - Oii amor. - deixei as sacolas na mesinha e ele se inclinou me dando um longo selinho - Como foi a prova?

Dulce: Tenho quase certeza que acertei tudo! - sorri. - Quem era?

Christopher: Christóvão! Ele vai vir para o Brasil na próxima semana. - respondeu olhando as sacolas. 

Dulce: Ok. Vou ver nossa filha! - falei saindo da sala e sumindo pelo corredor. 

O quarto dela não tinha mudado nada e ela continuava no berço que daqui a pouco mudaria para uma cama. Me aproximei da minha filha que dormia igual um anjo, sorridente beijei ela várias vezes e conferi se ela não estava com frio. Minha bebê. Durante o dia ela ficava comigo enquanto o pai trabalhava e a noite ela ficava com o pai enquanto eu estudava. Beijei mais uma vez ela antes de sair do quarto. Entrei no meu deixando a bolsa e voltei para a sala.

Christopher estava na sala de jantar, já com nosso jantar sobre a mesa. Ele tinha guardado os potes de sorvete e encarava as camisinhas fixamente que estavam em frente dele também sobre a mesa. 

Dulce: Oi. - sentei na cadeira ao lado dele.

Christopher: O quê é isso? - me encarou segurando uma delas.

Dulce: Camisinhas.

Christopher: Pra quê?

Dulce: Servem para previnir doenças como a DSTS e também..

Christopher: Não estou falando disso engraçadinha. Por quê comprou se não usamos? - levantou uma sobrancelha.

Dulce: Talvez devêssemos usar. - sussurrei.

Christopher: Por quê?

Dulce: Porque sim. 

Christopher: Mas por quê?

Suspirei.

Dulce: Você é insistente, heim? - balancei a cabeça - Depois falamos sobre isso, pode ser? Estou morrendo de fome. - falei já atacando os sushis. 

Christopher: Depois você vai me explicar isso direitinho, viu? - deixou as embalagens de lado e começou a comer. - Minha sogra veio aqui ver a neta. Mas não ficou muito tempo, ela tinha plantão.

Dulce: Deveríamos ir lá esse final de semana, mamãe e Poncho estão com saudades, agora que voltei para a faculdade, Poncho na faculdade e ela no hospital não nós vimos muito.

Christopher: Ok. Ah, sim, lembrei, Ana Brenda mandou um beijo para você. 

Sorri.

Ana Brenda e Christóvão tinham começado a namorar e estava tão sério que estão morando juntos no Texas. Christopher e Christóvão, com auxílio de Ana e eu, com o tempo começaram a se aproximar e hoje estão construindo aos poucos uma amizade, Maite e Christian, Zoraida e Eddy continuavam morando no mesmo prédio e Christian ainda voava o tempo inteiro do Rio para o Texas, se dividindo entre a noiva e os avós e isso parece não afetar em nada sua relação com minha irmã. Zoraida está repleta de trabalhos e viajando muito com Vivian, essa por sua vez não mudou nada, nem ela e nem Edgar, Eddy vai lançar o aplicativo que criou com patrocínio de Christopher, Zoraida e Christian. Os cálculos para o faturamento marca a bilhões. 

Derrick foi estudar medicina em Cuba depois do meu casamento e perdemos o contato direto, ele e Fuzz não terminaram numa boa, essa por sua vez decidiu dar um tempo da faculdade de medicina e foi estudar fotografia na Alemanha, faz alguns meses que está por lá. Igor e Lucy estavam morando em Miami definitivamente, Julie terminou a escola e está em Havard estudando direito. Claro, Brayan não larga ela por nada. Dona Clarice e seu Paulo casaram somente no cívil. Pablo e Gael compram um novo apartamento e Pablo ainda tem ciúmes da mãe. 

Christopher: Nas suas férias deveríamos ir para Portugal visitar a Mary. Ela está com saudades da nossa filha, nem sente mais saudades de mim..- riu.

Dulce: Claro. Ela ainda está no Japão com Cheryl? - enfiei vários rolinhos na boca.

Christopher: Sim. Cheryl e ela estão melhores do que nunca. Mary está feliz.

Dulce: Cheryl mudou mesmo, né? Quando as pessoas realmente querem. Mudam. - sorri e peguei um salmão e levei até a boca de Christopher.

Christopher: Hum...isso aqui está tão bom. - falou de boca cheia. - Suas habilidades com palitinhos melhoraram muito.

Dulce: Muito treino. - sorri. 

Comemos todo o jantar e ainda ficamos na mesa devorando um pote de sorvete juntos planejando o aniversário de 2 anos da nossa filha que estava próximo. Em seguida ajudei ele com as louças, quando terminei falei que ia tomar uma ducha. Ele continuou limpando o restante sozinho. Passei mais uma vez no quarto da minha bebê e entrei no meu pegando minha bolsa da cama e entrando no banheiro com ela. Deixei ela em cima da bancada e peguei de dentro uma pequena caixa azul.

Segurei a caixa em minhas mãos um pouco nervosa, tirei de dentro o que precisava e fiz o que o manual indicava. Sentei em cima da bancada segurando o bastão esperando o resultado do teste. Respirei fundo. Minha menstruação estava atrasada e a vontade de comer doce o tempo inteira me fez ficar em alerta, mas não contei ao Christopher.

Ele estava tão feliz porque eu tinha voltado para a faculdade de medicina, com a rotina da nossa filha e a nossa própria. Um bebê agora não estava nos planos. Nossa filha ainda ia fazer 2 anos. E os meus estudos tão puxados que mal tinha voltado. Era complicado.

Suspirei.

Olhei as horas no celular e encarei o teste.

*Positivo*

Meus olhos encheram de lágrimas e eu larguei o teste e segurei minha barriga, mais um bebê estava a caminho. Um irmãozinho ou irmãzinha para Maria Paula, nosso segundo filho. Minhas mãos tremiam.

Dulce: Oii, bebê! - sussurrei. - Seja bem vindo a essa família filho. - sorri.

Precisei de alguns minutos para entender que mais um bebê estava ali e em seguida fui para a ducha, tomei uma longa ducha com as mãos na barriga. Foi inevitável não me lembrar de quando descobri a gravidez da Maria, o parto e o aniversário de um ano dela que foi num clube exclusivo, um grande evento como nosso casamento. E em breve, tudo se repetiria.

Coloquei um roupão, enrolei uma toalha no meu cabelo e com o teste na mão sai do banheiro encontrando Christopher na cama distraído com o celular. Aos poucos me aproximei dele e fiquei na ponta da cama.

Dulce: Christopher! Eu não queria dar essa notícia assim, mas não consigo segurar. 

Ele me encarou e observando o quanto eu estava séria, deixou o celular de lado e sentou bem ao meu lado.

Christopher: O quê foi amor? 

Dulce: Estou grávida! - mostrei o teste e ele piscou repetidamente.

Christopher: O quê?

Dulce: Estou grávida! - sorri - Nosso segundo filho já está caminho. - ele encarou o teste e em seguida me encarou.

Christopher: Mentira..? - abriu um enorme sorriso desacreditado. - Sério?

Dulce: Sim..- minha voz embargou.

Christopher: Oh meu amor, meu amor...- me abraçou dando alguns pulinhos de felicidade me fazendo chorar - Oh, pequena nossa menina vai ganhar um irmãozinho. Eu te amo! Te amo! Te amo! Te amo! Te amo!

Depois de um tempinho abraçados, ele levou a mão até minha barriga e se inclinou começando a beijar. Limpei minhas lágrimas e observei a cena sorrindo. Christopher voltou a me encarar.

Christopher: Por que não me disse antes?

Dulce: Porque queria confirmar primeiro.

Christopher: Por que das camisinhas, então?

Dulce: Estava apenas suspeitando, então se confirmasse a gravidez íamos ficar felizes, mas se não estivesse grávida, os preservativos era só mais um método para nós cuidar um pouco mais. Estamos felizes com a notícia, fato, mas me preocupa. Ele está vindo muito cedo, mal voltei para a faculdade e..

Christopher: Eu sei amor. - segurou na minha mão - Mas não se preocupe. Você vai continuar com seus estudos mesmo com a gravidez, você não vai parar. Eu vou me esforçar ainda mais quando o bebê nascer, também podemos contratar babás, temos recursos para isso e muito mais. Você não precisa desistir de nada. - garantiu.

O abracei.

Dulce: Vamos tirar isso de letra, não vamos? - ele concordou - Na verdade, me admira o bebê vir só agora. Era para ele ter vindo a muito tempo do jeito que você é.

Christopher se afastou de mim.

Christopher: Do jeito que eu sou? - levantou uma sobrancelha - Como se você não gostasse e não pedisse para...

Dulce: É. - o interrompi - Tem razão. 

Christopher: Sua safadinha! - apertou minhas bochechas - Já estou vendo você com barrigão por aqui. - sorriu.

Dulce: Preparado para noites e mais noites sem dormir direito de novo?

Christopher: Sim. E também...

Formos para a cama não parando de falar sobre o bebê, nós abraçamos bem apertadinho e a mão dele não saia da minha barriga. Fizemos planos para o futuro, muitos planos. Mas apesar de faze-lo não sabíamos de fato como seria. O futuro sempre poderia mudar. Então, levei a conversa para o presente. Apesar de não saber se de fato o que planejavamos ia acontecer, de uma coisa tínhamos certeza, o nosso amor ia está presente sempre.

Para sempre.