Fanfic: My Errors - Portinon | Tema: Portinon - Adaptada

   POV ANAHI

- Odeio quando a Dulce  fica pagando de mãe preocupada. – Bea disse assim que entramos no carro, Hailee veio no dela, então estávamos no meu.

-­ Ela se preocupa de verdade, Bea. – falei e ela me olhou com uma sobrancelha arqueada.

- Mama, nunca achei que a senhora fosse ingênua. – ela disse, usando o mesmo tom de Dulce. Até por que essa garota tem o mesmo gênio dela. ­

-  Não use de ironia comigo, eu ainda posso te deixar de castigo, querida. – falei e ela pediu desculpas. – Além do mais, sua mãe vai te visitar amanhã. ­

- Dulce, mama. Só Dulce. – ela disse. Bea não chama mais Dulce de mãe, apenas pelo nome. Bea é uma menina muito doce com todos ao seu redor, mas ela muda completamente quando o assunto é minha ex­ mulher. ­

- Okay, Dulce então. Você é chata igual ela. – falei revirando os olhos.

-­ Ai mama, me ofendeu. – Bea colocou a mão no peito. – O Daniel pode ir lá pra casa amanhã? – ela perguntou, Daniel  é o melhor amigo da Bea, desde que eram pequenos, é o filho da Lauren e Camilla. O garoto tem quinze anos e os dois são inseparáveis. Na verdade Camilla e eu já havíamos achado que eles eram namorados, mas só o fato deles brigarem como irmãos, fez a gente ter certeza que não. Daniel perdeu um ano, por que queria ser da mesma sala da Bea, pra cuidar do que seria a “irmãzinha mais nova”. Lauren quase o matou, quase mesmo. A única coisa que impediu foi Camilla, mas depois a gente acabou rindo da situação. ­

-Mas a sua mãe, quer dizer, Dulce vai pra lá. – falei estacionando o carro na nossa garagem e vendo Hailee chegar logo depois.

- ­E é exatamente por isso que eu quero chama-­lo. – Bea piscou pra mim e eu concordei depois de dar uma risada contida, minha filha é esperta até demais. Ela logo entrou dentro de casa e Hailee veio em minha direção, enlacei seu pescoço e dei um selinho rápido nela. ­

- Como foi lá? – perguntou quando eu deitei em seu ombro.

-  ­Pelo que eu entendi, ela está com alguns músculos do coração dilatado, e isso atrapalha a circulação do sangue. Bea vai ter que tomar alguns remédios pra ver se melhora, e se não, se for um caso muito grave, ela pode ter que fazer um transplante de coração. Tudo tão complicado, Hailee, e eu to com tanto medo. – confessei tremendo em seus braços. ­Bea é forte,Any. Você já viu quando ela resolve brincar de luta com o Daniel. A cabelos dourados é mais forte que nós duas juntas. – ela disse acariciando minhas costas. Hailee sempre foi minha amiga, a conheci alguns meses depois da minha separação, ela sempre esteve ao meu lado. Uma grande amiga. Mas de dois anos pra cá a gente decidiu tentar algo. Hailee tinha se separado de uma namorada a cinco anos, eu nunca consegui namorar muito tempo com ninguém, então decidimos tentar juntas. Até que nós nos damos bem, mas principalmente pela grande amizade que nós temos.

– Vamos fazer o jantar, eu te ajudo. – ela disse e eu fiz uma careta. – Não lembre do episódio que eu explodi seu microondas. – ela me soltou e entrou pra dentro de casa com uma cara de emburrada me fazendo rir, ainda tentando entender como ela conseguiu explodir meu micro­ondas e depois entrou na cozinha com o extintor de incêndio do carro dela. Resultado, ganhei um micro­ondas novo, teve suas vantagens. Entrei em casa e começamos a fazer o jantar, Hailee insistia em aprender algo, e isso fez a gente perder horas na preparação do jantar.

(...)

Estou editando meu artigo da próxima edição pra revista que eu trabalho, depois de tantos anos, eu consegui méritos, sempre escrevia o principal artigo da revista, podendo escrever sobre quase qualquer coisa e ganhando um ótimo salário. Daniel e Bea estão jogando vídeo game na sala e eu no escritório. Ouvi a campainha tocar, mas não me importei. Tocou uma segunda vez e eu estanhei, uma terceira e eu finalmente levantei e fechei meu computador, guardando o óculos de descanso. Saí do escritório e os dois ainda jogavam. ­

- Por que não atenderam a porta? –perguntei me dirigindo a porta que tocou novamente. ­

- Não podemos parar. – Daniel respondeu e eu revirei os olhos. Abri a porta e vi Dulce com as mãos nos bolsos da calça jeans, enquanto olhava para o chão.

-  ­Olá. – cumprimentei e ela levantou o rosto, mostrando sua camisa preta. ­

- Oi. – ela disse e eu não fazia a mínima ideia do que falar, desde que Dulce havia ido embora a quase quatorze anos, ela entrou dentro dessa casa poucas vezes.

 – Eu posso entrar? – ela pediu e eu percebi que estávamos paradas no mesmo lugar, me afastei dando espaço pra que ela entrasse. Dulce o fez e assim que pôs os olhos nos dois jogadores ela arqueou uma sobrancelha, ela me olhou e voltou olhar para os dois.

– Oi Bea. – ela disse e minha filha simplesmente levantou a mão sem nem olhar pra trás e fez um aceno rápido. ­

- Bea, pause o jogo e venha cumprimentar sua mãe direito. – eu disse e a garota bufou alto, mas fez o que eu pedi. Ficou de pé revelando que ainda estava de pijama, um short curto e uma camiseta do the 1975, que era deDulce, mas ela deixou aqui e minha filha a saqueou do meu guarda ­roupa. ­

- Olá, senhora Savinon. Como vai? – ela disse com seu tom irônico.

- ­Bea, fala direito, cara. – Daniel disse ao lado dela. ­

-Okay. Oi Dulce. – Bea estendeu a mão pra Dulce que a aceitou, é tão estranho ver elas dessa forma e lembrar que quando Bea tinha dois ou três anos, Dulce era sua pessoa favorita do mundo.

- ­Oi, tia Dul. – Daniel disse envergonhado e coçando a nuca. Minha filha fez uma cara indignada para o garoto, mas logo saiu de perto da gente indo de frente pra TV. ­

-Oh, Daniel. Eu sabia que conhecia você. –Dulce disse e apertou a mão do garoto, talvez demorou tanto por que a última vez que viu o garoto ele tinha três anos, foi quando ela e Lauren tiveram uma briga de sair no braço. O garoto deu um leve sorriso e voltou para o lado da Bea, bateu seu ombro com o dela e logo os dois voltaram a jogar. ­

- Quer beber alguma coisa? – perguntei e ela assentiu dizendo que aceita água. Nós duas seguimos até a cozinha e eu peguei um copo pra lhe servir a água. ­

- Quase não reconheci o Daniel, ele cresceu bastante. – ela disse e eu entreguei a água pra ela.

- ­Claro que cresceu, ele tem quinze anos. – eu disse e cruzei os braços. ­

- Na verdade eu achei que fosse algum namoradinho da Bea. – ela fez uma careta olhando pra parede. Dulce é fria, muito fria. Só eu conheci todas as suas facetas, mas hoje eu não sei se conheço mais algo dela. – Você precisa que eu compre os remédios dela? – ela perguntou e se colocou de pé.

- ­Não, obrigada. Eu já o fiz ontem. E você veio pra visita­-la. Eu tenho que ir trabalhar, com licença Dulce. – eu disse e saí da cozinha, até por que Dulce conhece a casa, ela vai pra sala se quiser.