Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Sábado

19:00

O parque de diversões era um dos melhores e maiores. Ficava ao lado da maior orla da cidade. Depois de passar a semana inteira sem tempo, enfim, naquela noite e amanhã estava livre para curtir minha família. O parque estava bastante cheio, o que não era nenhuma surpresa. Os brinquedos faziam filas quase quilométricas, crianças corriam, jovens faziam selfie, casais de namorados dividiam algodão doce e pipoca e claro, muita música e gritos. Muitos gritos que saiam diretamente dos brinquedos. O parque era grande, com diversas barracas de comidas e diversões mais simples como: Fliperama, tiro-alvo e máquina de ursos. Também tinha barracas de tatuagens, de adoção de cachorros e gatos e até mesmo tarot.

Assim que chegamos Gigi foi a primeira a sair correndo em direção do barco viking, enquanto Lav foi para Loop Fighter e Maria Paula foi direto para Montanha Russa. Savannah acompanhou Gigi, Amber com Lav e Lilian com a Maria. As três eram responsáveis da segurança delas. Assim como Rose era da Sofia e Bonnie da Nick, Christopher acostumava dizer que eram as babás da segurança.

Observei Sofia parada ao meu lado bastante concentrada no celular enquanto Christopher colocava Nicole ao chão. Ela tinha pedido para ele carrega-la porque ela gostava de ficar na “altura” dele, apesar de estar grande, ele amava carrega-la e fazia isso com o pensamento de que em breve, como as outras irmãs, a caçula ia crescer tanto que não será mais possível.

Dulce: Filha? Sem celular...- estendi a mão – Desgruda disso um pouco.

Sofia: Vou guardar aqui no bolso – indicou o casaco

Dulce: Eu sei que você vai ficar nesse aparelho ao invés de aproveitar a noite. Então, não. – balancei o braço e suspirando ela me entregou.

Nicole: Onde você quer ir Sofi? – perguntou de mãos dadas com o pai – Eu quero ir primeiro no carrossel. A mamãe e o papai vão comigo primeiro. – sorriu.

Sofia: Vou andar por aí – falou mau humorada antes de sair em direção das barracas. Rose acompanhou ficando um pouco mais atrás.

Christopher: TPM? – fez careta.

Dulce: Aborrescência – respondi guardando o celular dela dentro da minha pequena bolsa – Vamos para o carrossel? A fila está grande. – peguei na outra mão dela e caminhamos com ela ao meio em direção do enorme carrossel.

Bonnie e os outros dois nós seguiam mais atrás. Nicole falava sobre o filme que em breve ia começar as filmagens. Também falava sobre a futura peça onde ia ser a protagonista, era uma peça com algo sobre piratas, ela também falou sobre o desfile que a Tia Zoraida marcou para esse ano. Ela falava tão animada, os olhos brilhavam de felicidade e eu não parava de sorrir para minha pequena.

Na fila do carrossel, ela não parava de me abraçar e dizer que estava feliz porque eu estava com ela, com as irmãs e com o pai. Dez minutos depois, Nick subia em cima de um cavalo e Christopher e eu nos afastamos ficando na parte das grades do brinquedo junto outros pais. Nick fechava os olhos e jogava o corpo mais para atrás sempre segurando na barra. Ela não parava de rir enquanto o carrossel girava.

Christopher: Ela está tão feliz. – me abraçou – Odeio que vou precisar conversar com ela sobre o filme. Se ela não aprender, vai perder o papel.

Dulce: O que mais podemos fazer? Você achou onze professores e nenhum deles ela conseguiu aprender. No colégio não aprende. Comigo, com você ou com as irmãs também não. Ela é tão inteligente, não entendo porque não aprende.

Christopher: Vou tentar dar um jeito, mas se ela não aprender, infelizmente vai sair do filme. – me encarou – Você nem comentou que a irmã de ídola dela está no hospital.

Dulce: Foi corrida essa semana, mas na hora do jantar vou falar para ela. Estou até vendo ela pedindo para Angélica para se encontrar com a irmã dela.

Christophe riu.

Christopher: Nossa filha é uma graça. – me deu um beijinho – Qual filha vamos depois daqui? Lav está mais perto. – comentou olhando atrás de mim.

Dulce: Vamos sair tarde daqui. Cinco meninas. Cinco meninas para dar a mesma atenção. Espero não vomitar nos brinquedos com a Lav e Maria. – joguei um beijo no ar para Nick que dava tchauzinho – Cinco filhas. Nosso sonho de uma casa barulhenta e cheia foi realizado com muito sucesso.

Christopher: Elas já estão enormes Dulce. Ontem Nick me perguntou se eu ia deixar ela casar um dia. – bufou – Tudo isso porque a Lav estava vendo um documentário sobre casamentos. Primeiro de tudo, por que ela estava assistindo sobre isso? Não sei! Deveria estar assistindo desenho. É um bebê.

Ri.

Dulce: Ela vai fazer quinze anos amor. Não é mais uma bebezinha.

Christopher: Claro que é. – falou ofendido – Essas meninas vão me deixar com cabelos brancos em breve. – murmurou.

O beijei.

Ele segurou na minha cintura me puxando mais para si retribuindo o beijo.

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Depois do carrossel, formos com Nick para o Crazy Dance e para o Double Shock, esse último era um pouco mais radical e ela ficou um pouco tonta. Quando ela melhorou, deixamos ela com Sofia que estava na fila no carrinho bate-bate. Lavínia estava na fila do Kamikaze mexendo no celular.

Christopher: Falando com quem mocinha? – foi a primeira coisa que disse quando nos aproximamos – Posso saber?

Lavínia: Com a Emma pai. – riu guardando o celular – Cadê a Nick?

Dulce: Quis ir no carrinho bate-bate com a Sofi. – falei abraçando minha outra pequena – Nem sei onde estar suas outras irmãs. – beijei o rosto dela – Estou te achando um pouco magra demais.

Lavínia: Eu? – riu – Quem dera mamãe.

Christopher: Acho ela perfeita – rebateu – Precisamos falar sobre sua festa de 15 anos, irá convidar só sua turma ou o ensino médio inteiro? A cerimonialista ligou para Ava, ela já quer reservar o clube. Tem dois eventos no mês do seu aniversário.

Lavínia: Vai ter festa mesmo e quero bem grande, igual como foi da Maria Paula. E provavelmente vou convidar o ensino médio inteiro, só para me socializar já que ano que vêm vou ficar no lugar da Paula. – me encarou – Já falou com o papai?

Dulce: Não. Desculpe querida. Esqueci. – balancei a cabeça.

Christopher: Me falou o quê? – cruzou os braços e a encarou já irritado – Não vai me dizer que...que...que....- respirou fundo – Inventou de namorar também? Quem é esse garoto Lavínia Manuela Saviñón Von Uckermann?

Ri.

Dulce: Meu Deus! Não é isso. Relaxa o coração querido.

Ele suspirou.

Christopher: Graças a Deus! Já basta Maria Paula. – a encarou agora calmo – O que você queria que sua mãe me falasse, princesa?

Lav me encarou receosa.

Dulce: Além da festa, ela quer ir para New York para um show de um artista aí.

Christopher: Só isso? – puxou ela para um abraço - Princesa papai deixa um dos jatinhos reservado para você e vamos juntos.

Dulce: Sozinha. Ela quer ir sozinha. – revelei.

Christopher: Como assim? – encarou nossa filha.

A fila andou alguns metros e parou.

Lavínia: A próxima turnê do Harry Styles não vai passar aqui em Chicago e vai ser no mês do meu aniversário. Depois da festa, outro dia, Emma e eu queremos ir para New York ficar dois dias por lá para ir ao show e fazer compras. Mas queremos ir sozinhas.

Christopher: Você é só um bebê, não vou deixar você ir para outra cidade que mal conhece sozinha Lavínia. – negou.

Lavínia: Pai eu vou ter 15 anos, não sou mais um bebê. Eu sei me virar. – cruzou os braços – E existe GPS sabia? Internet, uber, táxi, dinheiro, cartão de cred..

Christopher: A resposta é não. – foi direto – Ou vamos juntos, ou você não vai.

Lavínia: Pai! – reclamou.

Christopher: Não Lavínia. Chega! – olhou outro lado do parque.

Lavínia: Mãe! – me encarou esperando uma resposta da minha parte, como: ”Você vai sim filha” - Por favor mãe.

Christopher me encarou.

Dulce: Acho que agora não é hora para isso. – respondi – Vamos nos divertir e depois conversamos mais sério sobre esse assunto.

Christopher: Não tem conversa Dulce. – falou sério.

Dulce: Christopher...- cruzei os braços.

Ficamos nós encarando.

Não ia brigar com ele na frente da nossa filha e muito menos ia desautoriza-lo na frente dela. Mas que íamos conversar sobre isso, íamos sim. A fila voltou andar e entramos no brinquedo. Lav segurou na minha mão e sorriu quando sentamos e colocamos o cinto de segurança.

Lavínia: Obrigada mãe. – sussurrou.

Christopher estava do meu lado com o bico maior do que de um pato.

Todos entraram no brinquedo e então...tudo começou.

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Depois de mais dois brinquedos super radicais, na qual eu estava tonta e Christopher também, Lav e Christopher esqueceram da cena de alguns minutos atrás e voltaram a se divertir. Entrei em contato com a Savannah para saber onde Giovana estava e formos em direção delas. Lav foi em outro brinquedo radical que não tinha fila.

Christopher: Estou velho mesmo. Já estou cansado.

Dulce: Sério? – estava grudada no braço dele.

Christopher: Ficar rodando de um lado para outro e ouvindo gritos me deixa cansado.

Dulce: Você faz academia todos os dias. Pega peso gigantes.

Christopher: Academia amor. Essas meninas ficarem querendo ir em cada um desses brinquedos me deixa morto. Sério. – suspirou.

Dulce: Que pena. Estava querendo quando chegar em casa, não sei, fazer nossa própria..diversão. – mordi os lábios.

Ele me encarou.

Christopher: Cansado? O que significa mesmo essa palavra? Estou ótimo. Pronto para correr esse parque inteiro se pedir.

Gargalhei.

Quando encontramos Gigi, ela estava na fila do Enterprise, engoli em seco vendo mais um brinquedo que ficava de cabeça para baixo. Minha loirinha de olhos azuis, tinha os braços cruzados e parecia entediada. Ficamos ao lado dela, a puxei para um abraço apertado. Giovana era a filha que mais me preocupava.

Infelizmente.

Christopher: Por que essa cara, princesa?

Giovana: Odeio ficar em filas pai. Por isso não curto muito esses parques. – bufou.

Christopher: Também odeio filas. – riu.

Dulce: Você precisa cortar um pouco esse cabelo, sabia? – toquei nos lindos cabelos dela – Quer que a mamãe corte?

Giovana: Não mãe. Gosto dele grande. Fico ainda mais bonita. – sorriu. – Eu falei com a tia Zoraida ontem, ela disse que pode arrumar outra sessão de fotos para mim. Mas no Brasil. Na verdade, estou pensando em ser modelo igual ela.

Christopher: Vai ser a modelo mais linda que já vi. – falou babão.

Ela sorriu orgulhosa.

Dulce: Nas férias pode ir. Não agora. Mal começou as aulas.

Giovana: Eu sei mãe. – me encarou – Sabia que ganhei mais mil seguidores no instagram? – falou animada – Daqui a pouco faço dez mil.

Christopher: Eu vi querida. Se não der certo como modelo, vai ser igual sua tia Cheryl.

Giovana: Mas eu quero ser modelo. E sabe o que eu também queria? Uma pulseira linda que vi no shopping. Ela é da cor dos meus olhos. Todas as meninas da minha turma irão morrer de inveja. – sorriu.

Antes que Christopher concordasse em comprar, falei primeiro.

Dulce: Você já tem muitas pulseiras lindas Gigi. Não precisa de mais uma e nem tem idade para ficar se enchendo delas. E não fique achando que todas as meninas da sua turma têm inveja de você. Você é igual elas, não muda nada. – falei séria – Não é melhor e nem pior que elas.

Giovana: Sou a mais linda e rica mamãe. – levantou o queixo.

Encarei Christopher.

Ele tinha uma pequena parcela de culpa nisso.

Dulce: Giovana, sempre irá ter alguém mais linda que você, mais inteligente ou mais esperta. Beleza não significa nada. Acha que ficará linda para sempre? Que terá onze anos para sempre? Que não irá envelhecer? Ter cabelos brancos e pele enrugada?

Ela me olhou um pouco irritada.

Giovana: Não sou burra mamãe. Eu sei que vou ficar velha. Mais é daqui a muito e muitos anos. – forçou um sorriso.

Dulce: Nunca falei que era burra. Muito pelo contrário. É inteligente demais.

Ela sorriu de verdade dessa vez.

A fila andou e entramos no brinquedo. Fiquei na pequena cabine com ela e Christopher ficou em outra cabine do nosso lado. Pela janelinha ele prestava atenção em nossa conversa quieto. Depois que colocamos os cintos, a segurei pelos ombros.

Dulce: Eu amo tanto você Gigi, não tem ideia. Você é minha vida. A minha loirinha de olhos azuis preferida do mundo inteiro. Mas não posso e não vou deixar você crescer da forma que estar crescendo. Não será como sua avó Alexandra.

Giovana: Mas mam..

Dulce: Vou corrigir você enquanto ainda há tempo. E espero não tomar uma atitude que magoe nos duas, mas se eu tiver que fazer isso, farei sem pensar duas vezes se for fazer você aprender. – toquei no rosto – Amo você e não vou deixar que se transforme num ser asqueroso. – beijei o rosto.

Giovana: Do que está falando? – não entendeu.

Não respondi.

O brinquedo foi ligado e tudo começou.

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Depois de mais dois brinquedos, precisei tomar uma água e sentar por alguns minutos. Gigi estava completamente suada e cansada, mas mesmo assim foi direto para outro brinquedo radical. Savannah sempre na cola dela. Christopher e eu ficamos alguns minutos esperando a tontura passar e formos em direção da Maria Paula. Ela estava prestes a entrar numa barca pirata. Sorriu ao nos ver.

Ela sentou na ponta e nós dois de frente para ela.

A barca estava parada esperando mais pessoas entrarem.

Maria: Vamos jantar o quê? – apoiou o cotovelo no ferro de segurança e colocou o queixo na mão olhando o pai.

Christopher: Sofia irá escolher. – respondeu.

Maria: Por que ela?

Dulce: Porque é a vez dela.

Maria: Está ficando tarde. Já fui em quase todos os brinquedos.

Dulce: Vamos todos no carrinho bate-bate, roda gigante e...

Maria: Depois daqui vou correr para a monta russa. É o mais legal e o que está mais cheio. Poderíamos ir todos juntos nela.

Dulce: Nick e Gigi não tem idade para ir querida. É por isso que nos separamos. Para cada uma ir nos brinquedos que consegue ir. Depois vamos todos juntos nos brinquedos que é para todas as idades.

Maria: Pena que Petrick não veio. – fez biquinho.

Christopher: Graças a Deus por isso. Seu castigo acaba daqui alguns dias. Que pena. – colocou o braço em volta dos meus ombros. – Vou ter que aguentar o Peterson.

Maria: Petrick! Petrick pai.

Ri.

Dulce: Deixa ela querido.

Maria: Obrigada mãe. – suspirou.

Dulce: Deixa ela e o Peterson em paz.

Christopher riu e Maria Paula bufou.

Dulce: Seu pai me disse que vai ser tutora de um colega. Ele está tão mal assim? É só início do ano ainda. – comentei.

Maria: Sim. A diretora pediu. – revirou os olhos – Thales é o irmão gêmeo da Tessa Miller, a garota que me odeia mais que tudo nessa vida. As notas dele estão vermelhas e a diretora está preocupada porque ele é o capitão do time de basquete e final do ano concorre a uma bolsa. Estar tão ruim que o treinador tirou ele de capitão e colocou Petrick. Se continuar desse jeito, irá reprovar de ano. Fui escolhida para ajuda-lo a ser um bom aluno de novo.

Dulce: E quando começa as aulas de vocês?

Maria: Como estava de castigo, só na próxima semana. – olhou feio para o pai – Estudo. É para estudo nossos encontros.

Christopher: Ele pode esperar mais um pouco. – sorriu.

Maria Paula bufou.

Quando a barca ficou cheia, o brinquedo foi ligado e eu suspirei.

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Meia hora depois, depois de dois brinquedos, Maria Paula foi comprar sorvete e nos dois formos em direção de Sofia. Ela estava na fila para o trem fantasma, Lavínia tinha passado por ela para pegar a Nick. Ambas estavam no carrossel, Nick quis ir de novo no brinquedo. A música me assustava e os bonecos me davam um pouco de medo. Realmente ia sentar naquele carrinho e entrar naquele lugar macabro?

O que uma mãe não faz pelos seus filhos?

Respiro fundo.

Sofia: Vocês estão bem? – cruzou os braços.

Christopher: Sua mãe é medrosa – riu.

Dulce: Para! – o empurrei de leve.

Sofia: Não. – balançou a cabeça- Vocês estão bem mesmo? Digo...um com outro?

Christopher e eu nos encaramos sorrindo.

Dulce: Melhor impossível filha. – abracei ela – Seu pai e eu nos amamos. – beijei o rosto dela – E acima disso, amamos vocês.

Christopher: Como amamos. – abraçou nos duas – E hoje é seu dia de escolher onde vamos jantar. O que quiser. Aproveita que é só hoje.

Sofia: Pode ser tacos? Comida mexicana...- o encarou sorridente.

Christopher: O que quiser minha princesa. – beijou o rosto.

A fila andou e entramos no brinquedo. Sentei na frente com Sofia e Christopher atrás. A música mudou para outra mais sombria e uma bruxa riu. A luz se apagou e o carrinho se moveu devagar entrando de vez no túnel. Me encolhi nos braços da minha filha fazendo ela rir. Christopher gargalhou.

Seria longos minutos da minha vida com os olhos fechados.