Fanfics Brasil - Prólogo Almas Opostas - Vondy

Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Prólogo

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3ª Temporada - Final


 


16 Anos Depois...


 


Dulce Maria


 


Trânsito! Maldito Trânsito! Não..


Maldito Semáforo! 


Nos últimos anos essa cidade estava se tornando muito mais turística que o habitual. Chicago se aparecia cada vez mais com New York. Ficou até mesmo mais noturna. Era comum sair as 03:20 manhã e encontrar lanchonetes, shopping center e até mesmo concessionárias abertas. Além de vários grupos de jovens nas praças nas suas “saídas” da madrugada. Era comum todos eles se reunirem para planejar protestos nesse horário. Eles eram completamente insatisfeitos com o governo anual. 


Além da parte turística, Chicago era uma cidade perfeita para famílias e negócios. Não é à toa que ela é conhecida como a Cidade dos Negócios. Me encantei por Chicago desde da primeira vez que estive aqui. Essa cidade se tornou não só um lugar onde obtive sucesso, mas também onde construí de vez minha própria família.


Não pude evitar um sorriso ao me lembrar da minha família.


Xxx: Finalmente abriu... – o motorista resmungou baixinho dando novamente a partida no carro. Estávamos próximo ao hospital. Ia chegar um pouco atrasada, o que não era muito comum no meu caso.


Dulce: A cada dia as avenidas ficam mais cheias! – suspirei - Mas não se preocupe Jack. Chegar uns dez minutos atrasadas não irá matar ninguém. – abri minha bolsa e enfiei minha mão atrás do celular.


Jack: Certeza, senhora? – perguntou inseguro sem tirar os olhos da direção.


Ri.


Dulce: Não ficarei na emergência e não tenho nenhuma cirurgia marcada por enquanto. – peguei meu celular e encarei meu motorista mesmo que ele não me olhasse de volta. – Então, relaxa, ok? – ele apenas balançou concentrado no trânsito.


Jack estava trabalhando para minha família a muitos anos. Era um dos três motoristas que temos. Era de extrema confiança, gentil e inteligente. Requisitos principais para poder trabalhar com os Uckermann. Olhei as horas e conferi alguns e-mails. Tudo em relação ao trabalho. Madison teria uma longa tarefa em responder os mais de mil e-mails. Todos os dias apareciam mais de duzentos. Se continuar assim, em breve a caixinha eletrônica ia travar! É melhor nem comentar sobre minha caixa postal!


Acho que nem existe mais...


Voltei a aguardar meu celular e encarei a janela.


Acho que devo colocar vocês a par de tudo o que aconteceu nesses anos, né?


Vamos começar pela minha enorme família!


Christovão e Ana Brenda: Se casaram á muitos anos em Cozumel, Litoral do México. Hoje moram em Austian(Texas). Ana Brenda continua administrando os negócios da família, assim como o marido. Meu cunhado. Ambos viajam muito, por isso, optaram por não ter filhos. 


Maite e Christian: Se casaram numa praia em Angra dos Reis á muitos anos. Mai abriu a própria revista que hoje é umas das maiores e melhores do Brasil. Se tornou uma jornalista importante e respeitada! Christian continua sendo fazendeiro e viajando o mundo. Os dois tiveram Ana Carolina, uma menina doce de doze anos. É a cara da Mai e o gênio de Christian. Os três são uma família muito linda. Nas férias acostumamos ir para a fazenda deles em Austin. Todos nós mesmo!


Zoraida e Eddy: Continuam muito bem casados. Zoraida se aposentou das passarelas já tem uns três anos. Hoje só trabalha com Vivian na agência de modelos como olheira e administrando. Mas continua sendo a número 1 em capas de revistas, super famosa e uma lenda das passarelas. Eddy ficou bilionário com a empresa de aplicativo. A fortuna dele passou do dono do Facebook. Os dois tiveram Miguel, um lindo menino de treze anos. Continuam morando no Rio.


Lucy e Igor: Se casaram numa linda e íntima cerimônia na Tailândia a muitos anos. Moram em Miami. Minha cunhada continua apaixonada por gastronomia e pelas redes de restaurantes. Igor é o melhor cardiologista que já conheci e viaja muito para fora dos Estados Unidos como médico sem fronteiras. Há alguns anos o casamento deles quase chegava ao fim. Eles estavam tentando ter um bebê quando descobriram que Igor não pôde ter filhos. Foi uma fase bem difícil. Lucy veio até Chicago para passar um tempo. Eles se resolveram depois que fizeram uma viagem para África tentando mais uma vez o casamento. Lá eles encontraram os dois filhos deles. Anaya e Amir, um casal de irmãos gêmeos, hoje com nove anos. E pensam em adotar mais. Família mais perfeita, não existe!


Julie e Brayan: Se casaram em Las Vegas á alguns anos. Apenas os dois. Ainda não tem filhos. Julie e Brayan vivem juntos o tempo inteiro. Moram juntos em Boston, trabalham juntos e viajam juntos. Minha cunhada se formou em direito e administração, trabalha na parte jurídica da empresa. Julie, Brayan, Christovão e Christopher formam um time para administrar todo o império Uckermann.


Edgar e Vivian: Hoje já moram na mesma casa. Vivian expandiu ainda mais a agência de modelos, Edgar continua tendo muito sucesso no Brasil. Tiveram um filho lindo, Arthur de dez anos. Não pensam em ter mais filhos. Continuam no Rio.


Cheryl e Takashi: Moram no Japão junto com Ketsuo. Cheryl mudou tanto que hoje virou da nossa família. Se tornou a influenciadora digital mais famosa da internet. Se formou em sexologia e abriu uma rede de sex shops. Sempre manda uns “brinquedinhos” para todos da família. Hoje ela tem tudo que sempre quis. Dinheiro, fama, marido rico e o melhor de tudo...ela mudou de verdade. Conhecemos um lado de Cheryl que jamais imaginamos que pudesse ter. Ficou irmã das minhas cunhadinhas. 


Pablo e Gael: Casaram alguns anos atrás. Abriram uma academia que logo se torrnou uma rede pelo país. Lutam juntos contra o preconceito e a homofobia. Adotaram Vinicius que hoje tem treze anos. Uma família linda e perfeita!


Jack: Chegamos senhora! – anunciou ao estacionar o carro em frente a clínica me puxando das lembranças. O hospital e Clínica Hope era dois gigantes prédios interligados por uma ponte. O primeiro prédio ficava emergência e urgência. Onde eu e mais diversos médicos tiravam incontáveis plantões. O segundo prédio ficava a clínica(apenas consultas)e mais acima, tomando vários andares administração e RH. Onde meu irmão Poncho comandava junto com várias pessoas. Ele que sentava na enorme cadeira do nosso império. Esse prédio é onde fazemos nossas reuniões anuais da diretoria, convivências e o conselho. – Devo trazer seu almoço? – perguntou já abrindo a porta para mim.


Dulce: Não. – falei saindo do carro – Vou almoçar na lanchonete daqui mesmo. – ajeitei meu casaco e minha bolsa onde coloquei o jaleco por cima – Programação normal com as crianças. – avisei – Esteja aqui as 18:00. Não posso faltar à noite. Prometi a Nick.


Jack: Sim senhora! Tenha um bom dia senhora Uckermann. – sorriu.


Dlulce: Bom dia Jack! – sorri antes andar em direção do hall da clínica.


A frente da clínica tinha um pequeno jardim, passei por ele sentindo o vento frio contra meu corpo todo coberto. A cidade estava fria. A temperatura só mudaria um pouco dali alguns dias. Teria um dia muito longo. Normalmente chego na clínica e atendo o dia inteiro e depois na maioria das vezes vou para o plantão, mas hoje especialmente o Dr. Jackson responsável de fazer as entrevistas dos possíveis novos médicos pediu para que eu e mais outros dois fizesse no lugar dele. Agora pela manhã faria entrevistas e pela tarde ia dar minhas consultas.


Assim que passei pela porta giratória o barulho dos meus saltos foram de encontro ao porcelanato e vi Madison vindo ao meu encontro com meu copo de café na mão e o tablet na outra. Dei bom dia para os seguranças, as recepcionistas e alguns pacientes que aguardavam sentados na recepção. Todos eles responderam.


Madison: Dez minutos atrasada... – avisou me entregando o café – Tem quatro entrevistas! Três deles já estão aguardando ser chamados. Almoço na lanchonete. – andamos em direção dos elevadores com ela com os olhos na tela – Tem dez pacientes pela tarde. As 18:00 o motorista irá chegar, as 19:30 começa apresentação e o resto da noite com sua família. – falou tudo rápido – Ah, e seu marido me ligou. – me encarou - Ele queria saber se você realmente agendou uma hora com a sua família. –disse um pouco sem jeito.


Revirei os olhos e apertei o botão de um dos elevadores e tomei um gole do meu café quentinho.


Dulce: Ele não deveria ter ligado para você. – bufei – Deixei bem claro que estaria na primeira fila com eles. Prometi a Nick e pretendo cumprir! – balancei a cabeça – Ele ao menos disse que horas voltava?


Madison: Apenas perguntou sobre sua agenda. – respondeu séria.


Suspirei.


Quase vinte anos de casamento e Christopher não mudava.


O elevador chegou fazendo barulho e entramos. Madison apertou o andar da minha sala e as portas se fecharam. Ela voltou a mexer no tablet  e eu tomava meu café em silêncio olhando para as portas de aço. Total de quase vinte anos que Christopher e eu nós conhecemos e somos casados. Nossa união gerou cinco filhas.


Isso mesmo!


Cinco filhas!


Não. Nenhuma delas adotamos. Todas as cinco eu pari!


Até tínhamos planos de adotar, mais fui engravidando quase que em sequência e acabamos deixando de lado esse assunto. Nossa primogênita é Maria Paula, ela já vai fazer 18 anos esse ano. Como o tempo passa. Meu Deus! Maria é linda demais, mas não se parece em nada comigo. Ela é uma mistura do pai dela com avó. Minha mãe Elizabeth. Entrou no último ano do colégio. Irá fazer administração ano que vêm. E é um grude com pai de um jeito que as vezes tenho ciúmes. Ela parece ter ele quase como um confidente. As vezes os dois brigam, mas depois Christopher está fazendo de tudo para voltarem a se falar.


Lavínia Manuela tem 14 anos. Eu que escolhi o nome. Entrou no ensino médio, ama tudo que envolve atividade físicas, livros e é um pouco obcecada por dietas. É linda demais. É a única que mais se parece comigo. Ela quer fazer medicina. Diferente da Maria, eu e Lavínia somos mais próximas em questão de confidentes. O sinal dos Uckermann atrás da orelha.


Sofia Gabriela completou no iniciozinho do ano 13 anos. A filha do meio. Ela puxou os olhos verdes da minha família. Tão lindos e encantadores como do meu irmão e mãe. Ela é mais quieta, vive no quarto no computador. No próprio mundo dela. Mal se comunica, adora tecnologias. Por isso, Eddy é o tio que ela mais gosta. Ela é tão louca pelo pai quanto Maria Paula. E é tão linda quantas as irmãs! O sinal dos Uckermann no pé. Quer ser advogada.


Giovana Antonella é idêntica Alexandra. Olhar para minha filha de 11 anos é olhar para mãe de Christopher. Gigi é loira natural e olhos azuis. Igual uma barbie. Tão idêntica Alexandra que herdou o mesmo gênio arrogante. É melhor nem entrar em muitos detalhes porque vou me estressar com esse assunto. Amo ela mais que tudo. Mas as vezes nem eu aguento...ela tem o sinal dos Uckermann na nuca. Quer ser digital influenzer como Cheryl.


Nicole é nossa caçulinha de 6 anos. Ela que é o meu xodó e do pai. Não colocamos nome composto nela. Ela também não herdou o sinal dos Uckermann. É atriz mirim, modelo e quer ser muito famosa como as tias. É a única que não sabe falar o português completamente. Tem muita dificuldade. É muito carinhosa, doce e sorridente. É apaixonada pelo pai. Não sabe ficar um dia sem falar com ele.


É claro que depois de tanta gravidez meu corpo mudou. Por estética coloquei silicone nos seios e amei o resultado. Com 38 anos confesso que me tornei uma mulher mais bonita do que eu esperava. Como todos que conheço gostam de dizer, parir cinco vezes só me fez muito bem. Silicone foi a única estética que passei. Para me manter em forma faço pelo menos 2 vezes na semana exercícios físicos, tenho uma dieta balanceada e hidrato demais minha pele. Meu cabelo agora está com mexas loiras, continua grande e bonito. 


Madison: Vocês brigaram de novo? – sussurrou.


Dulce: Ele não entende! – balancei a cabeça – Acho que nunca irá entender.


Madison: O senhor Uckermann é muito sensato. Ele irá entender que a senhora é muito requisitada nesse meio. Não pode deixar tudo de lado quando se trata da melhor neurocirurgiã do país.


Dulce: Não posso faltar hoje. Prometi á Nick.


Madison: Sua agenda está fechada por hoje. Não se preocupe. – garantiu.


As portas do elevador se abriram e a recepção vazia apareceu. Saímos juntas do elevador. Madison foi direto para traz da mesa dela. Eu caminhei até minha enorme sala e entrei, as paredes eram de vidros, a vista dava para um dos melhores parques da cidade. Bastante verde, bastante árvores. Como no central park em New York. O aquecedor já estava ligado, por isso, deixei meu copo de café rapinho na mesa e tirei meu casaco deixado no único sofá da sala junto com a bolsa e vesti meu jaleco branco. Peguei meu celular e andei até minha enorme mesa sentando na cadeira.


Liguei o computador e observei as diversas fotos das minhas filhas e de Christopher na mesa. Todos estavam sorridentes e abraçados. Felizes!


Sorri.


Madison bateu na porta e entrou em seguida.


Madison: Vou chamar o primeiro médico. – avisou.


Assenti e peguei meu café tomando outro gole observando ela sair da sala.


Seria um longo dia...


Minha atenção foi para o computador.


 


 


 


Maria Paula


 


O dia estava maravilhoso! Amo o frio! Os casacos, o café ou achocolatados quentinhos e donuts. Mal começou o dia e em casa estava uma loucura. Hoje seria apresentação da Nick no teatro do colégio. Ela era atriz principal. Seria mais uma das diversas apresentações dela. Minha irmã caçula é uma artista mirim. Já fez onze comerciais, sete desfiles, mais de vinte peças de teatro da cidade e irá começar a se preparar para estrelar pela primeira um filme brasileiro. Mais para isso ela precisa aprender o português. Todos da família falam muito bem. Mas ela é a única que tem dificuldades. Nosso pai já contratou os melhores professores, mas ela nunca aprende.


Nicole era a única que ia para o colégio naquele horário apenas para o último ensaio. Ela e a turma iam ficar até o horário da apresentação. Já minhas outras três irmãs e eu teríamos aula a manhã inteira. No carro com James, nosso motorista, ia apenas eu e Lavínia ou como gosta de ser chamada “Lav”. No outro carro com Santiago ia Sofia, Giovana e Nicole. Jack estava com nossa mãe hoje pela manhã.


Lavínia: Não sei por quê você não ganhou seu carro. – falou mexendo no celular sentada ao meu lado no banco de atrás - Seria maneiro chegar de carro com minha irmã dirigindo. Você até tem carta! – falou o óbvio. – Daqui a pouco vai fazer 18 anos.


Maria: Mamãe não acha que sou madura o suficiente para ter um carro. Já esqueceu todas nossas brigas desde que completei dezesseis? – suspirei.


Minha mãe era tão difícil em tantas questões. Já meu pai em outras. Os dois não eram perfeitos. Amava os dois, mas confesso que com meu pai nós dois erámos mais “chegados”. Apesar de quase sempre estarmos brigando por algum motivo.


Lavínia: Ela prometeu para Nick que ia hoje. Espero que vá mesmo! – murmurou.


Maria: E você acredita que ela irá? – perguntei tomando o resto do meu café.


Lavínia: Ela prometeu! – exclamou e balançou a cabeça me olhando – De novo. – suspirou.


Maria: Espero mesmo que ela vá. Mas não vou ficar surpresar se ela não aparecer. – comentei encarando meu copo. – Não seria a primeira vez.


Nick estava tão animada. Seria tão difícil ver a decepção nos olhos dela de novo caso nossa mãe não apareça como sempre. Todos acham um máximo que sejamos filhas da grande neurocirurgiã Dra. Dulce Maria Saviñón. E não digo que não seja, tínhamos muito orgulho da nossa mãe. Eu tenho muito orgulho dela. Era a melhor médica de sua especialização. Como minha avó Elizabeth. Mas para isso ela precisou abdicar na maioria das vezes nossa família. Incontáveis horas trancada no escritório estudando, incontáveis vezes que não participava dos aniversários por questões de emergências médicas, incontáveis vezes que não tínhamos momento em família, que não ia para reuniões do colégio, apresentações ou alguma coisa importante da nossa vida. Até mesmo meu pai que viaja o mundo inteiro está 100% presente com a gente. Ele jamais faltou à alguma coisa importante. Já nossa mãe...


Ás vezes acho que a prioridade dela e a vida dela é apenas a medicina. 


James: Chegamos. – parou o carro e saiu para abrir a porta – Pronto senhoritas. – sorriu puxando a porta.


Sai do carro observando a movimentação do colégio. Ainda estamos no começo do ano. Meu último ano! Ano que vêm faculdade!


Santiago estacionou alguns metros atrás do nosso carro e abriu a porta para minhas irmãs. Elas saíram e entraram na enorme construção voltado para apenas o ensino fundamental. Ao lado ficava o Ensino Médio. Nossa ala.


Lavínia: Bom dia James! – desejou.


Maria: Bom dia! – dei um soquinho no braço dele e ajeitei meu uniforme.


Saia, bota, blusa social branca e o plazer azul com o logo do colégio.


James: Bom dia e boas aulas senhoritas! – sorriu.


Lav e eu entramos no colégio atraindo olhares. Sorri e falei com a maioria da galera. O colégio South Think School era exclusivo da cidade. Apenas os filhos da elite de Chicago estudavam na instituição. Pouquíssimas vagas para bolsistas. Estudo aqui desde que mudei para Chicago. Com quase treze anos. E me tornei extremamente popular, o que me causou problemas com Tessa Miller. Ela e o irmão gêmeo Thales são filhos de um brasileiro que é dono de uma importante emissora de TV dos Estados Unidos. Os dois estudam aqui desde da creche e são extremamente populares, quase donos do colégio. Então, quando uma novata chegou no colégio sendo filha de um Uckermann e Jones, com influência o suficiente por ser sobrinha de Zoraida Goméz e Cheryl Evans, não foi nada difícil me tornar popular.


Tessa me odiou desde do primeiro momento e piorou quando Petrick, o namorado dela terminou com ela porque se apaixonou por mim. Já brigamos tanto e até partimos para agressão duas vezes. Digamos que esse colégio hoje pertence a duas rainhas. Eu, Maria Paula Uckermann e Tessa Miller.


Lavínia: Vou para meu armário – falou quando entramos no longo corredor, joguei meu copo de café agora vazio na lixeira mais próxima – A gente se ver no almoço. E por favor, tente não ir para diretoria dessa vez.


Maria: Se Tessa me provocar não vou responder por mim. – avisei.


Lavínia: Cabeça dura igual o papai – resmungou dando as costas e se afastando.


Caminhei na direção oposta do 1°ano falando com a galera por alto. Assim que virei o corredor dos armários do 3° ano vi Petrick, Ethan, Harry e Valentina em frente aos nossos conversando. Petrick parou de falar no meio de uma frase e abriu o sorriso ao olhar para mim. Retribui mexida como sempre acontecia


Maria: Oi amor! – falei assim que parei em frente ao grupo e o beijei.


Petrick: Não me respondeu ontem à noite boneca. – reclamou me abraçando de lado.


Maria: Desculpe. Eu dormi. – sorri de lado.


Ethan: Petrick te cansou durante o dia, foi? – riu.


Maria: Bom dia para você também. – revirei os olhos.


Valentina: Amiga eu não tive tempo para estudar para prova de álgebra, pode me dar cola? Por favor! – pediu juntando as mãos.


Harry: Se for passar cola pra ela também quero. – avisou.


Ethan: Eu também.


Maria: Vou mandar as respostas para o nosso grupo, fiquem atentos. – avisei saindo dos braços de Petrick e abrindo meu armário, onde deixei minha bolsa e peguei meu caderno e livros.  


Valentina: Tessa ainda não chegou no colégio. Só de pensar que ficamos juntas na aula da senhora Megan – revirou os olhos - Espero que aquela ruiva aguada tenha sido atropelada. – murmurou.


Maria: Credo Valentina! – fiz careta.


Valentina: O quê? Você a odeia!


Não respondi.


Petrick: Hoje você acordou só para falar o nome dela, né? – bufou.


Valentina: Está defendendo sua ex namorada? – cruzou os braços.


Encarei Petrick ao mesmo tempo que o sinal tocou.


Fechei o armário com força.


Maria: É melhor irmos! – falei saindo na frente deles.


 


 


 


 


Belinda Penegrín


 


 


O vestido da Dior caia perfeitamente em meu corpo. O preto elegante e com decote nos seios me deixava exuberante. Minha cintura fina e justa, me deixavam gloriosa. Apesar de magra, minhas curvas eram maravilhosas. Me encarava no enorme espelho do closet e sorri vendo meus lábios carnudos pintados de vermelhos. Sim. Eu continuava bela, mas não o suficiente para conseguir entrar na sociedade novamente. E jamais voltaria ser amante de milionário. Aprendi a lição da última vez. Precisa ser Esposa de um.


Toquei em meu pescoço e orelhas.


Uns diamantes iam cair muito bem com o vestido.


Devo usar rubi? Ou esmeralda com esse vestido?


Talvez uma gargantilha?


Belinda você viu....


Me virei assustada com os olhos arregalados vendo a porta se abrir bruscamente.


Xxx: MAS O QUÊ DIABOS É ISSO? – gritou furiosa.


Belinda: Calma dona Margaret, e..u


Margaret: COMO OUSA VESTIR MINHAS ROUPAS SUA EMPREGADINHA ESTÚPIDA! – gritou vindo para cima de mim completamente possuída.


 


 


 


 


{...}


 


 


 


 


Margaret: Aqui seu último pagamento! – jogou no chão o papel – Nunca mais irá colocar os pés em minha casa de novo. E vou alertar para todas as minhas amigas o tipo de ralé você. Espero mesmo que não tenha roubado nada da minha casa, porque se eu sentir falta de qualquer coisa que seja, vou colocar você atrás das grades. – fechou a porta com força na minha cara.


Abaixei e peguei o papel, sai da frente da mansão na qual trabalhei nos últimos três anos conferindo apenas uma parte do meu salário. Encarei a mansão com ódio! Velha estúpida! Poderia ao menos ter dado todo o meu dinheiro. 


Bufei.


Sai do luxuoso condomínio e caminhei até a parada de ônibus vazia.


Sentei no banco e esperei.


Maldição!


Como não percebi que ela tinha voltado do trabalho dela?


Devo ter mais cuidado da próxima vez. Na verdade, eu deveria parar com isso.


Mas não consigo resistir. Quando me dou conta já estou completamente vestida com os vestidos de grifes, jóias e maquiada. Tudo que um dia cheguei a ter. Droga! Já é o décimo emprego que me demitam por isso. E tenho que trabalhar duro para sustentar meu filho de sete anos e minha mãe doente. E preciso fazer isso, trabalhar em qualquer coisa, porque meu falecido e infeliz marido faliu completamente antes de morrer.


Ficamos na miséria e o infeliz morreu em seguida.


Pobre e viúva!


Solto um suspiro vendo o ônibus se aproximar e levanto, ele para e eu entro, pago a passagem e sento no fundo ao lado da janela.


Tenho 36 anos, sou jovem e saudável, tenho um menino lindo de sete anos.


Conheci Lucas Carvalho aos vinte e oito anos. Brasileiro. Na época eu trabalhava como modelo e ele tinha uma empresa de marketing. Ele era bonito e encantador, mas o que me fez ficar louca por ele foi a conta bancaria. Lucas era muito rico. Era cinco anos mais velho do que eu, sem filhos, pais ou parentes. Rico e sozinho. Eu nasci pobre, morava numa vila imunda, mas era linda. Minha beleza chamava atenção, tentei fazer carreira de modelo para enriquecer, mas conheci Lucas e deixei de lado. Aquele homem me deu os melhores anos da minha vida. Ele ficou louco por mim, então, casamos rápido e fui morar na mansão dele. Viajamos o mundo inteiro, andei nos melhores restaurantes, lojas, vesti as roupas mais caras, ganhei diversas joias e curtíamos a vida. Engravidei um bom tempo depois, Noah nasceu lindo e saudável.


Tudo estava perfeito, até Lucas falir e descobrir uma doença.


Ficamos tão pobres que tive que voltar a morar naquela vila imunda com um marido e um filho. Minha mãe nos recebeu sem reclamar! Moramos todos na pequena casa dela. Tentei arrumar um emprego bom, mas todos já estavam ocupados, sem vagas. Por meu avô ser francês, avó italiana e meu pai ter morado quando jovem no japão, falo esses três idiomas e o português que aprendi com meu marido. Procurei tanto um trabalho que olhasse meu currículo com os idiomas bom o suficiente mas nunca aconteceu.  A fome começou a doer e os remédios do meu marido e mãe caros, acabei terminando com a cara na privada e mão no chão.


Virei o que um dia cheguei a ter.


Virei empregada de madame!


Lucas morreu quando Noah completou quatro anos.


E estou até agora sendo uma maldita empregada.


Inferno!


Quando minha sorte ia voltar de novo?


Encostei a cabeça na janela e fechei os olhos.


 


 


 


 


 


Dulce Maria


 


 


O segundo médico saiu da sala e eu inclui o nome do mais novo especialista do hospital Hope no computador. Até agora os dois médicos que entrevistei tinha todos os requisitos e experiências suficientes para trabalhar aqui. Falta apenas mais dois. Terminava de enviar os dados dele para o RH quando Madison entrou na sala.


Madison: Vou chamar a doutora. Mas você quer mais um café?


Dulce: Sim. Por favor! – encarei meu copo vazio.


Madison: Vou trazer! – deu as costas e saiu da sala deixando a porta aberta – Entre! Ela está lhe esperando.


“Obrigada”


Xxx: Licença? – falou uma voz feminina simpática dentro da sala.


Levantei a cabeça e franzi o cenho diante da morena em minha frente.


Dulce: Bom dia! Eu conheço você de algum lugar..- observei ela por inteira. – Qual seu nome mesmo? – ia dar uma olhada no nome no currículo do computador, mas a voz dela divertida me fez ficar parada.


Xxx: Sou Angélica Boyer. Irmã gêmea da atriz Angelique Boyer. – estendeu a mão.


Arregalei os olhos.


Dulce: Meu Deus! Isso! Isso! – instalei os dedos – São idênticas! – sorri e apertei a mão dela – É um prazer conhecê-la senhorita Boyer. É como olhar para sua irmã. Minha filha caçula é muito fã dela.


Angélica: Fico feliz! É sempre bom saber que as pessoas e ainda mais crianças adoram minha irmã. – sorriu.


Dulce: Sente-se por favor! – indiquei a cadeira.


Angélica: Obrigada. – cruzou as pernas e deixou a bolsa na cadeira ao lado. – Essa pequena que ama minha irmã? – apontou para uma foto de Nick junto das irmãs, ela era menor delas.


Dulce: Sim. Nicole. Seis anos.


Angélicas: Ela é linda. Todas elas são!


Dulce: Obrigada. – minha atenção foi para o currículo dela no computador – Angélica Rousseau Boyer, 35 anos, solteira, francesa mas se mudou para o México aos cinco anos...- a encarei.


Angélica: Sim. Fiquei na Cidade do México até acabar o colégio. Consegui uma bolsa em Harvard e me especializei em Oncologia. – sorriu apertando as mãos com frequência.


Dulce: Seu último trabalho foi no hospital Greysson-Med em San Diego. – conferi no currículo – Por quê saiu de lá? Suas referências são incríveis.


Angélica: Já estava lá a muito tempo. Adoro o hospital e sou extremamente agradecida pela oportunidade de ter sido parte da equipe de lá, mas senti que estava na hora de novos ares e oportunidades. Então, quando fui informada que a Hope estava contratando novos profissionais não pensei duas vezes. - sorriu de lado.


Dulce: Você foi muito bem recomendada pelos gestores de Greysson-Med. Eles citaram inclusive, o quanto teríamos sorte por tê-la conosco. Também observei seus trabalhos nos últimos dez anos e você já esteve na Inglaterra, Itália, Grécia, Egito, Honduras, Irlanda, El Salvador e Chile – a encarei – Você é o que costumo chamar de médica sem fronteiras solitária, ou seja, sozinha.


Angélica: Sim. Meus amigos costumam me chamar de loba solitária, todos esses países passei longas temporadas. Neles passei mais tempo fazendo pesquisa e estudando do que nas consultas. Pesquisa todas relacionadas a minha aérea.


Dulce: Está com alguma pesquisa no momento?


Angélica: Sim. Quero descobrir a cura da Aids. – falou séria.


Pisquei surpresa ao mesmo tempo que Madison bateu na porta e entrou com meu copo de café deixando na mesa e se retirando em seguida.


Dulce: Aids é uma doença causado pelo vírus do HIV. – falei assim que porta se fechou - Você é uma oncologista e não uma infectologista. Não seria mais..hum...ciente a cura do câncer?


Angélica: Pelo sigilo de ética das entrevistas com profissionais de saúde, posso dizer com segurança que sou uma portadora do vírus do HIV. Não nasci com ele e nem minha irmã, mas fui infectada aos 22 anos de idade. – falou séria – Desde de lá convivo com esse vírus. E faz pouco tempo que decidi pesquisar uma cura.


Dulce: Você é obrigada a relatar isso para todos os hospitais que trabalhou, voc..


Angélica: Sim. E todos mantiveram sigilo absoluto. – ressaltou.


Dulce: Certo. É.. – voltei a encarar o currículo – Todos os seus trabalhos são incríveis, tem experiência demais e suas referências são ótimas. É perfeita para ocupar uma das vagas de oncologia. Mas eu quero saber, por quê quer fazer parte da equipe de profissionais da Hope?


Angélica: A rede Hope é a melhor do mundo. Todos querem fazer parte dela e acredito que tenha sido muito difícil escolher os candidatos para as entrevistas. Sou tão boa profissional quanto os meus colegas médicos, tenho experiência como eles e sou muito requisitada também. Acredito que a Hope só ficará melhor com a minha colaboração e acredito profundamente que esse é meu lugar. – sorriu.


Sorri.


Ela é perfeita para nosso cargo.


Dulce: Devo dizer que seu sigilo de entrevista está muito bem guardado e que a Hope terá a honrar de poder trabalhar com você. – estendi minha mão – Bem vinda ao time da Hope! Começará amanhã!


Angélica apertou minha mão com um enorme sorriso.


Angélica: Muito obrigada senhora Uckermann – falou quase pulando da cadeira


Ri.


Dulce: Acredito que o tempo fará que sejamos ótimas colegas.


Angélica: Tenho certeza! – se levantou animada – Muito obrigada pela oportunidade.


Dulce: Todos os seus documentos já estão com o RH. Só vou enviar mais uma vez seu currículo, mas agora com meu parecer final. – expliquei – Esteja aqui mesmo na clínica as 07:00 amanhã para assinar alguns papéis. Depois disso já começará no plantão.


Angélica: Muito obrigada senhora Uckermann.


Dulce: Até amanhã senhorita Boyer. – sorri.


Angélica: Até! Bom dia! – falou sorridente pegando a bolsa.


Quando Angélica saiu da sala, enviei o currículo com minhas anotações para o RH.


Madison entrou na sala no momento que levantei para ir ao banheiro.


Madison: O último médico já está esperando. – avisou.


Dulce: São quase 11:00, preciso ir ao banheiro. Mas peça para ele entrar e esperar. – falei andando em direção ao banheiro.


Madison: Ok.


Meus saltos faziam barulho enquanto eu arrumava a manga do jaleco entrando no banheiro.


 


 


 


 


 


{...}


 


 


 


 


 


Usei o sanitário e lavei as mãos. Enquanto tirava o sabonete delas encarava minhas duas alianças no dedo. Aliança de casamento e em cima dela de noivado. Christopher e eu não nós falávamos a dias. Desde da nossa última briga por celular. Ele estava nos Emirados Árabes e só sabia que voltava hoje.  A lembrança da nossa briga voltou a explodir na minha cabeça como se fosse ontem.


 


 


 


Alguns dias atrás...


Terminei uma cirurgia de 7 horas seguidas e estava exausta. Pelo menos agora a paciente se recuperaria bem. Lavava as mãos ainda na sala de preparação enquanto observava os enfermeiros transferir a paciente para o quarto. Madison entrou na sala vestida adequadamente.


Madison: Seu marido não parou de ligar. – avisou.


Dulce: Ele está bem? As crianças estão bem? – a encarei na mesma hora.


Madison: Sim. Mas ele não está com uma voz boa.


Revirei os olhos.


E desde de quando ele está?


Dulce: Só vou me limpar e retorno. – avisei – Mais alguma coisa para hoje?


Madison: A doutora Cally está esperando na emergência querendo que veja uma paciente dela. E chegou um homem desacordado. Acidente de moto. Fizeram uma tomografia e querem uma segunda opinião.


Dulce: Qual neuro está no caso?


Madison: Smith.


Dulce: E ele quer uma segunda opinião por quê?


Madison: Acredita que ainda possa declarar o paciente vivo.


Suspirei.


Dulce: Depois de ver a Cally vejo ele. – enxuguei minhas mãos e sai da sala.


Na minha sala tomei um banho, troquei de roupa, coloquei minhas alianças e quando sentei na cadeira e peguei meu celular vi várias chamadas de Christopher na qual Madison atendeu todas. Retornei a ligação. Ele atendeu no terceiro toque.


Christopher: Mais uma vez Nick me liga chorando. – foi a primeira coisa que disse bastante irritado.


Fechei os olhos! Merda!


Esqueci do encontro de mães e filhas do colégio de hoje.


Mais que culpa tenho se apareceu a mulher morrendo horas antes de dar o horário do encontro? Estava no meu plantão e ia deixar a mulher morrer?


Dulce: Apareceu uma paciente e..


Christopher: Não quero saber das suas desculpas! – me interrompeu bravo – Minha filha me liga mais UMA VEZ chorando porque a mãe dela pouco se importa com os sentimentos dela. – declarou.


Dulce: Como você pode falar isso? – fiquei furiosa – ACHA QUE GOSTO DE FAZE-LÁ CHORAR? ELA TAMBÉM É MINHA FILHA.


Christopher: POIS NÃO PARECE! VOCÊ SÓ SE PREOCUPA COM SEUS PACIENTES! COM O SEU MALDITO HOSPITAL! DO QUE COM SUAS PRÓPRIAS FILHAS!


Dulce: E VOCÊ? ESTÁ AÍ COM PORQUE QUER! POR QUÊ NÃO ESTÁ COM A NICOLE? POR QUÊ NÃO FOI COM ELA E COM AS MENINAS PARA O ENCONTRO? PREFERE FICAR DO OUTRO LADO DO MUNDO.


Christopher: POR ACASO É DIA DOS PAIS E FILHOS? EU PARI ELAS? NÃO! TENHA CERTEZA QUE SE FOSSE O MEU DIA NÃO TERIA FEITO NENHUMA DELAS CHORAR. TERIA LARGADO TUDO COMO SEMPRE FAÇO PELAS MINHAS FILHAS.


Dulce: AO CONTRÁRIO DE VOCÊ EU NÃO POSSO LARGAR UM PACIENTE MORRENDO NA MESA DE CIRURGIA! ACHA O QUÊ? QUE FIZ DE PROPOSITO?


Christopher: MAS PODE LARGAR SUA FAMÍLIA O TEMPO INTEIRO. – gritou tanto que tive que fechar os olhos – QUER SABER? NÃO CONSIGO MAIS FALAR COM VOCÊ! – desligou.


Taquei meu celular com força na parede de raiva.


 


 


 


Então desde de lá não estamos nós falando. Precisei comprar outro celular.


Christopher e eu tínhamos vivido um casamento sem brigas e discursões por muito tempo. Mas depois que nós mudamos para Chicago e eu comecei a me dedicar na medicina, as brigas, discursões não pararam mais. Ele parecia não entender meu lado.


Poxa!


Sentia falta daquele cara que era compreensivo, que me apoiava e que fazia de tudo para não brigarmos. Mas agora parece que arruma sempre alguma desculpa para isso. Ele acha que gosto de ver nossas filhas tristes? Que gosto de vê-las chorar? Ver a decepção nos olhos da nossa Nick? Que gosto de abdicar nossos momentos em família? De casal? Meu coração fica esmagado por não conseguir me dedicar 100% do meu tempo que minhas filhas e ele merecem.


Mas o que posso fazer? Me tornei a melhor neurologista cirurgiã e clínica médica do país! Tendo um dever e obrigação de salvar vidas. E esse trabalho que tanto sonhei me toma quase todo meu tempo. Como queria que o dia durasse 200hs e não 24hs.


Minha relação com todas as minhas filhas já foi melhor. Principalmente com Nick. Tenho consciência disso. Assim como tenho consciência que meu casamento com Christopher não estava tão bom. Além das constantes brigas e discursões fazia dias que não nós falávamos, mais dias ainda que não nos víamos e fazia dois meses que não tínhamos nenhum tipo de contato físico. Sem beijos e...sexo.


Continuo o amando com a mesma intensidade de quando tínhamos vinte e poucos anos, absolutamente nada mudou para mim. Meu amor por ele continua o mesmo. E acredito que ele também. Mas nosso casamento já não é o mesmo a muito tempo.


Mais tempo que posso lembrar.


Me encarei no espelho ajeitando minhas mexas loiras e sai do banheiro.


A primeira coisa que vi foi um homem alto, forte e loiro de costas para o banheiro. Olhando fixamente para o parque ao lado da clínica. As mãos estavam dentro dos bolsos da calça da frente. Parecia distraído, mais bem tenso. Os ombros estavam contraídos.


Dulce: Bom dia! Desculpe faze-lo esperar. – andei em direção a ele – Sou Dulce Maria Uckermann – estendi minha mão – Qual é seu nome mesmo? – fui delicada.


Ele se virou e os azuis mais vivos que já vi na vida me prenderam.


Uau!


U..a..u


De repente, prendi a respiração.


Xxx: Rafael Cardoso. Cardiologista! – sorriu e apertou minha mão.


Olhei para nossas mãos unidas por um momento e logo a puxei.


Dulce: So..u Dul..ce – guaguejei e balancei a cabeça– Já falei isso. – respirei fundo.


Mas que diabos..?


Rafael: Não sabe como esperei ansioso para conhece-la – colocou a mão de volta para o bolso – É uma honra conhecer finalmente você.


Dulce: Obrigada. – baixei a cabeça de repente sem graça – Senta-se! Vamos dar logo início a entrevista por favor. – voltei a sentar na minha cadeira e acessei o currículo dele. Rafael sentou na mesma cadeira que Angélica. – Então, você é brasileiro? Eu também! Quer dizer, nasci aqui em Chicago, mas cresci no Brasil.


Rafael: Eu sei. Sei tudo sobre a senhora. – garantiu.


O encarei.


Os olhos azuis brilhavam demais.


Dulce: Ah, certo. Claro. Minha família, principalmente meu marido é famoso.


Rafael: A senhora também. Sou um grande fã da melhor neurologista do Estados Unidos. – sorriu.


Meu Deus!


Ele era tão bonito.


Dulce: Você tem 25 anos...- voltei para o currículo – Brasileiro, Rio de Janeiro, Solteiro, pai...-  o encarei – É pai solteiro?


Ele assentiu.


Rafael: Meu filho tem 5 anos. A mãe morreu no parto.


Dulce: Sinto muito. – me encolhi e meus olhos voltaram para o currículo – Estudou numa faculdade pública. – levantei uma sobrancelha – Se formou com honras! E sua única experiência até agora foi ter trabalhado por um ano no hospital Ferrer do Rio. Sem experiência de anos, sem recomendação e com mais nada no currículo além do maravilhoso inglês devo dizer, devo perguntar como conseguiu essa entrevista? – analisei de novo o currículo dele enquanto aguardava resposta.


Mas nada.


Voltei a encara-lo e seus olhos azuis estavam fixos em mim.


Parecia...hipnotizado.


Fingi uma torce e ele piscou atordoado.


Rafael: Perdão?


Dulce: Como conseguiu essa entrevista? – perguntei séria – Mas devo alerta-lo que seu currículo nem deveria ter sido considerado. Não somos um hospital escola, não aceitamos médicos sem experiência de no mínimo dois anos.


Rafael: Tenho contatos que conseguiram isso para mim. E sim, eu sei disso. Mas precisava ao menos tentar senhora Uckermann. Sou novo na minha aérea, mas sou excelente e todos deve começar de um lugar e eu gostaria que o meu fosse aqui. Está apenas fazendo uma simples entrevista aqui com a senhora é um sonho e nem consigo imaginar como é trabalhar na Hope. É tudo que sempre quis. Mais do que um sonho. É o paraíso para mim. – falou sincero e quase emocionado.


Engoli em seco.


Dulce: Eu...lamen..


Rafael: Confesso que estou nervoso. Não pensei que fosse a senhora que faria a entrevista. Me desculpe se falei algo errado.


Dulce: Não faço. Mas o médico que faz não pôde comparecer hoje e eu junto com outros médicos assumimos o lugar dele. E você não falou nada errado. - o tranquilizei. 


Rafael: Só peço que não me recuse assim. Por favor. – implorou – Se o problema é minha idade ou minha falta de experiência. Peço que por favor, ao menos uma chance de mostrar o quanto sou bom apesar da falta de experiência.


Dulce: Senhor Cardoso, eu..


Rafael: Por favor senhora Uckermann. – segurou na mesa – Eu lhe rogo. Me dê uma chance de mostrar o quanto sou bom. Por favor!


Seus olhos se iluminaram quase como lágrimas.


Desviei os olhos comovida.


Meu Deus!


Como dizer não friamente na cara dele?


Dulce: Ok. Dois meses de teste. Será contratado oficialmente para nossa equipe. Mas se não mostrar capacidade o suficiente sua demissão já estará pronta. Estamos entendidos? – falei séria.


O sorriso que aquele homem deu aqueceu meu coração ao ponto de se agitar.


Mas que porra...?


Rafael: Muito obrigada senhora Uckermann. Não irá se arrepender! Eu prometo! – tocou na minha mão por impulso. Seus olhos azuis me prenderam novamente.


Prendi novamente a respiração totalmente mexida.


 




 


Acho que deu para perceber como vai ser a história, certo? Cada personagem vai ter seu momento PVO, mas o foco sempre vai ser os principais. Espero que gostem!!!!!!!! 



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Autor(a): tatayvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1712



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  • Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 15:01:30

    Eu estou achando que vamos sofrer muito nesta temporada espero que sejam poucos capítulos

  • Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 07:10:06

    Continua

  • taianetcn1992 Postado em 08/06/2024 - 03:10:57

    Dulce vc sossega hein

    • tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:42

      Aiaiaia

  • vondy_eternamenty Postado em 09/05/2024 - 19:18:43

    Continua por favor esta ótima

    • tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:29

      Continuando*-*

  • Vondy Forever Postado em 06/05/2024 - 10:35:05

    Continua por favor

    • tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:14

      Continuando *-*

  • Srta Vondy ♥ Postado em 21/04/2024 - 22:44:45

    Entendo de verdade o quão importante é a carreira da Dul, que emergências acontecem (principalmente num hospital), que p carreira que ela escolheu tem que abrir mão de muita coisa, principalmente de momento em família, de verdade entendo tudo isso, mas n me entra na cabeça o quão ''relapsa'' ou melhor relaxada ela se tornou em relação ao sentimento das meninas de saber que as filhas criam esperanças baseada na confirmação dela, ficam ansiosas esperando, se decepcionam, choram, são acalmadas, perdoam ela e depois tudo se repete novamente, sei que existe o contra-peso de uma vida que ''depende'' dela, mas mesmo assim sabe ? E ainda acha o Uckermann errado por cobrar isso dela, sendo que sobra p ele toda essa bomba nos momentos especiais das meninas Fora que acho que será um problema o novo médico e a possível entrada da Belinda na empresa do Christopher, e o segredo que a Dul guarda que até agora n deu as caras.. Ansiossima p os próximos capítulos, some mais não, por favor Continuaaaa <3

    • tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:55:18

      Os anos passaram e ela mudou muito, nem parece aquela menina de antes. Só acho que ela deveria parar de fazer essas promessas, já que é difícil de cumprir. Ela não gosta de ser cobrada, porque ela sabe que está errada. Esse novo médico ainda vai causar problemas não só no casamento dela, mas na relação das meninas tbm, assim como Belinda, Dulce que se cuide...e esse segredo? Chuta o que seja? Estava com saudades dos seus comentários*-* vou tentar postar com frequência, continuando!!!!!

  • vondy_eternamenty Postado em 20/04/2024 - 22:05:48

    nossa que saudades eu estava de vc continua

    • tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:47:22

      Tbm estava com saudades *-*

  • taianetcn1992 Postado em 18/09/2023 - 07:49:08

    mais mais mais

  • gyh Postado em 16/07/2023 - 10:56:59

    Estou ansiosa pra 3 temporada

  • Vondy Forever Postado em 16/07/2023 - 10:33:34

    Amei espero que na 3 temporada permaneça neste mesma pegada


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