Fanfic: Almas Opostas - Vondy | Tema: Vondy

Terça-Feira.

Fui ao trabalho e depois mais uma vez fui para o apartamento de Ucker. Dessa vez ele pediu comida, ficamos mais uma vez igual adolescente no sofá. Ucker tentou mais uma vez entrar no assunto sobre minha família, mas eu desviei o assunto.

Tinha percebido que assim como ele me deixava desnoteada com um único beijo e que poderia desse jeito fazer tudo que ele me pedisse, eu também tinha um certo poder de distrai-lo.

Não era certo, mas usei esse poder para desviar o assunto. Ainda não me sentia pronta para falar sobre isso com ele. E com certeza não era a hora.

Vivian e Edgar foram me buscar de novo e eu pedi para me deixar na padaria, me despedi deles e toquei a campanhia, Pablo que abriu a porta.

Pablo: Oii - sorriu.

Dulce: Está bonito. - também sorri.

Pablo: Depois daqui vou sair com Gael. Disse que ia passar a noite com você...- me avisou e eu balancei a cabeça - Entra logo Dul. - me puxou pra dentro.

Dulce: Pablo.. - comecei incerta - Eu..

Pablo: Não quer mas continuar? - ficou em pânico quando notou o meu jeito.

Dulce: Não é isso. É que eu conheci uma pessoa...

Pablo: Ah. - sorriu - Que legal. Quem é?

Dulce: Estamos nos conhecendo e eu quero te ajudar nisso, apesar de ser errado, mas queria que você me deixasse falar para essa pessoa o que está rolando. - pedi.

Eu queria falar para o Ucker, mas esse segredo não era meu, não podia ficar falando isso. Não queria mentir para ele, mas precisava que Pablo autorizasse.

Pablo olhou em volta verificando se a mãe dele não estava por perto.

Pablo: Dul...eu sei que o certo é contar, mas eu preferia que isso não saísse de nos dois, pelo menos por agora, porque começa assim contando para uma pessoa e depois outra e quando vamos ver todo mundo vai saber.

Suspirei.

Por um lado ele está certo.

Tinha falado para Mai e Zoraida.

Pablo: Olha...essa farsa não vai demorar, juro, é só o tempo de supostamente nos conhecermos melhor e depois vou dizer que não deu certo. Que somos muito diferente um do outro.

Dulce: Ok. 

Pablo: Está chateada?

Dulce: Não. Só quero que tudo termine bem. - me referi a Ucker e dona Clarice.

Pablo: Vai terminar. Agora vêm.

Dona Clarice estava terminando de colocar uma tigela na mesa quando entrei na sala de jantar. Notei que tinha um lugar a mais na mesa.

Clarice: Dulce minha filha...- me abraçou - Já sei que irão passar a noite juntos.

Pablo: Mamãe! - alertou.

Clarice: O quê? - riu - Fiz sua sobremesa preferida. - tocou no meu queixo como se eu fosse uma criança.

Dulce: Obrigada. Não precisava se incomodar. - dei um meio sorriso.

Clarice: Não é incômodo algum. Adoro fazer pastel de belem e do meu eu sei que você adora querida.

Dulce: Adoro mesmo.

Pablo: Senta. Estamos esperando apenas uma pessoa chegar. - indicou a cadeira.

Dulce: Quem? - sentei.

Clarice: Um advogado amigo meu.

Pablo: Um amigo dela. - ficou ao lado - Todo dia de manhã ele está tomando café aqui só pra ver ela, acredita? - falou um pouco irritado.

Isso era ciúmes?

Clarice: Não é nada disso querido. Paulo é apenas um amigo. - sorriu.

Pablo: Não gosto dele. 

A companhia e tocou e dona Clarice que foi abrir interrompendo o início do que eu suspeitava que seria uma discussão.

Dulce: Ciumento da mamãe. - falei assim que ela saiu.

Pablo: Hahaha - revirou os olhos.

Dulce: Sua mãe está viúva a tanto tempo, não seria mal ela encontrar alguém. - sorri.

Pablo: Não vamos falar sobre isso. - mandou mau humorado.

Neguei.

Por que filhos únicos costumam ser tão ciumentos? 

Clarice: Quero te apresentar minha nora Dulce. - entrou na sala com um senhor da idade dela mais ou menos segurando uma pasta preta. - Filha e esse é Paulo meu amigo.

Dulce: Prazer. - sorri.

Paulo: Finalmente estou conhecendo a famosa Dulce, Clarice fala muito de você. - sorriu.

Pablo: Dona Clarice. - corrigiu.

Clarice: Não liga pra ele. - sorriu.

Dona Clarice vivia sorrindo.

Dulce: Também gosto ou melhor adoro ela, é como minha mãe. - disse sincera.

Clarice: Bom, vamos nos sentar e aproveitar esse jantar. Adoro ter a casa cheia. Quero ter muitos netos. - me olhou sorridente.

Forcei um sorriso.

Pablo: Por que não falamos de você, senhor Paulo. Como por exemplo você vir aqui todas as manhãs.

Clarice: Pablo! - o alertou.

Pablo revirou os olhos e fez questão de me servir, o assunto mudou enquanto aproveitavamos o jantar. Na hora da sobremesa acabei comendo mais do que deveria os pastéis.

Era o meu preferido.

Clarice: Agora acho que podemos fazer o quê já era para ser feito a semanas. Paulo, por favor..- pediu.

Ele retirou de dentro da pasta preta três folhas brancas e uma caneta.

Paulo: Aqui está o documento que assim que a senhorita assinar, passará ser sócia oficialmente de Clarice. Vou levar amanhã para o cartório e passará valer legalmente. - avisou.

Dulce: Tem certeza disso? - olhei para dona Clarice surpresa. 

Clarice: Já era para termos oficializado isso a muito tempo. Assina querida.

Peguei a caneta e li aqueles papéis.

Eu tinha 30% de todos os lucros da padaria, a própria padaria, Pablo 20 e ela 50%, eu teria mais que o filho dela.

Olhei Pablo e ela sorria.

Pablo: É da família. Sabe disso.

Dulce: Não se incomoda?

Pablo: Não. Claro que não.

Clarice: Assina filha. Você merece.

Um pouco trêmula assinei depois que li todas as linhas. Pela primeira vez eu teria alguma coisa que estaria no meu nome e era muito boa a sensação.

Dulce: Pronto! 

Paulo: Parabéns. É sócia da Clarice.

Clarice: Creio que vamos crescer ainda mais agora. - desejou.

Dulce: Muito obrigada. - falei emocionada.

Clarice: É a filha que nunca tive, sabe disso. Merece tudo nessa vida. 

Pablo: Bom..- olhou as horas no relógio do pulso - Já está na hora de irmos e você também. - olhou Paulo.

Levantei e abracei a mãe dele.

Dulce: Amo a senhora. - murmurei.

Clarice: Eu que amo você filha.

Nos despedimos e Paulo foi o primeiro a sair, já que Pablo praticamente o empurrou para fora da casa, em seguida entramos no carro de Pablo.

Clarice: Se cuidem crianças. - falou um pouco alto e entrou em casa.

Pablo: Gostou da supresa?

Dulce: Isso foi...obrigada. 

Pablo: Você merece. - o celular dele tocou o nome "Gael" apareceu na tela.

Dulce: Não vai atender?

Pablo: Estou dirigindo. - estava concentrado no trânsito.

Peguei meu celular e vi uma mensagem de Christopher.

Estou com saudades pequena.

 Sorri.

Eu também. Estou contando os dias para dormir em seus braços novamente.

 Ele não demorou a responder.

Também estou contando os dias para ter você nessa cama comigo. Boa noite pequena.

Boa noite meu Ucker.

Olhei para as ruas movimentada sorrindo.