Dulce Maria

Depois que lavei os pratos, voltei para a sala e Christopher estava olhando para TV mas seus pensamentos estavam longe e eu juro daria tudo o que tenho para saber o que ele pensava.

Ele estava sendo muito fofo.

Dulce: Vivian disse que você trabalha demais. - puxei conversa.

Ucker: Eu preciso trabalhar demais. Sou o único que admistra o negócio da família - justificou.

Dulce: Ela também disse que conheceu você através de Edgar. São amigos a muito tempo tempo? - voltei a sentar.

Ucker: Sim. Já tem anos.

Dulce: Como se conheceram?

Ucker: Eu não tenho muitos amigos, apenas conhecidos. Sempre foi assim, as pessoas sempre se aproximaram de mim por causa do dinheiro. Então, eu escolho a dedo quem vai ser meu amigo. - falou baixo - Quando eu ia completar vinte anos resolvi comemorar aqui no Brasil, nessa época eu era mais festeiro - riu.

Dulce: Não gosta de sair? Só tem vinte e cinco anos e não quarenta - brinquei.

Ucker: Pra ser sincero não muito. Já fui mais, agora minhas responsabilidades como Ceo não deixa muito tempo, estou sempre viajando de um lado para outro o que me deixa cansado para fazer outra coisa além de dormir. - fez uma pausa - Então, vim comemorar aqui no Brasil em uma boate, conheci Edgar lá, na época ele estava ficando com um outra mulher ai e eu dei em cima dela - riu.

Dulce: Você deu em cima de alguém comprometido? - ele realmente era muito mulherengo mesmo.

Ucker: Em minha defesa, ela que deu em cima de mim e eu não sabia que ela tinha alguém. - levantou as mãos em sinal de rendição - Edgar viu e foi pra cima de mim para me bater, brigamos feio naquela noite, quebrei o bar todinho da boate em cima dele e a mulher com quem ele ficava foi embora com outro cara, acredita? - negou - Desde de lá ele virou meu amigo. Aí um tempo depois, conheceu Vivian. - explicou.

Dulce: Que amizade. - ri.

Ficamos conversando durante a tarde toda. Christopher falava sobre a sua função no negócio dele, sua viagens, os lugares que mais gostou de ir, das muitas culturas que aprendeu, dos poucos momentos de lazer que ele têm.

Eu ouvia tudo sorrindo.

Ele falava todo empolgado.

Gostava muito do que fazia.

Fiz de novo um curativo nele.

O tempo passou muito rápido e percebi isso quando Vivian e Edgar apareceram no apartamento. Segundo eles, queriam me levar em casa já que estava muito tarde para que eu fosse só.

Eram quase oito da noite.

Vivian: Ucker se comportou bem? - me olhou como se eu fosse uma babá e Ucker uma criança de cinco anos.

Dulce: Não tenho nenhuma reclamação dele para fazer - brinquei.

Edgar: Quando ele quer é um lorde. - zombou do amigo.

Ucker: Nem vou te responder cara. - olhava as horas - O tempo passou tão rápido. - pareceu chateado.

Vivian percebeu isso.

Vivian: Amanhã tem mais. Vamos Dulce?

Dulce: Vamos! Tchau Ucker. - meio que instinto dei um beijo na bochecha dele.

Ele sorriu.

Ucker: Tchau. Até amanhã.

Edgar: Tchau cara. - foi para a porta.

Dulce: Ver se amanhã toma café de verdade...- falei me afastando.

Ucker: Não prometo nada.

Vivian: Tchau bocó - deu um tapa na cabeça dele - Boa noite!

Saímos do apartamento e entramos no carro de Edgar. Eu precisava ir na dona Clarice pegar encomendas. Vivian puxou conversa, perguntou se realmente Christopher tinha se comportado, se eu tinha gostado de ficar com ele.

Respondi que sim, na verdade adorei.

Edgar: Que bom. - sorri - Creio ele também gostou de hoje.

Dulce: Ele é um cara legal. - mordi os lábios - Vocês podem me deixar em outro lugar? Fica no mesmo sentindo da minha casa, mas um pouco antes dela.

Edgar me encarou pelo retrovisor.

Edgar: Claro. Onde é?

Dei o endereço e em poucos minutos ele parou em frente a padaria. Vivian olhou franzindo cenho para padaria.

Vivian: Vai ficar aqui? Mas está fechado. 

Dulce: Vou falar com uma amiga, ela é dona da padaria. Mora em cima. - expliquei tirando o cinto - Obrigada por me trazer, sabe que não precisa me levar pra casa todos os dias, né?

Edgar: É um prazer fazer isso.

Vivian: É. Não precisa agradecer. Como vai para sua casa depois? - perguntou preocupada. Eles eram uns fofos.

Dulce: Dou um jeito. - abri a porta - Boa Noite e obrigada de novo - sai.

Vivian: Boa noite! E cuidado por aí.

Apenas sorri.

Me aproximei da porta e toquei a campanhia. Um minutos depois a porta abriu e eu entrei, o casal deu a partida no carro assim que entrei.

Clarice: Dulce minha querida. Tudo bem? Quem veio te deixar aqui? - olhou o carro indo embora.

Dulce: Uns amigos. - respondi - Vim deixar meu novo número e pegar as encomendas - sorri.

Ela fechou a porta e entramos dentro da padaria com dona Clarice segurando em meus braços carinhosa.

Clarice: Claro. Mas antes eu quero saber o por que de você não me falar que está conhecendo meu filho melhor? Estão até com apelidinhos - falou alegre.

Franzi o cenho.

Dulce: O quê? 

Dona Clarice estava bem?

Clarice: Não se faça de desentendida filha. Eu já sei de tudo. - me fez sentar na banqueta do balcão e ficou na minha frente - Eu sabia que você ia acabar dando uma chance para Pablo.

Dulce: Do que a senhora est...

Pablo: Dulce. - desceu as escadas ofegante - Por favor mãe não enche ela de perguntas. - pediu.

Clarice: Claro. Mas saiba que estou muito feliz que vocês estejam juntos. 

Dona Clarice tinha um sorriso de orelha a orelha. Pablo me olhava suplicando.

Mas o quê..?

Pablo: Dulce deve está cansada mãe. Por que não dar logo as encomendas dela?

Clarice: Bom - pegou sua agenda - Você têm cinco bolos. E são para semana que vem querida - arrancou o papel.

Peguei o papel dando uma olhada.

Dulce: Ok. Meu número é..

Clarice: Vou pegar com Pablo. Já que vocês não param de se falar. - sorriu.

Pablo: Bom vou deixar Dulce. - pegou no meu braço - Logo volto.

E saiu me puxando.

Quando saímos da vista dela puxei meu braço e o encarei séria.

Dulce: O que foi aquilo?

Pablo: No carro te explico. 

Quando entrei no carro dele voltei a perguntar e ainda mais séria.

Pablo: Sei que mal nos falamos mas eu preciso que me faça um grande favor - pegou nas minhas mãos em súplica.

Dulce: O que? Por quê?

Pablo: Preciso que finja ser minha namorada para minha mãe. 

Dulce: Por quê? 

Pablo: Ela me ouviu falando com uma pessoa e para que ela não fizesse pergunta eu inventei que era você.

Dulce: E por que não fala a verdade? Por que mentiu? - cruzei os braços.

Pablo: Porque....porque...porque..

Ficou um tempo calado e baixou os olhos para o volante.

Pablo: Porque eu sou gay.

Arregalei os olhos.

Uau.

Que notícia.

Dulce: Nossa..

Pablo suspirou envergonhado.

Pablo: Minha mãe tem problema do coração e creio que com essa notícia eu acabe matando ela. - sussurrou.

Dulce: Ela não gost..

Pablo: Ela é tradicional demais. Cresceu assim e acha uma aberração gostar do mesmo sexo, na verdade, ela abomina quem é homossexual.

Nossa.

Jamais pensei que dona Clarice que é tão carinhosa fosse assim.

Dulce: Nem sei o que dizer.

Pablo: Só por favor, finja ser minha namorada pra ela. - pediu.

Fechei os olhos soltando um suspiro.

Eu odiava mentira.

Mas o que mal tinha ajudar?

Dulce: Tudo bem. Aceito. 

Pablo: Obrigado. De verdade Dulce obrigado - me abraçou aliviado.

Dulce: De nada. - murmurei.

Pablo: Isso não vai te causar problemas?

Dulce: Não. Eu não tenho ninguém.

Pablo: Fico mais aliviado.

Dulce: Então, quem é ele?

Pablo deu a partida no carro.

Formos o caminho inteiro conversando.

O namorado dele se chamava Gael.

Se conheceram em uma festa.

A família de Gael o aceitava, já o Pablo tinha apenas a mãe e ela nunca ia aceitar uma coisa dessa(segundo ele). Eu podia ver o carinho que ele falava de Gael, era até bonitinho de ver.

Quando chegamos no meu prédio, ele agradeceu mais uma vez. Sorri.

Dulce: Pega o meu número..- tirei da bolsa um papel e o entreguei.

Pablo: Obrigado.

O encarei.

Dulce: Agora você tem uma amiga - toquei em seu ombro.

Pablo: Você também ganhou um amigo.

Dulce: Obrigada por me trazer. Boa noite Pablo! - abri a porta.

Pablo: Boa noite!

Quando entrei no prédio ele foi embora.

Dona Lolla estava na janela.

Dona Lolla: Ganhou bem hoje? - debochou. - Pegou muito cliente?

Não respondi.

Entrei no apartamento e Zoraida e Maitê estavam na sala.

Dulce: Como foi o jantar? Gostou do Eddy, May? - perguntei logo.

Zoraida tinha decidido que a gente deveria conhecer Eddy. E como ele tinha apenas hoje a noite livre, eles foram jantar com Maitê. Claro que eles queriam que eu fosse mas eu ia chegar muito tarde e Maitê estava animada demais para esperar mais.

Maite: Ele é um doce Dul. E percebi que gosta muito dela - aprovou - Faltou apenas você. - ficou triste.

Zoraida: Verdade. Ia ser melhor se você tivesse ido com a gente. 

Dulce: Vamos ter outros jantares, já que você começará deixa ele frequentar esse apartamento, certo? - sentei com elas.

Zora assentiu.

Zoraida: Sim. Acho que já está na hora de deixar de ser boba. - sorriu.

Dulce: Muito bem.

Maite: Como foi lá? 

Dulce: Christopher é um fofo. Ele é bem diferente do outros ricos. Não é metido e nem esnobe. E adora uma besteira.

Revirei os olhos.

Quem come Doritos e refrigente no cafe da manhã? Só ele mesmo. E super bagunceiro também. Como ele deixa a cama daquele jeito? Parece que tinha mas alguém com ele de tão bagunçada.

Eu só faltei morrer quando perguntei se ele tinha dormido com alguém.

Por Deus, ele ia achar o que de mim?

Maite: Eu percebi isso no hospital. Viu o Caio Castro? - seus olhos brilharam.

Dulce: Não.

Zoraida: Quando eu vou conhecer esse Christopher? - riu.

Dulce: Qualquer dia desses.

Olhei as horas.

Zoraida: Trouxemos janta pra você.

Dulce: Obrigada. Vou comer, tomar banho e cama. - levantei.

Quando por fim deitei na cama, pensei em Christopher e no que ele estaria fazendo agora. Ele ainda teve a audácia de me chamar de baixinha.

Odeio que me chamem assim.

E eu mostrei pra ele que não sou.

Sorri.

O que vocês acham que irá acontecer com esse namoro de mentira de Dulce e Pablo? Será que irá dar confusão? Kkkk

Pablo fez o certo em pedir isso pra Dulce? E ela fez bem em concordar?

COMENTEM!!!!!!