Fanfics Brasil - Capítulo - 016. Almas Opostas - Vondy

Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy


Capítulo: Capítulo - 016.

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Christopher Uckermann 


 


Eu olhei para o relógio pela terceira vez em menos de cinco minutos. Uma hora e cinquenta e dois minutos de atraso. A cada minuto que passava, minha paciência, já limitada, se desgastava ainda mais. Passei a mão pelo rosto, respirando fundo enquanto tentava controlar a irritação crescente.


 


Ao meu lado, a organizadora da festa, Scarlett, mantinha o sorriso educado, mas eu percebia a inquietação nos gestos dela. Ela já havia relido a mesma lista de fornecedores pelo menos quatro vezes. Era evidente que tentava não transparecer desconforto, mas estava difícil ignorar a tensão que eu emanava.


 


Scarlett: Tem certeza de que ela vem? - perguntou tentando soar casual, mas eu percebi a hesitação em sua voz.


 


Christopher: Claro que vem - respondi, seco, mesmo duvidando das minhas próprias palavras. Eu sabia que Dulce tinha um péssimo hábito de se atrasar, mas quase duas horas? Isso era um recorde até para ela.


 


Quando finalmente a porta do escritório de Scarlett se abriu e Dulce apareceu, senti uma mistura de alívio e raiva subindo como um tsunami dentro de mim. Lá estava ela, entrando apressada, com o cabelo levemente desgrenhado e os olhos carregados de desculpas não ditas.


 


Dulce:Desculpa, desculpa mesmo - disse assim que se aproximou, ofegante, como se tivesse corrido para chegar ali.


 


Christopher: Desculpa? - repeti, cruzando os braços e olhando diretamente para ela - Dulce, você está quase duas horas atrasada!


 


Dulce: Eu sei, Christopher, mas aconteceu uma coisa...


 


Christopher: Uma coisa? - interrompi, levantando um pouco a voz. - Você tem ideia do que eu deixei para estar aqui? Uma reunião importante, Dulce! E você quase não aparece!


 


Ela fechou os olhos por um segundo, claramente tentando não perder a paciência. 


 


Dulce: Eu sei que você está bravo, mas eu não fiz isso de propósito. Apareceu uma emergência...


 


Christopher: Como sempre essas emergências.


 


Dulce: Christopher, eu já disse que foi uma emergência, o que quer que eu faça? - ela rebateu, agora elevando o tom.


 


A organizadora da festa, parecia não saber onde enfiar a cara. Ela fingia revisar os papéis, mas claramente estava desconfortável com a nossa discussão. Isso só me deixou ainda mais irritado.


 


Christopher: Você sabe o que é mais frustrante, o que me irrita mais Dulce? É que essa festa é para nossa filha. É para nossa Gigi. Eu só estou aqui porque nada é mais importante que ela e você, claramente, mostra o contrário.


 


Ela estreitou os olhos, ofendida. 


 


Dulce: Agora você está exagerando, Christopher. Eu me importo, sim. Se não me importasse, eu nem teria vindo!


 


Christopher: Ah, que ótimo! Então eu deveria te agradecer por finalmente aparecer? - ironizei.


 


Dulce respirou fundo, claramente no limite da paciência. Antes que pudesse responder, o celular dela começou a tocar. Ela olhou para a tela e franziu o cenho.


 


Dulce: Eu preciso atender isso - disse, quase como um suspiro.


 


Christopher: Claro que precisa.- retruquei, com sarcasmo. - Porque, claro, deve ser mais importante do que todo o resto.


 


Ela ignorou meu comentário, levantando-se para atender. 


 


Dulce: Alô? Sim... O quê? Agora? - ela começou a andar de um lado para o outro, falando baixo, mas o suficiente para eu perceber que era algo sério.


 


Quando terminou a ligação, ela voltou para a mesa, pegou a bolsa e me olhou com expressão firme. 


 


Dulce: Eu tenho que ir. É uma emergência.


 


Cara, como eu odeio essa palavra! Bufei.


 


Christopher: Ótimo. Vá. Por que não? Já que é o seu padrão.


 


Ela não respondeu. Apenas balançou a cabeça, como se tentasse decidir se valia a pena continuar discutindo. Por fim, virou-se e saiu apressada, deixando para trás o eco das palavras não ditas e o cheiro do perfume dela.


 


A organizadora pigarreou, tentando aliviar o silêncio constrangedor que ficou.


 


Scarlett: Bom... talvez possamos remarcar?


 


Eu passei a mão pelos cabelos, sentindo o peso da exaustão e da frustração.


 


Christopher: Sim, claro. Vamos remarcar. Porque, nada hoje vai sair como o planejado. 


 


E com isso, levantei e sai da sala completamente irritado.


 


 


 


 


Noah 


 


 


Eu gosto de ensinar coisas para a Nicole. Ela virou minha melhor amiga, mesmo sendo meio atrapalhada com as palavras em português. Às vezes, ela fala umas coisas tão erradas que eu quase caio no chão de tanto rir. Mas eu também sei que ela quer aprender, e eu gosto de ajudar.


 


Hoje, estamos sentados no tapete da sala de estudo da casa dela, a casa por sinal é tão grande, mais tão grande, que me perco. Com uns lápis de cor espalhados e um caderno que eu peguei da grande biblioteca daqui. É com isso que vou ensinar Nicole a falar do jeito certo.


 


Noah: Tá vendo isso aqui? - pergunto, apontando para um desenho de uma maçã no caderno.


 


Nicole: Apple - responde em inglês, toda confiante.


 


Noah: Não! É `maçã`, - corrijo, devagar, para ela ouvir como se fala. - Repete comigo: ma-çã.


 


Nicole: Ma... ma-sã? - ela tenta, franzindo a testa.


 


Noah: Não! É ma-çã. O som do `ç` é assim: `sss`. Tipo uma cobra! Sssss. - Eu faço um barulho bem exagerado, e ela ri.


 


Nicole: Tá bom, ssss. Ma-ssã.


 


Noah: Quase! Ma-çã, - digo de novo, mais devagar.


 


Ela tenta de novo, fazendo uma careta engraçada.


 


Nicole: Ma-çã.


 


Noah: Isso! Agora você acertou! - bato palmas, animado, e ela fica toda contente.


 


Nicole: Fácil - diz, mas eu sei que ela só fala isso porque quer parecer que tá arrasando.


 


Noah Tá, então tenta outra. Como você chama isso aqui? - Aponto para o desenho de um cachorro.


 


Nicole: Dog - ela responde, óbvia.


 


Noah: Errado! - digo, balançando a cabeça. - É cachorro. Ca-cho-rro.


 


Nicole: Ca... co-ro?


 


Noah: Não! Cho-rro. Tipo, o `rro` tem que ser mais forte, assim: rrrrrr. Faz um barulho tipo carro, vrum vrum! - Eu imito o som de um carro, mexendo as mãos como se estivesse dirigindo.


 


Ela dá uma risada tão alta que quase engasga. 


 


Nicole: Rrrrrrr! Igual cachorro bravo?


 


Noah: Isso! Mas sem latir. É cachorro. Ca-cho-rro.


 


Nicole: Ca... cho... rro - ela fala, devagar, e até que sai bem direitinho.


 


Noah: Boa! Agora você já sabe falar duas palavras: maçã e cachorro.


 


Nicole: Eu tô ficando boa nisso. - diz, e eu percebo que ela tá se sentindo orgulhosa.


 


Noah: Tá, mas agora eu vou te ensinar uma frase. Presta atenção. - Aponto para o caderno de novo. - Repete comigo: Eu gosto de maçã.


 


Nicole olha pra mim, confusa. 


 


Nicole: Você tá falando rápido demais, Noah


 


Noah: Tá bom, vou devagar. Eeeeuuuu...- Eu alongo a palavra, como se estivesse falando com um bebê.


 


Nicole: Euuuuu...


 


Noah: Gos-tooo...


 


Nicole: Gos-tooo...


 


Noah: Deeee...


 


Nicole: Deeee...


 


Noah: Ma-çã.


 


Nicole: Ma-çã.


 


Noah: Agora junta tudo: Eu gosto de maçã.


 


Ela pensa um pouco e depois tenta: 


 


Nicole: Eu... gosto... de maçã.


 


Noah: Perfeito! - bato palmas de novo. -Tá vendo? Você tá ficando muito boa nisso, Nicole!


 


Nicole: Obrigada, professor Noah - ela diz, toda engraçadinha, e faz uma reverência como se eu fosse um rei ou algo assim.


 


A gente continua brincando e falando palavras nos dois idiomas, até uma das empregadas dela aparecer na porta e dizer que tá na hora do lanche. Nicole tá aprendendo devagar, mas já dá pra ver que ela tá melhorando. E eu gosto de ser o professor dela, porque a gente sempre se diverte junto.


 


 


 


 


 


Christopher Uckermann 


 


 


A tela do computador brilhou em um tom azulado na penumbra do meu escritório. Já era tarde, mas o trabalho não tinha me deixado descansar. No momento em que a ligação de vídeo da Julie apareceu, a luz suave do meu rosto iluminou a tela, e um sorriso tímido se formou. Ela parecia meio cansada também, como se estivesse no meio de uma maratona interminável, como eu.


 


Julie: Ei, Chris! - ela apareceu na tela, um pouco bagunçada, com os cabelos presos num rabo de cavalo, a luz do abajur atrás dela. - Como foi a reunião de mais cedo? Cheguei hoje de Londres, ainda não acessei meu email.


 


Christopher: Bem, na verdade, Cristóvão fez no meu lugar. 


 


Julie: Hum.. e como você está? - levantou uma sobrancelha.


 


Christopher: Indo...- tentei ser casual, mas minha voz falhou no final. Eu estava esgotado, mas, como sempre, preferia não falar disso logo de cara. - E você? Brayan chega amanhã da Islândia, certo?


 


Julie: Sim, ele teve que ficar mais alguns dias para tratar de vários assuntos jurídicos, acredita que ele só vai ficar aqui em Boston por um dia? Ele tem que pegar o primeiro voo para França, está cheio de reuniões por lá, um monte de coisa para resolver porque você fechou o contrato da reconstrução de alguns monumentos por lá. Dois dias depois vou pegar o jatinho e ir direto para Itália, tenho mais reuniões por lá e ainda preciso me encontrar com o presidente. Então, entre uma coisa e outra, não paro. Mal vejo meu marido, meus irmãos e meus sobrinhos. - fez uma pausa - Mas e você? Como está indo no escritório? Parece que você tá... não sei, meio distante ultimamente.


 


A preocupação na voz dela me pegou de surpresa. Julie sempre tinha um jeito de notar quando eu estava sendo mais fechado, mas eu me esforcei para desviar do assunto. 


 


Christopher: Ah, você sabe como é... Aquela rotina de sempre. Nada de novo. Nada muito diferente. - dei um sorriso curto, mas não convenceu.


 


Julie franziu a testa, sem deixar de me observar com atenção. 


 


Julie: Chris, você não está sendo muito honesto. Você parece... Sei lá, meio... cansado demais. Eu não sou boba, você sabe disso. - ela deu uma risada nervosa, mas logo seu olhar se suavizou. - Está tudo bem com você? A Dulce? As meninas? 


 


Suspirei, me jogando totalmente na cadeira, passando a mão pelo rosto. Eu realmente não queria falar sobre isso, mas algo na forma como ela me olhava me fez ceder. 


 


Christopher: Eu só... estou sobrecarregado, Ju. É isso. No trabalho, a sorte que no momento não preciso viajar como vocês, nos compromissos. A Dulce... ela está cada vez mais distante de novo. O mesmo ciclo se repete e eu... eu tô aqui tentando segurar as pontas, enquanto ela está apenas se afundando mais e mais no trabalho dela. Isso está me deixando meio perdido...de novo.


 


Ela ficou em silêncio por um instante, claramente surpresa com a minha abertura. Julie era mais nova, mas sempre soubera como ser madura quando o assunto era sério. Contei sobre nossa briga mais cedo, e nossas outras brigas nos dias anteriores, as mesmas brigas, as mesmas histórias. Ela se inclinou para frente, atenta, antes de responder.


 


Julie: Eu sei que ela está ocupada com a medicina, mas… ela não percebe que está deixando a família pra trás? - A preocupação na voz dela era clara, mas também havia um toque de leveza, como se estivesse tentando não tornar o momento mais pesado do que já estava.


 


Eu balancei a cabeça, frustrado. 


 


Christopher: Estou cansado dessa situação, sempre é a mesma coisa, a gente briga, ela promete mudar e não muda e então, tudo se repete. Ela só quer saber sobre os pacientes, os plantões... o hospital. Ela não consegue enxergar que também precisamos dela. E a sensação de estar sozinho, mesmo tendo ela ao lado, é pior do que qualquer outra coisa.


 


Julie fechou os olhos, ponderando, antes de responder, mais suave desta vez. 


 


Julie: Eu entendo, Chris. Eu sei que a medicina da Dulce é importante pra ela. Mas você também é. Ela precisa entender que, se continuar assim, vai perder a conexão com quem ela mais ama, e isso pode ser mais perigoso que qualquer plantão. - ponderou - Também faz muito tempo que não falo com ela, quando falar de novo, vou brigar com ela. É um saco ver você triste ou com raiva o tempo todo por causa dessa situação.


 


Eu fiquei em silêncio por um momento, digerindo suas palavras. Eu sabia que ela estava certa. Mas algo dentro de mim se rebelava contra a ideia de ser o "destruidor" do trabalho dela de alguma forma. Ela estava fazendo o que amava, e eu não queria ser o culpado por interromper isso. Mas, ao mesmo tempo, eu sentia que estava me afundando, esperando por uma mudança que nunca acontecia.


 


Christopher: Eu só estou cansado. Nem para organizar a festa de aniversário de verdade da filha ela tem tempo, eu tento, mas a cada dia que passa, parece que ela está mais distante. Mais absorvida. As vezes eu fico ali, à espera de um tempo, de um espaço que nunca chega. 


 


Julie respirou fundo e, pela primeira vez, parecia estar pensando profundamente, como se estivesse pesando as palavras antes de falar.


 


Julie: Eu entendo o que você está passando, Chris. Sabe, o trabalho de Dulce é importante, mas não é só isso que define a relação de vocês. Ela precisa perceber que tem algo mais valioso, e isso inclui você, a família, o tempo juntos. - ela fez uma pausa, me olhando de forma sincera. - Você precisa encontrar uma maneira de mostrar isso a ela. Talvez não agora, mas quando ela estiver mais calma... Não dá pra esperar que as coisas melhorem se você não mostrar que também está precisando de algo. Eu sei que isso é difícil, mas você tem que ser firme sobre o que quer também.


 


Fiquei em silêncio, refletindo sobre o que ela disse. A conversa com Julie estava me dando uma nova perspectiva, mas ainda assim, o vazio que sentia não desaparecia. Eu amava a Dulce, mas também precisava de algo que fosse mais do que apenas a distância e o silêncio. Eu não queria ser o peso na vida dela, mas ao mesmo tempo, não podia continuar assim, me sentindo ignorado e sozinho. E muito menos que minhas filhas se sentisse assim em relação a mãe.


 


Christopher: Vou tentar, Ju... Eu só... preciso de um tempo. De uma forma de falar com ela, sem parecer que estou cobrando demais. Que eu sei, estou sim cobrando. - eu suspirei, sentindo a tensão diminuir um pouco. 


 


Julie sorriu, como se estivesse orgulhosa por eu pelo menos estar cogitando isso.


 


Julie: Você vai dar um jeito, irmão. Não desiste. Eu tô torcendo por vocês, meu casal..- sorriu.


 


A conversa terminou com um sorriso meu e um aceno dela. Mas, mesmo quando desliguei a chamada, o peso do que Julie me disse ainda pairava no ar. Eu sabia que algo precisava mudar. Talvez fosse a hora de fazer algo mais do que apenas brigar e reclamar. Mas eu tinha medo de não conseguir encontrar o equilíbrio certo.


 


 


 


 


Poncho Herrera 


 


 


A viagem foi exaustiva, mas eu não me importava. O que me trouxe de volta não era o trabalho, não eram compromissos. Era saudade. Saudades da minha irmãzinha. Dulce e eu sempre fomos muito ligados desde que descobrimos que somos irmãos, mas, ultimamente, parecia que um oceano nos separava, mesmo estando na mesma cidade. Ela se enterrava cada vez mais no trabalho e, bem, eu me enterrava no meu. Ainda assim, hoje decidi que não ia esperar mais por uma mensagem ou uma chamada rápida. Precisava vê-la. E sabia exatamente onde encontrá-la.


 


Cheguei ao hospital e fui direto à emergência. Apesar de ser um dos donos do lugar, fazia tempo que não passava por lá. Eu reconhecia alguns rostos conhecidos enquanto atravessava os corredores. Uma enfermeira me viu e abriu um sorriso.


 


Xxx: Poncho! Que surpresa te ver por aqui!


 


Poncho: Oi, Clara. Vim ver a Dulce. Sabe onde ela está?


 


Clara: Sim! Ela está na sala de reuniões, resolvendo as escalas dos plantões com os outros médicos. Foi uma reunião longa, mas acho que já está acabando.


 


Agradeci com um aceno e segui em direção à sala de reuniões. Ao chegar à porta entreaberta da sala, percebi que não havia mais reunião. O ambiente estava silencioso.


 


Me aproximei com cuidado, e foi aí que os vi. Dulce estava lá dentro, de pé, próxima de um homem que eu não conhecia. Ele segurava um celular, e os dois riam de algo que viam na tela. Riam mesmo, de forma solta, íntima, como se estivessem em outro mundo.


 


Eu fiquei ali, parado, observando. Dulce não era de rir assim, especialmente no ambiente de trabalho. Sempre foi reservada, profissional ao extremo. E agora, estava ali, à vontade, com aquele cara. Algo na cena me causou estranheza, mas antes que eu pudesse decidir se entrava ou esperava, Dulce levantou os olhos e me viu.


 


O sorriso dela desapareceu por um segundo, mas logo se transformou em uma expressão de surpresa e alegria. Ela se afastou rapidamente do homem e veio até mim, o som de seus passos ecoando na sala.


 


Dulce: Poncho! - ela exclamou, abrindo os braços para me abraçar. - Que surpresa boa! O que você está fazendo aqui?


 


Eu a abracei de volta, sentindo aquele calor familiar que só ela sabia transmitir. 


 


Poncho: Estava com saudades da minha irmãzinha. Resolvi aparecer. - mesmo que ela fosse mais velha que eu, ela sempre seria a minha irmãzinha.


 


Dulce sorriu, mas havia algo nos olhos dela, algo que eu não conseguia decifrar. Antes que eu pudesse perguntar, o homem que estava com ela se aproximou.


 


Dulce: Ah, Poncho, esse é o Rafael - disse, gesticulando na direção dele. - Ele é um dos novos médicos aqui do hospital. Está na fase de teste ainda.


 


Rafael estendeu a mão para mim com um sorriso educado. 


 


Rafael: Prazer, senhor Herrera. Já ouvi muito sobre você.


 


Poncho: É mesmo? - apertei a mão dele, analisando-o. Rafael parecia simpático, mas havia algo nele que me despertava muita curiosidade. - O que exatamente ela te disse?


 


Ele deu uma risadinha rápida. 


 


Rafael: Nada demais. Só que o senhor é um ótimo irmão e muito protetor. 


 


Poncho: Isso é verdade - respondi, sem sorrir. - Sempre fui. Então, Rafael, recentemente contratado, está aqui faz semanas..?


 


Rafael: Sim. Vim do Brasil, minha primeira vez no país,, mas me adaptei bem por aqui. O hospital é muito bom e a equipe é excelente.


 


Poncho: É mesmo? E você já trabalhava em emergência antes, ou é uma coisa nova pra você?


 


Poncho: Já trabalhei, sim. Minha especialidade é cardiologia, mas sempre gostei da dinâmica da emergência. Adrenalina, sabe?


 


Eu apenas assenti, mantendo meu olhar fixo nele. Não era nada pessoal, mas algo em sua postura — ou talvez a proximidade que tinha com Dulce — me deixava em alerta.


 


Poncho: Bom, Rafael, foi um prazer te conhecer. Tenho certeza de que está fazendo um ótimo trabalho aqui.


 


Rafael: Obrigado. Prazer foi meu. Com licença, vou deixar vocês conversarem.


 


Ele se despediu educadamente e saiu da sala.


 


Assim que ele fechou a porta, me virei para Dulce. 


 


Poncho: Então, virou amiga desse Rafael?


 


Ela ergueu uma sobrancelha. 


 


Dulce: Ele é um colega, só isso.


 


Poncho: Vocês pareciam bem próximos.


 


Dulce cruzou os braços, claramente incomodada. 


 


Dulce: Alfonso, não começa. Ele só estava me mostrando uns vídeos engraçados. É só isso. Não tem nada demais. 


 


Poncho: Tá bom, tá bom - disse, levantando as mãos em rendição. - Só achei curioso. Você não é de ficar tão à vontade assim com os outros médicos.


 


Ela suspirou, claramente querendo encerrar o assunto. 


 


Dulce: Eu sou profissional, Poncho. Não precisa se preocupar. Por favor, não me irrite também. - suspirou massageando a própria nuca, era nítido que ela estava cansada.


 


Poncho: Brigou com o meu cunhado de novo?


 


Dulce: O que acha?! - bufou.


 


Decidi não insistir. Não queria deixá-la mais irritada e cansada. 


 


Poncho: Tudo bem. Mas agora que estou aqui, que tal jantarmos na lanchonete do hospital? Assim me atualiza da mamãe, das minhas sobrinhas e daqui, durante essas semanas que estive fora.


 


Dulce riu, finalmente relaxando. 


 


Dulce: Tá bom.


 


Saímos da sala juntos, ela com o braço ao redor do meu, como fazia quando éramos mais jovens. Por mais que algo ainda me incomodasse, eu decidi deixar pra lá, pelo menos por enquanto. Afinal, o mais importante era aproveitar o tempo com minha irmã. E, de uma forma ou de outra, eu sempre estaria ali para ela.



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Autor(a): tatayvondy

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Comentários do Capítulo:

Comentários da Fanfic 1716



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  • Vondy Forever Postado em 19/01/2025 - 06:49:57

    Eu não estou gostando disso já percebi que vai vir muito sofrimento tanto para a Dulce quanto para o Christopher e que esse só vai acabar lá no final da história. Continua Eu gostaria muito que essa temporada fosse sem sofrimento

    • tatayvondy Postado em 24/01/2025 - 17:52:40

      Muitos conflitos estão vindo, a cigana leu as cartas pra Dulce no capítulo 8, um presságio do que vêm por ai, mas muita coisa pode acontecer até o final. Continuando *-*

  • jessica_dos_santos__conde_ Postado em 15/11/2024 - 13:29:56

    Está tudo bem , não vai mais continuar com a história?

  • jessica_dos_santos__conde_ Postado em 11/09/2024 - 10:46:34

    Quando terá novas atualizações ?... Saudades

  • Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 15:01:30

    Eu estou achando que vamos sofrer muito nesta temporada espero que sejam poucos capítulos

  • Vondy Forever Postado em 23/06/2024 - 07:10:06

    Continua

  • taianetcn1992 Postado em 08/06/2024 - 03:10:57

    Dulce vc sossega hein

    • tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:42

      Aiaiaia

  • vondy_eternamenty Postado em 09/05/2024 - 19:18:43

    Continua por favor esta ótima

    • tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:29

      Continuando*-*

  • Vondy Forever Postado em 06/05/2024 - 10:35:05

    Continua por favor

    • tatayvondy Postado em 23/06/2024 - 02:39:14

      Continuando *-*

  • Srta Vondy ♥ Postado em 21/04/2024 - 22:44:45

    Entendo de verdade o quão importante é a carreira da Dul, que emergências acontecem (principalmente num hospital), que p carreira que ela escolheu tem que abrir mão de muita coisa, principalmente de momento em família, de verdade entendo tudo isso, mas n me entra na cabeça o quão ''relapsa'' ou melhor relaxada ela se tornou em relação ao sentimento das meninas de saber que as filhas criam esperanças baseada na confirmação dela, ficam ansiosas esperando, se decepcionam, choram, são acalmadas, perdoam ela e depois tudo se repete novamente, sei que existe o contra-peso de uma vida que ''depende'' dela, mas mesmo assim sabe ? E ainda acha o Uckermann errado por cobrar isso dela, sendo que sobra p ele toda essa bomba nos momentos especiais das meninas Fora que acho que será um problema o novo médico e a possível entrada da Belinda na empresa do Christopher, e o segredo que a Dul guarda que até agora n deu as caras.. Ansiossima p os próximos capítulos, some mais não, por favor Continuaaaa <3

    • tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:55:18

      Os anos passaram e ela mudou muito, nem parece aquela menina de antes. Só acho que ela deveria parar de fazer essas promessas, já que é difícil de cumprir. Ela não gosta de ser cobrada, porque ela sabe que está errada. Esse novo médico ainda vai causar problemas não só no casamento dela, mas na relação das meninas tbm, assim como Belinda, Dulce que se cuide...e esse segredo? Chuta o que seja? Estava com saudades dos seus comentários*-* vou tentar postar com frequência, continuando!!!!!

  • vondy_eternamenty Postado em 20/04/2024 - 22:05:48

    nossa que saudades eu estava de vc continua

    • tatayvondy Postado em 04/05/2024 - 21:47:22

      Tbm estava com saudades *-*


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