Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Dulce Maria

Depois que formos em mais dois brinquedos com Sofia, Christopher chamou todas as meninas para o carrinho bate-bate. Ficamos numa fila grande, para passar o tempo ele implicava com Maria Paula e brincava com as outras. As meninas e eu ríamos das reações da Maria. Quando entramos nos carrinhos, apenas Nick foi comigo, me certifiquei que ela estava com o cinto.

Nicole: Acelera mamãe. Bate na Sofi. – falou animada.

Ri e esperei o brinquedo ser ligado.

Dulce: Como quiser meu coração. - ”acelerei” assim que o brinquedo foi ligado. O carrinho foi de encontro com o da frente, nós fazendo sobressaltar e Nick rir, dei a “ré” e acelerei em direção de Sofia que tentava fugir dos outros carrinhos. Quando ela nós viu aproximar soltou um grito e o carrinho bateu com tudo nela

“MÃE!” reclamou.

Nick gargalhou.

Ia saindo de perto dela, quando Gigi bateu em nosso carrinho nós jogando para longe. Olhei para minha loirinha e ela ria quando foi jogada por outro carrinho. Voltei para a pista indo bater em Maria Paula que tentava bater em Lav, mas Christopher bateu em mim antes me jogando um pouco para o lado.

“PAPAI” Nick reclamou rindo.

Também ri.

Ele se afastou indo atrás de Gigi, “acelerei” e bati na traseira dele o jogando para a frente fazendo ele bater em um desconhecido. Fui para a esquerda sorridente e bati na Gigi, a que estava mais próximo, em seguida bati em Lav. Maria Paula me acertou em cheio, fui para longe de novo.

Nick não parava de rir.

Encarei minha filha que estava completamente feliz e olhei as minhas outras quatro.

Todas riam.

Com o coração aliviado e feliz, voltei para a pista indo de encontro com Sofia.

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Depois do carrinho bate-bate, Gigi e Nick quiseram que Christopher tentasse pegar os ursinhos da máquina, compramos sorvete, algodão doce e pipoca e ficamos todas em volta dele rindo. Ele não conseguia pegar nenhum. Já tinha gastado várias fichas e nada. Eu roubava algodão doce de Lav, na verdade, dividíamos um.

Christopher: Vou ter que comprar mais ficha. – bateu na máquina após não conseguir de novo – Pelo menos um vou tirar daqui.

Giovana: Por que não compra a máquina, papai? – sugeriu alegre – Assim ganhamos todos os ursos.

Nicole: É. Boa ideia. – falou com a boca cheia de pipoca ao meu lado.

Pelo olhar que Christopher lançou a elas, tive que intervir.

Dulce: Não. O pai de vocês irá tentar de novo, mas se não conseguir ele não vai comprar a máquina. Vocês já têm muitos ursos. Não precisam de todos eles.

Christopher fazia quase sempre todos as vontades das filhas.

Giovana: Mã...

Dulce: Não. Você tem um armário cheio deles, inclusive, precisamos doar alguns.

Christopher: Eu vou tirar o que você quer na máquina. – tocou no ombro da Gigi – Só vou comprar mais ficha. – avisou antes de ir até o caixa.

Lavínia: Depois daqui vamos em qual brinquedo? – me encarou.

Maria Paula: Monta-Russa? – tentou.

Nick: Carrinho bate-bate de novo – começou a pular – Ou fazer tatuagem. – olhou para a barraca de tatuagem a alguns metros de nós.

Dulce: Filha, por favor não fale isso na frente do seu pai. – pedi.

Maria Paula: Não fala mesmo não – riu.

Sofia: Podemos ir no Fliperama? – olhou para o lado.

Dulce: Claro. Vamos no tira-alvo também. Podemos finalizar a noite na roda-gigante. – sugeri largando o algodão doce. Christopher retornou com várias fichas nas mãos e voltou para a máquina.

Maria Paula: Vamos tirar foto? – pegou o celular da bolsa e esticou o braço. – Vou postar no Instagram – sorriu.

Giovana: Eu já postei várias. – falou ajeitando o cabelo – Me marca Maria Paula.

Lavínia: Olha para o celular pai. – falou quando nós aproximamos mais dele. Christopher virou e com os braços em volta de Lav e Sofia e meus braços em volta de Nick e Gigi começou a sessão de selfies.

Enquanto Christopher estava grudado na máquina, eu, Sofia, Maria Paula e Lavínia formos para o fliperama. Jogamos juntas uma contra a outra. Minutos depois, Christopher se aproximou com Nick e Gigi sorridentes com os ursos nas mãos. Ele também sorria totalmente orgulhoso de si.

Todos nós começamos uma partida que durou muito tempo. Quando todas se cansaram, formos para o tiro-alvo. Christopher e eu tentamos ensinar as meninas, mas nenhuma tinha uma pontaria boa. Riamos delas atrapalhadas. Conseguimos no total de cinco ursos, um para cada uma. Nick e Gigi ficaram radiantes. Maria Paula registrava todos os momentos com o celular.

Nossa última parada foi na fila da roda-gigante. Tinha devolvido o celular de Sofia e todas mexiam em seus aparelhos, menos Nick. Era a única que não tinha e que estava brincando com os dois ursos dela. Minutos depois, as cincos meninas entraram de uma vez na cabine ocupando todo o espaço.

Maria Paula: Terão que ir na próxima cabine. – sorriu.

Lavínia: Só vocês dois. – sorriu abraçando Nick.

Nicole: Vocês vão se beijar muito...- riu quando Lav tampou a boca dela.

Giovana: Shhheee – fez sinal de silêncio para a irmã.

Sofia: Não estraguem. – reclamou.

Christopher e eu rimos. A cabine foi fechada e subiu.

A próxima cabine vazia apareceu e Christopher e eu entramos.

E subimos.

Estávamos grudados um no outro. De mãos dadas.

Dulce: As cinco adoram fazer isso, né? – encostei minha cabeça no ombro dele.

Christopher: Temos as melhores filhas do mundo. – beijou meu rosto.

Dulce: Não sabe como estou feliz só em vê-las felizes. – suspirei – Prometo fazer o máximo para termos mais momentos como hoje.

Christopher: Amanhã quer fazer o quê?

Dulce: Acho que ficar em casa mesmo. No SPA com elas. – o encarei – Nossa próxima saída podíamos fazer um piquenique e andar de bicicleta.

Christopher: Elas vão adorar. Faz muito tempo que não fazemos isso.

A cabine ficou parada no alto. Podíamos ver a cidade inteira.

Era uma vista bonita.

E tinha um vento gostoso também.

Dulce: Eu te amo.

Ele sorriu.

Christopher: Também te amo meu amor. – tocou no meu rosto – Não sabe como sou agradecido por termos formado nossa família. Sou um homem de muita sorte por tê-la como minha esposa, por me amar.

Encostei nossas testas.

Dulce: Também tenho sorte por tê-lo como meu marido, por me amar e apesar de tudo, conseguir me perdoar quando erro. E ultimamente tenho errado muito.

Christopher: Você é o amor da minha vida, como não vou perdoar? – beijou levemente meus lábios. – Você é meu tudo Dulce. Tudo. Todos esses anos juntos ainda não foi suficiente para mim, quero muito e muitos mais ao seu lado.

Dulce: Desde da primeira vez...- peguei a mão dele e levei até meu peito – Meu coração foi e sempre será seu. Sempre irá bater por você meu amor.

Ele pegou minha mão e fez o mesmo nele.

Seu coração batia tão forte e rápido como o meu.

Christopher: E o meu por você. – sussurrou e me beijou.

Retribui o beijo com a mesma devoção e amor.

Nosso amor com tempo só fez crescer ainda mais. Como se fosse possível.

Éramos almas gêmeas.

Pertencíamos um ao outro.

Para sempre!

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Ficamos muito tempo na cabine, namorando e conversando, até por fim, decidirmos ir para o restaurante que nossa filha escolheu. Abraçados, esperamos elas descerem da cabine e quando isso aconteceu, todas quiseram ir ao banheiro. Andamos até o banheiro mais próximo. Entrei com elas, enquanto Christopher esperava na frente. Dez minutos depois, ele não estava no lugar quando voltamos.

A segurança avisou que ele tinha entrado no banheiro masculino.

Lavínia: Já cansei. – sentou no banco próximo dos banheiros.

Giovana: Estou com fome. – reclamou sentando ao lado da irmã.

Sofia: Eu também. – sentou no último lugar vago ao lado da irmã mais nova.

Lavínia: Vêm Nick! – apontou para o colo dela. Nick sentou sorrindo.

Nicole: Obrigada Lav. – beijou o rosto dela.

Dulce: Já vamos para o restaurante mexicano.

Giovana: Eu queria comer risoto.

Lavínia: Vai comer comida apimentada sem reclamar – olhou séria – É a vez da Sofi escolher. Não a sua.

Gigi bufou.

Maria Paula continuava quieta.

Dulce: Tudo bem, filha? – abracei pelos ombros.

Éramos as únicas em pé.

Maria Paula: Enquanto o papai não vêm vou olhar os gatinhos. – falou com olhos na barraca de adoção.

Dulce: Não inventa Maria. Nick va..

Maria Paula: Só vou olhar mamãe. Prometo. No máximo vou tirar foto e criar uma campanha para eles serem adotados. – sorriu.

Ela se afastou em direção das barracas. Assim que ela saiu, Christopher voltou.

Lavínia: Pai? Podemos comprar pipoca? Estou com muita fome. Não vou aguentar chegar até o restaurante. – pediu.

Giovana: Também quero.

Sofia: Eu também.

Christopher: Tá. Vamos logo para fila. – olhou nossa filha distante, a segurança atrás dela – Para onde ela vai?

Dulce: Ver os gatinhos. – toquei no braço dele – Compra as pipocas e a gente se ver no carro. Vou atrás da Maria. – dei um selinho nele.

Christopher: Tá. – murmurou – Vamos logo meninas.

As quatro levantaram e seguiram em direção da enorme barraca de pipoca conversando com o pai. Enquanto eu fui em direção da minha filha mais velha. Um segurança me seguia mais atrás. Maria Paula olhava os gatinhos distante quando me aproximei.

Maria Paula: Por que não temos um mesmo, mãe? São tão fofos! – sorriu.

Dulce: Sou alérgica.

A barraca da adoção estava cheia. Muitos seriam adotados. A maioria eram crianças que seguravam os gatinhos que os pais adotaram. Ficava contente que eles teriam um lar, eu poderia tomar um remedinho para alergia e adotar um gato, mas os animais precisam de atenção e carinho, eu mal podia dar isso para minha família.

Quem dirá a um gatinho.

Maria Paula: Papai? – me encarou.

Dulce: Foi comprar pipoca para as meninas. – falei observando uma senhora da barraca ao lado ficar me olhando de uma forma estranha. A barraca em si, era mais uma bonita tenda e pelas roupas da senhora, era cigana. Estava com joias da cabeça aos pés

Meu celular tocou anunciando uma mensagem.

Peguei de dentro da bolsa. Christopher.

“Fila gigante. Vamos demorar um pouco”

Maria Paula: Quem é? – me encarou.

Dulce: Seu pai. A fila está gigante. – guardei de volta na bolsa.

A senhora se aproximou em passos lentos. Maria Paula e eu a encaramos.

Xxx: Olá minhas jovens! – sorriu – Posso ler as mãos de vocês?

Maria Paula: Você é vidente? – riu esticando a mal - Legal. Nunca fui em uma.

Dulce: Não acredito nisso. – puxei a mão dela da minha filha. – Obrigada. Mas não. – eu não acreditava nessas coisas e tinha muitos golpistas por aí.

Maria Paula: Deixa de ser chata mãe. É só a mão. – voltou a esticar. – Leia.

Bufei.

A senhora me encarou.

Xxx: Se sua mãe permitir minha jovem. Não quero fazer nada que a deixe desconfortável. – sorriu.

Maria Paula: Mãe? – pediu.

Revirei os olhos.

Dulce: Tá. – dei de ombros.

Maria Paula: Ótimo. – sorriu.

Xxx: Vamos lá...- pegou na mão direita dela virando a palma e analisando – Hum...- fez uma careta.

Maria Paula: O que foi?

Xxx: A sua linha do coração é ondulada, ou seja, tem muitos relacionamentos ou tem a falta de um relacionamento mais sério. – um dedo tocou na palma – A linha da cabeça é reta, você pensa de forma realista. – a encarou – Mas também sofre manipulação de terceiros. A sua linha do destino se une a linha da vida em algum lugar no meio do caminho, significa um ponto no qual os seus interesses são sufocados pelos interesses dos outros. – concluiu.

Maria Paula: Nossa. – encarou a própria mão. – Eu...uau.

Dulce: Vai acreditar mesmo?

Maria Paula: Mãe! – me repreendeu – Isso é verdade.

Dulce: Ok. – ri.

Xxx: Posso ler sua mão? – pediu.

Dulce: Não. Estou bem. Obrigada.

Maria Paula: Qual é mãe, se você não acredita, não custa nada ela ler sua mão. – sorriu.

Suspirei.

Dulce: Tá. – mal fechei a boca e a senhora pegou minha mão direita de forma um pouco brusca – Eii – reclamei.

Xxx: Desculpe. Você me intriga. – analisou minha mão. – A sua linha do coração mostra que está satisfeita com sua vida amorosa. Também mostra que não tem problema em expressar suas emoções e sentimentos livremente. Tem diversas cruzes passando pela linha da cabeça, o que significa que você terá que tomar em breve decisões muito importantes. A sua linha da vida é rompida, o que significa que terá uma mudança muito brusca na vida, algo...impactante. E por fim, a sua linha do destino se interrompe e muda de direção, ou seja, terá uma mudança extrema devido a forças externas. – falou pensativa e me encarou.

Maria Paula: Uau. Muitas mudanças mamãe. – riu.

Xxx: Mudanças até demais. – continuou encarando minha mão.

Dulce: Acertou as duas primeiras. – puxei minha mão. – Obrigada.

Xxx: É mudanças demais. – me encarou – Posso ler as cartas para você?

Dulce: Eu n..

Maria Paula: Sim..- se meteu na minha frente – Isso é legal. Vai falar sobre o futuro. Ler para mim também? Não importa o valor. – sorriu.

Dulce: Maria Paula..

Xxx: É sério senhora. – me interrompeu com uma expressão de preocupação – Não precisa pagar nada. Mas eu preciso ler as cartas para a senhora. Elas não mentem.

Maria Paula: Por favor mãe! O papai vai demorar mesmo. Por favor! – suplicou.

Dulce: Ok. – murmurei.

A expressão da mulher na minha frente não era muito boa.

Por quê?

Mudança é coisa boa, né?

Se isso realmente fosse verdade.

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A tenda por dentro era grande e espaçosa, com muitos panos, mesas, cartas e velas, típico do mundo cigano, talvez, não entendia nada sobre aquele mundo. A mesa era pequena e redonda, totalmente ao chão. As almofadas eram as cadeiras. Primeiro Zafira, a cigana, ia ler as cartas para minha filha. Eu estava ao lado de Maria Paula e via a senhora embaralhar as cartas.

Só tinha nos três na tenda.

Zafira: Pronto. – mostrou as cartas – Retire dez cartas querida.

Maria Paula: Ok. – começou a retirar uma por uma colando na mesa.

Quando terminou, Zafira colocou as cartas restantes de lado e ajeitou as dez cartas na mesa, virando a primeira carta, revelando um desenho de duas pessoas.

Zafira: A carta dos enamorados, apaixonados. – sorriu e virou mais uma carta – A carta do louco. – analisou as duas cartas – O louco significa começar do zero, entrar um novo caminho. Também vejo um garoto. – a encarou.

Maria Paula: Meu namorado. – sorriu.

Zafira: Não. – balançou a cabeça - Um garoto novo. Ele entrou na sua vida recentemente. Amor. Vejo amor entre vocês. Um novo relacionamento com ele.

Maria Paula: Está enganada. Não conheci ninguém novo e eu amo meu namorado. – olhou para a carta dos “enamorados” - Está errado.

Zafira: As cartas não mentem. Nunca. Jamais. – deixou claro e virou outra carta – 7 de copas – anunciou e virou outra – Valete de espadas. – analisou as duas – 7 de copas significa tentação, multiplicas escolhas e valete de espadas significa...- franziu o cenho – Vejo uma criança, valente significa uma criança curiosa e eu vejo uma criança em seu futuro não muito distante. – a encarou – Em breve você terá que fazer escolhas e essas escolhas terá consequência, a criança, as escolhas terão uma curiosidade.

Maria Paula: Que susto! – levou a mão ao coração – Pensei que fosse um bebê.

Dulce: Não fale, seu pai vai te matar. – murmurei.

Christopher primeiro ia morrer e depois matar ela e o namoradinho dela.

Zafira virou mais duas cartas.

Zafira: Ás de espadas e 9 de espadas. – analisou – Ás de espadas significa honestidade e 9 de espadas significa noites em claro, preocupação intensa. Vejo que algo muito sério irá acontecer a sua volta, ficará noites sem dormir, a preocupação vai ser sua melhor amiga e por fim, irá decidir a honestidade. – a encarou – Mesmo que isso faça sofrer quem você admira muito. – apontou para os desenhos.

Maria Paula: Faz sentindo. A honestidade vem sempre em primeiro lugar. Mas o que de tão sério pode acontecer?

Zafira: Só as cartas podem dizer – virou mais duas – A carta do julgamento e da Estela. O julgamento significa arrependimento, a inabilidade de ver o que está em baixo do seu nariz, também vejo a inveja. Crua e forte. São amigas. Você e a inveja. – balançou a cabeça – Mas a estrela significa esperança, as cartas mostram que conseguirá se livrar de tudo que a faz mal. Tudo. Seus sonhos se tornarão em realidade. – sorriu.

Maria Paula: Não sou e nunca fui invejosa, - deixou claro – Está errada.

Zafira: As cartas não mentem! – falou séria e virou as duas últimas cartas – A temperança e 10 de copas. – sorriu – Temperança significa paz e tranquilidade. 10 de copas significa final feliz. Vejo que depois de toda a bagunça e sofrimento, no fim terá seu feliz para sempre. – garantiu.

Maria Paula: Gostei desses dois últimos. – me encarou.

Dulce: Eu também querida. O que mais uma mãe gostaria de ouvir? – beijei o rosto dela.

Zafira: Conseguiu entender seu futuro? Alguma dúvida?

Maria Paula: Não. Entendi sim. Ainda mais o final. Só queria saber o que de tão sério vai acontecer. – balançou a cabeça.

Zafira: As cartas não quiseram dizer. Não adianta tentar.

Meu celular anunciou uma mensagem. Christopher.

“Cadê vocês? Em dez minutos vamos para o carro”

Maria Paula: Sua vez mãe. – levantou.

Dulce: Responde seu pai por favor. – entreguei meu celular para ela – Não fale que estamos aqui. – pedi. Ele ia rir. Era igual eu.

Zafira: Por que não vai até seu pai querida? Vai ser rápido aqui. – pediu.

Maria Paula: Está me expulsando? – riu – Não posso ver o futuro da minha mãe? – respondeu a mensagem de Christopher.

Dulce: Claro que pode filha.

Zafira: Pode sim. Obvio. Mas...eu gostaria de ficar sozinha com a sua mãe por alguns minutos. – a encarei sem entender – É melhor ficarmos sozinhas. Acredite em mim.

Ela começou a embaralhar todas as cartas.

Maria Paula: Promete me contar depois, mãe?

Dulce: É claro filha.

Maria Paula: Ok. Vou atrás do papai. Não demora. – me entregou o celular – Obrigada senhora Zafira. Tchau. – saiu da barraca e pela brecha que deixou, a virmos sumir pela pequena multidão do lado de fora.

Dulce: Por que quer ficar sozinha comigo? – perguntei séria.

Zafira: Algo me diz que precisará de privacidade. – falou calma – Muita privacidade.

Dulce: As coisas que disse sobre a minha filha foi interessante. O final foi o que toda mãe quer ouvir. Mas eu não acredito em nada disso. Desculpe.

Zafira: Eu não disse nada. Foi as cartas e tudo bem não acreditar em mim. O tempo vai dizer que as cartas não mentem. – sorriu e estendeu as cartas – Tire dez por favor.

Tirei dez cartas aleatoriamente e cruzei os braços. Ela as organizou e virou a primeira carta. Era dois homens numa única carta.

Zafira: É claro. – sorriu - Por causa disso terá tantas mudanças em sua vida. – concluiu - Rei de bastões, significa um homem, um único homem, mas que será arrebatador na sua vida, tão forte e tão único que precisa de dois desenhos para ser representado – explicou analisando a carta – Ele irá entrar na sua vida de uma forma...diferente.

Dulce: Homem? – ri – O homem da minha vida já estar nela a quase vinte anos.

Zafira: Não. Não é seu marido. Ele é novo. – falou séria e virou mais uma carta – Ás de copos, significa um novo relacionamento...- arregalou os olhos – Caramba! Você irá entrar num relacionamento arrebatador. As cartas estão dizendo que será algo único e verdadeiro, mágico. Um verdadeiro amor. Dos mais puros. – me encarou.

Dulce: Está mentindo. – apontei para as cartas irritada – Não tem a menor chance disso acontecer. – balancei a cabeça – O amor da minha é meu marido. Ele é minha alma gêmea, então, pode parar com essa palhaçada!

Zafira: Ainda não entendeu, querida? – me olhou compreensiva - Esse homem que irá entrar em breve na sua vida será tudo. Dulce, ele será a sua vida. Você não irá resistir e nem conseguirá viver sem ele. – falou séria – É um amor verdadeiro. Terão uma relação única, jamais vivida antes. Especial.

Dulce: Não vou ficar ouvindo isso. – levantei mas ela segurou no meu braço – Me solta! – falei nervosa – Você é uma golpista como todos.

Zafira: Por favor, vamos continuar. Ainda tem mais.

Dulce: Mais mentiras?

Zafira: Mais do seu futuro. Por favor, se não quiser acreditar, tudo bem. Mas termine de ouvir por favor. – implorou.

Respirei fundo e sentei de volta.

Dulce: Continua logo.

Era ridículo.

O amor da minha vida é Christopher.

Quantas bobagens essa sem noção tem que dizer para destruir outros casamentos?

Zafira virou mais duas cartas.

Zafira: A justiça e 5 de copas. A justiça significa que terá que tomar uma decisão muito importante, uma escolha. 5 de copas significa remorso e choro, chorar no leite derramado. – analisou as duas – As cartas mostram que irá tomar uma decisão que irá mudar sua vida e por causa dela irá sofrer. Irá chorar o leite derramado, irá chorar as consequências da sua decisão. Tristeza. Só vejo tristeza e choro.

Balancei a cabeça.

Ela virou mais duas cartas.

Zafira: A sacerdotisa e a Torre. A sacerdotisa mostra uma mulher, uma mulher irá entrar na sua vida e nada de bom vai sair dela. Vejo um segredo nela. Uma mulher fria. A torre significa destruição e caos. Caramba! – se assustou – Essa mulher irá entrar na sua vida e irá causar destruição e caos, muito caos, tristeza, perda. Cuidado Dulce. Cuidado. – me encarou – Ela não vai parar até conseguir o que quer.

Dulce: Eu a conheço?

Zafira: Não. – olhou as cartas – É alguém novo. Perigosa. Ruim.

Engoli em seco.

Alexandra estava morta e Anahí apodrecendo na cadeia.

Quem tão ruim quanto elas?

Zafira virou mais duas cartas.

Zafira: 7 de espadas e 3 de espadas. – analisou as duas – Ah, não. 7 de espadas significa traição. E 3 de espadas coração partido. As cartas mostram que será traída e que terá seu coração partido. Dor. Vejo muita dor. Sinto muito.

Dulce: Christopher vai me trair? – murmurei confusa.

Quê?

Não!

Impossível!

Ele não!

Christopher não!

Ela virou mais duas cartas.

Zafira: A força e o carro. A força já diz. Terá forças para enfrentar tudo. O carro significa vitória, irá se erguer e se aventurar também. As cartas mostram também velhos hábitos e vícios, como o carro, passageiro. Irá te acompanhar. Ilusão, ela irá cega-lá.

Eu mesma virei as duas últimas cartas. Não gostei do desenho de uma delas.

Zafira: A carta dos enamorados e...- engoliu em seco – A morte.

Dulce: Morte? Eu sou médica. Convivo com ela. – expliquei.

Zafira: Querida, a carta dos apaixonados diz que terá seu amor ao seu lado, viverão emoções e amor. É tanto amor. Tanta paixão. A chama da paixão é intensa demais. – falou olhando a carta – É muito amor. Felicidade. Mas a morte será seu fim.

Dulce: Eu morrer? Um dia todos nós vamos. – balancei a cabeça.

Zafira: Não essa morte. É uma que aos poucos vai se aproximando. A carta não quer dizer muito, mas...quando tudo parecer perfeito, a morte vai chegar.

Dulce: Vou morrer...? – sussurrei.

Zafira: Ela está se aproximando. Cada vez mais perto. A carta só diz isso.

Dulce: Você é louca! Louca! – levantei – Até estava pensando em pagar você, mas não vou fazer isso com golpistas. Nada disso irá acontecer. E pare de tentar destruir os casamentos das pessoas – falei nervosa e irritada – Eu deveria te processar por...por – respirei fundo – Você é louca! Louca! – dei as costas e sai da barraca furiosa.

Louca!!

Aquela mulher era louca!

Muito louca!

Jamais ia dar ouvidas a ela.

Louca!

Muito louca!