Dulce Maria

Sexta-Feira, hoje tinha saído mais cedo do trabalho e Christopher colocou na cabeça que ia me buscar todos os dias, claro, não reclamei, principalmente pelos beijos de saudades que ele me dar quando me ver saindo. Com prazer fiz o jantar e fiquei satisfeita vendo os irmãos brigarem pelo último pedaço de uma torta de frango. E pelo resto do sorvete de creme com calda de chocolate e caramelo.

Julie ganhou, claro.

Agora estávamos abraçados na cama conversando enquanto na TV passava um filme de ação. Minha cabeça estava em seu peito e eu poderia ficar ali pra sempre ouvindo seu coração e sentindo seu cheiro.

Christopher: Quando começar suas aulas mal vamos nos ver..- comentou tocando no meu cabelo.

Dulce: Pensei nisso também.

Christopher: Vai trabalhar o dia todo e a noite vai para a universidade, fora os trabalhos e as provas. Não quero ficar dias sem te ver pequena.

Dulce: Eu também não Chris.

Vai ser complicado quando começar as aulas, estamos acostumados a ficar grudado um no outro e vou morrer de saudades dele se ficarmos longe um do outro por muito tempo.

Christopher: Eu já fiz a proposta e apesar de concordar em meio termo, também discordo. É cedo..? Sim. Mas seria a melhor coisa vir morar aqui, mal durmo quando não está nessa cama comigo e esse apartamento é tão grande e...

Dulce: Chris..- o encarei.

Christopher: Eu sei que não quer apressar nada. Mas seria a melhor coisa para o nosso namoro e pra mim.

Dulce: É complicado. - mordi os lábios.

Christopher: Por que é tão complicado vir morar aqui comigo?

Dulce: Porque tem minhas irmãs, não posso deixa-las sozinhas e também porque é um passo muito importante, é algo muito sério quase um..casamento.

Christopher: Pensei que nossa relação fosse séria. - falou com um pouco de irritação.

Suspirei me afastando dele e me encostando na cabeceira da cama, Christopher fez o mesmo.

Dulce: Nossa relação é séria sim, mas o que quero dizer que morar juntos é quase um casamento, tem que ter absoluta certeza disso, se a gente brigar não pode me mandar embora porque estamos morando juntos, entende? É uma intimidade absurda, irá ter que me aguentar de mau humor, de TPM, brava, chata, me ver acordando feia todos os dias..

Christopher: Impossível te ver feia.

Dulce: É sério Chris. Você nunca namorou..e morar juntos não é ir rápido demais com você?

Christopher: Não. Dul eu não me importo com esse negócio de rápido, só quero você pra mim todos os dias, nem que seja só pra te olhar.

Sorri.

Dulce: Aiii Chris..

Christopher: Tudo que falou é verdade, mas a pergunta certa é, você quer morar comigo? Quer dormir e acordar todos os dias comigo? Se aproveitar do meu corpo quando quiser?

Mordi os lábios para não rir.

Se aproveitar do corpo dele?

E ele ainda diz isso sério.

Dulce: No fundo quero sim. - confessei - Apesar de achar muito cedo, quero sim, quero muito. - observei o sorriso que ele deu - Mas...

Christopher: Chega de "mas" - fez aspas - Você quer, eu quero, chega de arrumar desculpas pequena. 

Dulce: E minhas irmãs?

Christopher: Nunca ficou longe delas, né? - perguntou carinhoso.

Dulce: Nunca. Nunca morei longe delas, nem quando namorava antes.

Christopher sorriu.

Christopher: É bom saber que vai ser a primeira vez comigo.

Neguei.

Dulce: É ciumento, hein?

Christopher: Você é minha Dul - pegou na minha mão e levou aos lábios dando um suave beijo - Toda minha.

Eu era.

Dulce: E você meu.

Christopher: Todo seu..- me deu um demorado selinho - Acho que suas irmãs irão entender você vir morar comigo, elas podem vir a hora que quiser e se quiser dormir às vezes com elas na sua casa, tudo bem pra mim, jamais vou tentar afastar vocês. Na verdade admiro demais como ama suas irmãs, como são unidas, é bonito.

Dulce: Ok. Vou vir morar. - sorri vendo seus olhos brilharem com a notícia - Mas...só venho quando começar as aulas, ok?

Christopher: Ótimo. - me beijou.

Voltamos a deitar do mesmo jeito que antes, agora ele me apertava mais. Eu ia vir morar com ele. Essa decisão me deixava nervosa, morar com um homem era bem diferente do que com uma mulher, no fundo eu estava com medo. Mas não estamos falando de qualquer homem, estamos falando de Christopher Uckermann.

Do homem que me salvou, do homem que levou dois tiros por mim, do homem que é apaixonado por mim e eu por ele, do homem mais lindo do universo. Não tinha porque ter medo, nada ia muda entre a gente.

Christopher: Você disse que ia me ensinar a ser um bom namorado, pode fazer isso agora? - tocava meu cabelo.

Dulce: Ok. O primeiro de todas..como posso dizer..? - pensei - Regras digamos assim, é ter confiança um no outro - o encarei - Sem confiança nenhuma relação dar certo, mesmo que se gostem muito, entendeu? Sem confiança não existe relação.

Christopher: Confio em você pequena.

Dulce: Estou falando da mais absoluta confiança, naquela confiança de olhos fechados, que sempre sem nenhuma dúvida confia um no outro, naquela que colocaria a mão no fogo.

Christopher: Entendi. E eu confio desse jeito em você. - falou sério. 

Dulce: Eu confio em você desse jeito desde que me salvou - toquei em seu rosto - Se me falasse que viu um elefante voando eu acreditaria.

Christopher: Eu só poderia está alucinando para ver uma coisa dessa.

Ri.

Dulce: Confiança é tudo, em seguida de sempre falar a verdade. Nunca mentir,  confiança e verdade andam de mãos dadas, uma não existe sem a outra.

Christopher: Nunca menti, não gosto de mentira. Nunca gostei disso.

Dulce: Eu também não gosto. - beijei seu rosto com carinho - E a terceira é sempre ter um diálogo, falar o que sente mesmo que a outra pessoa não goste do que vai ouvir. Falar o que não estamos gostando, falar o que gostamos, saber ouvir também. Essas são as principais "regrinhas" - sorri.

Christopher: Só isso?

Dulce: Por hoje sim. Depois continuo o resto, agora o que quero fazer não envolve nenhuma conversa. - passei meu dedo nos lábios dele.

O beijei sem pressa, mas logo o beijo foi ficando mais quente e então, nossas roupas começaram a ser jogadas pelo chão do quarto. Então, aquela sensação maravilhosa e inexplicável voltou quando fazemos amor.

[...]

Acordei com sede e tudo ainda estava escuro, olhei as horas no meu celular e eram cinco horas da manhã. Sorri sentindo a respiração de Chis na minha nuca, dormia profundamente com o braço na minha cintura.

Fiquei sentindo a respiração dele por um tempo, até me dar coragem para ir na cozinha tomar água, sai da cama ouvindo um murmuro dele e peguei a primeira coisa que vi no chão, a camisa de Chris, sai do quarto em silêncio.

Quando cheguei na cozinha me assustei vendo Julie de pijama inclinada no lixo vomitando com as mãos na barriga. 

Dulce: Julie...- me aproximei colocando minha mão em sua costa - Precisa ir no médico. - com a outra mão toquei sua testa - Está ardendo em febre querida.

Ela negou enquanto vomitava.

Dulce: Acho que está doente mesmo. 

Julie: Não...- respirou fundo fechando a tampa do lixo - Médico não. - se afastou indo se apoiar na mesa e respirou fundo de novo com a mão na cabeça - Meu Deus...- murmurou.

Dulce: Está desse jeito desde que chegou, não melhorou nada, todo dia enjoada, com muito sono, vomitando e agora essa febre. - fiquei ao lado dela - É melhor ir ao médico hoje. Assim toma um remédio certo e melhora.

Ela negou.

Julie: Vai passar Dul. - murmurou.

Dulce: Deixa se ser teimosa Julie. Vamos com você. - toquei em seu ombro - Seu irmão também está preocupado, você tenta disfarçar que é TPM mas não é isso. 

Julie: Não vou a nenhum hospital Dulce. - falou decidida - O quê eu tenho não vai passar com nenhum remédio.

Dulce: Como não..? - Franzi o cenho.

Segundos depois, Julie me encarou com os olhos cheios de lágrimas, o que me assustou novamente. A linda loira me olhava com medo e...desesperada.

Julie: Não sei o que fazer Dulce, estou com medo. - confessou chorando - Meus pais vão me matar e Christopher vai deixar junto com a Mary, minha irmã vai apoiar e...eu nã..o sei o que fazer Dul..ce - soluçou - M..e a..juda p..or favor - pediu me abraçando.

Abracei Julie com força analisando suas palavras. O quê? Como assim? Espera...enjoo, sono, vômito e essa atitude dela...Ai Meu Deus!

Dulce: Julie..você está..- não consegui terminar já que ela se afastou o suficiente para pegar algo no bolso da calça de pijama dela.

Julie: Estou grávida Dul. - levantou o teste de farmácia mostrando as duas linhas vermelhas bem forte.

Christopher: O QUÊ? - gritou entrando na cozinha. E eu juro, pude ouvir as janelas da cozinha tremerem.

Dulce vai morar com Christopher...

Julie grávida...

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