Christopher Uckermann

O domingo amanheceu chuvoso, Dulce e eu aproveitamos para ficarmos na cama a manhã inteira, ignorei meu celular e qualquer coisa sobre trabalho, minha atenção foi toda para a linda mulher em meus braços. Assistimos vários filmes legendados e também conversamos sobre o futuro dela como médica, Dulce nunca parava de me surpreender, quanto mais eu achava que a conhecia,  mais ela me provava que era uma caixinha de surpresas.

Pela primeira vez ela comentou que iria se especializar em cirurgia geral com especialização em neurologia. Com os olhos brilhando falou que amava esse ramo da medicina e que queria um dia ser a melhor da aérea. Eu apenas escutei calado sabendo que isso de fato um dia ia acontecer.

A paixão pela medicina dizia tudo.

Na hora do almoço, Dulce resolveu mimar minha irmã e fez o prato preferido dela: Paccherino alla Calamarata, o que não era nada mais que uma macarronada fácil e típica da Itália, só o nome que era sofisticado, mexendo na internet ela aprendeu a receita e o resultado ficou delicioso.

Como essa mulher cozinhava bem.

Durante o almoço apenas fiquei admirando como ela e minha irmã se davam tão bem. Julie desde do primeiro dia que a conheceu tinha a adorado, o que era um milagre, minha irmã era difícil e não gostava de quase ninguém, mas a entendo, Dulce não era qualquer pessoa e era impossível não gostar dela. Dulce Maria, minha namorada era especial demais.

E agora ela é a madrinha do meu sobrinho. Para o idiota do Brayan esse negócio era importante, então, ambos não podiam ter feito escolha melhor. Se tinha alguém que ia cuidar, proteger e amar meu sobrinho tanto quanto os próprios pais, era ela, Dulce era perfeita e eu tinha orgulho de te-la como minha namorada e não me refiro apenas à beleza e sim, ela era linda pra caralho, seu rosto, seu corpo, seu cabelo, sua pele, sua boca, seus olhos, tudo, Dulce é a mulher mais linda que já conheci.

Mas também me refiro a sua essência, seu caráter, sua verdade, sua honestidade, sua humildade, ela não se importava com status, dinheiro, luxo ou fama, o que importava para ela era o caráter da pessoa, se era alguém de bom coração e caramba, nunca tinha conhecido uma mulher assim. E era por isso, que nunca ia me afastar desse mulherão que era minha namorada.

Sorri vendo ela olhar para os livros em inglês que tinha dado à ela. Estávamos no sofá da sala depois do almoço, Julie tinha ido tirar um cochilo, a gravidez a deixava muito sonolenta e Brayan como sempre não se desgrudava dela.

A chuva continuava, até que estava um clima bom. Dulce fechou o livro que segurava deixando na mesinha junto com os outros livros e me olhou desconfiada.

Dulce: Por que me olha desse jeito?

Christopher: Que jeito?

Dulce: Como se fosse aprontar..

Ri.

Christopher: Aprontar? Só estou olhando minha namorada e me perguntando como ela pode ser tão linda assim? - sorri vendo a mesma morder os lábios.

Dulce: Sei senhor Uckermann. - se afastou um pouco para deitar no sofá colocando a cabeça no meu colo.

Christopher: Está feliz morando aqui Dul? - perguntei um pouco receoso.

Dulce: Por que a pergunta? 

Toquei no cabelo dela.

Christopher: Porque eu quero que seja feliz, só vou ficar feliz se estiver feliz.

Dulce: Morar com você me deixa feliz. É uma experiência incrível que estou adorando. - sorriu. 

Christopher: Eu disse que seria maravilhoso ter você aqui. 

Dulce fechou os olhos.

Dulce: Aqui ou em qualquer outro lugar seria maravilhoso desde que fosse com você - voltou a me encarar e respirou fundo como se estivesse prestes a confessar algo - Chris eu preciso fal...

O telefone do apartamento tocou.

Christopher: Só pode ser trabalho, estou ignorando tanto meu celular que nem sei onde ele está - continuei tocando no cabelo dela.

Dulce: Pode ser importante.

Christopher: Nada é mais importante que você. - sorri. - O que ia me falar?

Dulce esperou o telefone parar de tocar para voltar a falar.

Dulce: Eu..eu.. preciso dizer uma coisa que..- foi interrompida pelo telefone que voltou a tocar - É melhor atender Chris, realmente pode ser importante.

Dulce voltou a sentar no sofá e eu peguei o telefone a encarando.

Christopher: Sim..?

Alexandra: Finalmente decidiu atender a sua mãe. - a voz irritada deixava claro o quanto estava brava - Esqueceu de mim? Só pensa naquela babá e eu que sou sua mãe não liga. Liguei muitos vezes para o seu celular.

Christopher: Mãe..- suspirei - Não exagera, só estou de folga hoje e larguei meu celular em algum lugar. Mas que devo a honra da sua ligação?

Dulce me olhava com atenção.

Alexandra: Estou com saudades do meu filho, faz muito tempo que não nos vemos querido. - falou sentimental - Já basta suas irmãs não quererem saber de mim, não aceito que meu único filho não ligue para a mãe também.

Christopher: Mãe..temos tanto coisa para conversar. - ia apresentar Dulce, contar da gravidez de Julie, dizer que pela primeira vez estou num relacionamento sério e de tão sério estamos morando juntos.

Alexandra: Tem novidades? 

Christopher: Sim. Mais precisamos conversar pessoalmente.

Alexandra: Não será problema já que cheguei hoje ao Brasil. - revelou - Fui convidada para uma festa de uma grande amiga, também vim reencontrar alguns velhos amigos e claro matar a saudade do meu bebê.

Christopher: Está no Copacabana Palace? - perguntei nada surpreso.

Alexandra: Claro, sabe que os donos são velhos conhecidos. Cheguei de manhã e estou presa no hotel por causa da chuva, não fiz outra coisa hoje, mas estava pensando em jantar com você hoje querido.

Christopher: Ótimo. Na cobertura, peço o jantar pra gente. Assim podemos ter mais privacidade para conversar.

Alexandra: Quanto mistério..estou curiosa agora bebê.

Christopher: O que vamos falar é muito sério e vou logo avisando que não vamos jantar sozinhos.

Alexandra: Christopher o que está aprontando, querido? 

Christopher: No jantar irá saber. Às oito está bom? - cortei o assunto.

Alexandra: Sim. Às oito estarei aí. Agora preciso desligar, marquei de fazer uma massagem agora.

Christopher: Ok. Até às oito. - desliguei.

Deixei o telefone no lugar.

Christopher: Preparada para conhecer minha mãe? - encarei Dulce.

Dulce: Não. - arregalou os olhos.

Christopher: Ela chegou hoje e irá jantar com a gente, contarei as novidades, mas calma..- toquei em suas mãos - Minha mãe é difícil, muito difícil, mas não vou deixar que ela magoe você. - falei sério.

Dulce: Se ela não gostar de mim?

Christopher: O problema vai ser todo dela, porque eu gosto de você e isso basta pequena - dei um selinho nela.

Dulce me abraçou apertado.

E a mãe dele chegou...

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