Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Christopher Uckermann

Acordei e a primeira coisa que vi foi Dulce dormindo tranquila em meu peito, fiquei olhando ela dormir por um bom tempo. Não cansava de ficar admirando ela, era tão linda, delicada, gentil e ainda se importava com o que os outros pensavam. Não era bonito isso?

Ainda achava estranho ir pra cama com ela sem fazer nada, mas gostava disso. Ela era muito, mais muito mais do que um corpo lindo e gostoso.

Ela era incrível. 

Meu celular tocou e eu fiz um esforço enorme para sair da cama sem acorda-la, peguei o aparelho e fui para o banheiro.

Christopher: Oi Lucy.

Lucy: Falou com a Julie? - foi direta.

Christopher: Não! Liguei para o colégio e me falaram que ela está bem, pedi para alguém mandar ela me ligar, mas Julie não ligou. - informei.

Lucy: Mesmo assim ainda acha que ela está bem? - falou séria.

Christopher: Lucy se ela estivesse com problemas o colégio teria me ligado ou ela mesma. Nossa irmã é assim, daqui a pouco ela aparece aí com você.

Lucy suspirou.

Lucy: Acho que tem razão e estou me preocupando atoa. Ela sempre foi assim. 

Christopher: Mary está bem?

Lucy: Sim. Fizemos compras e conversamos. Cheryl falou aquilo de sempre pra ela, que não se conforme em ser a filha da babá. Eu odeio essa garota.

Christopher: Quem você não odeia? - brinquei - Mary vai continuar com você por quanto tempo?

Lucy: Acho que por mais duas semanas, adoramos ficar juntas. Depois ela quer voltar para Chicago e dá continuidade aos trabalhos voluntários dela ou ir visitar o bebê dela - zoou.

Christopher: Como está Lucy?

Lucy: Bem. A rede está indo muito bem. Mas estou cansada. Tocar meu próprio negócio não é fácil. Quando vem me visitar, heim? 

Christopher: Espero que em breve. Continua com aquele professorzinho?

Lucy: Não gostou mesmo dele, heim? - riu.

Christopher: Ele é falso.

Lucy: Eu sei. Já terminamos. Estou solteira. Na pista novamente. Drew me procurou e quis reatar de novo.

Christopher: Olha...quem é morto sempre aparece. Não caiu na lábia dele, né Lucy?  - sentei na pia e olhei em direção do quarto.

Lucy: Não. Eu expulsei aquele traidor. - falou com uma certa magoa. - Tem falado com o papai?

Christopher: Ele ficou uma fera porque estou no Brasil. Não vou falar com ele por um bom tempo. Por quê?

Lucy: Ele me ligou ontem. Quer que a gente vá para o aniversário da Nicole daqui a um mês, mas não dei certeza que ia, estou muito ocupada.

Christopher: Eu não vou. 

Lucy: É claro que não. Olha, eu queria te apresentar a uma amiga..

Christopher: Ah não Lucy, está igual a mamãe? - fiz careta.

Lucy: Diferente dela não estou te empurrando casamento. Só quero que conheça ela e quem sabe não se acertam? Eu ia adorar ter uma cunhada. Claro, desde que eu goste dela. - falou bem séria.

Christopher: Não precisa me apresentar a ninguém. - fiquei calado por alguns segundos - Eu conheci alguém... 

Olhei em direção ao quarto.

Lucy ficou em silêncio por um tempo.

Christopher: Lucy? Ainda está aí?

Lucy: Isso é sério? - estava surpresa. - Nunca me falou de ninguém.

Christopher: Porque eu nunca nunca gostei de mulher nenhuma.

Lucy: E dessa você gosta?

Christopher: Gosto. Gosto muito.

Lucy: Aiii Chris...- murmurou - Quem é ela? Por favor não seja aquelas loucas que tem um belo corpo, mas que só gostam de dinheiro. Por favor não me diga que uma delas conseguiu fazer sua cabeça com algumas noites quentes.

Christopher: Não é nada disso Lucy. Parece que não me conhece. Sabe muito bem que isso jamais aconteceria.

Lucy: Vai saber. Essas mulheres sempre tem um truque na cama. Como ela é?

Christopher: Linda. Linda. Inteligente, gentil e incrível. - suspirei.

Lucy: Uau...essa te pegou de jeito maninho. - riu - Ela é de qual família?

Christopher: Ela não é da sociedade. Conheci ela num dia terrível.

Lucy ficou em silêncio.

Lucy: Christopher...toma cuidado. - avisou - Como assim dia terrível?

Christopher: Agora não é uma boa hora para falar. E ela não é como você acha que ela é Lucy. Dulce é como Vivian.

Lucy: Vivian conhece ela?

Christopher: Sim. Se deram super bem.

Lucy: Bom, já fico mais tranquila, se Vivian gostou dela. Dulce é o nome dela?

Christopher: Dulce Maria.

Lucy: Bonito nome. Agora me deixou curiosa. - suspirou - Manda uma foto dela pra mim?

Christopher: Não. 

Lucy: Poxa. 

Christopher: Estamos nos conhecendo.

Lucy: Ela está aí com você agora?

Christopher: Está dormindo na minha cama. 

Lucy: Não perde tempo você, heim?

Sorri.

Se ela soubesse.

Lucy: Talvez eu faça uma visita logo.

Christopher: Vou te esperar.

Lucy: Toma cuidado e por favor, em nossa próxima ligação quero saber mais sobre essa Dulce.

Christopher: Ok Lucy. - desligamos.

Fiz minha higiene matinal.

Quando voltei para o quarto, Dulce continuava dormindo. Fiquei olhando pra ela até despertar.

Dulce: Que horas são? - murmurou.

Christopher: Quase dez. 

Ela suspirou.

Dulce: Por quê me olha desse jeito?

Christopher: Porque estou te apreciando enquanto acorda. - sorri.

Dulce riu.

Dulce: Acordou faz tempo?

Christopher: Não. 

Dulce: Dormiu bem?

Christopher: Com você é impossível dormir mal pequena. - tentei beija-la mas ela se afastou. - O quê foi?

Dulce: Acabei de acordar. - falou óbvia.

Dulce levantou da cama.

Christopher: E?

Dulce: Me dar um minuto. - foi em direção ao banheiro enquanto arrumava o cabelo, em poucos minutos, já estava pulando em cima de mim.

Nos beijamos profundamente.

Dulce: Bom dia. - murmurou na minha boca e me deu um selinho.

Christopher: Bom dia. - falei antes de voltar a beija-la.

[...]

Dulce mais uma vez preparou o café e dessa vez tomamos na mesa de jantar. Ela cozinhava bem e gostava disso. Enquanto tomava café, ela fez uma compra pela internet, ela faria dois bolos que tinha que entregar e pediu para usar a cozinha. Fez as compras dos ingredientes pela internet e um pouco mais de meia hora já estava cercada de farinha de trigo.

E sujando a cozinha.

Eu olhava pra ela sentado e com os braços apoiado no balcão, da mesma forma em que ficava quando criança e Mary fazia panqueca.

Bons tempos.

Dulce: Depois eu limpo tudo. - falou vendo a massa branca bater - Prometo.

Christopher: Está falando isso pra mim?

Dulce me encarou.

Dulce: Tem razão é muito bagunceiro para se importar com isso. - sorriu.

Christopher: Gosta mesmo de fazer..

Dulce: Sim. - me interrompeu - Sempre levei jeito para culinária. E todos que provam falam a mesma coisa. Tanto doces quanto..

Christopher: Qualquer tipo de comida. O café estava delicioso. - me encostei mais no balcão e sorri.

Dulce baixou os olhos.

As vezes ela ficava tímida perto de mim.

Christopher: Já pensou em fazer do seu talento um negócio? - me interessei.

Dulce: Sou quase sócia de uma padaria. Ganho um renda extra com isso. - deu um meio sorriso.

Christopher: Uma micro empresária. - falei prestando atenção em cada passo que ela dava - Mas você falou que seu sonho era ser médica. 

Dulce desligou a batedeira e transferiu a massa para uma forma cheia de farinha, a massa estava branca e fina. Quis colocar meu dedo e roubar um pouco, o aroma de baunilha estava bom.

Ela demorou um pouco para falar.

Dulce: Sim. Sempre quis, desde muito pequena. - deu um meio sorriso e virou para colocar a massa ao forno - Mas para a maioria dos brasileiros entrar numa faculdade pública não é tão fácil assim. E eu sou um deles. - pegou outros ingredientes de um armário e voltou a ficar na minha frente para preparar outra massa de bolo.

Christopher: Como funciona isso?

Dulce: Entrar na universidade pública? - negou - Tem que fazer uma prova ao final do ano e quem tira as maiores notas entra, quem tira nota média e baixa é descartado e precisa fazer no ano seguinte se quiser tentar entrar.

Christopher: Totalmente diferente que nos Estados Unidos. Lá você não precisa fazer nenhuma prova, basta ter boas notas durante o ensino médio. 

Dulce: Minhas notas do colégio eram boas, nunca fui a mais inteligente mas  também não era a pior aluna. Essa prova é muito difícil e já estou tentando a dois anos...- falou a última frase baixo.

Christopher: Quer mesmo fazer medicina? - insisti.

Dulce: Não trocaria esse curso por nada no mundo. - me olhou desconfiada - Por quê Ucker?

Christopher: Nada. - sorri igual um anjo.

Dulce levantou uma sobrancelha ainda desconfiada. Meu celular tocou.

Olhei a tela e suspirei.

Christopher: Vou te deixar em paz. Vou trabalhar. Você tira toda minha atenção pequena. - avisei levantando.

Dulce riu.

Meio contra gosto atendo a chamada.

Christopher: Sim? - fui em direção ao meu escritório.

Ficaria um tempo por lá.