Fanfic: My Errors - Portinon | Tema: Portinon - Adaptada

       POV Dulce

Depois de quase uma hora de corrida eu decidi parar pra tomar um cappuccino na cafeteria, esperei mais uma hora pra ir embora e ter certeza que Jennifer já havia ido embora. Jennifer é uma das enfermeiras do hospital, loira, alta, tipo aquelas modelos da Vitoria secrets. Nós ficamos as vezes, por que eu não gosto de relacionamentos estáveis, quase quatorze anos que sou separada e tive um namoro sério, que durou onze meses, por comodidade, depois aderi a vida do

“pegue e não se apegue”,

 bem mais útil. Eu sou Dulce Maria, quarenta anos, obstetra do principal hospital de Miami. Tenho uma irmã cinco anos mais nova, Maite, casada com o Christian a dez anos, e que tem dois filhos, Julie de sete anos e Noah de dois meses. Minha mãe, Blanca, mora em um asilo de idosos, May e eu brigamos por conta disso, ela não queria que a mamãe fosse pra lá, mas depois que o papai morreu eu achei melhor, por que teria pessoas pra cuidar dela, tem três anos que eu não vejo minha mãe, May vai lá todo o final de semana e me avisou que vai tirá­la de lá. Contanto que a leve pra morar com ela, por mim tudo bem.

Cheguei no meu prédio e o porteiro me entregou a chave que Jennifer tinha deixado, agradeci com um aceno de cabeça e subi para o meu apartamento, assim que entrei abrir as janelas de toda o apartamento, não gosto de outros perfumes no meu canto. Segui para o banheiro e coloquei a toalha que Jennifer havia usado junto das roupas sujas, odeio quando ela deixa a toalha em cima da bancada, ainda bem que tem um gemido gostoso, se não fosse isso eu já tinha a feito dar o fora. Tomei um banho na água fria e lembrei do último aniversario da Bea.

Flashback On.

 ­-Doutora Savinon. – o diretor do hospital me parou no corredor. – Tenho uma boa notícia, teremos uma conferência de médicos em Boston, e os melhores de Miami foram convidados, e eu indiquei você. – eu sorri grande, essa é uma ótima oportunidade, fazer alianças nesse ramo sempre é bom. – Eu até indiquei a jauregui, mas ela disse que não poderia ir, disse que é uma data importante. É na terça­ feira, amanhã, você embarca hoje, se aceitar é claro. – olhei a data em meu celular e vi que hoje é segunda ­feira, e olhei o dia, amanhã é mesmo um dia importante, mas não tenho certeza do que é

- ­Claro que eu vou senhor. – confirmei e ele disse que até a hora do almoço a passagem e o registro no hotel estaria em minha sala. Me dirigi até meu consultório e liguei o computador, olhei algumas fichas e o que tinha pra fazer hoje. ­

-Você vai nessa conferência idiota? –Lauren jauregui , a idiota que por anos foi minha melhor amiga entrou na minha sala. Agora melhor amiga da Anahi, minha ex ­mulher.

- ­Quem te deu o direito de entrar na minha sala dessa forma, doutora jauregui? – perguntei sem desgrudar os olhos da tela. – E o que importa a você aonde eu vou ou deixo de ir? ­

-Você não lembra, não é? – ela começou a andar pela sala e eu levantei meu rosto apenas pra olhar pra ela antes de voltar ao meu computador. – É claro que você não lembra, não enxerga nada além desse seu umbigo. Amanhã é aniversário da sua filha. –Lauren disse e eu arregalei os olhos, lembrando do que tinha no dia seguinte, mas não deixei que ela percebesse minha surpresa. Bea não iria querer minha presença mesmo, eu ao menos sei se ela vai comemorar. – Vamos fazer uma festa surpresa, Camila pediu pra que eu te convidasse, mas você nem ao menos teve a decência de lembrar que amanhã faz quatorze anos que você disse que era o dia mais feliz da sua vida. Ainda bem que Anahi e Bea tem Haile na vida delas. – assim que Dinah terminou de falar eu me levantei dando um soco na mesa.

 ­-Cala a boca jauregui , para de me julgar e encher a porra do meu saco, Bea vai fazer quatorze anos, ela vai ter muitos aniversários pela frente. E aquela Hailee é uma babaca. – Hailee a namorada da Anahi, a dois anos. Eu odeio aquela cara de boa moça falsa do caramba.

- ­Você disse a mesma coisa nos últimos dois aniversários dela. –Lauren saiu da minha sala batendo a porta com força. Cai na cadeira bufando alto, peguei o globo de neve que tinha na minha mesa e joguei na parede fazendo ele se quebrar em milhões de pedaços. Ouvi batidas na porta e logo a recepcionista entrou me entregando a passagem, eu pedi que ela mandasse alguém pra limpar a bagunça que eu tinha feito, logo depois de limpo eu saí do hospital. Ainda encontrei  Lauren no corredor de braços cruzados me encarando enquanto eu dava passos em direção a saída segurando minha pasta na mão esquerda e a passagem na mão direita, ela negou com a cabeça e eu fiz de conta que nem vi. Peguei o voo e fui para a conferência, na terça­ feira, depois da conferência, eu liguei pra Bea, ela atendeu no quarto toque, quando eu já estava quase desistindo e indo dormir.

-Fala. – ela disse e eu ouvi um som alto e pessoas conversando, aparentemente a festa surpresa já havia começado. ­

-Eu liguei pra desejar feliz aniversário. – falei e a ouvi bufar, ouvi Anahi dizer algo pra ela ser educada e engoli em seco. ­

-Obrigada,Dulce. – minha filha já não me chama de mãe desde que ela tinha dez anos. No começo Anahí e eu até nos importamos e conversamos com ela, mas Bea estava irredutível, e disse que preferia me chamar pelo nome, agora eu já não sei mais a sensação de ser chamada de mãe.

-­O que quer de presente? – perguntei tentando compensa­la de não estar nessa data, sim, eu estou tentando compra­la.

-­Nada, Lauren. Eu to bem. Vou desligar, tia Hailee tá me chamando pra me dar um abraço e o meu presente. A gente se fala ano que vem nessa mesma data, se você se lembrar. – ouvi Anahi a repreender antes da adolescente desligar o telefone na minha cara, essa garota petulante do caralho, que tem o mesmo gênio que eu, inferno. Ela devia ser doce como a Anahí, seria bem mais fácil.

Flashback Off.

Sai do banheiro e me enxuguei, e me joguei na cama espaçosa. Lembro que na outra semana eu mandei um celular de ultima geração pra Bea, e no mesmo dia ele foi enviado de volta para o meu prédio, com um bilhete dizendo que a tia Hailee tinha dado um do mesmo modelo pra ela no dia do seu aniversário, eu quis bater naquela mulher e quebrei o celular o jogando no lixo. Abracei meu travesseiro querendo dormir o que eu não tinha dormido noite passada, ainda bem que hoje é minha folga. Assim que meu sono estava chegando, que eu já estava naquele primeiro estágio do sono meu celular tocou e eu peguei aquele aparelho de merda que eu esqueci de desligar, olhei na tela e vi o sobrenome jauregui piscando, ela não me ligava a muito tempo e não sei nem por que eu ainda tinha aquele número salvo. ­

-O que é jauregui? – falei assim que atendi. ­

-Vem para o hospital. – ela disse com a voz meio alterada e mostrando está andando rápido.

-­Eu to de folga hoje, procure outro obstetra ai, deve ter alguém tão bom quanto eu por ai. – falei, não podia perder essa oportunidade. ­

-É, mas nenhum deles é mãe da Beatriz. – ela disse e eu pulei da cama. – Sua filha está internada, babaca. – ela disse e desligou o telefone, me deixando aflita a procura de roupas em qualquer lugar antes de ir em direção ao hospital.