Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy
Alguns dias depois...
Puxava o carrinho de limpeza pelo corredor do sétimo andar, sentindo o peso do dia, mas aliviada por finalmente ter uma renda fixa. Esse prédio era tão monumental que parecia engolir qualquer um que entrasse. Limpar vidro atrás de vidro não era exatamente o trabalho dos meus sonhos, mas as contas não esperavam. E hoje, se tudo desse certo, ia poder levar Noah para passear no shopping, ver seu rosto iluminar com a ideia de hambúrguer e sorvete. Só de pensar, um sorriso me escapou — até que o murmúrio do meu colega ao lado me trouxe de volta.
"Olha só, o dono da porra toda chegou." - disse ele, num tom quase reverente.
Belinda: O quê? - perguntei, sem entender.
Ele fez um gesto discreto com a cabeça, indicando a entrada do prédio lá em baixo. Acompanhei seu olhar e vi dois carros pretos, luxuosos, pararem na calçada. Cinco homens saíram do carro de trás, assumindo posições ao redor. No outro, o motorista abriu a porta com uma postura quase ensaiada, e, então, um homem desceu, ajeitando o terno de forma precisa, como se já tivesse feito esse mesmo movimento mil vezes. O jeito que ele olhou ao redor e começou a caminhar com aquela calma firme me deixou imóvel por um segundo. Era alguém importante, sem dúvida.
Belinda: Quem é esse? — perguntei, ainda de olhos grudados nele.
Ele soltou uma risada leve, balançando a cabeça.
Xxx: Tá de brincadeira? Não sabe quem ele é? Ah, verdade… você é nova. Esse é o chefe.. O dono disso aqui tudo. Christopher Uckermann. Faz dias que ele não aparece na empresa.
Belinda: Christopher Uckermann? — repeti, surpresa. Claro que eu já tinha ouvido falar dos Uckermann, mas sempre achei que era o Christóvão que comandava o negócio, não Christopher.
Xxx: Christóvão também aparece por aqui, mas quem manda mesmo é o Christopher. Ele é o principal, a última palavra.
Continuei observando enquanto ele atravessava o hall, cada passo firme, controlado, como se o ambiente inteiro respondesse à presença dele. Era quase impossível tirar os olhos. Tanta confiança e poder num só homem... Eu imaginei que, com uma fortuna dessas, ele devia ser um pesadelo pra quem trabalhava direto com ele.
Belinda: Ele deve ser um saco, né? - arrisquei, tentando disfarçar o interesse com uma ponta de cinismo.
Xxx: Olha, pra ser sincero, não. Ele é respeitador, bem diferente do que muita gente pensa de um chefão desse nível. Rico, mas… gente boa.
Soltei um “hum” meio indiferente, tentando espantar o fascínio que ele havia despertado. Voltei a esfregar o vidro, deixando minha mente vagar novamente até Noah e ao passeio no shopping. Uma tarde longe das preocupações e do peso do mundo, só pra nós dois.
Dulce Maria
Depois de atender todos os pacientes da manhã, decidi passar na ala de oncologia infantil para conversar com a Dra. Beatriz. Ela era uma das melhores médicas do hospital e acabara de voltar de viagem, e eu precisava falar com ela sobre uma nova paciente que chegaria em breve. Caminhava com pressa pelos corredores quando meu celular tocou; era Nicole, minha caçula.
Dulce: Oi, meu amor. Tudo bem? - sorri, ao atender.
Nicole: Ainda bem que atendeu, mamãe! - Nicole parecia animada. - Queria saber se amanhã posso ir te buscar.
Dulce: Por que não fala logo que quer tirar uma foto com a Angélica? -,brinquei, lembrando da fixação dela na "gêmea" de sua atriz favorita.
Nicole riu do outro lado da linha.
Nicole: Você me pegou... Posso, mãe? Por favor, por favor?
Dulce: Vou falar com ela hoje, prometo. Agora, almoça direitinho e preste atenção nas aulas, tá?
Nicole: Sim, senhora. Te amo, mãe!
Dulce: Também te amo, meu amor. - Terminei a ligação sorrindo, guardei o celular no bolso e segui meu caminho, atravessando o jardim entre os prédios para chegar à ala infantil.
Estava distraída observando o movimento ao redor quando um garotinho esbarrou em mim e caiu no chão. O susto foi imediato, e logo me agachei para ajudá-lo a se levantar, passando as mãos delicadamente pelos braços dele para verificar se estava bem.
Dulce: Oh, meu Deus! Você está bem? Machucou alguma coisa?
O menino riu, me encarando com olhos brilhantes.
Xxx: Não! Estou bem!
Sorri ao ouvir a resposta em português, vinda de um garotinho tão pequeno.
Dulce: Você fala português? - perguntei, surpresa.
Ele arregalou os olhos, levando as mãos à boca, e rapidamente corrigiu o erro com um inglês perfeito:
Xxx: Desculpa! Esqueci que não estou no Brasil.
Dei uma risada.
Dulce Está tudo bem, pode falar em português. Eu também sou brasileira… quer dizer, meio brasileira. Mas e você, está bem mesmo?
Xxx: Estou sim! - respondeu ele, sorrindo abertamente.
Dulce: E onde está sua mãe? Por que estava correndo?
A alegria no rosto dele apagou por um segundo.
Xxx: Minha mãe morreu.
Dulce: Ah, me desculpa… - respondi, sem graça. - Qual é o seu nome?
Gabriel: Gabriel! E o seu, tia?
Dulce: Dulce. E quantos anos você tem, Gabriel?
Gabriel: Cinco! - Ele sorriu, orgulhoso.
Dulce: Que legal, homenzinho! - sorri de volta. - E está com alguém aqui? Por que estava sozinho?
Gabriel: Meu pai trabalha aqui. Eu estava brincando com ele. - Ele soltou uma risadinha.
Dulce: Sério? E como ele se chama?
Xxx: Gabriel Cardoso!
A voz que soou atrás de mim era firme e familiar. Me virei para ver Rafael se aproximando rapidamente, o rosto sério, mas com um toque ansioso no olhar. Quando me viu, ele parou por um segundo, e depois continuou até nós, puxando Gabriel para seu lado.
Rafael: Me desculpe, Sra. Uckermann - disse, mantendo Gabriel perto de si. - Ele fugiu sem eu perceber. Sei que ele não deveria estar aqui, mas aproveitamos o horário de almoço para ficarmos juntos.
Sorri, tentando tranquilizá-lo.
Dulce: Não se preocupe. Seu filho é encantador.
Rafael: Obrigado - respondeu, com um leve aceno.
Gabriel me encarou com entusiasmo.
Gabriel: A tia Dulce é legal, pai!
Rafael riu, dando um leve beliscão carinhoso na bochecha do filho.
Rafael: É mesmo, filho? Que bom que você gostou dela. Agora, que tal não fugir mais, hein? Já falei que não era hora de brincar, seu pestinha.
Observei o carinho entre os dois, sorrindo com a cumplicidade entre pai e filho. Era impossível não notar a semelhança entre eles. Rafael, que parecia sempre cuidadoso e responsável, ainda tinha aquele brilho no olhar que eu admirava. Por um instante, nossos olhares se cruzaram, e o tempo pareceu parar por alguns segundos.
Suspirei, lembrando que precisava voltar ao meu turno.
Rafael: Vai almoçar agora? - ele perguntou, quebrando o silêncio.
Dulce: Não ainda. Estava indo falar com a Dra. Beatriz.
Rafael: A Beatriz Bonetta? - assenti. - Vi ela saindo pra almoçar quando cheguei, a reconheci porque uma vez vi ela na TV.
Dulce: Ah, então acho que vou ter que falar com ela mais tarde. Eu queria tê-la encontrado antes.
Rafael olhou para Gabriel, pensativo, e voltou-se para mim.
Rafael: Se não tiver outra coisa pra fazer agora, almoça com a gente.
Gabriel bateu palminhas, feliz.
Gabiel: Legal! Almoça com a gente, tia Dulce!
Dei de ombros, sorrindo.
Dulce: Ok, vou adorar.
............................................
Gabriel escolheu um restaurante ao lado do hospital, e seguimos para lá enquanto ele e Rafael conversavam animadamente sobre sua nova escola. O pequeno parecia radiante com os novos amigos, o que me trouxe um sorriso. Rafael escolheu uma mesa próxima à brinquedoteca, e, assim que fizemos nossos pedidos, Gabriel pediu para ir brincar enquanto esperávamos.
Rafael sentou-se de frente para mim, com uma linha de visão direta para o filho. O restaurante estava relativamente vazio, o clima tranquilo. Olhei para meu celular sobre a mesa, lembrando que o plano inicial era almoçar na lanchonete do hospital — mas acabei vindo para cá, almoçar com Rafael, um homem que, de alguma forma, despertava minha curiosidade.
Rafael: Estou gostando muito do hospital e me esforçando bastante - ele comentou, quebrando o silêncio.
Dulce: Que bom! Se continuar assim, tenho certeza de que ficará conosco por bastante tempo.
Ele sorriu, abaixando a cabeça levemente.
Rafael: Não vi a senhora no hospital esses dias.
Suspirei, pensando no ritmo constante e desgastante da minha rotina.
Dulce: É que ando ocupada demais. Na verdade, minha vida é uma loucura. Mal tenho tempo para as coisas básicas.
Rafael: Mas sua família deve estar acostumada, não?
Dulce: Sim, estão… mas ainda é difícil. - Sorri de leve, sem tirar os olhos do celular por um segundo, como se fosse receber alguma notificação importante.
Rafael: A senhora só tem filhas?
Dulce: Sim. Cinco meninas.
Ele assentiu, refletindo.
Rafael: Deve ser bom ter uma família grande.
Dulce: Sempre foi o meu sonho e do meu marido. - Observei a expressão dele enquanto falava, curiosa para ver sua reação.
Ele hesitou um instante, e então me encarou diretamente.
Rafael: E seu marido? - perguntou, a voz séria.
Dulce: O que tem ele?
Rafael: Vocês estão juntos há muito tempo, não? Sempre vejo algumas menções a vocês online, mas nunca há muito detalhe.
Ergui uma sobrancelha, surpresa.
Dulce: Andou pesquisando sobre mim, Sr. Cardoso?
Ele riu, sem jeito.
Rafael: Confesso que sim. Como falei na entrevista, sempre foi um sonho meu conhecer e trabalhar com a senhora. - Havia uma sinceridade nos olhos dele que me desconcertou por um momento.
Engoli em seco.
Dulce: Estamos juntos há quase vinte anos — murmurei, quase para mim mesma.
Rafael: Perdão, não entendi.
Respirei fundo e voltei o olhar para ele.
Dulce: Faz quase vinte anos que estamos juntos. Este ano, completaremos duas décadas. - Instintivamente, olhei para minha aliança, girando-a levemente no dedo.
Rafael assentiu, pensativo.
Rafael: Vinte anos é muito tempo… Deve amá-lo muito.
Endireitei-me, mais séria.
Dulce: Amo, sim. Amo meu marido e minha família. Sem eles, não sou nada.
Ele sorriu, um sorriso que parecia vir de uma compreensão silenciosa.
Rafael: Christopher tem muita sorte em tê-la na vida dele. Dá para ver o quanto você ama sua família.
Assenti, cruzando os braços.
Rafael: Ainda pensa em ter mais filhos?
Dulce: Oh, não! - ri, aliviada. - Já temos cinco meninas. Não precisamos de mais nenhum!
Ele sorriu de lado, voltando a olhar para Gabriel, que brincava no espaço infantil.
Rafael: Eu também só quero o Gabriel. O tive muito jovem, e criar um filho sozinho… é uma responsabilidade enorme.
Dulce: Mas você ainda é muito jovem, Rafael. - Sorri, num tom descontraído. - Praticamente um menino.
Ele me encarou, com um olhar sério e intenso.
Rafael: Eu sou um homem, não um menino, senhora Uckermann.
Antes que eu pudesse responder, meu celular vibrou, e ambos olhamos para a tela ao mesmo tempo. “Amor” estava na chamada. Rafael fez um leve gesto com a cabeça.
Rafael: Fique à vontade - ele sorriu.
Atendi a ligação.
Dulce: Oi!
Christopher: Já almoçou? - a voz de Christopher tinha aquele tom gentil e familiar.
Dulce: Estou almoçando agora. E você? - Olhei para a janela ao meu lado, vendo a luz suave do dia lá fora.
Christopher: Já. Vai mesmo ficar de plantão de novo?
Suspirei.
Dulce: Sim, amor, já falamos sobre isso.
Ele suspirou do outro lado, resignado.
Christopher: Está bem. Eu também vou sair tarde hoje. Quando chegar em casa, vou entrevistar um professor para a Nick. Se ela não conseguir aprender com ele, acho que desisto.
Dulce: Se não der certo, conversamos juntos com ela.
Christopher: Boa ideia. Vou deixar você almoçar, então. Beijo, amor. Eu te amo.
Sorri, sentindo o carinho dele atravessar a linha.
Dulce: Também te amo. - Desliguei, ainda sorrindo.
Quando olhei para frente, Rafael me observava com um leve sorriso.
Rafael: Você tem um sorriso lindo, senhora Uckermann. - ele disse, de braços cruzados. - Devia sorrir mais.
Dulce: Se você diz! - balancei a cabeça, rindo de leve.
Pouco depois, o almoço chegou, e Rafael chamou Gabriel, que voltou correndo e se sentou ao meu lado. Ele começou a puxar assunto comigo animado, e nós três rimos juntos. A conversa seguiu leve, com o pequeno contando histórias divertidas, e a presença tranquila de Rafael trouxe um ar inesperado de serenidade ao almoço.
Maria Paula
No vestiário masculino, eu estava escondida num canto escuro, aos beijos com Petrick. Tinha ido só para falar com o Thales sobre as malditas aulas, mas, ao encontrar meu namorado ali, o plano mudou. Nos deixamos levar; sua boca desceu para o meu pescoço, e sua mão começou a subir pela minha saia.
Maria Paula: Espera... - pedi, afastando-o um pouco.
Petrick: O quê foi? - ele murmurou, frustrado.
Maria Paula: Aqui, não. - A ideia de alguém aparecer me deixava tensa.
Petrick respirou fundo, desviando o olhar como se tentasse controlar a impaciência.
Petrick: Desculpa, princesa. Mas... já faz tempo que estamos juntos. E nada ainda. - Ele deu de ombros, sem me encarar.
Maria Paula: Eu sei. - Baixei a cabeça, nervosa. - Só... me dá um pouco mais de tempo. Prometo que estou tentando.
Ele suspirou e assentiu com a cabeça.
Petrick: Tá bom. Eu saio primeiro, depois você vai. - Sua voz soava resignada, mas não zangada.
Assim que ele saiu, fiquei um momento sozinha, ouvindo meus próprios pensamentos ecoarem no vestiário vazio. Estava para fazer dezoito, mas a ideia de perder a virgindade ainda me deixava insegura. Minha mãe e eu tínhamos conversado sobre isso várias vezes, ela até me deu camisinhas, escondido do meu pai, claro. Mas, apesar de querer, algo em mim sempre hesitava. Petrick era paciente, mas até eu sabia que estava testando a paciência dele.
Suspirei e me virei para sair, mas parei ao ver Thales entrando no vestiário, com uma expressão de desgosto ao me ver ali.
Thales: O que está fazendo aqui? - ele perguntou, a voz cheia de desprezo.
Maria Paula: O que você acha? - rebati, cruzando os braços.
Ele soltou uma risada irônica e fez menção de sair, mas eu o segurei.
Maria Paula: Amanhã, na minha casa, para as aulas. Já deveríamos ter começado, mas você vive fugindo de mim.
Thales bufou, desviando o olhar.
Thales: Não vou. - Abriu o armário de qualquer jeito, claramente irritado.
Maria Paula: E por quê não?
Thales: Porque não quero!
Rolei os olhos e dei uma risadinha sarcástica.
Maria Paula: Acha que eu quero? Prefiro me jogar de uma ponte do que ensinar um garoto burro feito você.
Ele bateu a porta do armário com força, virando-se para mim com os olhos em chamas.
Thales: Você se acha, não? Só porque sua família é rica e você é a número um do colégio, se acha a melhor pessoa do mundo. Minha irmã tem razão... você não passa de uma vaca.
Maria Paula: Prefiro ser uma vaca do que um burro feito você. - Eu dei um passo à frente, cada palavra saindo carregada de veneno. - E, ah, lave a boca para falar da minha família! Porque, se for comparar qual é a melhor família aqui...
Thales: Cala a boca! - ele rosnou, a raiva espelhada em cada linha de seu rosto.
Sorri, sem conseguir resistir ao golpe final.
Maria Paula: Pelo menos, na minha família não tem traidores... - O escândalo do pai dele, que tinha traído a esposa com a mulher do melhor amigo, ainda estava fresco na memória de todos.
Thales ficou pálido, os punhos cerrados de tanta raiva.
Thales: Você não sabe de nada! Pode esquecer essas malditas aulas! Prefiro repetir! - Ele enfiou o dedo na minha testa, empurrando-a com força.
Maria Paula: Ai! Seu escroto! - gritei, tocando a testa dolorida, enquanto ele se afastava.
Lavínia Manuela
Cheguei do colégio, e o silêncio da casa me envolveu como um manto. Todas as minhas irmãs já haviam saído para suas aulas extras. Até mesmo Maria Paula, que estava insuportável ultimamente, foi para a aula de piano. Meu pai havia retornado à rotina do trabalho, e minha mãe, como sempre, estava no hospital. Com a casa vazia, eu me vi sozinha, exceto pelos empregados que circulavam discretamente.
Meu coração afundou um pouco ao perceber que a aula de francês tinha sido cancelada, deixando a tarde livre à minha mercê. Sem nada que exigisse minha atenção, decidi mergulhar na internet para pesquisar novas dietas. Passaram-se quase uma hora e meia navegando entre fórmulas e promessas de emagrecimento, até que um som de batidas na porta me tirou do transe.
Emma, minha melhor amiga, entrou no meu quarto com um ar de tédio estampado no rosto.
Emma: Lavínia, você não disse que ia me deixar de fora hoje - ela exclamou, jogando-se na minha cama como se fosse o lugar mais confortável do mundo.
Lavínia: Eu não sabia que você viria! - sorri, aliviada por sua presença.
Emma: Tava entediada em casa - respondeu, se espreguiçando. - O que você está fazendo de bom?
Lavínia: Pesquisando uma nova dieta - murmurei, desviando o olhar para a tela do notebook. - Acho que engordei uns cinco quilos.
Emma fez uma careta, claramente não acreditando no que eu dizia.
Emma: De novo? Já te falei que isso é coisa da sua cabeça. Você já está magra. Se emagrecer mais, vai ficar com aparência de anorexa.
Lavínia: Não é coisa da minha cabeça! Ontem, fui vestir uma calça e não deu! - balancei a cabeça, sentindo a frustração crescendo. - Preciso emagrecer logo.
Emma: Por quê? - ela perguntou, levantando uma sobrancelha.
Lavínia: Porque ouvi dizer que o Ítalo gosta de meninas que parecem modelos - confessei, um sorriso tímido brotando no meu rosto ao mencionar o nome dele.
Emma: Você vai emagrecer só por causa dele? - revirou os olhos.
Lavínia: Não é só por causa dele! É questão de saúde! - tentei me defender, mas a defensiva soava vazia, mesmo para mim. Voltei minha atenção ao notebook, distraindo-me da verdade que me incomodava. - Encontrei um remédio para emagrecer que não precisa de receita. O que é ótimo, porque minha mãe nunca me deixaria tomar.
Emma: Você vai tomar esses remédios sem falar com sua mãe? - Questionou, o tom de preocupação crescendo em sua voz.
Lavínia: Sim! E ela não pode saber - a encarei, determinada.
Emma: Entendi! - ela levantou as mãos em sinal de rendição, mas a preocupação ainda dançava em seus olhos. - Só acho que você não precisa emagrecer. Está ótima.
Lavínia: Que bom que eu não pedi sua opinião - respondi, com um sorriso provocativo. Emma, irritada, atirou um travesseiro na minha cabeça, e eu ri, sentindo um pouco do peso sair de meus ombros.
Belinda Peregrín
Entrei em casa com Noah pulando e saltitante, segurando uma sacola de hambúrguer. Já eram quase dez da noite, e tínhamos voltado do shopping depois de dar uma volta. Todas as vezes que saía com meu filho, sentia uma raiva silenciosa por não poder comprar tudo o que ele queria, mas que nunca pedia, sabendo que nosso orçamento era apertado. Meu filho era um anjo; às vezes me perguntava como consegui dar à luz a um ser tão especial como ele.
Minha mãe estava em sua habitual cadeira, imersa em seu crochê em frente à TV. Morávamos numa casa bem pequena, de apenas dois quartos. Aquela poltrona na sala era seu cantinho preferido, onde passava horas e horas assistindo televisão enquanto trabalhava nos seus crochês ou em alguns pequenos projetos de costura.
Noah: Aqui, vó! - disse, entregando a sacola com os hambúrgueres. - Está gostoso!
Minha mãe sorriu e pegou a sacola da mão dele. Deixei minha bolsa em cima da mesa junto com as chaves e me joguei no sofá, observando os dois. Suspirei, sentindo o peso do cansaço me envolver. O trabalho era pesado; limpar tudo aquilo todos os dias não era tarefa fácil, mas, pelo menos, o salário e os benefícios eram bons.
Olívia: Obrigada, meu amor! Daqui a pouco vou comer - disse acariciando o rosto do neto.
Noah: Vou arrumar minhas coisas para a aula amanhã - falou, indo para o quarto.
Belinda: Ele não para de pensar em aula, estudo, matemática... - comentei, sorrindo de lado.
Olívia: Ele é diferente de você, que sempre foi preguiçosa - riu. - Está bem cansada, não é?
Belinda: Sim. - fechei os olhos, tentando relaxar. - Vou tomar banho e já me deitar. Amanhã vou deixar o Noah na escola, você pode descansar mais um pouco.
Olívia: Não precisa, filha, eu pos...
Belinda: Não, mãe! Descanse, sim? - a interrompi, encarando-a. - Quanto menos esforço você fizer, melhor para o seu coração. - Levantei e estiquei meu corpo, sentindo cada músculo pedir um descanso.
Fui para o banheiro e tomei um longo banho. Quando saí, Noah já estava devidamente de pijama e dentes escovados, assistindo a um desenho na TV. Coloquei meu pijama e fui para a cama ao lado dele. Não demorou muito e ele pegou no sono. Sorrindo, dei um beijinho de boa noite e o cobri bem. Desliguei a TV e tentei pegar no sono, mas não consegui. Peguei meu celular e decidi pesquisar sobre os gêmeos Uckermann.
Eram gatos, muito, muito gatos, gêmeos idênticos. Christopher era o mais velho, ambos eram casados. Não havia muita informação sobre a esposa de Christóvão, exceto que Ana Brenda era uma empresária milionária e prima da esposa de Christopher. Ela era linda, e tinha uma irmã chamada Maite, que era jornalista. A mãe delas, Jennifer Jones, era gêmea de Elizabeth Jones, ambas donas da famosa rede de hospitais Hope.
A esposa de Christopher era filha de Elizabeth e... espera... ri ao perceber, então tudo estava interligado. Elizabeth tinha Alfonso e Dulce Maria como filhos. Dulce era bonita e a melhor neocirurgiã do país, um talento herdado pela mãe. A maioria das fotos na internet eram antigas, dela em premiações e entrevistas, sempre ao lado de Christopher.
Arregalei os olhos ao perceber uma coisa.
Belinda: Cinco filhas? - murmurei, surpresa.
Um pensamento maldoso surgiu na minha mente. A maioria das fotos era antiga, de quase quatro anos atrás. Então, se ela teve cinco filhas, deveria estar horrível, toda acabada e enorme, provavelmente gorda.
Ri, divertida com a ideia.
Cliquei em uma foto de Christopher sozinho numa premiação. Passei a língua nos lábios. Ele era bem gostoso.
Belinda: Então é para você que eu trabalho... - sorri, imaginando o que poderia acontecer se as coisas fossem diferentes.
Dulce Maria
Deixei o tablet com Dafne enquanto falava com Beatriz. Ela era uma das melhores médicas de oncologia pediátrica e uma grande amiga. Tinha acabado de voltar das férias na Espanha, com a pele bronzeada e um brilho especial no olhar. O relógio já passava da meia-noite, mas o plantão estava tranquilo, o que era um alívio.
Beatriz: Espero que a pequena chegue logo. Como está no início, a probabilidade de cura é alta. O doutor Andrew foi maravilhoso, ficando no meu lugar durante essas semanas. - Ela sorriu, mexendo no tablet em cima do balcão. - Sinto que estou renovada para enfrentar essa batalha com meus anjinhos.
Dulce: Infelizmente, nem todos conseguem vencer. - A tristeza se instalou em minha voz.
Beatriz: Eu sei, mas nos últimos meses os resultados têm sido mais positivos com os novos remédios e quimioterapias. Cada vez mais crianças estão se curando. Estou bastante otimista de que, em alguns anos, a mortalidade infantil por câncer cairá drasticamente. - Ela sorriu, uma luz de esperança em seus olhos.
Dulce: Deus te ouça!
Beatriz: Agora, mudando de assunto, e esse novo médico, hein?
Dulce: Qual deles?
Dafne: Ela está se referindo ao doutor Rafael Cardoso, senhora Uckermann. Ele é um sucesso por aqui de tão bonito. - A enfermeira sorriu, divertindo-se. - Todas as enfermeiras disputam para trabalhar com ele.
Beatriz: Você mesma fez a entrevista dele? - O brilho de curiosidade no olhar dela era contagiante.
Dulce: Sim. E não tem nada demais. - Dei de ombros.
Dafne: Parece que ele gostou muito da senhora, já que sempre pergunta por você aqui. - Ela sorriu de lado, levantando uma sobrancelha sugestiva.
Beatriz: Hum...
Dulce: Hum... nada disso! - Neguei com firmeza. - Sou casada, se já esqueceram. - Levantei a mão, exibindo minha aliança. - E aqui todos nós somos profissionais. Não esqueçam! - Falei séria, mas um leve sorriso escapuliu.
Nesse momento, uma enfermeira apareceu, concentrada na prancheta nas mãos.
Enfermeira: Doutora, um paciente está no leito doze. Está reclamando de dor de cabeça.
Dulce: Vou lá! - Agradeci e caminhei em direção ao leito doze. Abri a cortina, pronta para a rotina do dia a dia, mas parei em seco.
Dulce: Eu sou a doutora Dulce, qual seu...
Paciente: O amor da sua vida! - Ele sorriu, sentado na cama com os braços cruzados, o olhar divertido.
Dulce: Christopher! - Ri, surpresa. - O que está fazendo aqui? Está bem? - Fechei a cortina novamente, garantindo nossa privacidade.
Ele me puxou para mais perto.
Christopher: Estou ótimo! Só estou com saudades! - Ele me abraçou, e o calor do seu corpo fez meu coração acelerar.
Dulce: Mais algumas horas e vou para casa, querido. - O abracei com força, tentando reter aquele momento. - Você falou com o novo professor?
Christopher: Sim. Ele começa amanhã com a Nick. - O encarei, percebendo a intensidade do olhar dele. - Não aguentei de saudades. - Ele fez um biquinho adorável.
Inclinei-me para dar um beijo nele, mas ele transformou o gesto em algo mais profundo. Suas mãos seguraram minha nuca, e nossos lábios se encontraram em um beijo intenso que parecia durar uma eternidade. Afastei-me com longos selinhos molhados.
Dulce: Pronto! - Toquei seu rosto suavemente, apreciando o momento. - Descansa, sim? Você parece cansado.
Christopher: Estou com muito trabalho e, para piorar, Ava ainda está treinando uma nova secretária, mas não está dando certo. - Ele fez uma careta, a frustração evidente. - Acho que nunca vou encontrar uma como ela.
Dulce: Não é possível que você não encontre uma boa. Logo ela vai aparecer. - Dei mais um selinho nele, querendo confortá-lo. - Preciso ir agora, amor. Logo estarei em casa.
Christopher: Tá bom! Já estou indo! Bom plantão. - Ele desejou, seu olhar se iluminando.
Saí do leito sorrindo, o coração leve.
Autor(a): tatayvondy
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Comentários da Fanfic 1714
Para comentar, você deve estar logado no site.
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jessica_dos_santos__conde_ Postado em 15/11/2024 - 13:29:56
Está tudo bem , não vai mais continuar com a história?
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jessica_dos_santos__conde_ Postado em 11/09/2024 - 10:46:34
Quando terá novas atualizações ?... Saudades
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Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 15:01:30
Eu estou achando que vamos sofrer muito nesta temporada espero que sejam poucos capítulos
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Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 07:10:06
Continua
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taianetcn1992 Postado em 08/06/2024 - 03:10:57
Dulce vc sossega hein
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:42
Aiaiaia
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vondy_eternamenty Postado em 09/05/2024 - 19:18:43
Continua por favor esta ótima
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:29
Continuando*-*
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Vondy Forever Postado em 06/05/2024 - 10:35:05
Continua por favor
tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:14
Continuando *-*
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Srta Vondy ♥ Postado em 21/04/2024 - 22:44:45
Entendo de verdade o quão importante é a carreira da Dul, que emergências acontecem (principalmente num hospital), que p carreira que ela escolheu tem que abrir mão de muita coisa, principalmente de momento em família, de verdade entendo tudo isso, mas n me entra na cabeça o quão ''relapsa'' ou melhor relaxada ela se tornou em relação ao sentimento das meninas de saber que as filhas criam esperanças baseada na confirmação dela, ficam ansiosas esperando, se decepcionam, choram, são acalmadas, perdoam ela e depois tudo se repete novamente, sei que existe o contra-peso de uma vida que ''depende'' dela, mas mesmo assim sabe ? E ainda acha o Uckermann errado por cobrar isso dela, sendo que sobra p ele toda essa bomba nos momentos especiais das meninas Fora que acho que será um problema o novo médico e a possível entrada da Belinda na empresa do Christopher, e o segredo que a Dul guarda que até agora n deu as caras.. Ansiossima p os próximos capítulos, some mais não, por favor Continuaaaa <3
tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:55:18
Os anos passaram e ela mudou muito, nem parece aquela menina de antes. Só acho que ela deveria parar de fazer essas promessas, já que é difícil de cumprir. Ela não gosta de ser cobrada, porque ela sabe que está errada. Esse novo médico ainda vai causar problemas não só no casamento dela, mas na relação das meninas tbm, assim como Belinda, Dulce que se cuide...e esse segredo? Chuta o que seja? Estava com saudades dos seus comentários*-* vou tentar postar com frequência, continuando!!!!!
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vondy_eternamenty Postado em 20/04/2024 - 22:05:48
nossa que saudades eu estava de vc continua
tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:47:22
Tbm estava com saudades *-*
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taianetcn1992 Postado em 18/09/2023 - 07:49:08
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