Dulce Maria

Acordei sentindo uma leve caricia nos meus cabelos, antes mesmo de abrir os olhos sorri sentindo uma trilha de beijos pelo meu pescoço e ombro. Era tão bom está nos braços dele, de te-lo para mim, de estarmos juntinhos na cama. Christopher era perfeito. Ri me contorcendo quando ele mordeu minha orelha.

Christopher: Acorda...- sussurrou.

Abri os olhos e a primeira coisa que vejo é ele.

Dulce: Bom dia! - murmurei.

Christopher: Bom dia universitária. - sorriu.

Dulce: Ainda não acredito que vou realizar o maior sonho da minha vida.

Christopher: Pode acreditar porque você vai. - voltou a beijar meu pescoço.

Fechei os olhos aproveitando seus beijos.

Dulce: Vamos passar a manhã na cama?

Christopher: Essa idéia lhe desagrada? - me encarou.

Dulce: Nenhum um pouco. - toquei em seu rosto.

Chris ia me beijar, mas eu desviei meu rosto e ele riu ficando por cima de mim.

Ficamos a manhã inteira na cama, nem mesmo café tomamos, acho que hoje eu podia dar um desconto para isso, ter Christopher todo pra mim já era um belo de um café da manhã. Tomamos banho juntos, o que demorou horrores, fui a primeira a sair do chuveiro e quando terminava de secar meus cabelos Chris apareceu no quarto só com uma toalha na cintura.

Mordi os lábios.

Esse homem não podia ser real.

Era lindo e gostoso demais.

Christopher: Eu nem tinha dado conta, mas..você toma remédio, né? - parecia nervoso.

Sorri.

Dulce: Você sempre usa camisinha, relaxa. - pedi.

Christopher: Não usei agora. E nem senamana passada no banho também.

Dulce: E só agora deu conta disso? - levantei uma sobrancelha.

Christopher: Sim. Nunca tinha esquecido antes. Nunca. 

Dulce: Relaxa, eu tomo remédio sim. - garanti.

Christopher suspirou.

Christopher: Culpa sua. 

Dulce: Minha? 

Christopher: Sim. Com você toda pra mim, a última coisa que lembro...- se aproximou me puxando pela cintura - É daquele plástico, que aliás, se concordar acho que não vou mas usar.

Dulce: O quê?

Christopher: Toma remédio, acho que não tem necessidade de tanta proteção assim. - me deu um selinho.

Dulce: Tem certeza? 

Christopher: Tenho. Só estou com você. Só quero você. - me deu outro selinho.

Dulce: Tá bom. - sorri adorando ouvir aquilo. - Agora vai logo se arrumar vai. - o enmpurrei. - É tentação demais você só de toalha Christopher. Tentação demais pra mim.

Ele riu se afastando.

[...]

Dulce: Ela já está descendo. - falei guardando meu celular.

Estávamos dentro do carro em frente ao meu prédio para buscar Mai para almoçar e depois irmos nos matricular na universidade. Zoraida estava na casa de Eddy hoje. Chris olhava para o meu prédio.

Dulce: O que foi?

Christopher: Quando vou poder dormir aqui? Na sua cama? - foi direto.

Dulce: Como viu naquele dia, o meu apartamento é minúsculo comparado ao seu e...

Christopher: Isso não é problema pra mim Dulce. Pelo pouco que pude ver, é bonita e confortável.

Dulce: No seu apartamento temos mais privacidade.

Christopher: Eu disse dormir, não para...

Dulce: Além do ma..

Christopher: Por que não quer que eu durma aqui? - cruzou os braços.

Dulce: É que...você está acostumado a luxos e por mais que seja confortável, o meu apartamento é simples. - fui sincera. - É estranho te ver nele.

Christopher: Quantas vezes vou ter que falar que não ligo para isso?

Dulce: Eu sei que não liga. Mas não posso deixar de lado que somos muito diferentes. 

Christopher: Dulce, eu não sou desse tipo de pessoa que liga para esse tipo de coisa, o que importa é estarmos juntos, seja onde for, você vai tanto para o meu apartamento, por que não posso ir no seu também?

Ficamos nos encarando até Mai entrar  na parte de trás do carro alegre.

Maite: Boa tarde! Aqui está todos os seus documentos - me entregou uma pasta - Oiii Christopher, tudo bem?

Christopher: Tudo e você? - deu a partida.

Maite: Também. Na verdade, estou vivendo um sonho, enfim encontrei a carreira que quero e consegui entrar para a melhor faculdade do país junto com a minha irmã. Isso é demais.

Dulce: As vezes penso que vou acordar desse sonho Mai.

Maite: Exatamente assim que sinto.

Christopher: Mas não é um sonho. É a realidade de vocês agora universitárias.

Dulce: Ele não para de dizer isso Mai - ri.

Maite: Pelo modo que falou percebi. - riu.

Christopher nos levou para um restaurante caseiro, bonito e não tão luxuoso assim. As vezes eu pensava que ele só andava em lugares super chiques, comia só coisa fresca, mas Christopher me surpreendia todas as vezes quando demonstrava ser culto, refinado e ao mesmo tempo simples.

Pedimos uma mesa e fizemos nossos pedidos, enquanto esperávamos a comida chegar Maite e ele se conheciam melhor.

Maite: Li numa revista que fez faculdade de administração e fala seis idiomas, é verdade? - sorriu.

Nossa mesa era para quatro pessoas, Chris e eu sentamos um ao lado do outro e Mai de frente para ele. Chris passou um braço pelo meu ombro e eu sorri com seu gesto vendo os olhares maliciosos da Mai.

Christopher: Sim. Fiz administração e falo seis idiomas, falando em idioma não esqueci nossa aula de inglês. - me olhou - Vou te ensinar minha língua.

Maite: Achei que ela já soubesse - murmurou maliciosa.

A encarei expressiva.

Dulce: Não precisa se preocupar com isso. Já tem tanta coisa para fazer.

Christopher: Vai ser um prazer te ensinar. - me deu um selinho - Você tem namorado Maitê? Igual a outra irmã de vocês? Que inclusive, quando vou conhecer?

Maite: Não tenho não. E irá conhecer nossa outra irmã quando for em casa.

Christopher: Espero que logo - me olhou de canto de olho. - Por que escolheu o jornalismo?

Maite: Amo me atualizar nas notícias, saber sobre os famosos, informar quem não está atualizado, adoro investigar, ler, escrever...e me identifiquei com esse curso.

Christopher: É bom quando podemos escolher nosso curso.

Dulce: Como assim? Não escolheu o seu? - franzi o cenho.

Christopher: Não. Quando você nasce sendo herdeiro de uma empresa você tem que fazer tudo aquilo que te obrigam a fazer. É seu legado, sua obrigação. Por isso, tive que fazer administração. 

Maite: E o que queria fazer?

Christopher: Música. Mas isso jamais seria possível. Com o tempo, gostei da administração e adoro o que faço.

Dulce: Música? - fiquei surpresa - Você toca alguma coisa?

Christopher: Aprendi a tocar violão no colégio e...canto um pouco. - deu de ombros. - Aprendi escondido dos meus pais, se eles soubessem..- negou.

Ele toca violão e canta?

Estou falando, ele não para de me surpreender.

Maite: Só tem irmãs, né? E elas não podiam administrar o legado de vocês?

Christopher: Até podem, mas a tradição da minha família é bem clara, o primogênito é que assume os negócios, é o que manda, ou seja, eu e elas nunca se interessaram também. Lucy administra seu próprio restaurante, ela é chefe e é apaixonada pelo que faz e Julie é só uma adolescente ainda.

Maite: Que chato isso Christopher.

Christopher: Me chama de Ucker e como falei, hoje adoro o que faço.

O garçom trouxe nossos pedidos e almoçamos em meio a conversa. Ele e Mai se deram super bem, estava feliz por Mai o aceitar, os olhares dela pra mim diziam "Se amarra nesse homem que ele é teu gatinha" e agora faltava apenas Zora o conhecer. Depois do almoço fomos para a universidade que estava movimentada, mas quem nos recebeu foi o reitor e ele mesmo fez a matrícula da Mai e em seguida a minha. Christopher olhava tudo quieto e com atenção.

Quando foi a minha vez de assinar minha matrícula, olhei para Chris que assentiu me corajando e depois para Mai que sorria igual aquelas pessoas do comercial de creme dental. Confiante, assinei meu nome.

Pascual: Gostaria de ser o primeiro a desejar boas vindas as senhoritas calouras da Universidade - levantou estendendo a mão - O ano letivo começa no próximo mês e é uma honra te-las conosco - sorriu.

Mai e eu apertamos a mão dele e depois nos abraçamos alegres.

Pascual: Irão receber um imail com cadastro de vocês no portal do aluno, nele irá está a turma de vocês, a sala, todos os professores, as matérias, as atividades que contém crédito e com toda informação que precisam. - avisou.

Chris me abraçou de lado e beijou minha testa com carinho.

Suspirei.

E uma nova fase da minha vida começa.

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