Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy
Christopher Uckermann
Já eram 15:42 da tarde. Nick e Sofia eram as únicas que haviam chegado do colégio, e estavam estudando na sala de estudos, que havia sido feita exclusivamente para elas. Lavínia tinha saído para casa de uma amiga, Giovana estava no shopping, e Maria Paula ainda não havia voltado do colégio. Enquanto isso, eu observava minhas duas pequenas, concentradas em seus estudos. Ver como elas estavam crescendo tão rápido, mas ainda com aqueles rostinhos angelicais, me deixava nostálgico.
Elas são lindas, e isso é indiscutível. Sou um pai muito babão, admito.
Sofia, com seus 13 anos, já vivia grudada no celular, normalmente trocando mensagens com Miguel, o filho de Zoraida e Eddy. Eles têm a mesma idade e são bem ligados. Talvez até demais. E isso, claro, acendeu um pequeno alerta em mim. Primos, às vezes, têm uma... conexão especial. Algo que, como pai, eu definitivamente não quero que avance. Ok, talvez eu esteja exagerando, mas já era tempo de eu ter uma conversa com Eddy. Só para deixar claro: Miguel, que fique longe de qualquer ideia de se aproximar da minha bebê de outra maneira. Porque, para mim, Sofia ainda é isso – um bebê. Meu bebê.
No meio dessas divagações paternas, Maria Paula entrou abruptamente na sala. Ela estava sem uniforme e com o cabelo ainda molhado, claramente acabara de tomar banho. Seus olhos estavam inquietos, e as mãos se mexiam sem parar, um sinal típico de que algo estava a incomodando.
Maria Paula: Oii, pai. – Ela sorriu nervosamente. – A Lavínia comentou alguma coisa? Você ouviu dela?
Christopher: Não, filha. Ela nem está em casa. Por quê? – Eu a encarei, tentando entender o que a estava afligindo.
Maria Paula: Ah, nada! – Ela desviou o olhar e caminhou em direção às irmãs. – Já terminaram de estudar? A gente podia assistir a um filme. Vou pedir para a Leonor fazer pipoca.
Sofia, sem sequer levantar a cabeça do caderno, respondeu quase automaticamente.
Sofia: Estou terminando. Pede também para ela fazer um suco de laranja bem gelado, por favor.
Já Nicole, que sempre demorava mais nos estudos, deu uma olhada rápida para a irmã e depois voltou-se para mim com um sorriso confiante.
Nicole: Eu ainda vou demorar, Paula. Mas o papai vai me ajudar a terminar. – Ela me entregou o caderno, cheia de expectativa. – Fiz tudo direitinho dessa vez.
Eu mal precisei olhar para saber que tinha algo errado.
Christopher: Bebê, está tudo errado. – Falei calmamente, para não desanimá-la. – Você precisa prestar mais atenção.
Nicole fez uma careta, claramente frustrada.
Nicole: Mas, papai...
Christopher: Você não foi bem na última prova de português, Nick. Você nem consegue pronunciar meu nome direito no idioma. Como vai continuar com o filme se não se esforçar? O tempo está correndo, e você precisa aprender.
Ela fez um biquinho, visivelmente incomodada.
Nicole: Mas eu tenho tempo ainda antes das gravações...
Christopher: Esse tempo é justamente para isso, amor. Para você aprender, se preparar. E, sinceramente, eu já contratei tantos professores e nenhum consegue fazer você progredir. Nem eu...
Nicole: Não é minha culpa! – Ela reclamou, cruzando os braços.
Christopher: Claro que não. Mas você precisa se dedicar. Não é só para o filme, mas também pela sua mãe. O português é o idioma dela. É importante que você saiba.
Maria Paula, que havia ficado em silêncio até agora, murmurou algo que claramente expressava sua irritação.
Maria Paula: Tradição é um saco.
Ignorei o comentário e olhei para ela, curioso.
Christopher: E você? Por que demorou tanto hoje?
Maria Paula: Eu... bom... a diretora me chamou para pedir que eu seja tutora de um colega. Ele está indo muito mal, e ela quer que eu o ajude a melhorar. Claro que aceitei. Sou uma boa aluna e muito obediente. – Ela sorriu, visivelmente satisfeita com a própria resposta.
Christopher: Muito bem. Continue assim. Agora, o livro de estudos já está na gaveta do seu quarto. Aproveita que está proibida de sair com o...
Eu hesitei por um segundo, fingindo não lembrar o nome.
Christopher: Peterson.
Maria Paula: Pai, o nome dele é Petrick. – Ela murmurou de volta, claramente irritada.
Christopher: Isso mesmo. Vai lá pedir a Leonor para fazer a pipoca e preparar a sala para o filme. Daqui a pouco suas irmãs irão.
Maria Paula saiu batendo a porta, como de costume quando ficava contrariada.
Suspirei, voltando minha atenção para Nicole, que agora refazia a lição com mais cuidado. Às vezes, lidar com adolescentes era como tentar desarmar uma bomba – qualquer movimento em falso, e tudo explodia.
Christopher: Adolescentes! - murmurei
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O restante da tarde passou lentamente, com as meninas assistindo a um filme comigo. Quando Dulce ligou, as vozes das minhas filhas iluminaram o telefone, e a conversa fluiu entre risadas e abraços virtuais. Mas, como sempre, o tempo foi curto, e logo ela teve que desligar. Gigi chegou em casa, carregando várias sacolas, enquanto Lavínia retornava da casa da amiga, e em pouco tempo, o sofá se encheu de risadas e pipoca.
Assistimos a Crepúsculo mais uma vez. A saga de vampiros e lobos já me parecia uma repetição sem fim, e, em meio a todos aqueles diálogos decorados, eu até já conhecia as falas de cor. Para ser honesto, as únicas partes que me incomodavam eram as de "Amanhecer - Parte 1" e "Parte 2". Durante aquelas cenas em que Edward e Bella quebravam o quarto, eu fechava os olhos da Nick e pedia que todas as outras meninas também o fizessem, avançando as partes até a próxima cena mais tranquila. Maria Paula não se segurava e gargalhava toda vez que eu fazia isso.
Após o filme, nos reunimos à mesa para o jantar. A conversa fluiu sobre o dia de cada uma, e cada relato trazia à tona um pedaço de alegria que iluminava o ambiente. Para mim, esses momentos eram essenciais. Era a oportunidade de estarmos juntos, compartilhando risadas e sonhos, um verdadeiro vínculo entre pai e filhas.
Depois do jantar, as meninas subiram para os quartos, e Leonor me prendeu por alguns minutos para discutir o cardápio da próxima semana. Como sempre, eu tinha o controle total do que entrava na minha casa: nada de doces, frituras, gordura ou refrigerantes. Em seguida, fui de quarto em quarto dar boas noites, como era de costume.
Quando finalmente entrei no meu quarto, tomei um banho rápido e me joguei na cama vazia. O silêncio era profundo, mas a solidão me incomodava. Suspirei, encarando o teto, a mente cheia de pensamentos sobre Dulce, nossas filhas e a rotina que se arrastava.
Acordei na manhã seguinte com o despertador tocando. Eram quase seis horas, e ouvi barulho no banheiro. Dulce saiu, enxugando o cabelo, e, apesar de sua expressão cansada, conseguiu me oferecer um sorriso.
Dulce: Oi. — Ela jogou a toalha no sofá e se aconchegou embaixo do lençol ao meu lado. — Desculpa pelo barulho. — Murmurou, aninhando-se em meu ombro. — Como é bom chegar e ficar assim. — Almoça comigo de novo? — Ela me olhou com um brilho nos olhos.
Christopher: Claro. — Respondi, sentindo meu coração aquecer.
Dulce me deu um beijo rápido antes de afundar o rosto em meu ombro, quase como se quisesse se esconder do mundo.
Dulce: Te amo. — Murmurou sonolenta.
Christopher: Eu também te amo, querida. — Abracei-a com força, sentindo que, mesmo no silêncio da manhã, tudo ficava mais claro.
Após a nossa manhã tranquila, a semana passou rápida e repetitiva. Trabalhei mais em casa do que na empresa, tentando aproveitar cada minuto ao lado das meninas. Dulce, por sua vez, estava sempre atarefada com consultas e plantões, chegando em casa quando eu já estava a caminho da academia, e nesses dias, ela não tomava café conosco. Mas sempre que podíamos almoçar juntos, ela fazia questão de ligar para as nossas filhas, tentando estar presente, mesmo que à distância. Reconheci seu esforço, e isso já era o suficiente para mim.
Era sábado, e as meninas estavam em suas aulas extracurriculares: música, teatro, hipismo, francês e natação. Depois de um delicioso almoço com Dulce, decidi passar na empresa para assinar alguns papéis que minha secretária, Ava, havia me lembrado. O fim de semana era sempre um período tranquilo, com poucas pessoas circulando pelo escritório. Subi até a presidência e encontrei Ava organizando documentos na minha sala.
Christopher: Quase tinha esquecido desses. — Falei ao entrar, notando que sua mesa estava cheia de papéis. — Você não deveria estar aqui hoje. O seu marido está melhor?
Ava: Senhor Uckermann, estou apenas adiantando o trabalho para segunda-feira. — Ela disse, pegando alguns papéis em japonês e me entregando. — Thomaz está bem. Ele melhorou depois do tratamento.
Christopher: É estranho alguém ainda pegar pneumonia hoje em dia, mas fico aliviado que ele esteja melhor. — Sorri, pegando uma caneta e começando a assinar os documentos.
Ava olhou para mim com um semblante sério, e eu percebi que algo estava prestes a mudar.
Ava: Senhor Uckermann, eu... quero que saiba que sou muito grata por trabalhar todos esses anos com o senhor. Aprendi muito, e o senhor foi o melhor chefe que já tive. Sou apaixonada pela sua família, suas filhas são encantadoras... — Ela hesitou, e eu a encarei, percebendo o tom de despedida em sua voz. — Mas, Thomaz e eu decidimos que chegou a hora de nos aposentarmos e voltar para nossa cidade natal. Estou aqui para informar meu aviso prévio.
Um nó se formou em minha garganta.
Christopher: Não! Por favor, Ava...
Ava: Eu sei que você vai dizer que fui a melhor secretária que já teve, mas estou cansada de trabalhar. Minha filha caçula está prestes a ter um neném, e queremos estar próximos dela, conhecer e conviver com nossa neta. Não quero deixar o senhor na mão, por isso só irei embora quando encontrar uma substituta.
Christopher: Impossível encontrar outra secretária como você. — Joguei os papéis sobre a mesa, sentindo a frustração crescer. — Vou sentir sua falta. Julie e Christovão também vão. Não será a mesma coisa sem você aqui. Mas você está certa. A família vem em primeiro lugar. Se você sente que é a hora, então tudo bem. Vão ficar na casa da filha?
Ava: Sim, só por alguns meses. Depois vamos comprar uma casa próxima a ela. Todas as nossas economias servirão para isso. — Ela respondeu, seu olhar determinado.
Christopher: A casa vai ser meu presente depois de tantos anos de dedicação e carinho com a minha família. — Avisei.
Ava: O que? Senh...
Christopher: Não aceito não como resposta. — Interrompi. — É muito feio recusar um presente. — Sorri, sabendo que não poderia deixar essa pessoa tão especial sair sem um reconhecimento.
Ava me abraçou, e naquele momento, a emoção estava visível em seus olhos. Era uma despedida, mas também uma celebração da amizade e do tempo que compartilhamos. Eu sabia que a vida estava mudando, mas ainda assim, eu estava grato por tudo que havíamos vivido juntos.
Autor(a): tatayvondy
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Comentários do Capítulo:
Comentários da Fanfic 1714
Para comentar, você deve estar logado no site.
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jessica_dos_santos__conde_ Postado em 15/11/2024 - 13:29:56
Está tudo bem , não vai mais continuar com a história?
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jessica_dos_santos__conde_ Postado em 11/09/2024 - 10:46:34
Quando terá novas atualizações ?... Saudades
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Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 15:01:30
Eu estou achando que vamos sofrer muito nesta temporada espero que sejam poucos capítulos
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Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 07:10:06
Continua
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taianetcn1992 Postado em 08/06/2024 - 03:10:57
Dulce vc sossega hein
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:42
Aiaiaia
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vondy_eternamenty Postado em 09/05/2024 - 19:18:43
Continua por favor esta ótima
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:29
Continuando*-*
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Vondy Forever Postado em 06/05/2024 - 10:35:05
Continua por favor
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:14
Continuando *-*
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Srta Vondy ♥ Postado em 21/04/2024 - 22:44:45
Entendo de verdade o quão importante é a carreira da Dul, que emergências acontecem (principalmente num hospital), que p carreira que ela escolheu tem que abrir mão de muita coisa, principalmente de momento em família, de verdade entendo tudo isso, mas n me entra na cabeça o quão ''relapsa'' ou melhor relaxada ela se tornou em relação ao sentimento das meninas de saber que as filhas criam esperanças baseada na confirmação dela, ficam ansiosas esperando, se decepcionam, choram, são acalmadas, perdoam ela e depois tudo se repete novamente, sei que existe o contra-peso de uma vida que ''depende'' dela, mas mesmo assim sabe ? E ainda acha o Uckermann errado por cobrar isso dela, sendo que sobra p ele toda essa bomba nos momentos especiais das meninas Fora que acho que será um problema o novo médico e a possível entrada da Belinda na empresa do Christopher, e o segredo que a Dul guarda que até agora n deu as caras.. Ansiossima p os próximos capítulos, some mais não, por favor Continuaaaa <3
tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:55:18
Os anos passaram e ela mudou muito, nem parece aquela menina de antes. Só acho que ela deveria parar de fazer essas promessas, já que é difícil de cumprir. Ela não gosta de ser cobrada, porque ela sabe que está errada. Esse novo médico ainda vai causar problemas não só no casamento dela, mas na relação das meninas tbm, assim como Belinda, Dulce que se cuide...e esse segredo? Chuta o que seja? Estava com saudades dos seus comentários*-* vou tentar postar com frequência, continuando!!!!!
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vondy_eternamenty Postado em 20/04/2024 - 22:05:48
nossa que saudades eu estava de vc continua
tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:47:22
Tbm estava com saudades *-*
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taianetcn1992 Postado em 18/09/2023 - 07:49:08
mais mais mais