Fanfic: O amor não tem leis - O julgamento final - Adaptada - Finalizada | Tema: Vondy/Hot/Romance

P.O.V DULCE

      "Quer dizer que eu vou morrer?". perguntei quase sem ar para o médico a minha frente.

   Ele olhou mais uma vez para minha mãe e para Felipe, e depois voltou a atenção para mim.

      "Não, Dulce, isso quer dizer que você precisa de um transplante de rim.Infelizmente, a hemodiálise não fara mais efeito, então, para que você continue vivendo de forma normal, será necessária uma cirurgia".Dr. José Pedro explicou.

    Comecei a chorar, sabia que meu problema era sério.Fazia meses que eu vivia no hospital, mas, mesmo assim, descobrir que seu caso é irreversível e que a qualquer momento seu corpo pode parar de funcionar é um baque indescritível.

      "Princesa".Felipe disse chegando perto de mim e puxando as minhas mãos que estavam em meu rosto, para que pudesse olhar para ele."Vai ficar tudo bem, confia em mim".Lipe tentava me acalmar.Ele conhecia toda a equipe médica, já que fazia residência naquele hospital.

   Enquanto eu chorava silenciosamente, agora sendo amparada pela minha mãe, Felipe conversava em termos técnicos com o médico, palavras e expressões cujo significado eu não conhecia, mas que sabia que podiam me salvar.

      "Eu e você contra o mundo, princesa".Lipe disse beijando minha testa, enquanto saíamos do consultório."Você vai viver muitos anos, é uma promessa."

     -Dulce? -Angel chamou meu nome, e eu me desliguei das lembranças que me envolviam. -Muito bom, estamos fazendo progresso. -sorriu gentilmente por eu, finalmente estar lhe contando sobre o passado.

   Me despedi e combinamos de tomar um café na sexta-feira.Depois de quatro meses de consultas semanais, nos tornamos amigas.

      -Ah, Dul... -Angel disse antes que eu chegasse à porta. -Isso é para você.Parabéns pela aprovação no exame da Ordem. -me entregou uma caixa e quando abri fiquei feliz com o presente.Era uma caneta linda, toda prata, enfeitada com vários cristais.Tinha descoberto hoje sobre meu êxito na segunda fase, e ela já estava me presenteando.

      -Obrigada, Angel, não precisava. -agardeci pela sua atenção e carinho.Ela balançou a mão no ar, fazendo um gesto como se aquilo não fosse nada.

      -Nem todo mundo tem o privilégio de vencer a OAB logo de cara. -brincou pelo fato de ser uma das provas mais dificeis do Brasil.

   Uma vez por semana eu saí mais cedo do escritório para ir a minha consulta com a Angel.No escritório, tudo ia às mil maravilhas.Estava aguardando somente a minha carteira profissional chegar para assumir o cargo de advogada civil.Não era o que eu queria, mas era o que  a Carvalho podia me oferecer no momento, então aceitei.

   Saí da consulta direto para a casa dos meus pais.Durante o período de preparação para a prova, quase não tinha tempo para visitá-los.E pensar que se o Chris não tivesse feito a minha iscrição e me convencido, eu não estaria com o registro da OAB. Sorte que eu decidi aproveitar a opurtunidade e dei a cara a tapa.Procurei esquecer tudo que tinha passado, era dificil, minha bagagem era grande mas consegui cumprir mais uma etapa em minha vida.

   Cheguei nos meus pais  fui recebida com alegria de sempre.Minha mãe só faltou me entupir de comida, dizendo que eu estava megra demais.Ela estava certa, eu havia perdido um pouco de peso nos últimos meses.

      -Dul, por quê você não chama a Annie para almoçar aqui amanhã?- minha mãe perguntou da cozinha, enquanto eu e meu pai assitíamos a um documentário na TV. -Você dorme aqui, e  amanhã seu pai prepara um churrasco.O que acha? -ela estava bem animada com a ideia de uma reunião em casa, eles praticamente não recebiam visitas.

      -Claro, mãe.Posso convidar o Chris também?E provavelmente a Annie vai trazer o Poncho. -assim que falei sobre os outros convidados, minha mãe abriu um sorriso.Sempre tão simples e tão fácil de agradar

   Peguei meu celular e subi para o meu antigo quarto.

      -Meu Deus, será que estorou a Terceira Guerra Mundial?Ou o Ian Somerhalder está no Brasil? -Annie brincou ao atender o celular e eu não consegui segurar minha risada.Annie e seu bom humor de sempre.Por vários motivos, eu também tinha me afastado um pouco dela.Primeiro, ela quase me matou quando descobriu que eu tinha fugido do hospital, enquanto ela e Chris tentavam achar maus pais.Depois, por eu ainda não querer contar o meu mais profundo segredo a ela.Tinha ainda a falta de tempo por conta da preparação para a prova e o seu namoro com o Poncho.O relacioanamento estava bem sério, e eu sempre recusava os convites para cinema e jantares, não queria segurar vela.Enfim, tudo contribuiu para que nos afastássemos.

      -Muito bom falar com você, lindinha. -soei sarcástica, mas Annie nem se importou. -Minha mãe quer fazer um almoço em comemoração a minha aprovação na Ordem e estou ligando para convidar sua família, não só a tia e o Dudu, mas também o Poncho. -fiz o convite e ouvi seus gritinhos frenéticos do outro lado da linha.Balancei a cabeça em negativa, Annie não tinha jeito  e eu sentia falta da sua personalidade tão alegre.

       -Espera, amiga. -percebi que ela tapou o telefone com as mãos, mas ainda pude escutar sua conversa. -Tigrão, Dul está nos chamando para um almoço amanhã, em comemoração a aprovação dela nessa prova fodi/da que vocês tem que fazer. Estou só te comunicando, porque nos vamos, ok?

   Ela nem deu tempo para o coitado do Poncho responder e voltou a falar comigo.

      -Ok, ruivete.Amanhã estaremos aí. -respondeu animada.

   Nos depedimos e, antes de ligar para o Chris, fiquei imaginando como a vida é engraçada.Annie e Poncho juntos... Com certeza, eu sabia quem mandava naquela relação.Minha amiga era fogo e eu não tinha dúvidas de que ela havia colocado rédeas curtas no Poncho.

    Liguei para o Chris, que prontamente aceitou o convite e ainda disse que chegaria mais cedo para ajudar minha mãe a preparar o almoço.

   Conversei mais um pouco com os meus pais e logo fui dormir, a maratona dos últimos meses tinha me deixado exausta.

       Meu.

       Minha.

   Acordei com aquelas palavras na cabeça.Por mais que quisesse esquecer Christopher, era impossível.Eu amava aquele homem e já estava na  hora de corrrer atrás do prejuízo.Nas minhas últimas colsultas com a Angel, eu tentava destruir os obstáculos que estavam atrapalhando minha felicidade.Não demoraria e eu iria atrás dele.Nesses meses fiquei imaginando com quantas mulheres ele esteve.Quantas ele levou para o seu apartamento, para sua cama.A sensação de perder o que era meu doía em minha alma.Saber que ele estava tocando outro corpo, beijando outra boca, me fazia lembrar a burrada que eu tinha feito ao abandoná-lo.Como pude ser tão cega e deixar o passado me tirar o Ucker?Tomei um banho frio para acalmar o ciúme, mas estava decidida: procuraria Ucker o mais rápido possível e pediria perdão.E ai de quem atravessasse meu caminho! Estava disposta a lutar com unhas e dentes para trazer o meu homem de volta.

   Desci correndo as escadas.Não sabia o que tinha acontecido durante aquela noite, mas estava com as esperanças renovadas.Dei um beijo em meu pai e fui logo pegando o avental para ajudar minha mãe.Vi quando eles se olharam surpresos com minha atitude.Meu pai deu de ombros e continuou preparando a carne do churrasco.

   O primeiro a chegar foi o Chris, que foi muito bem tratado pelo meu pai, que sabia sobre o problema que ele tinha sofrido em casa e também achava um absurdo aquele tipo de preconceito de um pai com o próprio filho.Minha mãe nem se fala, tinha adotado o meu amigo.

   Em seguida, a Annie e o Poncho chegaram.Ele segurava o Dudu em seus braços e aquela cena não me surpreendia mais.Quando disse a Annie que Poncho seria um ótimo pai, ela quase me matou sufocada com uma almofada.

      -Dul, parabéns pela aprovação no exame. -Poncho disse, enquanto enlaçava Annie pela cintura.Eles eram tão perfeitos juntos.Sorri carinhosa para minha amiga.Ela estava tão feliz. -Todos nós estamos muito orgulhosos. -minha família e amigos levantaram seus copos de cervejas e  brindaram.Somente eu e Poncho estávamos tomando refrigente.Ele porque estava dirigindo e eu porque não podia.Sempre soube que não podia ingerir bebida alcoólica por conta da minha cirurgia, mas acabava fazendo para anestesiar a culpa que sentia e, às vezes, até para tentar acelerar o processo e me encontrar logo com Felipe.

   Para o descontetamento de Annie, nos distraímos conversando sobre o escritório e casos jurídicos.Ela morria de raiva quando eu, Poncho e Chris nos justávamos, pois o assunto, com certeza, giraria em torno do Direito.

      -Fala mano. -Poncho tirou o celular do bolso e atendeu.Sabia quem era. -Não acredito! -Poncho disse sério e todo mundo o encarou. -Isso é ótimo, cara, estou indo pra aí agora.

   Poncho desligou o celular e seus olhos brilharam.Meu coração acelerou com a expectativa da notícia que ele tinha recebido.

      -Lucas acordou.

   Foi como se um tanque de guerra tivesse saído de cima do meu coração.Era a melhor notícia de toda a minha vida.

  P.O.V CHRISTOPHER

    Como não trabalharia no dia seguinte, mandei minha mãe descansar em sua casa e passei a noite no hospital com o Lucas.Estava sentado de frente para a porta, ao lado da cama.Era tão estranho olhar para ele tão frio e sem vida naquela cama, mas, por outro lado, havia um fio de esperança que não me deixava desistir.Ele estava vivo, e isso bastava.

   Há quatro meses tinha contado sobre a promoção do Chris e comentado sobre como ele ficaria feliz em ver seus esforços.E hoje com o jornal nas mãos, contando que o Chris e a Dulce haviam passado na OAB.Estava feliz por ambos, apesar da mágoa incurável que sentia em relação a ela.Não deixaria de sentir orgulho da minha menina, nunca tive dúvidas de que ela conseguiria.Dulce é determinada e corre atrás do que quer quando o assunto não é o coração.

    Passei pelo edital de divulgação e fui para o caderno de esportes.

      -Meu time perdeu de novo! -disse naturalmente.Depois do que aconteceu com o Lucas, passei a dar mais valor às pequenas coisas da vida e a reclamar bem menos dos percalços que enfrentamos no dia a dia.

      -Você é péssimo para escolher time. -paralisei e só alguns segundo depois olhei de um lado para o outro, verificando se alguém estava fazendo alguma brincadeira de mau gosto comigo. -Nunca soube torcer. -ouvi novamente e, então, meu coração praticamente parou de bater.

   Levantei e me aproximei da cama, ainda incrédulo, mas para minha supresa, um par de olhos azuis, tão conhecidos e tão familiares, me olhava.Não pensei duas vezes e me joguei em cima do Lucas, o abraçando e beijando seu rosto.Minha alegria em ver meu irmão acordado era tanta que lágrimas caíam dos meus olhos e eu não podia contê-las.Toda a angústia dos últimos meses estava sendo extravasada naquele momento.Chorei muito no ombro dele, agradecendo a Deus por aquela benção, por ter nos dado outra chance.Uma nova chance para viver.

     -Você está parecendo uma mulherzinha, mano. -me afastei para olhar seu rosto e Lucas sorria timidamente.Sua voz parecia cansada e saía fraca, bem baixinha, mas o suficiente para encher meu coração de esperanças.

     -A culpa é sua, seu filho da mãe idiota. -falei tentando limpar as lágrimas do meu rosto, e o sorriso do Lucas se ampliou. -Meu Deus, os médicos! -tinha ficado tão feliz pelo despertar do meu irmão, que me esqueci de chamar os médicos.Apertei a campainha umas trista vezes quese sem intervalo, olhando incrédulo para o Lucas. -Quando levantar desa cama, eu vou chutar sua bun/da. -brinquei, enquanto ainda apertava o botão sem parar.

      -Para de apertar essa por/ra, daqui a pouco sai leite.

   Meu Deus!Não sabia se ria ou se voltava a chorar.Além dele ter acorada, seu humor continuava intacto.

   Quando os médicos chegaram, me fizeram, sair do quarto e aguaradar na sala de espera.Não podia sair do lado do meu irmão, mesmo sabendo que era necessária a realização dos exames.Muito a contragosto, deixei o quarto e aproveitei para ligar para todo mundo: meus pais, minha irmã, Poncho...Todos reagiram da mesma forma, com gritos e risadas misturados ao choro de emoção.Com certeza, em poucos minutos o hospital estaria tomado pelos nossos amigos.

   Aguardei impaciente até os médicos me deixarem voltar ao quarto.Tinha tanta coisa para falar ao Lucas: o primeiro, o quanto eu o amava e tinha orgulho dele.Só de pensar que eu quase o perdi sabendo que não disse isso o suficiente, tanto quanto ele merecia, meu coração se apertava.Mas, graças aos ceús, Deus tinha nos dado uma nova chance, não só para Lucas.Tinha ficado claro para todos nós que o dia de amanhã é desconhecido e que, por isso, temos que aproveitar o presente.

    "Aproveite o dia". Impossível não lembrar a tatuagem da Dulce.Tirei o telefone do bolso e procurei uma foto  nos arquivos de imagem.Ela nem sabia que tinha tirado a foto no dia em que dormiu em meu apartamento.Dul etava linda, esparramada sobre minha cama, com seu cabelo vermelho nos lençóis. um sorriso despontava em seu rosto.Então, tirei a fotografia numa tentativa de eternizar aquele momento.Mal sabia eu que tudo não passava de fingimento, que na primeira oportunidade ela correria para os braços de outro.Correria para o Dereck.

     -Dr. Christopher, sua entrada está liberada. -a enfermeira disse, e eu levantei do sofá.Olhei uma última vez para o celular antes de entrar e o guardei no bolso da calça.Tudo que importava a partir de agora era a recuperação do Lucas.

      -Ei, seu cabeça dura. -tentei soar divertido, mas Lucas me olhava sério. -O que foi? -perguntei preocupado.

   Lucas não disfarçava sua tristeza.E eu cheguei perto da cama, tentando descobrir o que meu irmão precisava.Faria qualquer coisa, dari tudo para ele, nem que tivesse que ir oa inferno.

      -Cinco meses, mano? -lágrimas descerma pelo canto dos seus olhos e eu me apressei para confortá-lo.

   Puxei a cadeira e me sentei ao seu lado.

     -Não fique assim, Lucas.Pense que foram como umas férias. -tentei deixar o clima mais leve, mas Lucas me deu um sorrido forçado. -Daqui a pouco está todo mundo aqui.Acabei de ligar para os nosso pais, e o Poncho está vindo com o Chris. -tentei animá-lo.

     -E a Dulce? -perguntou, e eu fiquei em silêncio, apenas o encarando. -Quero ver a Dulce.Por que ela não está aqui com você? -sua pergunta me pegou de supresa e eu fiquei atônito sem saber o que responder.Vendo meu desconforto, Lucas alterou um pouco a voz. -Mano, cadê a Dulce? -perguntou ainda mais exasperado. -O carro... O casamento... Não me diga que a Dulce...

  Respondi antes que ele terminasse.

      -Não, a Dulce está bem, ela só...

   Mer/da!Como contar ao Lucas que Dulce tinha nos abandonado?

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      Oba Lucas acordou <3

                                                            Continua.....